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00:00Olha só, a taxa de juros caiu meio ponto percentual, hein? É isso?
00:08É isso, Felipe. Boa noite. Taxa de juros, nova taxa Selic, 13,25 ao ano a partir de amanhã.
00:17Já decisão dividida, como esperado.
00:19Mas quem definiu em prol ou a favor de 0,5 ponto percentual? Roberto Campos Neto, aquele cidadão que agora deu um nó na cabeça do nosso querido Mr. L.
00:37Só para manter a brincadeira do Mr. L é, é, Mr. L, quero ver como você vai sair dessa.
00:44E é isso, 13,75 votaram a favor aqui da redução de 0,75 o Campos Neto, Roberto Campos Neto, Ailton Aquino de Santos, que era o indicado do presidente Lula,
00:59Carolina de Assis Barros, Gabriel Murica Galípolo, outro indicado de Lula, e Otávio Ribeiro Damaso.
01:06Quem assistiu hoje o meio-dia e o Morning Call vai lembrar lá que eu falei que tinham quatro pessoas que eu achava que votavam no 0,25.
01:16Gabaritei, Diogo Guilhem, Fernanda Guardado, Renato, Renato Gomes, Renato Brito Gomes e Maurício Moura foram os quatro que ficaram em 0,25.
01:27Outra coisa que já tem no comunicado, houve essa discussão, esses quatro queriam 0,25, os outros cinco.
01:34O Roberto Campos é o último a votar, então quando chegou nele estava 4 a 4 e ele então decidiu pelo corte de 0,50.
01:43Mais que isso, todos, e aí unanimemente todos, disseram que se a inflação continuar convergindo para a meta,
01:53como tem se apresentado nos últimos dados, as próximas reuniões também devem ter cortes de 50 pontos base, 0,5 ponto percentual.
02:04Aí você aproveita e dá os números da Mega Sena que estão em 50 milhões de reais, que a gente chama de o imposto sobre a esperança, né?
02:13Que o brasileiro vai lá fazer a sua fezinha, entregar o dinheiro para o Estado naquela esperança com uma probabilidade muito remota de conseguir algum retorno, né?
02:22Mas como eu ironizei, teve até gente repercutindo na rede social, no rádio, Rodrigo, mesmo sendo uma hipótese muito remota de você acertar os seis números da Mega Sena,
02:33talvez seja a maior probabilidade de você ter um imposto, né?
02:37Claro que é um imposto sobre a esperança, algum retorno.
02:41Algum retorno de imposto, eu pensei exatamente nisso.
02:43Porque o resto, o resto não tem retorno, o resto é esse dinheiro que vai aí para os assessores, para os políticos, para os familiares deles, para os aliados,
02:52num retorno em serviço público de qualidade para a população brasileira.
02:56Agora, eu vi a entrevista do Alberto Ramos, estava tentando puxar aqui o nome dele, que é o diretor de pesquisa macroeconômica para a América Latina do Goldman Sachs,
03:06o Grupo Financeiro Internacional, falando do pouso suave que o Banco Central conseguiu, falando da decisão acertada de adiar a redução da taxa de juros,
03:16portanto, aguardando ali um ambiente em que fosse sustentável.
03:22Quer dizer que essa medida não gerasse um aumento repentino novamente da inflação, como já aconteceu no passado no país.
03:31É claro que para a política e para a politicagem, para a disputa de narrativa, isso não significa nada.
03:37Mas você viu em todo esse processo realmente um certo controle da inflação e agora um ambiente mais cômodo para que houvesse essa redução?
03:50Sim, na minha opinião, sim.
03:52Ainda há riscos, no comunicado do Copom eles falam isso, também tem riscos ainda de retomada da inflação,
03:59a inflação de serviços ainda está muito difícil de ser controlada, ela demora muito para convergir,
04:06mas a gente tem indícios macroeconômicos e até do exterior, uma desaceleração econômica no mundo,
04:15que ajudam o Banco Central Brasileiro, pelo Banco Central Brasileiro ter sido a vanguarda da política monetária mundial.
04:27Não à toa, o Roberto Campos acabou recebendo em nome do Banco Central alguns prêmios nesses últimos anos.
04:33O Banco Central Brasileiro foi um dos primeiros a baixar os juros, acabou baixando um pouquinho até demais para o segundo alguns,
04:41e foi o primeiro a retomar os juros na velocidade que retomou.
04:45E agora era esperado, inclusive no exterior, que o Banco Central Brasileiro também fosse um dos líderes dessa retomada do ciclo de baixa de juros.
04:55Uma coisa só importante de destacar aqui no comunicado é que, eu achei que, eu não sei se foi o Roberto Campos Neto,
05:02eu sou uma das pessoas que sempre falei, e o Roberto Campos, o SN sempre defendia isso nas entrevistas,
05:11ele falava que eu sou um voto de nove, não quer dizer que o resultado seja o que eu quero,
05:16eu sou uma das vozes lá dentro.
05:19Mas tem um aceno aqui ao governo e uma tentativa, uma segunda tentativa,
05:26o Roberto Campos já tentou fazer isso lá no começo do ano, tentando agora de novo, pelo menos aparentemente,
05:31que é, ele fala o seguinte, um dos parágrafos aqui, o Banco Central fala o seguinte,
05:34o comitê avalia que a melhora do quadro inflacionário, refletindo em parte os impactos defasados da política monetária,
05:42aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos,
05:46após a decisão recente do CMN de manter a meta de inflação onde estava, quer dizer,
05:53falando, olha, lembra que eu avisei vocês, porque isso deve ter rolado nessa conversa,
05:58olha, não mexe na meta de inflação como o Mr. L está querendo, porque isso vai fazer o carrinho descarrilhar.
