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A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a suposta rede de corrupção na Delegacia de Homicídios (DH) após denúncias feitas pelo miliciano Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica. As acusações vieram à tona no último domingo, quando a Polícia Federal (PF) divulgou um relatório que utilizou informações fornecidas por Curicica para prender os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

As denúncias de corrupção na DH não são novas. Em 2018, durante um depoimento prestado ao Ministério Público (MP), Curicica já havia mencionado a intensificação da corrupção na delegacia a partir de 2015, quando Rivaldo Barbosa assumiu a direção da Divisão de Homicídios. Segundo o miliciano, era mais fácil extorquir dinheiro dos envolvidos em atividades ilícitas nessa época.

Curicica também ressaltou a relação entre a corrupção e as atividades da contravenção, como jogos de azar e assassinatos. Ele afirmou que a contravenção nunca deixou de cometer crimes e que, atualmente, não é investigada pelas autoridades.

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Transcrição
00:00A gente tem um vídeo aí que eu falei do Orlando Curicic, que é aquele miliciano que apontou os esquemas na Polícia Civil do Rio de Janeiro.
00:10Então vamos botar aí o primeiro, Robson, para a gente ver, a gente avalia a qualidade para ver se coloca os outros. Pode soltar.
00:19Começou a aumentar quando ele foi titulado DH, porque ele primeiro foi titulado DH.
00:24Aí depois criou-se o Departamento de Homicídios, então ele passou a chefiar as três DH.
00:28É como se fosse uma Polícia Civil dentro da Polícia Civil.
00:33Inclusive houve um grande lobby do Dr. Romero para que acontecesse isso, se tivesse Departamento de Homicídios.
00:41Por quê? Era muito mais fácil para você extorquir.
00:45O que a contravenção faz? Ela faz jogo e ela mata.
00:49E o que é mais grave? Você pegar o cara sentado ali e escrever um jogo do bicho ou você tem que acusar o bicho em homicídio?
00:55Então, fortalecer a DH era muito melhor para o Dr. Romero e para que eles estavam com ele, que no caso do Dr. Rivaldo.
01:03E fortaleceria financeiramente?
01:05Financeiramente falando.
01:07Com certeza, porque a homicídio não ia parar. A contravenção nunca parou de matar. Ela mata até hoje.
01:12A diferença é que ela hoje não é investigada.
01:15A diferença é que ela durante um tempo, não vou dizer a partir de hoje, porque eu estou aqui há seis meses.
01:19Então não posso dizer que nesses seis meses como está isso.
01:22Mas até então não era investigado.
01:27Pois é. Estava falando aí dos seis meses que ele estava preso já.
01:31Ele estava falando da divisão de homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
01:37Que como na gestão do delegado Rivaldo Barbosa, que foi preso no último domingo junto com os irmãos Brazão,
01:42houve uma unificação das delegacias para que ele tivesse um controle maior.
01:47E está falando da diferença da contravenção do sujeito que está ali num ponto do bicho
01:54para os crimes de homicídio cometidos pelos donos desses pontos de bicho,
02:00principalmente contra pessoas que estejam atrapalhando os seus negócios.
02:05Sejam potenciais concorrentes, sejam políticos que denunciem,
02:09sejam autoridades que não estejam envolvidas no esquema, etc.
02:13É todo esse histórico que existe aqui lá no Rio de Janeiro, Minha Terra Natal.
02:19Depois, o Orlando Curicica falou sobre a entrega de dinheiro na divisão de homicídios.
02:23Vamos colocar o segundo vídeo.
02:25Bom, você tinha um policial civil entrando numa delegacia da Polícia Civil.
02:30Como você tinha tranquilidade para fazer essa entrega?
02:34Entendeu?
02:35Não havia dificuldade.
02:36Um policial civil, o Pedrinho, o Iriana, o DH, entregava o dinheiro lá.
02:39Pedia para falar com o delegado e entregava o dinheiro.
02:41Obviamente, quando você chega num balcão de uma delegacia, que não era o caso,
02:44onde vocês entraram por trás,
02:46entrou ali e vai dando o delegado, normalmente não chama atenção para ela.
02:52Só para quem conhecia, sabia.
02:54Só para quem realmente sabia quem era o Pedrinho.
02:57Para quem não sabia, passava despercebido.
02:59Um policial entrar numa delegacia, qual a normalidade disso?
03:02O senhor já alguma vez, em um geografia, tem um delegado?
03:05Eu entreguei numa distorção que eu sofri, mas ela não tem nada a ver com contravenção.
03:08Foi um caso à parte que eu citei, já isso, inclusive.
