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  • 21/05/2025
O apresentador do Melhor da Noite, programa da Band, relembra como teve a ideia de trocar a carreira de jogador de vôlei pela de comunicador. Fala, ainda, sobre o que motivou a criar a agência Family ao lado da esposa, a atriz Flávia Alessandra.

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Transcrição
00:00:00Olá, eu sou Isabela Lessa, editora do Meio Mensagem e você está acompanhando a IDEIA,
00:00:05podcast em que eu converso com gente de diversas áreas sobre as ideias que regem seus negócios
00:00:10e suas trajetórias.
00:00:12Meu entrevistado de hoje é de Cuiabá, no Mato Grosso, se mudou para São Paulo em busca
00:00:17do seu lugar no mundo da comunicação.
00:00:20De radialista da Jovem Pan, animador de plateia no Domingão do Faustão e até VJ da MTV,
00:00:26ele foi construindo a sua trajetória como apresentador nas principais emissoras do país.
00:00:32Sua grande estreia aconteceu no programa H da Band e dali em diante ele passou por Record,
00:00:37Globo, SBT e voltou no começo desse ano, a Band, para comandar o Melhor da Noite.
00:00:43E não para por aí, além disso tudo, ele é empreendedor, tem a própria agência e
00:00:48é sócio de alguns outros negócios.
00:00:50Eu tô falando de Otaviano Costa, com quem eu tenho o prazer de conversar hoje.
00:01:00Gente, eu vou chorar com essa introdução.
00:01:02Meu Deus, que prazer, Isabela.
00:01:04Oi, pessoal, tudo bem?
00:01:05Que bom.
00:01:06Vamos trocar uma ideia, ou várias ideias.
00:01:08Seja muito bem-vindo.
00:01:09Obrigado.
00:01:10Obrigado.
00:01:11Bom, eu ia começar com uma pergunta, mas a partir da nossa conversa de antes, vou começar
00:01:16por outra, quer dizer que você é fã de meias.
00:01:19Adoro meias.
00:01:20Que é engraçado, uma certa vez eu entrevistando o Lulu Santos, descobri que ele era louco
00:01:25por meias.
00:01:26Eu abri a entrevista dando de presente pra ele uma meia.
00:01:28Faltou você me dar de presente uma meia, eu já até bati na noiva sem querer.
00:01:31Mas sou louco por meias, assim como o Jô Soares, como sou louco por gravatas também.
00:01:36Todos os meus looks do Melhor da Noite hoje em dia é terninha e gravata, coisa que eu
00:01:39só usava no universo corporativo, especialmente como mestre de cerimônia.
00:01:42E aí eu trouxe o terno e gravata pela primeira vez pra frente da tela e eu tenho muitas gravatas,
00:01:49de todos os tipos, assim como as meias, então eu tô adorando isso.
00:01:52Virou sua marca registrada.
00:01:53Virou, virou minha marca registrada.
00:01:55E tem um mix que eu adoro, porque comunicação não é só o que se fala ou como se fala,
00:02:00é o que se veste também, especialmente, a Hebe falava isso, né?
00:02:03Eu me visto pra receber meus convidados na televisão, por isso que ela é aquela elegância
00:02:07toda segunda-feira.
00:02:08E eu penso da mesma maneira, a moda, a roupa, o dress code é a sua primeira, é o seu primeiro
00:02:15cartão de visitas, é a sua primeira comunicação não verbal que fala muito, sem dizer uma
00:02:20palavra.
00:02:21Legal.
00:02:22E aí agora, voltando um pouco pro passado, pra esse jovem, essa criança de Cuiabá,
00:02:28como é que você cresceu, como é que você resolveu vir pra São Paulo aos 17 anos?
00:02:34Garoto criado com uma família maravilhosa, que me deu liberdade, mas também muita responsabilidade.
00:02:40Eu sempre fui um garoto de rua, entre aspas, quero dizer, brincava na rua, jogava bola
00:02:45na rua, ia pra praça, andava a pé, pegava ônibus, ia pra casa da avó, ia pra casa
00:02:49da outra avó.
00:02:50Por mais que meus pais sempre tivessem condições, eu sempre fui o garoto que eles me deixavam
00:02:55viver o mundo, o mundo ali fora.
00:02:57Então eu ia pro clube, passava o dia inteiro no clube, voltava, pegava bicicleta, atravessava
00:03:00a cidade de bicicleta.
00:03:02Então Cuiabá me deu aquela chance de subir num pé de caju, pra retirar o caju, no quintal
00:03:06da casa da minha avó ou na fazenda do meu avô, subir num pé de manga pra colher manga,
00:03:11jogar bola na Praça Santos Dumont com um banquinho de concreto com meus amigos, sabe?
00:03:15E Cuiabá tem uma coisa fascinante, até hoje, que ela proporciona uma inter-relação com
00:03:22as pessoas das mais variadas classes sociais, raças e das mais diferentes origens.
00:03:28E isso é muito bonito de se perceber, numa mesma mesa como essa em Cuiabá, você bebia
00:03:32o mesmo chope, como a gente brinca na expressão, do peão ao patrão, como a gente brinca,
00:03:38do mais rico ao mais pobre, e até hoje a gente mantém isso, a gente tem um grupo de
00:03:42amigos, por exemplo, de infância, que tem as mesmas pessoas, que fazem mais ou menos
00:03:46as mesmas coisas, e todo mundo sem nenhum tipo de diferença, todos sabem o que cada
00:03:53um é, todos sabem o que cada um tem, então não é uma questão de prateleira social
00:03:59ali, ali é de afinidade pura, e isso é muito lindo.
00:04:02Cuiabá me deu isso e muito mais.
00:04:04Estudando logo cedo na Escola Técnica Federal de Mato Grosso, da qual minha avó, professora
00:04:10Edna Aff, foi diretora durante mais de 10 anos, numa época em que não falava de feminismo,
00:04:15de mulheres empoderadas, minha avó era uma dama de ferro na educação matogrossense
00:04:20e comandou...
00:04:21Tem uma foto dela que é muito interessante, tem ela no meio de 11, 12 homens na década
00:04:25de 70, quando ela comandou a ETF, e era uma escola técnica federal pública que tinha
00:04:30uma qualidade excelente, que para quem tinha ou quem não tinha dinheiro era quase obrigatória
00:04:35a passagem por lá para ser preparatório para a faculdade, que era o melhor preparatório.
00:04:40Então eu fiz faculdade, fiz escola federal e a educação sempre foi muito presente na
00:04:45minha vida.
00:04:46Meu pai chegou a dar aula durante um tempo, vários tios deram aula na própria ETF, na
00:04:50faculdade, minha avó falava francês completement, me ensinou um pouco, então eu tive uma formação
00:04:55muito legal, muito legal.
00:04:57Enquanto ela era diretora, você era estudante, você coincidiu com essa...
00:05:02O ano que ela saiu foi o ano que eu entrei e aí teve uma história muito divertida,
00:05:06que eu falsifiquei boletins, olha só, pequeno Fernandinho Beramar de Cuiabá, um marginal
00:05:11meliante, porque eu não tenho o sobrenome da minha família materna, que é Af, que
00:05:15é Habib, que é libanês, um sobrenome árabe, que minha filha agora tem, Olivia, que é
00:05:20a Flávia até, um parênteses, ela falou assim, amor, vamos trazer de novo esse sobrenome
00:05:23que é tão lindo e homenagear a sua família, e a Olivia botou até o Af na família.
00:05:28E aí eu não tinha o Af no meu sobrenome, entrei na escola técnica com dois mil e tantos
00:05:31alunos, então era um incógnito, não tinha uma gestão de tecnologia, não tinha TI,
00:05:35não tinha um computador, cadê o Otaviano, em que sala ele está, você tinha que procurar
00:05:39um papel.
00:05:40Quando a minha avó saiu, a Judite, a professora Judite assumiu o local dela e eu virei um
00:05:45incógnito ali, entre aspas, um anônimo.
00:05:47E meus tios que davam aula, davam aula no período da manhã, eu estudava à tarde,
00:05:51eu estava no primeiro semestre, e eu descobri o vôleibol ali.
00:05:54E a Escola Técnica Federal, por ser pública, e um ensino de muita qualidade, ela também
00:05:59em contrapartida gerava em você um senso de responsabilidade muito grande, ou seja,
00:06:03ela dava para você o poder da escolha, você quer ficar na sala estudando e se preparar
00:06:07para transformar a sua vida, ou você quer ficar fora da sala de vôlei e fazer o que
00:06:10você quiser.
00:06:11Eu resolvi fazer o que eu quisesse, e eu fui para a sala, fui para a quadra de vôlei,
00:06:15faltei muitas aulas, matava a aula, para jogar vôlei, para jogar vôlei, para jogar vôlei,
00:06:20e de repente eu estava com notas abaixo de 3, média era 5, aí começou o desespero,
00:06:26primeiro trimestre, sendo que se você falsificasse, se você repetisse dois semestres, você era
00:06:31jubilado.
00:06:32A Escola Técnica Federal Pública tem paciência também, então, e tem que abrir vaga para
00:06:36quem tem interesse.
00:06:37Tem limite, né?
00:06:38Tem limite, tudo tem limite, menos a minha criatividade, que naquele momento encontrou
00:06:42um Lúcifer, que era um amigo meu, e falou assim, meu pai tem uma gráfica que tem a
00:06:47mesma impressora da ITF, labaredas surgiram por trás, e aí tivemos a péssima ideia
00:06:53de falsificar boletim para poder enganar meus pais, e durante um ano inteiro eu enganei
00:06:59meus pais.
00:07:00Foi uma das coisas mais terríveis e assustadoras da minha vida, porque no terceiro trimestre
00:07:06eu fui para São Paulo fazer um teste aqui, para São Paulo, no maior clube de vôlei
00:07:10do país, o Vanespa, porque meus pais vendo as minhas notas falsificadas, falaram, nossa,
00:07:15esse garoto...
