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Presidente não contém lágrimas em evento das Forças Armadas | Papo Antagonista
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00:00
Vou falar do Bolsonaro.
00:02
Você escreveu hoje sobre o Bolsonaro
00:04
e a gente tem o vídeo dele
00:07
num evento lá, militar, chorando.
00:14
A gente tem aí, Joelto.
00:30
Ao vivo do Clube Naval de Brasília,
00:46
vamos acompanhar, portanto, essa cerimônia.
00:56
Então, Duda, olhando essa cena, né?
00:59
Você fez uma pergunta interessante.
01:02
O Bolsonaro ficou menor do que o bolsonarismo?
01:07
Vai lá.
01:08
É uma cena forte, né?
01:10
Porque ele ganha um abraço e desata chorar.
01:14
Parece que a coisa estava muito perto de acontecer, né?
01:18
Que qualquer gatilho você sai chorando.
01:21
Então, o antagonista colocou isso.
01:25
Uma matéria, acho que foi hoje de manhã, né?
01:27
Que tem pessoas próximas ao Bolsonaro
01:30
que estão dizendo que ele está com depressão, né?
01:33
A gente sabe que ele está saindo muito pouco
01:36
do Palácio da Alvorada.
01:40
Foram três eventos militares nos últimos dez dias,
01:44
mas ele não discursa, então ele não fala.
01:48
Ele, de fato, está com uma ferida na perna.
01:51
Eu acho que o Carluxo publicou uma...
01:53
Gostou a minha imagem.
01:55
Agora, a questão aí, Graeb, é que eu acho que ele realmente...
02:02
Existe uma demanda da parte das pessoas que votaram nele,
02:07
58 milhões de brasileiros, né?
02:11
Existe uma demanda do pessoal que está na frente dos quartéis ainda,
02:15
ou do pessoal que não quer, que está com medo do que o PT vai fazer
02:18
com o Haddad, com o que que vem aí,
02:21
de que é por líderes políticos que peguem e façam
02:26
essa crítica que a gente fez na capa da Cruzoé, né?
02:30
Que façam oposição, que estejam ali confrontando, né?
02:34
E o Bolsonaro está se esquivando disso.
02:36
Ele não está falando, ele não está saindo.
02:39
Você colocou, ele queria que perdeu a eleição
02:43
e já saísse para o outro assumir-se.
02:46
Ele quer sair logo, né?
02:48
E aí, o que acontece é que esse movimento de apoiadores dele,
02:53
quer dizer, ele ficou menor que o bolsonarismo, né?
02:57
Essa que é a ideia, né?
02:59
Não está...
03:01
Ele foi o cara que juntou várias correntes políticas,
03:04
então formou essa coisa do bolsonarismo,
03:07
fez um pouco o que eu, comparando aqui com os Estados Unidos, né?
03:11
O Ronald Reagan, lá nos anos 80,
03:14
ele junta o pessoal que defendia armas,
03:17
o pessoal que era contra o aborto
03:20
e o pessoal liberal na economia,
03:22
e isso vira os republicanos, né?
03:24
Então, é que você junta vários grupos.
03:27
Na hora que o Bolsonaro não assume esse papel
03:30
que se espera dele,
03:31
o que a gente pode fazer é uma entrevista,
03:34
essa nota que eu fiz com o José Niemeyer, né?
03:37
Que é um cientista político.
03:39
Quando o Bolsonaro não assume essa postura que se espera dele,
03:44
essas alas podem se separar, né?
03:47
Não faz muito sentido o pessoal que é mais liberal na economia,
03:50
tipo o Paulo Guedes,
03:51
entrar, defender um movimento que é contra o aborto, né?
03:59
Vamos lembrar que o Paulo Guedes,
04:04
no auge ali da pandemia,
04:06
quando tinha um bullying quase dentro do governo
04:08
para que ninguém usasse máscara,
04:10
ele aparecia de máscara nos eventos do...
04:13
O Paulo Guedes, ele tem lá o ideário ultraliberal dele,
04:18
mas ele nunca sentiu muito a vontade
04:19
com algumas pautas do bolsonarismo, né?
