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NotíciasTranscrição
00:00Agora, o governo Lula quer um novo imposto sindical obrigatório.
00:04E qual é a manchete do dia que o Ministério do Trabalho e Emprego,
00:07comandado pelo petista Luiz Marinho, discute mudanças na reforma trabalhista
00:11e quer a volta do imposto sindical segundo o Globo.
00:14A proposta que está sendo discutida pelo governo Lula e deve ser enviada ao Congresso em setembro,
00:18prevê que a taxa seja vinculada a acordos de reajuste salarial entre patrões e empregados
00:24que tenham passado por intermediação sindical.
00:27A taxa seria de até 1% do rendimento anual do trabalhador,
00:31o que representaria três dias e meio de trabalho.
00:34A quantia a ser paga, no entanto, seria definida em assembleias com votações por maioria,
00:40de acordo com a reportagem.
00:41O imposto sindical obrigatório, vai lembrar, deixou de existir em 2017,
00:45justamente por causa da reforma trabalhista aprovada durante o governo do Michel Temer.
00:49A manchete no jornal, Grae, foi de que o imposto sindical,
00:54obviamente obrigatório, já que é imposto, ele pode voltar e ter um valor até do triplo do que era antes.
01:03Eu chamei a atenção no Twitter porque quando saiu o plano,
01:07isso a gente já aponta há muito tempo, que o PT quer a volta do posto sindical,
01:10mas quando saiu o plano de governo da chapa Lula-Alckmin,
01:14eu fiz uma análise, até no programa que eu tinha com a Madeleine Lásco,
01:20e depois isso foi transformado em texto,
01:24e está lá escrito em determinado momento,
01:27que dos 90 parágrafos do esboço lá do plano,
01:31constam desejos já conhecidos.
01:33E aí eu citei como exemplo a volta do imposto sindical,
01:36mas apresentados de forma enrustida,
01:39protegidos pela dissimulação, nesse caso específico.
01:41E aí mostrei lá, entre aspas, o que estava no plano de governo do Lula,
01:45a construção de uma nova legislação que fortaleça os sindicatos.
01:50E falei que o texto combinava com a prática do Lula
01:53de adaptar os seus discursos de acordo com a plateia.
01:57Então estava mostrando que é a volta dissimulada do imposto sindical,
02:01e agora o Ministério do Trabalho e do Emprego está propondo até o triplo do valor
02:05numa volta do imposto sindical,
02:07que essa gente sempre quis que retornasse,
02:09porque garante o dinheiro da companheirada,
02:14que está lá muitas vezes encostada em sindicato,
02:16que não necessariamente presta serviços decentes para a categoria.
02:20E uma categoria que se sente devidamente protegida pelo sindicato,
02:26os seus profissionais podem querer doar,
02:29podem querer dar ali a sua contribuição,
02:33essa é a palavra que eu estava buscando.
02:35Se é imposto, se é imposto a gente já desconfia.
02:39E aí eles faturavam bilhões,
02:42somando todos os mais de 16 mil sindicatos no Brasil
02:45na época dos governos do PT.
02:47Quando acabou isso, fechou a torneira,
02:50os sindicatos ficaram naquela situação,
02:52porque precisavam trabalhar,
02:53precisavam efetivamente conquistar os integrantes da sua categoria.
02:58Então, Graeb, por mais que eles dissimulem,
03:03me parece que eles querem mesmo.
03:04E me parece, só um ponto,
03:06que eles botam gordura para queimar,
03:09para que o Lula chegue a uma solução intermediária.
03:12Então é o seguinte, o Lula quer atender a demanda, vamos supor,
03:16do imposto sindical.
03:17Ele vai medir a pressão.
03:18Se gerar mais desgaste para ele, ele pode recusar.
03:21Mas o fato é, essa ala mais radical do PT,
03:23da qual o Luiz Marinho faz parte,
03:27nesse quesito pelo menos,
03:29bota lá o triplo de valor.
03:33E aí, se ele falasse,
03:34não, chegamos no diálogo,
03:36construímos um consenso,
03:37e chegamos à volta do imposto sindical,
03:39como ele era e tal.