00:07:16É um talento, vamos investir ele no esporte, vai para São Paulo, ele vai ser gigante,
00:07:20vamos embora.
00:07:21Meu pai mandou e eu vim para São Paulo, vim aqui, fiz o teste, passei entre mais de 500
00:07:24atletas do Brasil inteiro, duas pessoas, o Vanespa era tipo a CBE, era a seleção brasileira,
00:07:30assim, Montanar, o Xandó, um monte de gênio, e na minha época Marcelo Negrão era o expoente
00:07:36da minha geração, né?
00:07:37Então eu tive a chance de estar com esses caras todos, e aí no final do ano, quando
00:07:41chegou o Natal daquele ano de mentiras, quando descobriram, quase que tudo veio água abaixo,
00:07:46mas meu pai, entendendo que, minha família entendendo que eu havia demonstrado o poder
00:07:53da minha criatividade no pior dos sentidos lá em Cuiabá, ele falou assim, quer saber,
00:07:56esse menino, se ficar aqui, vai ser uma máquina de destruição de lares e de reputações
00:08:01e de pessoas, deixa o esporte transformá-lo, e foi assim que eu vim parar aqui.
00:08:06Foi por causa do esporte, então.
00:08:08Foi por causa do esporte, morando nessa rua do lado aqui, ó, Joaquim Eugênio de Lima.
00:08:12Você quase, então, foi um craque do vôlei da seleção.
00:08:17Só não fui porque eu era ruim, comparado às performances de um Marcelo Negrão da
00:08:23vida, que era uma excelência de performance, né?
00:08:26Eu era um jogador mediano pro naipe super alto de um clube como o Banespa.
00:08:31E aí você se descobriu como, então, nesse universo da comunicação, o vôlei ficou
00:08:36pra trás em algum momento?
00:08:37Ficou.
00:08:38Como é que aconteceu isso?
00:08:39Absolutamente.
00:08:40Eu morava no Lago 13 de Maio, perto da ginásio Banespa, ali na Santa Mara.
00:08:45Depois de um tempo eu fui morar, inicialmente eu cheguei em São Paulo morando embaixo da
00:08:48aqui bancada do clube Banespa, porque a casa do atleta, a república do atleta, como chamava,
00:08:54já estava lotada.
00:08:55Eu não havia garantido a minha vaga, então eu fiquei morando lá embaixo da aqui bancada
00:08:58nos beliches que tinham ali no ginásio 1 do Banespa, desafiador, era frio pra caramba,
00:09:03era solitário pra caramba, não tinha WhatsApp pra dar oi mamãe, oi papai, você tinha que
00:09:07ir no orelhão pra ligar.
00:09:09Então era uma coisa desafiadora, e era engraçado que o clube desligava à noite, só ficavam
00:09:14os quartos e o meu quarto com mais um atleta só, e os vigilantes andando à noite no clube,
00:09:20era a minha vida, a minha casa era o clube.
00:09:23Mas aí depois de dois episódios de tentativa de assalto, quer dizer, me roubaram, eu tive
00:09:26uma coronhada que me deram ali, foi horrível, com 15 anos, meu pai se assustou e me trouxe
00:09:31aqui pra Joaquim Eugênio de Lima, no topo da Paulista, onde nós estamos aqui mais ou
00:09:34menos.
00:09:35Eu morava aqui na Joaquim Eugênio de Lima, e aí um certo dia eu estudava aqui na Gazeta
00:09:38900, no Colégio Objetivo, eu volto pra casa, troco de roupa e pegava o ônibus que
00:09:43passava aqui na esquina da Alameda Santos, descia a Brigadeiro Luiz Antônio e ia lá
00:09:46pra o 514, um dose dupla, que passava lá pra Santa Mara.
00:09:51Um dia eu tô nessa esquina aqui, do ladinho aqui de onde nós estamos, e eu vejo uma ativação,
00:09:56uma promoção da Rádio Jovem Pan, na época a rádio número um do Brasil.
00:10:00E aí foi quando eu falei, gente, o que é isso, o que tá acontecendo?
00:10:05Eu tava numa esquina oposta àquela promoção, na marquise do edifício Winston Churchill,
00:10:10uma bagunça que eles estavam fazendo.
00:10:12E eu já fazia umas vozes, eu fazia imitações, eu fazia barulhinho de milkshake, eu fazia
00:10:19bateria eletrônica, depois eu falei, lá em Cuiabá, quando um dia isso vai prestar
00:10:26para alguma coisa, vocacionalmente falando?
00:10:28Você fazia pra se divertir com os amigos, com a família?
00:10:31Com a família, era o baita de um louco, pegava o microfone daquele sem fio, entrava na caixa
00:10:34de som, via a frequência de rádio dos amigos, ficava imitando, gravava programa eleitoral
00:10:39gratuito em caixinha de gravador em casa, enfim.
00:10:42Mas nunca imaginei que isso, um dia, pudesse me gerar algum tipo de profissão, era baboseira
00:10:49de um adolescente.
00:10:50E eu olhei praquilo, voltando aqui pra esquina, eu tava ali olhando praquilo, e uma coisa
00:10:55meio que me fisgou.
00:10:56E eu tava na esquina da Alameda Joaquim, em Argento de Lima, com o Assantos, de repente,
00:11:00sem querer, eu atravessei a calçada, mas sem pensar, o final vermelho de dedo, abduzido
00:11:05por aquilo, sabe?
00:11:06E aí eu brinco até que, metaforicamente, eu fiz a primeira grande mudança da minha vida.
00:11:10Eu saí da calçada do esporte e fui pra calçada da comunicação.
00:11:12E nunca mais voltei, porque o ônibus passou, ele não me viu, eu sempre tava lá todo vestido
00:11:18de vermelho, o que é um ponto vermelho perto da Avenida Paulista?
00:11:20Era o Otaviano, então era impossível não me ver, o ônibus passou, e depois que ele
00:11:25passou, eu olhei pra trás e falei, perdi o busão, e meu pai havia dado uma condição
00:11:30pra mim, importantíssima, não quero que você falte nenhum treino, não quero que
00:11:34você tire nota baixa nenhuma, senão você volta pra Cuiabá.
00:11:37Você avisou que você mudou de profissão?
00:11:40Não, aí eu fui atravessar a rádio, atravessei a calçada, perdi o ônibus e subi no prédio.
00:11:46Uma cara de pau gigantesca, eu cheguei lá na porta da rádio, anteriormente nada, nada
00:11:49moderno, nada se compara ao que é hoje, era um escritório, era um corredor único, infinito,
00:11:54cheio de portas, tinha uma porta de grade e uma porta de madeira, com uma antessala
00:11:57que tinha uma secretária.
00:11:58A porta de madeira estava aberta, ou seja, dava pra ver através da grade tudo que estava
00:12:01acontecendo ali.
00:12:02As pessoas cruzando, trabalhando, olhei ali, as pessoas entrando, e tinha o JP da Jovem
00:12:06Pão ali na frente.
00:12:07Aí eu falei, olhei pra moça, ela perguntou pra mim, você quer um adesivo?
00:12:10Eu falei, não, não, não, não quero adesivo não, eu sei fazer vozes, imitações, você
00:12:17tem uma fita demo?
00:12:18Falei, fita demo, fita demo, não tenho fita demo, o que é demo, o que é isso aí?
00:12:21Você gravar?
00:12:22Não, não tenho, mas eu posso imitar aqui pra você, ok?
00:12:28E comecei a imitar na porta da rádio Jovem Pan, infinitamente, eu comecei uma terceira
00:12:33guerra mundial psicológica contra aquela moça, falei, eu vou conquistar, eu quero
00:12:37entrar nisso aqui.
00:12:38E as pessoas iam passando no corredor, era tudo de lajota, reverberava porcelanato, então
00:12:42o som reverberava, e era um baita de um louco na porta.
00:12:47Mas ela quase chamou a segurança, que eu ficava atrapalhando, imitava Robocop, ficava
00:12:52fazendo Robocop, imitava Robocop, quando eu estava quase sendo chamado, retirado pela
00:12:56segurança, eu viro as costas pelo elevador e dois caras gritam, ô, garoto!
00:13:00Eu volto no corredor, um era Beto Rivera, o outro era Emílio Surita, o Sr.
00:13:06Pânico.
00:13:07Aí eu falei, você quer adesivo?
00:13:09Eu falei, não, quero um trabalho, quero um trabalho, quero um trabalho, quero um trabalho.
00:13:15Eu falei isso, da maneira mais surreal, improvável, não planejada da minha vida.
00:13:20Meu pai não ia me permitir que eu trabalhasse, ele queria que eu estudasse, eu tinha 15 anos
00:13:24para 16 anos, no máximo, como assim, você vai trabalhar, imaginando meus pais pensando
00:13:30a respeito disso.
00:13:31Só sei que o Emílio abriu a porta, junto com o Beto, me colocaram, sei que está fazendo
00:13:35esses efeitos todos aí, soa, entra no estúdio aqui, coloca esse garoto no estúdio, eu entrei
00:13:39dentro de um estúdio e pela primeira vez botei um foninho de ouvido, nem que eu ouvia a minha
00:13:42voz, minha voz, minha voz com reverb, reverb, eco, eco, aquilo, aquele momento, Isabela,
00:13:49foi game changer, como falam no mundo corporativo, foi uma mudança de tudo.
00:13:54Porque eu digo que os dois momentos mais importantes da nossa vida são o momento em que você
00:13:59nasce e o momento em que você descobre por que você nasceu.
00:14:02Ali entre aquele microfone e a minha voz eu descobria por que eu havia nascido.