06:05Não mexeram, Haddad apostou em Roberto Campos Neto,
06:09Roberto Campos Neto meio que devolveu agora com esse corte de 0,50.
06:13Porque Lula, o Mr. L, ou como eu chamo agora o Moisés de Atibaia,
06:18depois que o Flávio Dino comparou a Moisés,
06:21ele deu aquela declaração, Rodrigo, para lembrar o espectador que não se lembra,
06:25é de que se a gente não atinge a meta, muda a meta.
06:29É isso, ia fazer uma maratona de 10 quilômetros.
06:33Então, às vezes, você tem uma meta de inflação,
06:35ah, não, se não vai atingir e tal, vamos mudar a meta.
06:39Quer dizer, em vez de trabalhar para atingir aquela meta,
06:41que é aquilo que o Roberto Campos Neto está buscando com essa gestão do Banco Central,
06:46o Lula queria mudar.
06:47Mas o que você está dizendo é que o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
06:50ele falou assim, não, vamos deixar e tal.
06:53Fica aí, Lula, fazendo a sua retórica, etc.,
06:57mas vamos deixar um pouquinho lá na frente, quem sabe, caia esse jogo.
07:00Eu tenho para mim que o Haddad não entende muito de economia, sabe?
07:04De verdade, nada contra, viu, ministro?
07:06Sabe que o senhor mora no meu coração.
07:09O Haddad não é um cara exatamente muito afeto a esse tipo de discussão,
07:14mas ele tem ouvido muito, tanto o Banco Central, quanto o Galípolo,
07:20e muita gente do mercado financeiro.
07:22O Haddad se reúne com frequência com banqueiros e gente do mercado financeiro,
07:28tanto que ele reclamava numa reunião no fim de semana passado agora,
07:32de que enquanto o mercado financeiro apostava em um corte de 0,50,
07:37os economistas de banco, inclusive do Banco do Brasil, apostavam em 0,25
07:43e que essas pessoas, e aí ele repete quase um adagio do mercado financeiro,
07:51que é, não, a gente aqui está colocando o nosso dinheiro de verdade,
07:56colocando o dinheiro, o bolso onde a boca está.
07:59E o economista-chefe de banco só fala o que quer nos modelos dele,
08:03e o Haddad reclamava disso.
08:06Então ele acaba ouvindo e parece que tem aprendido uma coisa ou outra
08:13e conseguido segurar esse afã do Lula que procura sempre honrar
08:20esse slogan do governo federal, que é o Brasil voltou ao passado.
08:26E apesar da retórica lulista, os petistas como o Haddad sabem
08:31que não é muito bom para eles ficar com o poder econômico do país
08:37contrário a eles.
08:39Eles gostam de estar perto de quem tem grana, né?
08:43E só para explicar para a parte dos espectadores
08:47que não é muito ligada à economia.
08:50O que acontece agora?
08:52Quer dizer, a taxa de juros caiu meio ponto, mas ela ainda é alta.
08:56Muito alta.
08:57Mas, então, assim, até que ponto isso melhora o ambiente?
09:01Porque o que o governo quer quando ataca o Banco Central por não reduzir
09:06é mais popularidade no sentido de que vai ter mais facilidade
09:10para haver crédito, empréstimo, consumo, etc.
09:13Essas coisas vão ser alcançadas agora ou mesmo assim continua difícil?
09:17Não, continua bem difícil.
09:19Na verdade, assim, como a taxa de juros realmente é muito alta,
09:22você tem um tempo para a economia real reagir à taxa de juros.
09:28O Banco Central estima isso aí entre 12 meses e 18 meses.
09:32Então, assim, na verdade, agora é que a gente está começando a sentir os 13,75.
09:37O que muda, na verdade, a partir de agora, o que muda já,
09:41são as expectativas.
09:43Isso pode parecer pouca coisa, mas isso afeta tudo o que vai acontecer daqui para frente.
09:49O empresário começa a entender ou imaginar que ele vai ter mais consumo,
09:54então ele se arrisca mais para pegar um empréstimo,
09:57tentar aumentar ali a capacidade de produção dele,
10:01empregar mais gente.
10:02E é isso que vai mudando paulatinamente.
10:05Não tem, não vai mudar a taxa do juros do cartão de crédito.
10:08Eu imagino que lá no Maga Lula, a sócia do Lula, a Luz Atrajano,
10:13não vai mudar muito do crediário que ela cobra lá, naquele carnezinho gostoso,
10:19mas, de qualquer forma, você muda as expectativas.
10:22O mercado financeiro, como ele trabalha com um pé no futuro,
10:26provavelmente vai reagir muito bem a isso amanhã,
10:29até porque hoje, durante o dia, o mercado tinha reduzido as apostas
10:34em um corte de 0,5 ponto percentual.
10:37Então, amanhã, provavelmente, bolsa para cima,
10:40juros futuro para baixo e dólar, provavelmente, para cima também,
10:44porque o dólar acaba se fortalecendo.
11:04Então, amanhã, provavelmente, vai ser um corte de 0,5 ponto percentual.

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