Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • hoje
O plano de reduzir tributos para a venda de carros com preços populares, anunciado na quinta pelo governo Lula, é um “desastre” que não deu certo no passado, disse o economista Samuel Pessôa ao Estadão.

“Acho isso um desastre. Se eu tivesse de fazer essa medida, faria diferente. Eliminaria o requerimento de conteúdo nacional e deixaria trazer peças de fora e montar (o carro) no Brasil, mas com meta de exportação. O problema da indústria brasileira é que a economia globalizou, e uma planta, para ser eficiente, tem de produzir pelo menos 300 mil unidades do mesmo modelo por ano”, disse.

Cadastre-se para receber nossa newsletter:
https://bit.ly/2Gl9AdL​

Confira mais notícias em nosso site:
https://oantagonista.uol.com.br/
https://crusoe.uol.com.br/

Acompanhe nossas redes sociais:
https://www.fb.com/oantagonista​
https://www.twitter.com/o_antagonista
​https://www.instagram.com/o_antagonista
https://www.tiktok.com/@oantagonista_oficial

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Vai ter uma chance pra você, você cidadão brasileiro,
00:04comprar um carrinho popular por míseros 60 mil reales, né?
00:10Olha que beleza.
00:11Talvez.
00:12Talvez, porque na verdade, o governo diz que é no máximo 10%,
00:17o carro custa 70, então 10% de 77, 70 menos 7, 63,
00:24então o carro custa 60 mil, vai, um pouquinho mais, um pouquinho menos.
00:27Mas também o Haddad falou que é só durante quatro meses agora
00:31e que o impacto não vai ser aqueles 8 bilhões, vão ser 2 bilhões.
00:35Vamos dar uma olhada nessa história aqui.
00:38O economista Samuel Pessoa disse que é um desastre esse plano dos carros populares.
00:45E, na verdade, é mesmo.
00:47O Brasil, como diz aí o slogan da presidência, o Brasil voltou, voltou ao passado.
00:53A gente continua tomando as mesmas medidas que não deram muito certo
00:58pra tentar resultados diferentes, né?
01:02O que é a definição de loucura, né?
01:06Então você toma as mesmas medidas e acha que o resultado vai ser diferente.
01:10Estamos, novamente, escolhendo setores da sociedade e dando benefícios.
01:16Na contramão do que dizíamos que estaríamos fazendo,
01:19segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
01:21E aí está o seguinte, o Samuel Pessoa está dizendo o seguinte.
01:26Aqui, ó.
01:27Acho isso um desastre.
01:28Se eu tivesse de fazer essa medida, faria diferente.
01:31Eliminaria o requerimento de conteúdo nacional
01:32e deixaria trazer peças de fora e montar o carro no Brasil,
01:36mas com meta de exportação.
01:38O problema da indústria brasileira é que a economia globalizou.
01:40E uma planta, para ser eficiente,
01:43tem de produzir pelo menos 300 mil unidades do mesmo modelo por ano.
01:47E fala ele aqui mais um pouquinho na coluna dele lá no Estadão.
01:52Ouvi gente dizendo que essa política está mais bem desenhada.
02:00Tem contrapartidas de tecnologia, conteúdo nacional,
02:04mas as últimas políticas para o setor,
02:05e que não deram certo, como Inovar Alto e Roto 2030,
02:09já tinham cláusulas de eficiência energética,
02:11de conteúdo local, estímulo à pesquisa e desenvolvimento.
02:15Não tem nenhuma novidade no desenho.
02:17Vão fazer mais do mesmo.
02:20Eu concordo em gênero, número e grau.
02:22Para o Samuel Pessoa, é muito bom quando a gente concorda
02:24com gente mais inteligente que a gente.
02:26Porque discordar é que é difícil.
02:28Mas eu faço isso de vez em quando, vocês já viram aqui.
02:32E aí, obviamente, tem uma influência dos lobbies setorizados
02:37para baixar o preço do carro.
02:39O economista e sócia da tendência e consultoria
02:44critica a escolha de setores.
02:46E aí, de novo, por que o setor...
02:48Aqui, a Alessandra Ribeiro, economista e sócia da tendência e consultoria.
02:52Por que o setor automotivo?
02:54Por que não de eletrodomésticos, de linha branca,
02:56que já fizeram também?
02:57Por que não a construção civil, que também já fizeram?
02:58Por que não o setor de serviços, que emprega muita gente?
03:00Isso só mostra a influência dos lobbies organizados.
03:03Com o poder, vocês conseguem capturar muito mais o governo para si.
03:07Agora, você dizer que você vai ajudar o pobre,
03:10baixando o valor de um carro de 70 para 60 mil reais.
03:17Vai dar o quê? Uns 20 e poucos salários mínimos.
03:20Então, dois anos de trabalho para quem ganha um salário mínimo.