03:40Assim nós atendemos todo mundo.
03:42Não é atender todo mundo.
03:43Isso foi uma joia,
03:45uma vantagem da reforma trabalhista a esse fim.
03:50E agora?
03:51Então, Felipe,
03:53o Luiz Marinho,
03:54ele foi de uma cara de pau nessa discussão,
03:58porque ele insiste em dizer,
04:01não, o imposto sindical,
04:03como existia, acabou.
04:06Não é disso que estamos falando.
04:09Bom, não é mesmo.
04:11Não é mesmo.
04:12Vocês estão falando de voltar com uma coisa
04:14que é o triplo do que se pagava antigamente.
04:16Daí ele fala,
04:17ah, mas se o trabalhador não concordar
04:20com o valor que o sindicato está propondo,
04:24vai lá na assembleia,
04:26vota contra, certo?
04:30Gente, a gente sabe que essas assembleias
04:32são dominadas pela casta
04:34que controla o sindicato.
04:36Não tem a menor chance
04:38do empregado isolado
04:41ir lá e conseguir fazer qualquer coisa.
04:44os empregados que não querem aquilo
04:47e que hoje podem, pelo menos,
04:50mandar a tal da carta de oposição.
04:52Tem muitos sindicatos que estão fazendo isso,
04:54a gente até deu matéria na Cruzoé.
04:57Eles estabelecem, olha,
04:59a gente vai cobrar uma taxa de vocês.
05:03Agora, o cara pode mandar a carta de oposição.
05:05Os sindicatos normalmente obrigam o cara lá a entregar,
05:09na mão, pessoalmente,
05:11não pode mandar por e-mail,
05:12não pode mandar por carta registrada,
05:13não pode mandar por nada.
05:14Tem que ir lá entregar.
05:16Ou seja, dificultam ao máximo
05:18a possibilidade do empregado
05:20exercer esse direito de dizer não
05:22ao desconto de uma coisa do salário dele.
05:26Mas, pelo menos hoje em dia,
05:27existe essa possibilidade.
05:28Nem isso querem dar ao trabalhador.
05:31Nem isso.
05:32Ele teria que ir lá,
05:34não para apresentar uma carta de oposição,
05:36ele teria que ir lá
05:37para fazer prevalecer a vontade dele
05:39numa assembleia,
05:42junto dos sindicalistas,
05:44que, obviamente,
05:45ou seja,
05:46se prevalecer a ideia do Luiz Marinho,
05:50volta, sim,
05:51um imposto sindical
05:52com um valor até mais alto
05:55do que tinha antes.
05:56E o cara tem a cara de pau
05:59de dizer que não,
06:00não é isso o que queremos.
06:02Seja honesto, pelo menos.
06:04Defenda a sua tese com honestidade,
06:07não recorrendo a esses subterfúgios
06:09de quinta categoria, né, Felipe?
06:11Pelo amor de Deus.
06:13Eu quero que volte o imposto sindical,
06:14porque eu quero que tenha
06:15um sindicato forte.
06:17Para quê?
06:19Para ser base do meu partido.
06:21Para ser ferramenta do meu partido.
06:23Aí é sinceridade demais, né?
06:25Aí não pode, né?
06:26Aí talvez seja demais.
06:28Acho que exagerei, né, Felipe?
06:29Acho que exagerei,
06:30eu me empurguei.
06:31Tá bom, mas fala pelo menos
06:32que eu quero que volte o imposto, vai.
06:34Não fique inventando
06:34que é uma outra coisa,
06:36porque é imposto.
06:37Ponto final.
06:38Ponto final, pô.
06:39Tem certas pautas à esquerda
06:41que são sempre tratadas assim.
06:43Eles querem empurrar
06:44a goela abaixo
06:45da população brasileira,
06:46mesmo quando você tem
06:47uma maioria contrária,
06:48seja na população,
06:49seja no parlamento
06:50que a representa.
06:52Aí eles tentam aquilo,
06:53tentam aquilo.
06:54E o que que acontece?