03:14Houve uma busca e apreensão na minha casa.
03:17Eu fui achado uma pistola, só que eu não estava na casa.
03:20Na casa só tinha um empregado e um empregado.
03:23E eles fizeram contato comigo, dizendo que vão botar a responsabilidade da arma na minha mulher.
03:30O inquérito que, inclusive, consta no sistema terrui, esse inquérito.
03:32Apesar do tempo, consta até hoje.
03:36Então, eles me entregam 20 mil reais.
03:39Para não imputar a minha mulher, eu posso, já isso, o doutor Rivaldo.
03:43Para não imputar a minha mulher, eu posso dar arma.
03:46Então, na época, eu tinha uma palha preta, eu consegui vender a palha preta por 18 mil.
03:51E mandei esse 18 mil para a DH.
03:52Esse dinheiro foi junto com o advogado que levou, foi o mesmo, o delegado que levou, o advogado que levou, foi o mesmo que levou a minha mulher para ser ouvida.
04:01Enquanto eu ouviu a minha mulher, o pagamento da extorsão, eles ouviram a minha mulher por alto sobre aquilo.
04:08A gente morreu e nunca mais mexeu na inquérito.
04:10A inquérito de 2013, ele está no sistema até hoje, sem solução.
04:13Está aí ele dizendo o caso em que ele foi extorquido.
04:19Eu citei esse episódio, obviamente aí no vídeo ele dá mais detalhes.
04:24Quando eu fiz a cronologia do caso Marielle, o artigo que tem esse título, cronologia do caso Marielle, mostra o atraso da polarização.
04:31Tem uma menção a esse episódio.
04:33Ele está narrando, portanto, que autoridades iriam denunciar a mulher dele por porte ilegal de arma durante uma batida, etc.
04:42Mas, enfim, se ele pagasse ali, isso não iria acontecer.
04:46Ele vendeu um carro para conseguir pagar.
04:49Está ilustrando o balcão de negócios que existia na Polícia Civil do Rio de Janeiro.
04:57A gente tem mais vídeos, ele falando sobre enxugar inquérito também.
05:02Pode soltar o terceiro.
05:03O doutor Romero lhe atuava com o que ele chamava de enxugar o inquérito.
05:09Como funciona isso?
05:10Como é que funciona isso?
05:11Eu sou amigo, ou eu passo para ser amigo.
05:15Então, evita-se de produzir prova contra mim.
05:18Como assim?
05:19Existe uma filmagem do local onde houve homicídio.
05:23Eu seguro essa busca e apreensão por mais de 30 dias.
05:28Por quê?
05:28Porque toda gravação se renova com 30 dias.
05:31Essas câmeras de segurança, todas elas estão assim.
05:32Com 30 dias, ela vai se renovando a filmagem.
05:35Então, eu só libero essa busca e apreensão para essa câmera, para esse local de filmagem, depois de 30 dias.
05:41Porque eu já tenho a certeza de que o que estava gravado já foi apagado com a filmagem se renovando.
05:47Essa era uma das formas.
05:48A outra é a não localização de testemunhas.
05:51Normalmente, quando se localizava a testemunha, quando se mandava a intimação, não conseguia se achar.
05:57Ou as perguntas feitas da testemunha, nunca era direcionada para a pessoa tal.
06:00Mas, normalmente, manter o inquérito enxuto.
06:02A expressão usada era essa.
06:04Normalmente, enxugar o inquérito.
06:06Não deixaria nada no inquérito que a mãe depois possa ser usada.
06:10Para dessa forma que se trabalhava.
06:14Olha só.
06:15É um relato impressionante.
06:18Porque o Orlando Puricica mostra que ele tem capacidade cognitiva.
06:23Ele tem articulação verbal.
06:25É um depoimento dado de uma maneira completamente à vontade.
06:32no sentido de que não tem afetação no relato dele.
06:37Ele não está ali fazendo um grande teatro.
06:41Você não nota.
06:42Você nota um relato de memória mesmo.
06:47De quem viveu.
06:48De quem testemunhou aquilo.
06:50A menos que, enfim, tivesse uma capacidade muito grande de mentir de uma maneira simples.
06:56Com tantos detalhes.
06:57Mas é evidente que ele está narrando aquilo que acontecia.
07:01de uma maneira geral.
07:02Claro que todo relato precisa de provas de corroboração.
07:05Mas a gente sente que tem tudo a ver com aquilo que acontece no Rio de Janeiro.
07:12E aí ele fala de enxugar o inquérito.