00:14:08Eu era um comunicador, eu era um artista de alguma maneira, mesmo sem saber que eu era
00:14:11um artista, então ali tudo mudou e nunca mais saí, porque o Tutinha me convidou para
00:14:16trabalhar na Rádio Jovem Pan, e aí eu comecei a fazer as madrugadas das 2 às 6 da manhã
00:14:20e fiz um programa chamado Pan Demônio, na Jovem Pan, na Número 1 do Brasil, e aí não
00:14:25parei.
00:14:26E o que a rádio te ensinou sobre tudo o que você veio fazer depois?
00:14:30Porque a rádio é uma coisa muito, é um meio que cria uma intimidade muito grande
00:14:36com quem está do outro lado ouvindo, mais até do que a TV arrisco dizer, você acha
00:14:40que você conhece a pessoa, cria uma relação ali muito próxima.
00:14:44Então conta um pouco assim do que foi a rádio para você.
00:14:47A rádio para mim sempre foi a escola principal dos comunicadores, para mim você tem que
00:14:51passar no rádio, o que é hoje também o que nós estamos fazendo, o podcast.
00:14:55Diferentemente de hoje, que tem os vídeos, que tem as câmeras, a gente só tinha o microfone,
00:14:59então isso gerava para o público uma grande imaginação, e esse era o barato de como
00:15:03era o Botaviano, como era a Isabela, os efeitos sonoros, a gente contava histórias que tinham
00:15:08efeitos sonoros, o efeito da rádio novela que vem lá da década de 50, 60, sei lá
00:15:12quando, até mais para trás, e esse é o barato do rádio, o rádio que está no cotidiano
00:15:17das pessoas até hoje, de várias maneiras, assim como a TV também está de várias maneiras
00:15:21em multitelas, o rádio para mim é a escola de comunicador porque ela dá para você uma
00:15:25série de noções, de timing, tom de fala, de improvisação, capacidade de improvisação.
00:15:33Eu fazia programas de rádio, depois eu voltei para a Rádio Globo de 8 às 11 e meia da
00:15:38manhã sem texto, era improvisação, claro que tinha uma estrutura do que vai ter de
00:15:42quatro, mas era improvisação, então a escola de improvisação do rádio é mágica, ela
00:15:48é potente, assim como os podcasts hoje também.
00:15:52É lógico que dentro do rádio você tem uma estrutura que pertence muito mais à grade
00:15:56da emissora do que ao seu DNA, então eu fazia muito mais, claro que o programa tinha minha
00:16:01cara, tinha minha voz, obviamente, mas eu atendia mais uma demanda do que era preciso
00:16:05fazer pelo programa de rádio para atender, tinha jornalismo, tinha ao vivo.
00:16:09Então o rádio, até se comparar ao tempo que eu estou em televisão, em outras mídias,
00:16:15ele ocupou muito pouco, mas o pouco que ele me colocou no cérebro, no meu pensamento,
00:16:22ele está presente até hoje, no jeito que eu improviso, no jeito que eu apresento.
00:16:27Às vezes eu estou gravando um comercial e o cara fala assim, esse texto aí, se você
00:16:31puder fazer, você precisa de quantos segundos?
00:16:33Eu falo assim, como assim?
00:16:3530 segundos?
00:16:3645?
00:16:3730, 30 segundos, pode fazer em 30, tá bom, eu vou lá e faço o texto, dá 28, dá 29.
00:16:42Cara, e sem cronômetro!
00:16:45Então o rádio trouxe uma noção também desses tempos, então isso é muito bom.
00:16:50E o que você falou, a proximidade do rádio, a vozinha aqui pertinho, assim como o podcast
00:16:54é hoje, é mágica.
00:16:56E aí você, como que foi essa transição para a televisão, você ficou um tempinho
00:17:01na MTV, você até lembrou isso nas suas redes, né, tempos atrás, o pezinho ali, né, apoiado.
00:17:07Exatamente, antes da MTV teve uma passagem rápida, que foi o meu debut, foi a minha
00:17:11estreia na televisão, que foi no SBT, na Escolinha do Golias, saudoso Ronald Golias.
00:17:17Foi uma coisa muito rápida, mas foi muito marcante, porque ali teve um momento que abriu
00:17:21o outro universo da MTV para mim, que era lado a lado, eles eram vizinhos.
00:17:25Uma amiga minha, Patrícia Opic, atriz, trabalhava na Praça É Nossa e na Escolinha, sabendo
00:17:30do meu sucesso com o rádio, que o programa ganhou uma certa relevância, eu estudava
00:17:34aqui no Objetivo e ela também.
00:17:35Ota, por que você não vai lá conhecer a TV?
00:17:37Eu falei, conhecer a TV, como assim, gente?
00:17:39Para mim, rádio já é uma coisa fascinante, imagina, TV é tipo 3 vezes, 4 vezes, 5 vezes
00:17:43mais encantador do que qualquer outra coisa.
00:17:46Vai lá ver, vai lá ver um dia uma gravação, fui com ela um dia na gravação na Alfonso
00:17:49Bovero, aqui no Sumaré, em São Paulo, e estava lá aquele fantástico mundo da televisão,
00:17:56tudo maior, os pés direitos são maiores, tem muito mais gente, é elefante passando,
00:18:02eram artistas, bailarinas, palhaços passando, era o Lombardi, 33, 44, 48, o Donaldo Taviano,
00:18:10então era fascinante para um garoto, ainda é fascinante para mim até hoje, não à
00:18:14toa é a minha vocação, é a minha paixão, mas imagina para um garoto de 16 anos mais
00:18:17ou menos ali, 16 para 17 anos, uau, e de novo vem a cara de pau.
00:18:23Naquele momento, falei, gente, tem mais uma coisa, é mais um corredor na minha vida.
00:18:27Aí olhei para aquilo tudo, fascinante, aquelas portas gigantescas, tinha um cara com um roteiro,
00:18:31olhando um monitor ali do lado de fora do estúdio, a Patrícia já tinha entrado para
00:18:35gravar.
00:18:36Cheguei perto desse cara, vi que ele era meio ligado ao roteiro, acompanhando o que estava
00:18:39sendo dito ali, e falei assim, tudo bem, mas sem dar muita bola para mim, estou com a Patrícia
00:18:47no meu pique, tá bom, desculpa, estou concentrado aqui vendo ele falando para mim, falei, claro,
00:18:52eu faço imitações, o quê?
00:18:58Ele começou a rir, ele riu, peguei, um vendedor, eu sempre fui vendedor, adoro esse lugar de
00:19:04vender a mim mesmo, de acreditar nos meus talentos, acima de tudo não desistir de mim,
00:19:08e aí eu não desisti de mim naquele momento e comecei de novo a ver o corredor, falei,
00:19:11se eu conquistei a rádio, se eu conquisto esse cara aqui também.
00:19:15A ideia era essa, era invasão de território, jogo de war, tabuleiro, vou conquistar mais
00:19:19um aqui.
00:19:20Só sei que aí ele olhou, cara, você é ator, não sou radialista, você toparia trabalhar
00:19:25aqui com a gente?
00:19:26Falei, eu tenho uma esquete que está guardada há tanto tempo, que é de um personagem que
00:19:28faz sons parecidos com aquele ator negro da Loucademir de Polícia, falei, lógico, é
00:19:33um dos meus ídolos, imagina quem tem um livro do louco da Loucademir de Polícia, era meu
00:19:37ídolo.
00:19:38Aí eu falei, claro, e comecei a fazer uma esquete dentro da escolinha, junto com o saudoso
00:19:43Norton Nascimento.
00:19:44E aí entrei na televisão.
00:19:46Certo dia, sempre saindo pela porta dos fundos da Afonso Bovero, da Sumaré, porque era mais
00:19:53próxima do meu ponto de ônibus, um dia estava tendo uma obra da Sabesp, que é a empresa
00:19:56de esgoto aqui de São Paulo, e saneamento.
00:19:59E aí, putz, falei, ai meu Deus, vou ser obrigado a sair pela porta da frente, que é mais longe,
00:20:04é mais distante do meu ponto de ônibus, e passava ali pela padaria real, pela frutaria
00:20:07e pelo tal prédio, que tinha um prédio gigantesco do lado do SBT, que eu achava que era administrativo
00:20:12do SBT.
00:20:14Eu achava que o Silvio Santos ficava lá, ô, ô, o senhor está vindo, seu trouxa,
00:20:17estou aqui em cima, cuidado de você.
00:20:18Eu achava que o Silvio estava ali.
00:20:20Nada.
00:20:21Era o antigo prédio da TV Tupi, que agora tinha uma outra bandeira, era da MTV.
00:20:25E nesse dia que eu passo em frente à MTV, eu paro de novo para aquilo, e meu pai me
00:20:30ensinou uma coisa muito interessante, desde cedo.
00:20:33Meu pai foi muito importante nessa primeira fase da minha vida, depois minha mãe assumiu
00:20:36uma posição de influência legal, muito legal.
00:20:39Ele falou assim, cara, já entendi que você não gosta de sala de aula, já entendi que
00:20:43você não gosta da academia, no sentido de aprender dentro de uma catequese de ensino,
00:20:48mas você precisa ler, você precisa saber o que acontece no mundo.
00:20:51Eu não vou aceitar que meu filho sente numa roda de conversa comigo, com meus amigos,
00:20:54e não tenha papo, não tenha troca, não saiba o que a gente esteja falando.
00:20:57Então leia, leia, e leia mais sobre aquilo que te interessa.
00:21:00Meu pai, sem querer, estava falando sobre nicho, estava falando sobre segmento, sobre
00:21:04ler, porque sobre o que se interessa era isso, e eu muito lia a respeito do meu negócio
00:21:08da TV já.
00:21:10Então eu vi que a MTV estava cheia, eu sabia que a MTV estava chegando no Brasil e estava
00:21:13já fazendo testes para apresentadores.