04:22
Ele usava máscara, ele achava que tinha que usar e usava.
04:24
Não acompanhava as ideias mais.
04:28
É, e muitos também votaram no Bolsonaro
04:32
por ser antipetista, né?
04:33
Contra a corrupção.
04:35
Então, assim, a hora que ele não corresponde
04:39
a essa expectativa,
04:41
ele diminuiu de tamanho
04:43
e o bolsonarismo, no fim, vai acabar meio que...
04:46
Corre esse risco de acabar meio que se fragmentando, né?
04:50
Uma vez que ele era o que unia isso aí tudo.
04:54
É, como diz aquele chavão, né?
04:55
Não existe vácuo na política, né?
04:58
Ou no poder.
05:00
Se alguém não ocupa o espaço que está ali aberto, né?
05:05
Outra pessoa, outra liderança vai ocupar.
05:08
Agora, existe essa liderança, né?
05:12
Eu faço só uma observação.
05:14
Eu acho que, assim, no começo,
05:16
existia um propósito até
05:20
no fato do Bolsonaro dar um passo atrás.
05:26
Acho que teve um momento ali no comecinho
05:28
que começou a...
05:32
existia uma conversa entre os manifestantes.
05:37
Isso tinha toda a cara de ser orquestrado, né?
05:40
De não ser uma coisa espontânea.
05:41
No sentido de que não é bom que o Bolsonaro fique afastado mesmo
05:48
porque a gente quer demonstrar
05:49
que esse é um movimento espontâneo
05:51
das massas brasileiras
05:54
que estão pedindo ajuda para as forças armadas.
05:59
Ou seja,
06:00
quiseram blindar ali o Bolsonaro
06:03
da ideia de que ele estaria pressionando
06:06
as forças armadas para que elas entrassem no jogo.
06:08
Só que já passou mais de um mês, né?
06:13
E agora, esse silêncio que se prolonga
06:16
e que vai sendo acompanhado por imagens como essa, né?
06:20
Que mostram um cara fragilizado,
06:23
um cara que parece que perdeu completamente
06:26
a conexão com o cargo dele,
06:30
que parece que não tem mais energia
06:32
para governar e para fazer nada.
06:34
Daí, realmente, né?
06:35
Não dá mais para achar que isso é tudo
06:39
orquestrado e de caso pensado, né?
06:42
Exato.
06:42
Acho que no começo, concordo com você.
06:44
Esse silêncio dele
06:45
imaginou-se que seria uma estratégia.
06:49
Mas na hora que a gente vê ele lacrimejando
06:52
na frente de um monte de fardado ali, né?
06:55
É uma situação super constrangedora.
06:57
Dá para ver que realmente é uma coisa
06:59
não calculada, né?
07:02
Ele realmente deve estar super abatido.
07:04
É pessoal, né?
07:05
É um problema pessoal mesmo.
07:08
Enfim, e é isso, né?
07:11
Interessa muito o reflexo que isso vai ter daqui para frente.
07:16
Não me lembro se foi você
07:17
ou se foi o cientista político que você entrevistou.
07:21
Ele fala que, por exemplo, o Tarcísio
07:22
ele não tem as características pessoais
07:26
para fazer essa fusão ali, né?
07:30
Das pautas econômicas
07:32
com as pautas mais conservadoras de costume, né?
07:36
É.
07:38
Outros nomes também da direita, né?
07:41
O Zema.
07:42
O Zema.
07:43
Também não é um cara que traz essa pauta de costumes, né?
07:47
Não.
07:48
Eduardo Leite, também...
07:50
Bom, Eduardo Leite é mais terceira via, né?
07:52
É mais um...
07:53
É.
07:54
Mas, enfim...
07:55
Mas, enfim...
07:55
São pessoas mais parecidas
07:58
com a centro-direita tradicional
08:01
que sempre foi muito preocupada
08:03
com o tema econômico.
08:06
Econômico, né?
08:07
Com a abertura de mercado
08:08
com responsabilidade fiscal
08:11
enfim
08:12
os temas tradicionais, né?
08:15
Da época do PSDB e tudo mais.
