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A primeira-blogueira Janja curte a vida de esposa de presidente, passeando de barco com tacinha na mão, enquanto a população de Belém, sede da COP30, tem um dos piores índices de saneamento do Brasil: apenas 17,12% dos moradores são atendidos com a coleta de esgoto.
Janja aproveitou e batizou o submarino Tonelero. Ela não é a primeira primeira-dama a cumprir o papel de madrinha de uma embarcação da esquadra brasileira.
Em dezembro de 2018, Marcela Temer batizou o submarino Riachuelo.
Em 2020, Adelaide Chaves Azevedo e Silva, mulher do ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva foi madrinha do submarino Humaitá.
Na época, a primeira-dama Michelle Bolsonaro não participou da cerimônia.
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Janja aproveitou e batizou o submarino Tonelero. Ela não é a primeira primeira-dama a cumprir o papel de madrinha de uma embarcação da esquadra brasileira.
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NotíciasTranscrição
00:00Olha só, olha ela aí de novo. A primeira blogueira Janja curte a vida de esposa de presidente, passeando de barco com tacinha na mão, enquanto a população de Belém, sede da COP30, tem um dos piores índices de saneamento do Brasil.
00:18Apenas 17,12% dos moradores são atendidos com a coleta de esgoto. Quer dizer, mais de 80% não tem os serviços adequados. E a gente vai mostrar o vídeo dela falando aí. Oi, gente! Pode colocar a produção.
00:36Oi, gente! Tudo bem? Vou falar baixinho, porque eu tô ali, ó. O presidente Lua tá bem ali com o presidente Macron. Eles estão gravando um vídeo e a gente tá navegando aqui, indo pra ilha do Cumbu, conhecer uma comunidade ribeirinha.
00:53Eu tô muito emocionada, porque essa foi uma ideia que nasceu de uma conversa e eu tô muito feliz que deu tudo certo. Eu tô aqui tomando um suco de bacuri, que eu amo, fruta da Amazônia.
01:03Isso aqui é uma preciosidade, uma joia pro mundo e a gente tem que tomar muito cuidado com tudo isso aqui. A COP30, ano que vem, 2025, vai ser aqui em Belém. Vai ser tudo muito lindo. Um beijo!
01:17Tá aí, o lulismo ostentação da deslumbrada geral da República, Janja.
01:26Greve, eu começo por você, antes de mostrar uma outra cena, que é pra contrastar com essa. Mas eu queria a sua avaliação desse tipo de postagem da influencer, Janja.
01:41Cara, vergonha alheia total. Total e absoluta, meu.
01:46Que cafonice.
01:47É cafonice. E a linguagem da blogueirinha, né? Da blogueirinha wannabe.
01:54Ai, eu tô tão emocionada. Oi, gente.
01:57Até o tom de voz é constrangedor, né?
02:03Puxa vida, não. Não.
02:07Contenha-se, Janja.
02:08Lembre-se que estamos num país de pessoas de baixa renda, que passam dificuldades, inclusive na cidade em que ela se encontra.
02:21E ela faz ali aquela postagem mostrando todo o glamour de ser esposa de um presidente.
02:28Quer dizer, não é sequer alguém que, por meio de uma obra, por meio de realizações e conquistas pessoais, em termos profissionais, chegou onde está.
02:43Ela simplesmente é a esposa de uma liderança política, populista, com todos os problemas que a gente aponta há anos.
02:51E, no entanto, ela está lá esbanjando.
02:54Duda, o que você achou?
02:57Me chamou a atenção a frase dela ali, né?
02:59Ela fala, essa ideia nasceu de uma conversa e eu tô muito orgulhosa de que deu certo, né?
03:06Então, assim, ela dá a entender de que ela tava nessa reunião onde saiu essa ideia.
03:12A gente não sabe se a ideia foi dela e ela tá orgulhosa.
03:15Então, pode ter sido ou ela apoiou, né?
03:18Mas o que isso mostra?
03:19Mostra que a Janja tem, sim, alguma participação nas decisões, né?
03:25Ela nunca teve nenhum voto, mas ela tem participação em algumas decisões que estão acontecendo.
03:31E ela tá se coçando, ela tem muita vontade de contar que ela tem esse poder.
03:36O que é muito perigoso, porque a primeira-dama não é uma pessoa que tem legitimidade, né?
03:46Ela só é a primeira-dama porque ela é casada com o Lula, mas ninguém votou nela e ela assumir em qualquer papel político aí, tá?
03:56Deveria estar fora das funções dela, né?
03:59Ela deveria seguir uma pessoa que ela se inspira muito, né?