00:21:16Naquele mesmo momento que eu passei em frente à MTV, homem-chamas, caraca, moleque!
00:21:21Outro corredor, fui de novo lá, entrei na MTV e era o Google da nossa geração.
00:21:26A MTV era colorida, a recepção era colorida, tinha um video wall, um video wall que era
00:21:33de boate, 140 monitores de TV que juntas criavam uma imagem, era um videoclipe do Chris Isaac,
00:21:39era um videoclipe da Madonna, era um clipe do Renato Russo, da Vange Lionel, Noite Preta,
00:21:46e aquilo foi fascinante para mim, e vendo as pessoas passando ali, todo mundo moderninho,
00:21:50cabelo azul, jeans com jeans, cada um de seu jeito, eu falei, caraca, esse mundo é muito
00:21:54legal, e virei para a moça do balcão.
00:21:57Se ela fosse prima da recepcionista da rádio, ela fazia, meu Deus!
00:22:00Lá vem ele!
00:22:01Lá vem ele!
00:22:02E eu fui de novo, só que agora eu era ator também, já tinha tirado o meu DRT, eu falei,
00:22:07eu sou radialista, eu sou ator, e eu faço imitações, e consegui um teste!
00:22:14Pela terceira vez, Sousa!
00:22:16Consegui tudo, eram todas as minhas ferramentas, sendo que os testes já tinham sido encerrados,
00:22:21eu ganhei lá no Gogó, pega esse telefone e sai daqui!
00:22:24Era um telefone de um cara chamado Zé Cacamargo, fantástico, Zé Cacamargo, que a gente tanto
00:22:29conhece bem.
00:22:31Na mesma hora eu recebo, pego esse cartãozinho, vou ali na frutaria, para quem conhece ali
00:22:35a padaria real, em frente tem uma frutaria, uma banca de frutas.
00:22:37E não tinha WhatsApp, só tinha o teletrim naquela época, já que era o piperzinho.
00:22:42Então eu fui no orelhão.
00:22:43Alô, Zeca?
00:22:44E com o prédio ali, né?
00:22:45Zeca, tudo bem?
00:22:46Ele, pois não.
00:22:47Ô, tá vendo o Costa?
00:22:48Ele, ah, tá, grande bosta.
00:22:49E aí?
00:22:50Então, eu faço imitações, o quê?
00:22:53Ah, tá bom, mas então, cês tão fazendo teste pra VJs da MTV?
00:22:58Eu falei, tamo, mas já encerramos, já encerramos, e comecei a convencer o Zeca, até o momento
00:23:02que eu falei, poxa, eu sou ator, eu sou radialista, eu trabalho na Jovem Pan, eu faço o pandemônio.
00:23:07Cê faz o quê?
00:23:08O pandemônio.
00:23:09Cê faz Carlos, o Burrão, o Fernando, o Silvio Portavo, que era o personagem do programa.
00:23:13Faço.
00:23:14Gente, eu adoro o seu programa.
00:23:15Vem cá, onde é que cê tá?
00:23:16Tô te olhando pela janela.
00:23:18Não, fala sério.
00:23:19Tô te olhando pela janela, eu tô aqui embaixo, não posso mover aqui em frente.
00:23:22Sobe aí.
00:23:23Intervalo de 10, 15 minutos, tudo isso, tá?
00:23:26Voltei, a moça assim, ah, não, garoto, você de novo.
00:23:30Então o Zeca tá me esperando aí.
00:23:32Liga pra ele com calma, eu tô trabalhando aqui.
00:23:34Zeca, alô, tem um garoto aqui, qual o seu nome?
00:23:38Otaviano.
00:23:39Otaviano?
00:23:40Tá, tá bom, quarto andar.
00:23:41Quarto andar.
00:23:42O que que cê fez, cara?
00:23:43Entrei na MTV, consegui meu teste e virei o primeiro, eu virei o Robocop na MTV.
00:23:49Bons tempos, ali nos primórdios da MTV, começo dos anos 90.
00:23:53Era inovador, era vanguardista, a MTV foi transformadora, foi o Google mesmo, foi disruptiva,
00:23:58iniciativas modernas.
00:24:00Era uma grande TV com cara de produtora, uma grande produtora com cara de TV, feita
00:24:04por molecada, sem medo de errar.
00:24:07As vinhetas que a gente fazia, que rolavam no intervalo, entre aspas, os bumpers, a gente
00:24:12produzia assim.
00:24:13Teve uma vez que a gente fez os dois anos da MTV Brasil, a gente foi pra uma fazenda
00:24:17no interior de São Paulo e ficamos três dias gravando conteúdo sem parar.
00:24:20Só sei que o Titi, Vitor Tivita Neto, que era o head na época, a gente num riacho ali
00:24:26com uma camerazinha.
00:24:27Eu dei uma louca no riacho, ele gravou, virou uma vinheta da MTV.
00:24:32Eram umas coisas absurdas, mas muito fora do comum, e isso era muito legal de perceber.
00:24:36E aí você teve três tentativas, pedidos de emprego, bem-sucedidos, e depois mais.
00:24:45Quanto disso você atribui a sorte, o quanto disso foi cara de pau, insistência?
00:24:52Esse primeiro triunvirato de tentativas, que brinco sempre e falo sempre, cara de pau
00:24:58foi a alma do meu negócio, e brinco que a alma do negócio não é só o produto, serviço
00:25:04ou talento que você tem para oferecer, é o espírito que te move, a ideia que te leva.
00:25:09E a ideia que eu tinha na minha cabeça é que eu já estava num momento da minha vida
00:25:12em que eu queria ir além.
00:25:15Eu era o maior vendedor de mim mesmo, então a ideia que me perseguia era que eu vou ser
00:25:21cara de pau, porque, se eu não for, ninguém vai ser por mim.
00:25:26Eu tenho aqui tatuado no meu braço uma frase em inglês que é Rise and Shine, levante-se
00:25:31e brilhe, que fala muito da minha história, fala muito da vida de muitos brasileiros que
00:25:35têm que levantar e acreditar todo santo dia no seu talento, no seu produto, no seu serviço,
00:25:40e não desistir, não é fácil.
00:25:42Então esse primeiro momento, e durante várias outras etapas da minha vida, cara de pau foi
00:25:46a alma do meu negócio, foi a alma do que eu acreditava e não desisti nunca.
00:25:52E pulando uns anos à frente, quando você substitui o Luciano Huck no programa H, qual
00:25:58que foi o peso disso, porque você está substituindo alguém que já era querido, já tinha uma
00:26:02audiência cativa, como é que foi ser o substituto naquele momento?
00:26:06Eu não media muito as consequências aos 24, 25 anos de idade, a gente não pensava
00:26:10muito sobre esse efeito do que o Luciano representava, o que o programa representava.
00:26:15É lógico que eu tinha a noção de que era um programa no horário nobre, era importantíssimo
00:26:20para a grade da emissora, era um movimento de mercado grande, e eu não era cavalo dentro
00:26:24do páreo, como eu brinco, na época eu estava como repórter do Faustão, viajando o Brasil
00:26:29e o mundo, feliz da vida, trabalhando na maior emissora, uma das maiores emissoras do mundo,
00:26:34ao lado dos maiores apresentadores do planeta, o Faustão, feliz da vida, falei, gente, meu
00:26:40nome nem era nem citado na corrida ali para saber quem substituiria o Luciano, então
00:26:44eu já estava com o meu sonho realizado, uma grande parte dele, pô, eu estou na Globo,
00:26:49muchacho, eu estou repórter, com tudo pago por eles, quando eu estava na Califórnia
00:26:54com o Charlie Brown Jr., pela última vez com o Faustão, eu estava fazendo uma matéria
00:26:59com os meninos, Chorão, saudoso Chorão, Champignon também, e toda a trupe, Marcão
00:27:04Thiago Pelada, etc., a gente começou a falar sobre sonhos uma hora lá, sentados em Santa
00:27:09Mônica, no pier de Santa Mônica, com o pessoal da gravadora, e na época aquelas gravadoras
00:27:12pagavam muito, eu andava de limusine, gente, lá em Los Angeles, então assim, a gente
00:27:17virou uma hora assim, eu falei, Chorão, que sonho seu, hein, olha onde nós estamos, olha
00:27:20com tudo pago, que legal, sua música tocando nas rádios, no programa, a matéria inteira
00:27:25com você, é, esse é meu sonho, ele virou para mim, qual o seu sonho, falei, meu sonho?