07:14Vocês entenderam o que ele falou de câmeras de segurança, por exemplo?
07:18Quer dizer, você retarda a busca de apreensão das fitas, vamos dizer assim, na linguagem antiga.
07:25As câmeras de segurança, porque elas são substituídas de 30 em 30 dias.
07:30Então, você só pede depois de que elas foram substituídas, eventualmente jogadas fora,
07:34para você não ter a imagem que flagrou um homicídio.
07:41Quer dizer, você tem os investigadores na mão para que a investigação seja prejudicada
07:47e as provas não sejam coletadas de forma a comprometer o criminoso.
07:53Ele está narrando em detalhes todos esses esquemas.
07:57Até com exemplos ilustrativos para a gente mesmo que acompanha.
08:02Vamos botar aí mais um, porque está muito interessante.
08:04Ele falando do rival do Barbosa, desse delegado preso, junto com os irmãos de Brasão,
08:09que recebia propinas para não elucidar os assassinatos cometidos pela máfia.
08:14Pode soltar.
08:14Você tem alguma noção de tempo, de que momento que esse pagamento de 30 em 30 no mês
08:21aconteceu?
08:22Quando eu tomei ciência disso foi em 2013.
08:26Em 2013.
08:27Na época você fazia o quê?
08:28Na época eu trabalhava com Pereira.
08:30Com Pereira.
08:31Eu fazia segurança com Pereira.
08:32Em que região?
08:33Na região da Barra.
08:34Barra da Carapaguaia.
08:36Então, ali você tomou ciência através do Pereira.
08:39Através do Pereira.
08:41Que havia esse pagamento.
08:41Que havia esse pagamento.
08:42Quando eu indaguei o Pereira, os problemas que poderiam vir de homicídios, de abordagem
08:50de policiais, de inquéritos policiais.
08:52Ele falou que não.
08:53Que o promotor estava no pagão.
08:54O promotor estava na Folha.
08:55E depois ele era amigo do Dr. Romero.
08:57O Dr. Romero como amigo.
08:59O sujeito estava na Folha.
09:04Era amigo de outro e tal.
09:06Quer dizer, como é que ele ficou sabendo quem é que recebia ali dinheiro para impedir
09:12a elucidação dos casos.
09:14E tem mais um vídeo, produção.
09:18Vamos soltar aí.
09:19Porque não sei os detalhes.
09:21Vou assistir junto com o público.
09:23Depois desse período, os senhores não foram molestados com nenhuma intervenção policial.
09:29Ele não enxerga com essa região.
09:31Nenhuma.
09:32O senhor pode puxar a ficha do Pereira.
09:34Ele não respondeu a homicídio ou nada.
09:37Nunca houve.
09:38Embora houve na época até a acusação de que ele teria matado o Maninho.
09:46de ser responsável pela morte do Maninho.
09:49Mas nunca nem respondeu inquérito.
09:50Nada disso.
09:55Maninho, bicheiro ligado ali ao Salgueiro.
10:00Que acabou assassinado.
10:02Ele citou aí.
10:04E ele está falando do Pereira.
10:07Que era, me parece, o chefe do escritório do crime.
10:09Estava até tentando confirmar aqui.
10:12Pode ser, exatamente, o Major Romero de Paulo Alves.
10:16Alves Pereira.
10:17Um dos chefes do escritório do crime.
10:21Enfim, tem aí diversos relatos do Orlando Curicica.
10:25Que tem esse apelido, me parece, por causa do bairro ali de Curicica também.
10:30Na região ali de Jacarepaguá.
10:34Aliás, ali por onde fica o Projac, os estúdios da Globo.
10:38É no Rio de Janeiro.
10:40Então, esse é o miliciano que apontou os esquemas na Polícia Civil do Rio.
10:46E cujos relatos foram usados desde 2018, quando ele fez, mas principalmente ali em 2019, quando veio o relatório da PF.
10:55Quando veio a denúncia contra o Domingos Brazão, feita pela Procuradora-Geral da República, Raquel Dodd.
11:01Ela não denunciou, no sentido jurídico formal do termo, o Domingos Brazão como mandante.
11:07Mas no sentido amplo da palavra, de denunciar, sim.
11:10Porque na denúncia que ela fez, que era de obstrução das investigações,
11:17ela afirmou que o Domingos Brazão arquitetou o homicídio da Marielle.
11:22E que manipulou ali o rumo das investigações em razão disso.
11:28Graebi, o que você destaca de toda essa barbaridade que você viu agora?
11:32É assustador, filho.
11:35Não sei, acho que o relato, como você bem observou, é feito num tom sereno.
