Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • ontem
Apoie o jornalismo independente. Assine o combo O Antagonista + Crusoé: https://assine.oantagonista.com/

Siga O Antagonista nas redes sociais e cadastre-se para receber nossa newsletter https://bit.ly/newsletter-oa

Leia mais em oantagonista.uol.com.br | crusoe.uol.com.br

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Vamos ver um pouquinho do depoimento do Gonçalves Dias, porque, de fato, como o Wilson acabou
00:08de dizer, ele afirmou que a polícia militar do Distrito Federal foi ineficaz no dia da invasão
00:14e também disse que se ele pudesse voltar no tempo, agiria de forma diferente no 8 de
00:21janeiro, teria sido mais alerta e mais duro.
00:26Vamos ver o vídeo e daí você já entra comentando.
00:28Tendo conhecimento agora da sequência dos fatos que nos levaram até aquelas agressões
00:36de vândalos e também da ineficiência dos agentes que atuavam na execução do Plano
00:43Escudo, aprovado com a coordenação de diversos órgãos civis, militares e de segurança pública.
00:51Seria mais duro do que fui na repressão.
00:54Faria diferente o consórcio de ações e inações das forças policiais da Polícia Militar do
01:03Distrito Federal, que não foram eficazes no cumprimento das atividades sob sua responsabilidade
01:11previstas no protocolo de ações integradas.
01:14Então, a gente tem dois personagens em posições muito diferentes dizendo basicamente a mesma coisa.
01:29um é o presidente da CPMI, dizendo que houve apagão.
01:35Outro era um dos principais responsáveis pela segurança no 8 de janeiro, dizendo que houve apagão.
01:45um, o primeiro, Arthur Maia, não tinha responsabilidade direta nenhuma sobre os acontecimentos.
01:54Gonçalves Dias não estava lá, envolvido no centro dos planejamentos que poderiam ter evitado esse acontecimento.
02:06Então, Madá, um é diagnóstico, o outro é confissão de culpa.
02:10Como é que você avalia essas duas declarações?
02:16Primeiramente, não tem explicação para o que aconteceu ali.
02:21Eu nunca vi, até procurei depois se há na história algum registro de alguma situação
02:30em que os prédios dos três poderes de alguma nação, não estou nem falando só das grandes, das pequenas,
02:38foram invadidos sem um tiro.
02:42Não tinha, assim, uma bazuca, um lança-chamas, um tanque, drone dando tiro e invadiram.
02:50Isso não tem explicação.
02:52Isso não tem.
02:53Isso eles vão tentar explicar, não vão conseguir.
02:55Porque, depois do Flávio Dino ontem, dá para a pessoa falar...
03:00Ai, até me perdi aqui.
03:02Depois do Flávio Dino ontem, dá para a pessoa falar o que quiser, Grael.
03:06Ele pode falar o que ele quiser.
03:08Porque, assim, essa história do Flávio Dino com as imagens, ter ficado isso por isso mesmo,
03:14é um absurdo, um escracho.
03:17O escracho, ele falando como se estivesse falando, sei lá, da imagem do meu condomínio,
03:23da imagem do Mercadinho da Esquina, até Mercadinho da Esquina, quando tem um furto,
03:30se chega lá a polícia, pede a imagem do dia do furto, eles sabiam que teve o furto e apagaram, dá encrenca.
03:37O Flávio Dino chega lá e fala assim, ah, não, apagou porque não fica guardado.
03:41Precisa tirar o crack do roteirista do Brasil.
03:44Porque o Brasil, quieto, depois disso, dá esse depoimento desse general.
03:50Isso que ele está falando, essa versão do apagão, com toda sinceridade, com toda sinceridade,
03:57ele não quer encrenca com ninguém, né?
03:59Ele já viu, acho que depois que ele viu o Flávio Dino ontem, ele falou, gente, acabou,
04:05não tem nada mais que possa ser feito, não é para apurar porcaria nenhuma,
04:10deixa quem está preso, está preso, já se ferrou, pronto, acabou, vai ficar por aqui mesmo.
04:15E aí o general vai lá e fala, ah, eu faria diferente, por que isso, por que aquilo?
04:22Eles estão aí numa operação abafa, claramente.
04:25Os dois, né? Cada um com os seus motivos particulares.
04:30Um, porque foi filmado lá dentro do negócio, essa imagem só se tornou pública,
04:34porque a imprensa foi atrás, e a gente não tem clareza nenhuma do governo federal
04:40a respeito das coisas que estavam acontecendo ali.
04:43Eu acho que já está no escracho, né? Já está no...
04:47Todo mundo já soltou a mão de todo mundo aí.
04:50É, essa história do Gonçalves Dia, esse depoimento do Gonçalves Dia hoje,
04:54Gonçalves Dias hoje, é muito triste, né? É muito triste.
04:58Ele mencionou algo importante, para que se compreenda direito essa história,
05:04que é o tal do Plano Escudo.
05:07O que é o Plano Escudo?
05:09É um plano que prevê diversos círculos de segurança
05:13em torno ali dos prédios mais importantes na nossa administração pública.