00:27:32Uai, meu sonho é estar na Globo, estou na Globo, estou com vocês, estou na Califórnia
00:27:35com tudo pago, não, não, não, para aí, esse é o nosso sonho, você está dentro
00:27:39do nosso sonho, vai, qual é o seu sonho, falei, eita, eita, está bom, tem o meu programa
00:27:45de auditório, apresentador, e ele falou, então, anota aí, rapaziada, anota aí todo
00:27:51mundo, já tínhamos tomado uma e outra, mas estava todo mundo muito legal, aí falou assim,
00:27:55anota aí, o Otá vai realizar o sonho dele, o dia que ele realizar, a gente vai tocar
00:27:59no primeiro dia do programa, fechou, fechou, dois dias depois eles vão embora, quer dizer,
00:28:05eles vão embora no mesmo dia, dois dias depois sou eu que pedi para ficar mais um
00:28:08tempinho lá, e aí recebi uma ligação, 0000, para um garoto de 25 anos, 0000 no exterior,
00:28:14é tipo o prejú, né, aí falei, ai, meu Deus, não atenda, não atenda, não atenda,
00:28:18alô, seu Otaviano, tudo bem, eu falei, tudo bem, pois não, pode ser rápido que eu estou
00:28:21no exterior, é, sim, aqui é a secretária do senhor Paulo Saad, tudo joia, da rede Bandeirantes,
00:28:27boa, eu sabia o que estava acontecendo, meu pai falou, lembra, saiba o que está acontecendo
00:28:32no mercado, e aí eu sabia o que estava acontecendo no mercado, eu falei, mas eu não sou cavalo
00:28:38dentro desse páreo, o que o pai está ligando para mim, então eles queriam falar com você,
00:28:41sabe que você pode atender, falei, claro que eu posso atender, é lógico que eu posso
00:28:45atender, pode passar, oi, queridinho, tudo bem, Paulo Saad, querido Otaviano, estou
00:28:52com o Johnny Saad, Ivan Magalhães, Nilton Travessa numa mesa no Viva a Voz, tudo bom,
00:28:57tudo, você está sabendo que nós estamos, sim, eu estou sabendo, o Luciano Oterova
00:29:00sabendo, então, é tipo, o que eu tenho a ver com isso, então, Faustão, que é muito
00:29:04nosso amigo e é o seu chefe atual, nos mandou aqui uma fita sua, de vários trabalhos que
00:29:10você já fez antes dele, durante dele, e também um momento seu animando a plateia
00:29:14do Fausto, porque eu adorava animar, eu era o Liminha do Faustão, você sabe que eu entrei
00:29:19como ator de pegadinhas do Fausto, sim, é verdade, eu entrei como ator de pegadinhas
00:29:24do Fausto, era o Ivolândia, depois eu virei o Liminha, e fui também Loro José da Angélica
00:29:30antes da Globo, na SBT também, mas enfim, numa segunda passagem na SBT, e aí o Fausto
00:29:37pediu para gravar, eu aquecendo a plateia, aquilo foi lindo, porque eu fiz isso com uma
00:29:43certa estratégia, porque eu tinha nas minhas mãos ali, em frente aos meus olhos, uma faculdade
00:29:49de professores de excelência, eu tinha não só o Fausto, como um dos maiores comunicadores
00:29:55do Brasil, como eu tinha diretores incríveis, produtores geniais, e eu tinha a chance de
00:30:00aprender muito vendo aquilo, então eu ia domingo lá para dentro da Globo, mesmo não
00:30:04trabalhando, mesmo não viajando, eu fazia vários links ao vivo para o Fausto, eu ia
00:30:08lá para dentro do estúdio, e aí um dia eu vi as câmeras abertas e o público parado
00:30:12ali, aí eu falei, gente, essas câmeras estão todas abertas, apontadas para o púlpito do
00:30:16Fausto, apontadas para não sei onde, será que tem, está aberto, tem preview, ou seja,
00:30:22será que essa imagem já está sendo gerada lá dentro, no multicamera, fui lá para dentro
00:30:25do switcher, a hora que eu entrei lá na espaçonave, eu vi que estava sendo tudo mostrado, eu falei,
00:30:30se esse sinal está aqui, se esse sinal está lá, alguém, está espalhado na emissora
00:30:35esse sinal aqui, fui lá para dentro e comecei a animar a plateia, pedi para o Louquet, Alberto
00:30:40Louquet na época, você está louco, você é meu repórter, não, mas deixa eu animar
00:30:44a plateia, a cabeça estava lá na frente, eu estava olhando para o meu corredor da vida,
00:30:47mais um corredor, e foi o que aconteceu, o Fausto pediu para gravar aquilo, porque eu
00:30:52fazia daquele programa, era o MSP, Movimento dos 100 Programas, dominando o programa do
00:30:56Fausto, era meu, eu ia para o púlpito do Fausto, achava que o púlpito era meu, ia
00:30:59para o fim da plateia, brincava, e era bom, porque eu aquecia a plateia para o Fausto,
00:31:02era verdadeiro, por um lado, a minha vontade.
00:31:05Tinha uma função ali, né?
00:31:06Eu entregava o público pronto para brincar, puxava no palco, cantava com eles, como eu
00:31:10faço até hoje.
00:31:11Pode perguntar para todo mundo que me conhece, vai fazer o programa ao vivo?
00:31:14Dez minutinhos, eu entro lá na plateia, chamo quem canta, chamo quem imita, chamo
00:31:17quem brinca, venho para o meio do palco, desfilo, me aproximo deles, isso, na hora
00:31:21que abre o programa, está todo mundo aquecido, aquilo que a gente falou do corpo, né?
00:31:25Eu estou aquecendo o corpo daquele programa inteiro, para quando o primeiro minuto ele
00:31:28estiver no ar, está todo mundo na mesma voltagem.
00:31:31E aí só sei que o Fausto mudou a minha vida, eu fui substituir o Luciano Huck no
00:31:36E aí, voltando à sua pergunta, eu só queria fazer aquilo da melhor maneira possível,
00:31:40eu queria mostrar o meu talento da maneira mais incrível.
00:31:43E no primeiro dia, em 9 de novembro de 1999, quem é que estava lá cumprindo a sua promessa?
00:31:48Vou te levar daqui, chorão e companhia ali, ao vivo, para todo o Brasil.
00:31:54Dá para achar esses registros, provavelmente, né?
00:31:56Tudo! Pode procurar, está tudo, eu tenho na minha palestra, eu falo muito desse momento,
00:32:00o vídeo é emocionante, eu agradeço meus pais, agradeço minha família, agradeço
00:32:04a todo mundo que, até então, 11 anos depois, naquele momento, me ajudaram,
00:32:08as pessoas que me ajudaram a chegar onde eu cheguei, e o chorão estava ali, pulado ali.
00:32:12E como é que é que você entrou nesse mundo de empreender?
00:32:16Porque com a sua esposa, Flávia Alessandra, vocês têm uma agência, a Family,
00:32:20e vocês também são sócios de algumas outras empresas.
00:32:24Como é que se deu essa ideia? Foi de uma dor ali que vocês tinham, né?
00:32:28Porque a Family gerencia carreiras e tal, então como é que foi isso?
00:32:32Eu sempre fui empreendedor ou investidor de outras áreas que não a minha.
00:32:37Eu sou, como eu falei, neto de Habib, né?
00:32:39Então, desde de novo, quando eu comecei a ganhar minhas primeiras granas mais importantes,
00:32:43que começaram ali na virada de minha carreira no Apositivo, na Band,
00:32:47eu entendi que era preciso pensar no futuro absolutamente.
00:32:50E muito ajudado pelos meus pais, então eu investi muito em imóveis,
00:32:53até no segmento de energia, que até hoje eu atuo.
00:32:56Mas eu nunca tinha pensado em investir em mim
00:32:59ou apostar em mim, no meu negócio como negócio.
00:33:05E até então, em 2018, mais ou menos,
00:33:08antes da minha decisão de sair da TV aberta,
00:33:12eu tinha uma gestão feita ainda por um modelo anterior,
00:33:15que era com um empresário, num escritório terceirizado,
00:33:18em que ele era meu sócio, de certa maneira, porque participava dos meus resultados.
00:33:21Mas não era uma agência dedicada só a mim,
00:33:23era um escritório dedicado a mais de 20 artistas.
00:33:27E aquilo, em 2018, quando eu deixei a TV aberta,
00:33:30momentaneamente para fazer a pivotada da minha carreira
00:33:33e do meu olhar sobre mim mesmo, movido até pelo senhor Will Smith,
00:33:36porque ele foi abrir um canal no YouTube.
00:33:38Eu olhei, por que o Will Smith abriu um canal no YouTube?
00:33:40O que ele está fazendo no YouTube?
00:33:42É interessante você depois ver a história do porquê que ele foi para o YouTube.
00:33:47Aquilo me moveu muito.
00:33:49E eu percebendo o crescimento do ambiente digital do YouTube,
00:33:52da força dos streamings chegando,
00:33:54eu falei que preciso pivotar,
00:33:56preciso olhar meus próximos 40, 30 anos aqui de negócio.
00:33:59E, quando eu saí, fiz três perguntas fundamentais.
00:34:02Era o que eu quero fazer, como eu quero fazer e com quem eu quero fazer.
00:34:06O primeiro que eu quero fazer é ser mil otavianos.
00:34:11Eu quero criar, eu quero produzir,
00:34:13eu quero cuidar de mim, eu quero full time, full mind,
00:34:17pensar só em mim como produto, serviço, talento.
00:34:20Onde é que eu posso ir além,
00:34:22começar a perceber a minha figura assim como os clientes percebem,
00:34:26assim como as agências percebem?
00:34:28Deixe-me criar essa inteligência de negócio ao meu redor dentro de casa.
00:34:31E, assim, eu pensei em como fazer isso, o que vem na sequência.
00:34:34Como eu queria ser mil otavianos, como eu brinco,
00:34:37primeiro eu falei que preciso ter um canto para produzir tudo isso.
00:34:39Foi quando eu criei o Estúdios, na época era o Otalab,
00:34:42que a Flávia ainda não era minha sócia, vamos chamar assim, externamente.
00:34:45Ela era minha sócia na operação, mas não era minha sócia externamente,
00:34:48porque ela tinha um contrato com a Globo.
00:34:49Então eu abri o Estúdio Otalab,
00:34:51um estúdio de 250 metros no Rio de Janeiro,
00:34:54investi muito, contratei gente da Globo.
00:34:56O estúdio inteiro é feito por gente que fez o MG4 da Globo,
00:34:58o estúdio mais moderno da Globo.
00:35:00E aí eu falei preciso também agora dar suporte
00:35:02para esse espaço de produção, criando uma agência.
00:35:06E foi quando também veio a segunda pergunta, como quero fazer.
00:35:09E o como quero fazer passava pela gestão, pela forma anterior.
00:35:12Eu me desliguei do meu antigo empresário,
00:35:14que hoje é meu parceiro comercial, meu amigo querido, o Diego,
00:35:17e resolvi ser o CEO da minha vida artística.