11:40Aliás, fica essa história de que Delator também é coagido e tal.
11:49Eu tenho a impressão, quanto mais eu vejo vídeo de Delator, seja da Lava Jato, seja do Orlando Curicica agora,
11:55eu tenho a impressão que baixa uma paz no sujeito na hora que ele resolve pôr para fora toda a armação em que ele esteve envolvida.
12:05E é isso.
12:06Não tem coação nessa fala.
12:09Tem serenidade naquilo que ele está contando.
12:11Serenidade.
12:12Não, Perfeito, eu estou concordando tanto que eu não estou conseguindo deixar de concordar em voz alta com você.
12:18Porque, assim, o relato é muito sereno.
12:22Nesse caso, é até menos a fé.
12:25Porque o Emílio Odebrecht, ele relatava com serenidade, rindo, gargalhando.
12:30Só que ele, por incrível que pareça, ele tem menos capacidade de articulação verbal que o Orlando Curicica.
12:38O Orlando Curicica, ele consegue ir em todos os detalhes.
12:41O chefão lá da Odebrecht, ele dá umas enroladas e tal.
12:47Mas ele estava contando tudo ali espontaneamente.
12:49Quer dizer, não tem coação alguma.
12:51É quase que um favor que as autoridades fazem, terapêutico,
12:58de falar assim, você tem uma oportunidade de colocar tudo para fora,
13:02tudo que você precisou segurar, não precisou contar para ninguém,
13:05guardou em segredo.
13:06Olha só, vai aliviar a sua alma se é que ela existe aí em algum lugar.
13:10Ah, o senhor vai lá e conta tudo.
13:12Continue, por favor.
13:14Não, exato.
13:15É isso.
13:15Então, o cara relatando com riqueza de detalhes, com clareza, de maneira articulada.
13:23Esse conjunto de coisas assustadoras.
13:26Realmente, toda uma engrenagem muito comprometida.
13:34Não com a ideia de punir, mas com a ideia de deixar de punir.
13:39Os caras desenvolveram métodos.
13:42Por exemplo, o método de deixar passar um tempo antes de recolher as imagens das câmeras
13:48foi utilizado pelos investigadores do caso Marielle.
13:54Foi uma das primeiras informações que veio à tona.
13:58Foi uma das razões que levou à prisão do rival do Barbosa.
14:04Estava lá, escrito em diversos momentos da decisão.
14:10Uma das maneiras pelas quais se prejudicou a coleta de provas foi o atraso na busca das imagens dos circuitos de câmera de televisão,
14:24daquele lugar e tal.
14:25Então, aí, ele contando e a gente vê acontecendo no caso Marielle.
14:31Muito assustador.
14:34E, enfim, mais uma daquelas coisas que a gente vê virem à tona no Brasil.
14:44Espero que, por mais necessária que seja a punição do caso Marielle, não pare por aí.
14:57Tenha outras implicações.
14:58Porque ele menciona outros nomes.
15:00Menciona o nome de policial que ia levar dinheiro para dentro da delegacia.
15:04Certamente, tem todo um caldo aí que pode ensejar outras prisões, outros inquéritos, né?
15:16Exatamente.
15:17E é fundamental.
15:18É a polícia.
15:18Ela está lá para proteger a sociedade.
15:21Ela está protegendo os bandidos.
15:23E veja que, se fosse policial procurado depois do cometimento do crime
15:29para receber uma propina para não investigar,
15:33já seria gravíssimo.
15:36Mas é duplamente grave.
15:37Porque você já tem um esquema estabelecido
15:40que permite o cometimento de crimes com a certeza da impunidade posterior.
15:45Quer dizer, é um salvo conduto para o cometimento de crimes.
15:49E a violência cresce.
15:51Essas pessoas parecem que não são cobradas, inclusive,
15:54pelas autoridades públicas.
15:57A sociedade cobra do jeito que dá.
15:59É claro que a gente pode fazer até uma crítica
16:01em relação a uma tolerância exacerbada,
16:05em relação a uma distração, não preocupação.
16:09Mas, em geral, a sociedade sofre.
16:12E sempre houve algum tipo de reclamação sobre isso.
16:17Mas a polícia continua lá sem concluir, sem solucionar.
16:20O Brasil tem uma das taxas mais baixas de solução de homicídio,
16:23por exemplo, no mundo.
16:24E está aí uma das causas,
16:26que é a corrupção do aparato policial fluminense.
16:30Mas que pode acontecer em outros lugares do Brasil.
16:33Seria muito educativo
16:34que se fosse até o fim na prisão desses vagabundos.

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