06:56Parlamentares,
06:57que só dependem
06:58de um nicho pequeno
06:59do eleitorado
06:59para se eleger,
07:01eles impunham
07:02aquela bandeira
07:03até o fim.
07:04Então, eles fazem campanha
07:05defendendo mesmo.
07:06Não, é só a favor
07:07da legalização das drogas.
07:09Se é parlamentar,
07:09tá lá falando
07:10porque ele depende
07:11de um nicho ali de votos.
07:12Então, todos os defensores
07:13daquele tema
07:14votam nele,
07:15ele consegue virar deputado,
07:16eventualmente,
07:17até senador.
07:18Agora, vai participar
07:19de uma eleição majoritária.
07:21Aí não consegue ganhar.
07:22Aí o que que faz?
07:24Marcelo Freixo,
07:25o melhor exemplo disso,
07:27lá no Rio de Janeiro,
07:28Marcelo Freixo,
07:29que era do PSOL,
07:29passou por um banho de loja
07:31para tentar se eleger.
07:32Não conseguiu,
07:33ele perde todas.
07:34Ele perde todas.
07:36Perdeu disputa
07:37para prefeito,
07:38perdeu disputa
07:39para governador,
07:40perdeu disputa
07:40de novo
07:41para a prefeitura.
07:43Foram dois de uma
07:44e uma do outro.
07:45Agora, não me lembro.
07:46Já perdeu
07:47para o Eduardo Paes,
07:49perdeu para o Cláudio Castro,
07:51perdeu para o Marcelo Crivella,
07:53perdeu para todo mundo.
07:54Então, o Marcelo Freixo,
07:56ele tem uma posição histórica
07:58desse tempo dele
07:59de militante,
08:00de deputado estadual,
08:01que depois até virou
08:02deputado federal,
08:03defensor da legalização
08:04das drogas.
08:05É a turma do PSOL
08:06que tem essa pauta.
08:08Ele percebeu o quê?
08:09A eleição majoritária
08:10não funciona.
08:11Não é bem assim.
08:11Ele chegou lá no meio
08:12da campanha,
08:13questionado sobre aquilo.
08:14Não, não,
08:14mudei minha posição.
08:16Mudei minha posição,
08:17agora sou contra,
08:18não entendi
08:18que a população brasileira...
08:19Aí ninguém acredita
08:21no sujeito.
08:22Por quê?
08:22Porque sabe que
08:23se o sujeito chegar ao poder,
08:25ele que tem um histórico
08:26de defesa de determinado ponto,
08:27ele vai encontrar
08:28outros meios
08:29para tentar chegar
08:30àquele fim.
08:32E é isso que o petismo faz.
08:34Não, gera um desgaste,
08:36espera aí,
08:36volta o imposto sindical
08:37quando isso aparece
08:38no noticiário,
08:39vem toda uma repercussão negativa
08:41do empresariado,
08:43do mercado,
08:44de meios de comunicação,
08:46de segmentos da sociedade,
08:47não é que vai voltar,
08:50é que nós vamos começar
08:51a discutir em assembleia,
08:53eles falaram barbaridade,
08:55mas no fundo
08:56eles querem essa volta
08:57e eles vão tentar emplacar
08:58e se em algum momento
08:59a população estiver distraída,
09:00eles vão lá e emplacam.
09:02Felipe,
09:03qual que era o valor
09:04que os sindicatos
09:05estavam arrecadando
09:06antes da reforma?
09:076 bilhões,
09:097 bilhões ao ano.
09:11Agora,
09:12eles arrecadam
09:12cerca de 60,
09:1470 milhões ao ano.
09:18Olha só a proporção,
09:19certo?
09:20Foi uma redução
09:21absolutamente drástica.
09:23De fato,
09:23sufocou
09:24financeiramente
09:27os sindicatos.
09:28Agora,
09:28isso é uma coisa
09:29terrível?
09:31Não é terrível.
09:31Não é terrível.
09:33E é isso
09:36que você estava dizendo.
09:37Os sindicatos
09:38deveriam
09:39ter usado
09:42o dinheiro,
09:43aqueles bilhões
09:44que eles ganharam
09:44por anos e anos e anos
09:46para convencer
09:47os trabalhadores
09:49de que eles eram
09:50uma estrutura
09:51indispensável.