00:35:22E os outros negócios que eu já sempre investia,
00:35:24como o imobiliário ou da energia, por exemplo,
00:35:27não demandam a minha presença.
00:35:28São contratos muito conservadores
00:35:30e muito fáceis de serem administrados por terceiras pessoas que eu tenho.
00:35:33Mas aí pensei muito sobre como fazer isso.
00:35:37E trouxe uma estrutura, um pensamento de agência de publicidade
00:35:40ou de influência para dentro do nosso próprio guarda-chuva.
00:35:45Então, hoje, se você olhar lá,
00:35:46temos muitas pessoas multi-habilidosas, multi-talentosas,
00:35:50que vão dar criação, passando pela produção,
00:35:54planejamento e gente que tem 23 anos de idade,
00:36:00de uma geração digital, nativa digital,
00:36:02que respira isso 24 horas por dia.
00:36:04Criação tem o Gabriel Esteves, que também é da Porta dos Fundos.
00:36:08Essas são as duas empresas com que ele trabalha.
00:36:10Aí eu tenho planejamento de gente muito talentosa também,
00:36:14que vem do mercado publicitário, a Thaís.
00:36:16Meu head comercial, Rafael Almeida, que veio da Mind também.
00:36:19Agora, em compensação, na produção, eu trouxe gente de...
00:36:22A produção, por exemplo, é capitaneada pela Fernanda França,
00:36:25que vem de 18 anos de Globo.
00:36:27Ou seja, eu tentei montar ali uma criação,
00:36:31um ambiente muito mais próximo do que tem hoje
00:36:34a pulsação do mercado em termos de criatividade, inovação,
00:36:37disruptura, busca de novas plataformas.
00:36:39E, por outro lado, gente que aterrize isso,
00:36:41em termos financeiros especialmente,
00:36:44com a cabeça e gestão cultural, corporativa de uma TV Globo.
00:36:48E, a partir da agência FEMG estruturada dessa maneira,
00:36:51a gente começou a olhar para a gente o tempo todo
00:36:54como, como eu disse, marca, acima de tudo,
00:36:57e todos os seus valores ao redor disso,
00:36:59o que a gente representa como valor.
00:37:01Fizemos pesquisas muito valiosas,
00:37:03começamos a entender como marca, produto, serviço,
00:37:06e o que a gente poderia fazer além disso.
00:37:08E aí, dentro de um war room que a gente fez lá,
00:37:10eu e a Flavinha, numa sala de criação,
00:37:12eu e ela fazendo a gestão, olhando para o outro,
00:37:14junto com outros parceiros e amigos que vinham e entravam,
00:37:16vinham e entravam, conselheiros,
00:37:18a gente criou um mapa-mundo de, vamos chamar,
00:37:22planetas que nos interessavam
00:37:24e que nos identificavam dessa maneira.
00:37:26Então a gente começou a olhar ali.
00:37:28Comunicação, óbvio, otaviano.
00:37:30Bem-estar, Flávia, com estética, Flávia.
00:37:33Flávia sempre foi referência de mulher que se cuida,
00:37:36ainda mais hoje, aos 50 anos,
00:37:38sempre uma mulher muito empoderada também,
00:37:40poderosa, talentosa, raladora também, que nem eu.
00:37:44E aí começamos a abrir outros planetas, a moda,
00:37:47e ver onde a gente podia ir e como a gente podia ir.
00:37:51E foi quando a Family ganhou uma atração muito grande,
00:37:53até de certa maneira potencializada,
00:37:56olha só o que vou falar, pela pandemia.
00:37:58Porque, quando a pandemia impactou todos nós,
00:38:01o estúdio estava pronto,
00:38:02a agência estava lá estruturada e a gente estava parado.
00:38:05E aí a gente começou a atender,
00:38:07o mercado começou a entender as soluções
00:38:09para enfrentar aquele blackout, vamos chamar assim,
00:38:14dezenas de profissionais fora do mercado.
00:38:18A gente não mandou ninguém embora,
00:38:20a gente manteve todo mundo da produção, todo mundo.
00:38:25E aí a gente começou a ver uma oportunidade
00:38:28com o fenômeno das lives.
00:38:31Quando os protocolos começaram a ser adicionados e estabelecidos,
00:38:34a gente pegou aquele boom das live commerce.
00:38:36Nós fizemos, sei lá, mais de 80, 100 live commerce,
00:38:39das mais variadas marcas e tamanhos de projetos.
00:38:43Começamos a produzir sem parar
00:38:44e o estúdio tracionou de um jeito gigantesco
00:38:46e a Family começou a ocupar esses espaços.
00:38:49Viraram pauta no meio mensagem algumas vezes.
00:38:52Sim, e com várias iniciativas que conversam muito ao nosso coração.
00:38:55A última delas, por exemplo, é a Vox2You, a nossa, minha.
00:38:59A gente tem uma coisa interessante,
00:39:00que eu ia falar que somos sócios em todas essas operações.
00:39:03Mas em todo negócio, um toma mais a dianteira,
00:39:06ou em imagem ou em pensamento.
00:39:08Porque a gente não é só embaixador, nem sócio.
00:39:11A gente é investidor e está lá sentado,
00:39:13ou no conselho consultivo,
00:39:15ou está lá junto com o time de marketing e comunicação,
00:39:18full-time ali dentro dos grupos de trabalho.
00:39:20E a gente é muito presente no desenho do negócio.
00:39:24Então a gente sempre vai nessa.
00:39:25A estética fala mais para a Flávia
00:39:26porque ela domina muito mais do que eu.
00:39:28A do treino junto com o meu ritual agora,
00:39:30que são os dois projetos ligados nesse guarda-chuva de bem-estar.
00:39:33A Flávia assume a dianteira,
00:39:35mas eu ajudo no pensamento também.
00:39:36E a gente vai se complementando.
00:39:38A Vox, por exemplo, é comunicação.
00:39:39É a maior escola de comunicação adatória da América Latina.
00:39:42Eu tenho o maior orgulho de fazer parte dela.
00:39:45É você voltando a se relacionar com educação
00:39:48de uma forma mais próxima da sua família.
00:39:51Total!
00:39:52E era uma inquietude que já vinha me perturbando
00:39:55desde a época da pandemia.
00:39:56Porque, com o fenômeno dos infoprodutos,
00:39:59eu fui seduzido, certa vez,
00:40:00para uma plataforma ali no meio da pandemia
00:40:02para compartilhar esse meu conhecimento.
00:40:03Trinta e cinco anos, esse ano,
00:40:05eu completo de comunicação, de microfone ligado.
00:40:07Uau!
00:40:08Como é que eu compartilho isso?
00:40:09Como é que eu trago de novo os pilares
00:40:14que minha avó, pais, tios,
00:40:16sempre prezaram tanto da educação?
00:40:19Como é que eu posso abrir outros portais
00:40:22e ajudar outras pessoas a se transformarem?
00:40:24Porque comunicação, para mim,
00:40:26é mais fundamental do que o inglês.
00:40:28O inglês é para amanhã de manhã.
00:40:30A comunicação é para agora.
00:40:31Depois daqui, sai desse podcast aqui.
00:40:33Então, a comunicação é o novo inglês.
00:40:35O mercado da oralidade
00:40:37tem uma possibilidade gigantesca de crescimento.
00:40:39É um oceano azul de oportunidades.
00:40:41Os números da nossa escola são fantásticos.
00:40:43Já mostram isso.
00:40:44Temos mais de 200 unidades já,
00:40:46espalhadas por todo o Brasil.
00:40:47Mais de 90 mil alunos impactados e transformados.
00:40:50E é belíssimo o feedback deles.
00:40:53Pessoas que vão lá para ou quebrar a timidez
00:40:55ou para apurar a venda do seu produto,
00:40:57serviço e talento.
00:40:58Isso é lindo de perceber.
00:41:00E o PNS nosso,
00:41:01o Índice de Felicidade nosso...
00:41:03Não é PNS.
00:41:04O NPS nosso é de 96%.
00:41:07Temos aluno promotor.
00:41:08O cara que sai falando da nossa sala de aula.
00:41:11Porque esse é o barato.
00:41:12Eu estava desde a pandemia.
00:41:14Como é que eu compartilho esse conhecimento?
00:41:16Mas só o digital para o digital
00:41:18não gera o calorão, como eu falo.
00:41:20A comunicação é calorão.
00:41:21A comunicação é subir em um palco.
00:41:23A comunicação é abrir o microfone.
00:41:25A comunicação é olho no olho.
00:41:27É você saber como a plateia está reagindo.
00:41:29É você se aproximar dela.
00:41:30É você olhar para lá, olhar para cá.
00:41:33E o digital não é suficiente.
00:41:34Ele é complementar.
00:41:35Tanto que temos uma plataforma digital complementar.
00:41:38Mas temos a mesma estrutura de uma escola de idiomas.
00:41:40Então tem sala de aula, tem um palquinho,
00:41:42o aluno sobe duas, três vezes.
00:41:44E lá o aluno não foge do palco,
00:41:45não nega palco.
00:41:47E é muito interessante ver as felicidades.
00:41:49Eu tenho um primo de vinte e poucos anos
00:41:51que está lá, advogado,
00:41:52supertímido na nossa unidade em Cuiabá.
00:41:55Feliz da vida!
00:41:56Me mandando mensagem.
00:41:57Ele fez a primeira defesa na plenária agora,
00:41:59semana passada.
00:42:00Gravou o vídeo, mandou no grupo da família.
00:42:02Olha só como eu estou.
00:42:04É lindo de se perceber isso.
00:42:06Então os nossos negócios têm essa característica
00:42:08de sermos sócios em tudo,
00:42:10mas cada um assume
00:42:12ou uma cadeira mais dianteira,
00:42:15vamos chamar assim,
00:42:16pois representa muito mais a sua própria marca.