04:05Elogia muito, que é a Michelle Obama, que não se meteu na política.
04:08Mas parece que a Janja não pensa nunca em fazer isso, né?
04:15Michelle Obama não se meteu ainda, né?
04:17Mas tem toda uma construção em torno dela e até um investimento em livro e todo o marketing aí
04:25para preparar o terreno para o futuro.
04:27Vamos ver se vai mudar alguma coisa nisso ou ela vai continuar sendo a ex-primeira-dama.
04:34Agora, vamos...
04:35Eu só queria chamar a atenção porque eu reparei também que ela falou assim,
04:39ah, tudo isso que começou numa conversa, né?
04:42E aí ela não conclui a frase para dizer assim, é, numa conversa com uma ideia minha.
04:47Ela deixa no ar que ela participou, que ela estava por trás de todo esse acontecimento
04:54que envolve o Lula e o presidente francês Emmanuel Macron.
04:57E a gente já vai mostrar aqui também o que o Lula falou.
05:01Agora a gente vai ver o que a Janja deveria se limitar a fazer na função,
05:08se é que se pode chamar assim, quer dizer, mas na condição,
05:12essa que é a expressão mais correta, de primeira-dama.
05:16Gestos simbólicos, isso as primeiras-damas costumam fazer.
05:21Então vamos botar o vídeo para vocês verem a diferença entre o vídeo no barquinho de tacinha na mão,
05:27de influencer, de blogueirinha, e o vídeo lá com uma inauguração oficial.
05:32Pode soltar.
05:34Eu te batizo Submarino Toneleiro.
05:36Que Deus abençoe esse submarino e todos os marinheiros que aqui navegarem.
05:42Tá aí, a primeira-dama cortando uma fita.
06:12Jogando, benzeno, fazendo algo ali numa inauguração,
06:16participando de uma cerimônia que recebe autoridade do exterior.
06:24Até aí vai, né?
06:25E sem fazer juízo sobre o caso específico.
06:27A gente pode, evidentemente, e vai detalhar aqui para você,
06:30fazer críticas a esses acordões internacionais, etc.
06:35Mas é uma atitude mais própria, mais condizente com a condição de primeira-dama.
06:45Essas foram as imagens dela batizando o Submarino Toneleiro em Itaguaí, no Rio de Janeiro.
06:50E ela não é a primeira-dama, a primeira primeira-dama a cumprir o papel de madrinha de uma embarcação da Esquadra Brasileira.
06:59Em dezembro de 2018, Marcela Temer batizou o Submarino Riachuelo.
07:05Em 2020, Adelaide Chaves Azevedo e Silva, mulher do ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva,
07:10foi madrinha do submarino, o Maitá.
07:14Na época, a primeira-dama, Michele Bolsonaro, não participou da cerimônia.
07:17Então, você tem um histórico ali de esposas, de autoridades,
07:21fazendo esse tipo de movimento, de inauguração, de batismo de um submarino.
07:28Então, ok, segue aí uma tradição recente.
07:33Segundo a SECOM, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República,
07:37comandada pelo petista Paulo Pimenta,
07:39aspas, o Submarino Tonelheiro faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos ProSup,
07:45uma parceria entre o Brasil e França, firmada em 2008,
07:49faz muito tempo, com orçamento de aproximadamente 40 bilhões de reais, fecho aspas.
07:56Será por isso, Duda, que o Macron está aqui, todo feliz, passeando de mão dada com o Duda,
08:03saltitante, porque você tem aí uma parceria que envolve muita grana,
08:0940 bilhões de reais, ele até atura a janja aí nesse meio.
08:13É óbvio que o Macron está todo sorridente por causa disso daí.
08:19A França ganhou muito dinheiro com essa história.
08:24A França é um país que tem uma indústria bélica importante,
08:30e esse acordo que foi assinado na época de 2008,
08:35acho que é o segundo mandato do Lula já,
08:39foi muito benéfico para o país.
08:41Lembrando, Felipe, que depois a gente teve, em 2017,
08:48até procuradores franceses que vieram para o Brasil
08:51para investigar supostos desvios.
08:55A gente teve a delação premiada aí,
08:58até do Marcelo Odebrecht, falando que
09:00essa empresa de submarino francês, que é a DSNS,
09:06ela contratou a Odebrecht para construir esse estaleiro
09:12em Itaguaí, no Rio de Janeiro.
09:16E o Marcelo Odebrecht falou, olha, foi dinheiro daqui para o PT,
09:20porque a Odebrecht levou também alguns bilhões nessa história.