05:19E ele envolve várias instâncias, como disse o Gonçalves Dias na fala dele,
05:28que vão da Polícia Militar do Distrito Federal
05:30até batalhões do Exército, batalhões de segurança dos próprios prédios,
05:37ou seja, é uma concatenação de forças
05:40que devem ir protegendo os prédios, o espaço da Praça dos Três Poderes,
05:45em círculos que vão retrocedendo, até você chegar na porta ali
05:50do Palácio do Planalto, do Congresso, da STF, né?
05:55Esse plano foi traçado.
05:58O fato do plano ter sido traçado antes do 8 de janeiro
06:03já é um indício importante de que existia ali no ar, né?
06:09Para as autoridades de segurança, a informação, a impressão, a sensação
06:18de que algo grave poderia acontecer naquele dia.
06:22Ou seja, esse lero-lero de que fomos todos pegos de surpresa, não bate.
06:29Porque eles foram lá e tiraram da gaveta o Plano Escudo para dar uma olhada.
06:33Bom, vamos ver. Só que daí o plano não foi executado no dia 8 de janeiro.
06:42Não foi executado a contempo.
06:46Daí tem uma responsabilidade, que é da PM do Distrito Federal,
06:51que é o círculo mais distante ali dos prédios.
06:57É a primeira linha de combate.
06:59A gente viu inúmeras vezes essas cenas dos manifestantes chegando
07:04até aquelas grades que estavam colocadas,
07:07meia dúzia de policiais, meia dúzia de gato pingado,
07:10falando, não, não entra não, tal, e os caras passando por cima das grades, certo?
07:15A partir dali deveria haver outros bloqueios que também não funcionaram.
07:22E daí você vai se aproximando da responsabilidade
07:25que é do senhor Gonçalves Dias.
07:28E daí ele dá uma declaração que é uma espécie, a meu ver, sim,
07:34uma espécie de confissão de culpa.
07:37Ah, hoje, olhando em retrospecto, eu teria agido de maneira mais dura.
07:45Ou seja, ele não levou a sério, em primeiro lugar, o seu dever.
07:53Não é que ele não levou a sério informações, ele não levou a sério o seu dever.
07:56Se isso já é sério, se isso já é ruim para nós, civis,
08:01que recebemos uma atribuição no trabalho ou qualquer coisa assim, né?
08:04Quem não presta atenção no seu dever já se dá mal.
08:08Imagine só para um cara com a cabeça de um militar,
08:11chegou ao topo da carreira militar, general.
08:15O cara não levou a sério o dever.
08:16É um espanto, né?
08:19E não cobrou dos outros também.
08:21E também, ao que tudo indica, fizeram ali um corpo mole, deixaram para lá.
08:27Então, assim, a ideia do apagão de segurança...
08:32Apagão parece que é acidente, né?
08:37Mas a gente precisa pôr um pouco mais de peso nessa palavra apagão.
08:41Não sei se você, Wilson, e você, Madá, concordam comigo.
08:45Não foi um acidentezinho que aconteceu.
08:49Foi uma coisa muito grave que deixou pelados na praça, vamos dizer assim, os três prédios.
08:55Os três centros de poder da nossa república.
08:58Ficaram pelados na praça.
09:00E não foi só por susto, por imprevidência.
09:03Parece que teve uma mistura de incompetência, imprevidência e caso pensado.
09:10Né? E caso pensado.
09:12Essa história de apagão é porque o presidente da CPI já viu que ninguém está afim de investigar nada.
09:18Que a pessoa pode falar as maiores barbaridades.
09:21Que ninguém vai atrás.
09:23Que ninguém vai mover uma palha.
09:25E ele está querendo fazer isso que você falou, Graeme.
09:27Está querendo relativizar.
09:29Apagão da segurança é se todo mundo tivesse tido um piriri e não pudesse trabalhar.
09:33Ah, isso é um apagão da segurança.
09:35Fora isso, eu não sei. O que é apagão de segurança?
09:37Isso aí não existe não.
09:39Não tem apagão.
09:40Ah, e apagou.
09:41Foi uma falha.
09:42Uhul, tiraram o soldado da tomada.
09:46Ele é um passa-muleque que ele está dando.
09:49Porque segurança não tem apagão.
09:51Segurança pode ter falha.
09:53E eu não entendo que haja direito a falha.
09:56Quando você é de uma força de segurança.
09:58Não entendo assim.
10:00Ninguém botou arma na cabeça para ele virar da força de segurança.
10:03Ele virou porque quis.
10:04Ele assumiu uma obrigação.
10:05E ele tem a obrigação de dar conta.
10:07O erro para mim, a falha para mim, já tem a culpa.
10:12Agora, se não foi só a falha, é pior ainda.
10:16E a gente vê, né, como os parlamentares são hábeis.
10:19Ele chama um negócio desse de apagão.
10:22Apagão.
10:22É como assim, cortou um fio.
10:24Não dá, né?
10:26Não dá.
10:27Mas tem uma grande chance de colar essa tese, eu acho.
10:31Depois, olha, Graeme, depois que eu vi do Flávio Dino ontem,
10:34eu já estou me conformando que eu vou morrer sem saber o que aconteceu nesse dia.
10:57Tchau.
10:58Tchau.
10:59Tchau.
11:00Tchau.
11:01Tchau.

Recomendado