00:42:18Ota, e você estava nessa efervescência
00:42:21fazendo várias coisas
00:42:23e há cerca de um ano teve um episódio
00:42:24muito delicado na sua vida.
00:42:26Exatamente, menos de um ano.
00:42:28E você descobriu, por acaso,
00:42:31esse aneurisma que estava em estágio avançado,
00:42:33teve que passar por uma cirurgia
00:42:35muito complicada, muito delicada,
00:42:37de quase oito horas de duração.
00:42:39É, oito horas e meia.
00:42:41E você falou publicamente sobre isso.
00:42:44E qual que é?
00:42:45O que fica desse susto,
00:42:47desse episódio que foi um divisor de águas?
00:42:52Eu estou vivendo um ciclo de emoções,
00:42:54porque esse mês eu completo o meu aniversário,
00:42:56eu brinco que é o meu primeiro aniversário
00:42:58do meu renascimento,
00:43:00estou completando um ano de vida, de revida,
00:43:02e também está se aproximando a data
00:43:04em que eu descobri que eu tinha o aneurisma,
00:43:06que foi no dia 6 de junho do ano passado.
00:43:09E quando eu descobri, foi muito louco,
00:43:12porque eu tinha uma válvula bicuspide
00:43:14que eu havia nascido com ela
00:43:16e que eu tinha que controlar.
00:43:17Eu relaxei, pós pandemia eu relaxei.
00:43:19Fiquei dois anos sem controlar o crescimento.
00:43:21Ela estava em 3, alguma coisa,
00:43:23não precisava fazer cirurgia.
00:43:24E de repente ela saltou para 5,7 em algumas secções,
00:43:275,4 em outras,
00:43:29e isso gerou uma bomba relógio dentro de mim,
00:43:31que foi descoberto por causa de uma dorzinha na costela,
00:43:34que eu atribuo a Deus,
00:43:36porque não tem outra explicação.
00:43:37Uma dorzinha na costela que nada tinha a ver com a minha...
00:43:41Foi pesquisada depois,
00:43:42era só uma coisa de postura muscular aqui,
00:43:45mas que me chamou a atenção e lembrança.
00:43:47Que burro, não fiz o meu check-up.
00:43:49Quando eu estava em Buenos Aires,
00:43:51em Corpus Christi,
00:43:52passando com a família quatro dias,
00:43:54incomodada a viagem inteira,
00:43:55voltei e fiz um simples cardiograma
00:43:56e minha vida mudou da noite para o dia.
00:43:58Era dia 6 de junho,
00:43:59um dia antes do aniversário da Flávia,
00:44:01de 50 anos de idade.
00:44:02Um festão que ela preparou,
00:44:04com duas bandas,
00:44:05não sei quantos convidados,
00:44:06a gente feliz da vida.
00:44:07Meus pais estavam em casa.
00:44:08Na quinta, 6 de junho, 7,30 da noite,
00:44:11eu fui para lá e voltei 9,30 da noite,
00:44:13com a pior notícia das nossas vidas.
00:44:15Eu posso morrer.
00:44:16A verdade era essa.
00:44:18Porque o doutor falou assim,
00:44:19você não faça esforço nenhum.
00:44:22Você, por favor,
00:44:23tome cuidado na hora de subir e fazer isso.
00:44:25Eu falei, gente, foi uma loucura aquilo.
00:44:29E comecei,
00:44:30e eu não contei nada para a Flávia.
00:44:32Eu cheguei em casa, 9,30,
00:44:33meus pais estavam sentados na sala de jantar
00:44:35junto com a Flávinha.
00:44:36Oi, como é que foi?
00:44:37Foi tudo ótimo, tudo bem,
00:44:38nada demais, tudo belezinha,
00:44:39tudo jóia, mentira para burro.
00:44:41Mas eu falei, não vou contar para a Flávia,
00:44:42nem para meus pais,
00:44:43senão a festa vai ser cancelada.
00:44:45A festa vai ser cancelada.
00:44:46E vivemos a festa
00:44:48como se fosse a primeira e última festa das minhas vidas.
00:44:50E assim foi durante esse mês inteiro
00:44:53que precedeu a cirurgia que aconteceu no dia 10 de julho.
00:44:56O que mudou não foi o que veio depois.
00:44:59O que mudou foi o que veio antes.
00:45:02Porque quando eu descobri a notícia,
00:45:03eu comecei a sofrer muito.
00:45:07Pensando assim,
00:45:08cara, vou abrir isso aqui,
00:45:09vou abrir esse osso.
00:45:10Eu dormia passando a mão nesse osso,
00:45:12que é o osso externo, como chamam.
00:45:13Esse externo, como é que eu abro isso?
00:45:15Como é que vai doer isso?
00:45:16Como é que vai ser a minha vida?
00:45:18O meu coração para, gente,
00:45:20durante seis horas.
00:45:21O meu coração parou durante o mês.
00:45:22Cada um é de um jeito.
00:45:23O meu parou durante quase seis horas,
00:45:25cinco horas,
00:45:26para poder trocar a peça.
00:45:27Não adianta ter o coração.
00:45:28E o meu sangue vai para fora do corpo,
00:45:30para uma máquina chamada ECMO, externo.
00:45:32O meu sangue vai lá para fora,
00:45:33o coração para.
00:45:34Abre um portal dimensional.
00:45:36Quem acredita nisso, eu acredito.
00:45:38Você para de viver
00:45:39e deixa uma máquina trabalhar para você.
00:45:42Algo acontece ali, com certeza.
00:45:43Enfim, nesse mês eu fiquei passando assim,
00:45:47gente, vou abrir meu peito daqui a um mês.
00:45:49Agora, Otaviano, vamos lá,
00:45:51vamos pensar sobre sua vida.
00:45:53Você viveu de peito aberto até então?
00:45:55O que eu quero dizer com isso?
00:45:57Você realizou seus sonhos?
00:45:59Você colocou sua família, sua filha,
00:46:01suas filhas em primeiro lugar?
00:46:03Você perdoou quem tinha que perdoar?
00:46:05De peito aberto, você amou quem tinha que ser amado?
00:46:07Você perdoou quem tinha que ser perdoado?
00:46:08De peito aberto, você viveu a sua vida?
00:46:10E, graças a Deus,
00:46:12eu comecei a fazer um check, check, check, check.
00:46:15Graças a Deus.
00:46:17Porque, triste para um ser humano
00:46:19que vai para uma cirurgia como essa,
00:46:21que pode ser muito trágica,
00:46:24o risco é pequeno, mas existe um risco cirúrgico.
00:46:26Como bem disse o Calil,
00:46:27eu vou trocar 100% de risco,
00:46:29meu médico Dr. Roberto Calil,
00:46:31eu vou trocar 100% de risco
00:46:32de você ter qualquer coisa a qualquer momento
00:46:34carregando essa bomba relógio
00:46:35por um risco cirúrgico.
00:46:36Existe, mas é aterrorizante o risco.
00:46:41Quando você faz um check desse da vida,
00:46:43eu falo assim, triste para a pessoa
00:46:45que está indo para uma situação como essa
00:46:47e descobre que tem várias lacunas em aberto.
00:46:49Não priorizei minha família,
00:46:50não realizei meus sonhos,
00:46:52não perdoei fulano, não perdoei ciclano.
00:46:54E aquele mês foi muito impactante para mim
00:46:57porque, por coincidência,
00:46:59era a apresentação de balé da Olívia,
00:47:01a festa de São João da Olívia,
00:47:03era isso da Júlia, a festa da Flávia,
00:47:05tudo ganhou um tom de despedida,
00:47:07era a última vez da apresentação da Flávia,
00:47:09era a última vez da apresentação da Flávia.
00:47:11Falei, gente do céu, deu tudo certo.
00:47:14E o impacto gigantesco veio pós-cirurgia,
00:47:18não sobre as minhas reflexões,
00:47:22porque não mudei.
00:47:23Esse é o barato.
00:47:24Falaram assim, você mudou muita coisa.
00:47:25Não mudei nada,
00:47:26porque estava no trilho certo,
00:47:28no meu check da vida.
00:47:29Falei, cara, estou potencializando mais isso,
00:47:32estou amando mais, estou perdoando mais,
00:47:34estou realizando mais sonhos,
00:47:36estou priorizando cada vez mais a minha família.
00:47:39Passar três, quatro dias em São Paulo agora
00:47:41com esse projeto novo da banda aqui,
00:47:42para mim está sendo...
00:47:44Cada segundo vale ouro hoje.
00:47:46Mas a minha família me apoiou muito.
00:47:48A Júlia, a Olívia me apoiaram muito,
00:47:50minhas meninas.
00:47:51Mas voltando,
00:47:52o impacto que veio pós-cirurgia aqui foi lindo,
00:47:54porque até então tinha guardado o segredo,
00:47:56não tinha falado para ninguém o que tinha acontecido.
00:47:58Minha ideia era,
00:47:59quero entrar nessa sala de cirurgia
00:48:01não com tom de velório.
00:48:03Não estou indo lá me despedir,
00:48:04estou indo lá para viver de novo.
00:48:05Não queria gerar uma comoção antes da cirurgia.
00:48:07Conseguimos manter um elo muito pequeno de pessoas.
00:48:10Enfim, fiz a cirurgia.
00:48:12Uma semana depois, o Calil falou,
00:48:14você vai ter auto daqui a uma semana.
00:48:16Foi tudo ótimo.
00:48:17Lindo, lindo, lindo.
00:48:18Foi quando gravei um vídeo fundamental.
00:48:21O vídeo em que abri meu peito,
00:48:22literalmente de peito aberto.
00:48:23Eu falei para todo mundo o que aconteceu comigo.
00:48:25Estou com um pijama,
00:48:26estou com uma faixa aqui grande,
00:48:28e foi uma loucura.