09:26E essa história toda do submarino, ela surge por quê?
09:30É o momento que está vindo o pré-sal,
09:32a Petrobras está investindo, o Brasil aparece ali
09:37como um país que está crescendo muito,
09:40é aquela imagem da capa da Economist,
09:43o Cristo Redentor decolando.
09:45E aí, nesse momento de ufanismo lulista,
09:48vem essa história de que a gente precisa proteger
09:50as nossas plataformas do pré-sal.
09:53E aí, essa história é usada como um pretexto,
09:57então, para assinar esses cheques aí de bilhões
10:02que foram para a França e foram para a Odebrecht.
10:07E qual que é a utilidade real que esses submarinos vão ter aqui?
10:11Nenhuma.
10:12As nossas plataformas do pré-sal não estão sendo ameaçadas por ninguém.
10:17A utilidade desses submarinos aí é a mesma dos estádios
10:22que foram construídos para a Copa do Mundo
10:25em Brasília ou em Manaus.
10:29É tudo pago com dinheiro nosso.
10:32E, no fim, a única coisa que a gente sabe,
10:34não tem utilidade nenhuma
10:35e a gente sabe que teve muito desvio aí nessa história toda.
10:41Greve, quer destacar algo que chamou a sua atenção?
10:45Antes de eu mostrar aqui as fotos do Macron e do Lula
10:49passeando alegremente.
10:52Eu queria lembrar que, na verdade,
10:56a gente tem uma outra tradição de primeiras-damas no Brasil.
11:01Por exemplo, a Ruth Cardoso capitaneou o Comunidade Solidária,
11:06que foi uma iniciativa importante de inclusão social e tudo mais.
11:13Aqui em São Paulo tem um caso que é bem conhecido com a...
11:20Nossa, me fugiu o nome dela agora,
11:22mas a mulher do Geraldo Alckmin, a Lu Alckmin.
11:26A Lu Alckmin comandou por muito tempo
11:29uma iniciativa que também é bem elogiada das padarias populares.
11:36É uma iniciativa que ensina um ofício para mulheres de São Paulo.
11:42Enfim, tem essa tradição de primeiras-damas
11:46que se envolvem com o trabalho social.
11:49Não é o que a Janja está fazendo.
11:51A Janja inventou um novo nicho,
11:55que é o da propaganda política via redes sociais.
12:00sai o trabalho social,
12:03entram as redes sociais.
12:06Na sua acepção...
12:08É um outro trabalho social, não é, Graeve?
12:10É um outro trabalho social.
12:12Exato, é outro tipo.
12:16É o trabalho social na sua acepção mais chifrim.
12:20Então, se a Janja quer fazer algo mais do que batizar navios,
12:30que relembre esse outro caminho,
12:34que adote esse outro caminho
12:35e se envolva para valer com uma ação social.
12:41E veja, essas coisas não eram feitas com as primeiras-damas
12:45sendo funcionárias do governo.
12:48Normalmente, isso é feito em paralelo.
12:51São realmente uma doação de tempo
12:55dessas mulheres que, enfim,
12:58estão ali numa posição importante
13:00de visibilidade, de destaque.
13:02Mas, como bem observou o Duda,
13:03sem a legitimidade do voto,
13:06é um jeito de elas se envolverem
13:08com a cidade, com o Estado,
13:10com o país onde elas vivem.
13:12O caminho da Janja é o pior possível.
13:18Pois é, a Lu Alckmin tinha o projeto Padaria Artesanal
13:21e a Ruth Cardoso tinha o projeto Comunidade Solidária.
13:24Aliás, ela presidiu o conselho desse programa
13:28ali de 1995 a 2002.
13:32Então, você tem um histórico aí,
13:34toda uma tradição de primeiras-damas
13:36fazendo trabalho social e não trabalho
13:38de influencer em redes sociais.
13:42É bastante diferente, mas é nisso
13:44que se transformou a condição de esposa
13:48do presidente da República
13:49nessa era de blogueiras.
13:52A gente tem, como eu apelidei,
13:53muito me honra, muito me orgulho
13:55de ter dado esse apelido de primeira blogueira,
13:58que eu chamo já de deslumbrada geral da República.
14:00A gente tem, como eu apelidei,
14:02muito me honra, muito me honra, muito me honra,
14:04muito me honra, muito me honra, muito me honra,
14:06muito me honra, muito me honra, muito me honra,
14:08muito me honra, muito me honra, muito me honra,
14:10muito me honra, muito me honra, muito me honra,
14:12muito me honra, muito me honra, muito me honra,
14:14muito me honra, muito me honra, muito me honra,
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