03:25Baixando o preço do carro popular nesse nível,
03:28durante quatro meses, quer dizer, não dá nem para o cara se planejar.
03:30Não faz nenhum sentido para o pobre.
03:35Mas, para quem monta carro, para as montadoras,
03:39talvez consiga melhorar um pouquinho a margem aí, né?
03:42Os caras tiveram probleminha durante a pandemia,
03:45não venderam tanto, aquela coisa.
03:46Então, precisam recuperar o caixa deles.
03:48Por que não ajudá-los, né?
03:51Prestem atenção no que eles fazem e não no que eles dizem.
03:55Aí, diz o Haddad que o plano dos carros será temporário,
04:00que a renúncia fiscal vai ser só de 2 bi.
04:07Não, maestro.
04:08O maestro está dizendo que é ruim,
04:10que eu estou falando que é ruim pagar preço menor.
04:12Claro que não.
04:13É ótimo pagar preço menor.
04:14Mas quem está financiando o preço menor, meu querido?
04:17Todos os brasileiros.
04:19Quem consegue comprar esse carro de 60 mil?
04:22Muito poucos brasileiros.
04:24Esse é o ponto.
04:25Você está tirando do mais pobre para dar para a classe média.
04:30Pense nisso.
04:31Porque quem compra carro popular não é o Ribo.
04:35Correto?
04:37Carro popular é para a classe média.
04:39A classe média é baixa.
04:41E o pobre sustenta tudo isso com o imposto que ele paga.
04:44É disso que nós estamos falando.
04:48Mas a gente está aí.
04:49O Haddad, então, falou que vai ser temporário.
04:53Ele está dizendo que vai ser um projeto para quatro meses, mais ou menos.
04:56E que a renúncia fiscal será cerca de 2 bilhões.
04:59Isso já foi 8 bilhões.
05:00Agora está em 2 bilhões.
05:01E hoje você vai ver em jornais aí 500 milhões,
05:04400 e poucos milhões por ano.
05:06Mas como serão só quatro meses,
05:07então serão a micharia 500, 600 milhões em tese.
05:12É um projeto curto no tempo.
05:13Este ano, para acomodar essa transição de falta de crédito e pátios lotados.
05:19Meu amigo, é aquilo que eu digo que a gente fica beneficiando a ineficiência.
05:24Meu caro, se você está com o pátio lotado, baixa o preço do carro.
05:28Ponto.
05:29Ah, mas tadinho do empresário.
05:32Não tem tadinho.
05:33Esse é o risco que ele corre.
05:34É ele que escolhe isso.
05:37Se ele está com um monte de carro parado lá, o preço do carro tinha que estar caindo.
05:40Não, a gente não tinha que estar dando benefício para ele.
05:44Certo, maestro?
05:44Você que é um cara que defende aí os mais pobres,
05:47você não acha que isso faria sentido também?
05:50Não é possível.
05:51Os carros populares, então, a queda de preço pode atingir 33 modelos de 11 marcas,
06:02segundo o governo.
06:04Vai editar ainda a medida provisória, daqui a um tempinho,
06:07e o pacote para reduzir os valores iniciais dos modelos compactos
06:10para algo entre 50 e 60 mil.
06:13Vamos ver onde é que isso vai parar, certo?
06:18Então, é isso.
06:19Está aí o momento carro popular.
06:23Lá vamos nós.
06:24No fim das contas, é aquilo que eu estou falando.
06:27Vai tirar alguma coisa do carro para baixar o preço.
06:30E aí, então, o carro, ele vale 70 mil e você tira o retrovisor,
06:36tira o banco do carona, o porta-luva, luzes internas,
06:41e aí o carro cai para baixo de 70.
06:44Aí ele entra, ele é de 120, o limite.
06:47Mas ele cai para baixo de 120, então ele entra nesse limite aí
06:50de você conseguir o desconto.
06:52Você consegue o desconto e aí vende como opcional o retrovisor, etc.
06:57Ninguém falou isso ainda, mas aguarde e confie.
07:02Isso, e o Zé Sérgio lembrando que 25% do lucro bruto
07:09vai direto da matriz, vai direto para a matriz
07:12da multinacional estrangeira.
07:14Só lembrando, tá?
07:15Só lembrando.
07:18Mas é isso, né?
07:19É aquilo que eu falo.
07:20Presta atenção no que estão fazendo com você.
07:24Para de consumir fala.
07:27Para de consumir retórica.
07:30Retórica é muito fácil.
07:31Como é que nós, que somos defensores da liberdade democrática,
07:37estamos recebendo um ditador aqui?
07:40Qual é o interesse?
07:41Nem interesse econômico a gente tem na Venezuela.
07:45Quer dizer, até tem, mas é irrisório.
07:47Não vale a queimação de filme, né?
07:50Ah, mas é para virar uma potência regional.
07:52Mas você vira uma potência regional com uma agenda internacional decente,
07:57e não defendendo ditadores de terceira categoria
08:01ou mesmo de primeira categoria.
08:03E aí
08:08E aí
08:08E aí
08:09E aí
08:10E aí

Recomendado