08:17
Novidade que o Bolsonaro trouxe
08:19
acho que é muito bem observado
08:20
foi conseguir casar essa pauta
08:23
que já existia
08:24
com uma pauta de costumes
08:27
que estava marginalizada, né?
08:29
É.
08:29
E...
08:31
Não parece ter uma pessoa
08:33
no mercado
08:34
nesse momento
08:35
com...
08:36
a força
08:39
pessoal, simbólica
08:42
sei lá eu
08:42
como dizer
08:43
que o Bolsonaro teve, né?
08:45
Não enxergo esse personagem.
08:47
Também não.
08:48
E ele é isso.
08:50
Ele conseguiu ser muito bem sucedido
08:52
tendo em vista
08:54
as circunstâncias
08:55
que haviam
08:56
em 2018
08:58
Lula preso
08:59
ranço antipetista
09:01
anticorrupção
09:02
essa...
09:04
essa grande parcela
09:06
da população brasileira
09:07
conservadora
09:09
no costume
09:09
que nunca tinha tido
09:10
alguém realmente falando
09:12
representando eles
09:14
contra o aborto
09:15
e contra o LGBT
09:16
e tudo mais
09:17
então assim
09:18
ele consegue unir
09:19
essas pessoas
09:20
que não tinham
09:22
representante
09:23
com o ranço antipetista
09:25
e a necessidade
09:26
de uma economia
09:29
mais liberal, né?
09:30
porque ficou evidente
09:31
que a privatização
09:34
só fez bem ao Brasil
09:36
e a gente tinha
09:37
governos
09:38
petistas
09:39
que eram contra isso, né?
09:41
Que defendia também
09:42
a reforma trabalhista
09:44
então assim
09:44
uma coisa
09:45
meio
09:45
apoiar a economia
09:47
baseada
09:47
nas evidências
09:48
né?
09:49
Também a gente
09:49
então esse cara
09:51
meio que fez tudo isso
09:52
Exato
09:53
É, só que agora
09:54
a situação que a gente
09:55
está vendo
09:56
é triste, né?
09:57
Ele chorando aí
09:59
Enfim
10:00
o Lula
10:02
não é a Dilma
10:03
o que eu quero dizer
10:04
com isso
10:04
é que a Dilma
10:05
era uma política
10:06
não era
10:07
uma pessoa da política
10:08
ela era muito ruim
10:10
em todos os sentidos
10:12
o Lula é mais habilidoso
10:14
ele sabe
10:15
o que ele está fazendo
10:16
né?
10:17
Você pode gostar
10:18
ou não
10:18
mas é uma pessoa
10:19
que sabe fazer política
10:21
Se tiver um governo
10:23
bem sucedido
10:24
nos quatro
10:25
próximos anos
10:26
né?
10:27
O tal ranço
10:28
antipetista
10:29
pode não existir
10:31
ou está reduzido
10:33
daqui a quatro anos
10:34
O que eu quero dizer
10:35
com isso
10:35
que se torna
10:36
mais difícil
10:37
mobilizar
10:39
a emoção
10:40
das pessoas
10:41
como ele conseguiu
10:42
fazer em
10:43
2018
10:44
e conseguiu
10:44
de certa forma
10:45
fazer em 2022
10:46
também, né?
10:47
Então as
10:48
circunstâncias
10:49
para uma candidatura
10:50
de direita
10:51
em 2026
10:52
podem ser mais
10:54
complicadas
10:55
do que a dessas
10:56
últimas duas eleições
10:57
né?
10:58
Então é
10:59
mais isso
11:00
a se levar em conta
11:01
né?
11:01
Vai depender muito
11:02
do desempenho
11:03
do Lula
11:04
Exato
11:04
Quanto que o Lula
11:05
vai querer
11:05
repetir
11:07
os mesmos erros
11:08
do passado
11:09
ou se ele vai
11:11
optar por um governo
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é
11:13
mais sembrado
11:14
é
11:15
mais sembrado
11:16
isso aí
11:16
e com uma
11:17
uma frente maior
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uma frente ampla
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e tudo mais
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