09:53Não conseguiram
09:54com bilhões.
09:56Querem convencer
09:56agora?
09:57Agora,
09:58que não tem dinheiro
09:58nem para pagar
09:59a passagem de ônibus
10:00para ir lá falar.
10:01Não vão conseguir.
10:02porque não são.
10:06A única coisa
10:07que eu concordo
10:07assim,
10:08eu concordo
10:09com a lógica
10:10do Marinho.
10:12Ele fala assim,
10:13quando os sindicatos
10:14vão lá
10:14e negociam
10:15um acordo
10:18com os patrões,
10:20eles estão prestando
10:20um serviço
10:21ao conjunto
10:22dos trabalhadores.
10:25Tá bom.
10:26Negociamos,
10:26chegamos a um acordo,
10:27vai aumentar
10:27x% o salário.
10:30Eles deveriam
10:31ser remunerados
10:32por essa
10:32prestação de serviço,
10:34inclusive por quem
10:35não é sindicalizado.
10:38Faz algum sentido,
10:41só que a remuneração
10:43que eles estão querendo
10:44é muito,
10:47muito,
10:48muito
10:49acima
10:50daquilo que
10:52esse serviço
10:53deveria
10:55merecer.
10:56certamente
10:59não é uma remuneração
11:00na casa dos bilhões
11:02como eles estão
11:03querendo que volte.
11:05Me parece
11:06que os 60
11:07está muito
11:08mais próximo.
11:09Não sei
11:10porque precisa mais.
11:11Não é?
11:12Eu estava lembrando
11:13o dado aqui,
11:14em 2017,
11:15o número de sindicatos
11:15no Brasil
11:16chegava
11:16a 16.700,
11:19com arrecadação
11:20total
11:20de 3 bilhões
11:22540 milhões
11:24de reais.
11:25que a gente apontava
11:26muito
11:26naquela época,
11:28só estava
11:28lembrando aqui.
11:29Eu falei 6,
11:30eram 3.
11:31São bilhões
11:32de reais
11:32que eram gastos
11:33e,
11:34obviamente,
11:34a turma
11:36encostada
11:37sente muita
11:37falta
11:38desse dinheiro
11:38garantido.
11:40E,
11:40quando a gente
11:41fala das reações,
11:42a gente não pode
11:42perder de vista
11:43o último elemento
11:44aqui da nossa pauta,
11:45que é o trabalhador.
11:48Isso é uma
11:49reação das elites,
11:51do mercado,
11:51é o trabalhador,
11:53o trabalhador
11:54da categoria
11:55que vai ter
11:56que suar a camisa
11:57durante tantos dias,
11:59a depender do valor
12:00desse imposto,
12:02mas,
12:02pelo menos,
12:03um dia,
12:04simplesmente
12:05para entregar
12:06o dinheiro
12:06resultante
12:07desse trabalho
12:08na mão
12:08de um sindicato
12:10que não gera
12:11tantos benefícios
12:13a ele,
12:14a ponto de ele
12:14querer doar,
12:15de ele querer
12:16contribuir
12:16voluntariamente.
12:18Então,
12:18assim,
12:19é um escarne
12:20em relação
12:20ao trabalhador
12:21num país
12:21em que o sujeito
12:22já tem que arcar
12:23com tantas lacunas,
12:25tantas ausências
12:26de serviço público
12:27de qualidade,
12:28tanta burocracia
12:29para poder empreender.
12:31Como diz aquela medição,
12:33trabalha mais de metade
12:34do ano
12:34para pagar impostos já,
12:35né?
12:36Exatamente,
12:36é que esse é um deles,
12:37mais um.
12:39Você já tem
12:40uma carga pesada
12:41de impostos
12:42em cima
12:42de qualquer trabalhador.
12:51em que o sujeito
12:52não tem mais de metade
12:53em que o sujeito
12:54não tem mais de metade
12:55de impostos.
12:56Não tem mais de metade
12:57Obrigado.
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