00:48:30Um transbordo de amor e carinho.
00:48:32A gente sabia do Ponteiro,
00:48:34que a gente era querido no Brasil.
00:48:35A gente sabe do Ponteiro do público.
00:48:37Mas vimos um Ponteiro que não imaginávamos.
00:48:40Isso foi muito lindo.
00:48:41Mas o mais lindo foi o impacto da minha notícia
00:48:45diante de pessoas que resolveram,
00:48:46a partir dela, se cuidar ou se identificar.
00:48:49Muitas.
00:48:50Aumentou em mais de 300% o pedido de exame em um hospital,
00:48:53250% em outro.
00:48:54Os relatos eram lindos.
00:48:56Começaram a chegar as mensagens no meu celular,
00:48:58não só para celebrar a minha vida,
00:49:00mas para agradecer.
00:49:01Você salvou a minha vida,
00:49:02depois descobri algo parecido com a sua.
00:49:03Fui fazer o ECO,
00:49:04tenho um negócio que agora vou administrar,
00:49:05não sabia que eu tinha.
00:49:06Meu pai vai fazer a cirurgia semana que vem,
00:49:08você pode falar com ele?
00:49:09Posso.
00:49:10Minha mulher vai fazer?
00:49:11Pode falar com ela?
00:49:12Posso.
00:49:13Um presidente de uma grande corporação do universo de mídia
00:49:16certa vez, em uma palestra, começou a chorar.
00:49:19E com vários amigos meus na palestra,
00:49:23sentados ali embaixo,
00:49:24vendo esse big boss falando ali,
00:49:26de uma companhia até internacional.
00:49:30Começou a chorar e a falar que quase tinha perdido a mulher dele.
00:49:34Ele falou assim...
00:49:35E teve um cara muito importante na minha vida,
00:49:37porque ele ajudou muito a minha esposa.
00:49:39Ele ficou uma hora com a minha esposa no telefone,
00:49:41respondendo a todas as perguntas.
00:49:43E foi o Otaviano Costa.
00:49:44Aí a galera...
00:49:47Marcos Quintela da Yang,
00:49:48começou o Augusto da EMS.
00:49:51Uma galera começou a mandar...
00:49:52O Bebeto Pirro do UOL começou a mandar...
00:49:54Todo mundo...
00:49:55O que você fez?
00:49:56Ele está todo emocionado.
00:49:57Eu falei...
00:49:58Caraca!
00:49:59E aí eu não sabia.
00:50:00Eu tinha conversado com uma pessoa,
00:50:01que era a mulher desse presidente,
00:50:03em que ela também ia passar pelas mesmas coisas.
00:50:07E eu dei dicas de todos os tipos.
00:50:09Eu me prestei a esse serviço.
00:50:11Eu falei...
00:50:12A única coisa que posso fazer é me prestar a esse serviço.
00:50:14Eu virei o SAC lá do Sírio.
00:50:15Brinca, o Serviço de Atendimento ao Coração.
00:50:17É o lado bom das redes sociais.
00:50:20Hoje se fala tanto sobre o aspecto nocivo das redes,
00:50:24mas tem esse papel também de aproximar as pessoas,
00:50:27de criar conexões.
00:50:28E eu ia te perguntar justamente sobre isso.
00:50:30Você vem dessa época da mídia,
00:50:33em que era televisão, era rádio...
00:50:35Jornal...
00:50:36E aí as coisas foram rapidamente mudando.
00:50:39E hoje a gente tem redes sociais.
00:50:41Como é a sua relação...
00:50:43Até vi no seu Instagram que você comemorou o fato
00:50:46de você ter visto o show com a sua filha,
00:50:48do Coldplay, sem celular.
00:50:50Então, como é que é essa dosagem na sua vida?
00:50:53A gente entende, claro,
00:50:54que as redes sociais hoje são ferramentas fundamentais
00:50:57para a nossa estratégia de negócio,
00:50:59para a nossa estratégia, plataforma de negócio.
00:51:02Mas também é uma plataforma de...
00:51:05Como é que eu posso dizer?
00:51:08Geração de conteúdo orgânico, verdadeiro,
00:51:11inspirador, emocionante, alegre.
00:51:14O meu Instagram não é plastificado.
00:51:17Ele está lá porque ele existe.
00:51:19São aquelas coisas que você vê.
00:51:20Eu não estou ali para propagandar ou criar...
00:51:24A minha família sou eu ali, sem máscara, sem nada.
00:51:27E a gente tenta juntar esses dois mundos.
00:51:30E é lógico que aparecem nisso esses sintomas,
00:51:33essas consequências,
00:51:35ou de um fator de haters,
00:51:38ou um fator de muito amor.
00:51:39E é indiscutível que 90%, 95%, 99% é de amor,
00:51:44é de carinho.
00:51:45E vem o hater ali.
00:51:47A gente entende isso.
00:51:4835 anos na janela,
00:51:49em de um tempo que um cara fazia uma crítica num jornal,
00:51:52no sábado,
00:51:53você só conseguia falar com esse cara na terça-feira,
00:51:55se é que você conseguia falar com ele
00:51:56para tentar trazer um argumento
00:51:59que talvez até fosse válido
00:52:01para que ele fizesse uma errata.
00:52:03Mas era critério dele e da editoria.
00:52:06Só que o prejuízo já estava feito.
00:52:08Então você não tinha o que fazer.
00:52:10Hoje a vantagem é essa.
00:52:11Se sai uma notícia torta,
00:52:12ou se tem um cara de hater ali,
00:52:13se tem um comentário maldoso,
00:52:14se tem uma nota mal feita,
00:52:15você tem a chance de ir na sua rede e falar
00:52:17que tem errado aqui uma coisinha.
00:52:18Desculpa, não sei o que lá.
00:52:20E a gente aprendeu também,
00:52:21com essa casca grossa que a gente já tem de tantos anos,
00:52:23que existe aquela crítica positiva,
00:52:25tem aquela crítica destrutiva,
00:52:27tem a construtiva.
00:52:28A gente sabe quem é quem no game.
00:52:29A gente já sabe quem está há tantos anos com a gente.
00:52:31A gente sabe quem está buscando clique.
00:52:33Caça clique, a gente sabe.
00:52:35As minhas redes sociais
00:52:36são a tradução da minha mais pura essência,
00:52:38da essência da minha família.
00:52:40Aquele show do Coldplay é isso.
00:52:41Nossa relação é muito saudável com a rede.
00:52:43E a gente tem alguns códigos éticos, por exemplo,
00:52:45com a utilização do celular.
00:52:47Código ético, digo,
00:52:48códigos comportamentais e éticos ali entre nós, na família.
00:52:51Há mais de dez anos que a gente não tem celular na mesa.
00:52:53A gente deixa o celular ali,
00:52:54ou deixa aqui do lado assim.
00:52:56Porque hoje é muito doido.
00:52:57Eu falo, as pessoas sentam para bater um papo sobre um negócio
00:52:59e botam o celular aqui.
00:53:01Tem uma mensagem só nesse celular aqui que é muito louca.
00:53:04Tem uma coisa mais importante entre nós dois aqui,
00:53:06que é esse meu mundo aqui.
00:53:08Sem querer você passa uma mensagem.
00:53:10Bota de lado.
00:53:11No mínimo, bota de lado.
00:53:13Estou conversando.
00:53:14Não tem nada entre nós aqui.
00:53:15Só eu e você.
00:53:16Olho no olho.
00:53:17E isso a gente conseguiu fazer um pouquinho.
00:53:19E a Olivia equilibra muito bem.
00:53:20A Olivia é mais nova, assim como a Julia,
00:53:22com leituras impressas, livros impressos.
00:53:28A Flávia também.
00:53:29A gente foi para umas férias agora recentes.
00:53:31A Olivia com dois livros na bagagem.
00:53:33E lendo, e lendo.
00:53:34Então a gente equilibra muito bem o mundo digital com esse mundo,
00:53:37aprendendo a lidar muito com os haters também,
00:53:40que é normal.
00:53:41E vou pegar até uma frase do Divaldo,
00:53:44que acabou de nos deixar o líder espiritual,
00:53:46espírita, tão valioso,
00:53:48que ele fala assim,
00:53:49gente, não queira ser amado.
00:53:52Ame.
00:53:53Porque isso gera compaixão.
00:53:55Isso gera compreensão.
00:53:57Os inimigos vão existir.
00:53:59Eles estão ali, vão te odiar gratuitamente.
00:54:01Talvez por uma série de circunstâncias que nem você sabe.
00:54:04E talvez nem ele perceba.
00:54:05Talvez seja uma diferença social gigantesca.
00:54:07Talvez os desafios da sua vida sejam...
00:54:09Talvez as frustrações dão realização dos seus sonhos.
00:54:12Talvez...
00:54:13E a gente tem que amar.
00:54:15É muito louco.
00:54:16Eu sei que não é fácil.
00:54:17Não é fácil às vezes, pelo amor de Deus.
00:54:18Mas eu uso aquela famosa tática de
00:54:20tem um haterzinho ali, bloquei, bani o usuário.
00:54:23E tchau, gente.
00:54:24Não sei nem fazer terapia.
00:54:25E segue a vida.
00:54:26E não respondo.
00:54:27Não, jamais.
00:54:29E você segue o conselho do seu pai de sempre se manter antenado, leitura.
00:54:35O que você faz quando você não está trabalhando?
00:54:37O que você faz para se manter inspirado?
00:54:38O que te faz brilhar os olhos?
00:54:40O que te move?
00:54:41Documentários.
00:54:42Eu sou louco por documentários.
00:54:44A última que assisti agora foi do Phil Collins.
00:54:46E adoro assistir documentários,
00:54:48pois é uma forma audiovisual muito interessante para mim.
00:54:52Eu gosto muito de ver aquilo que eu aprendo.
00:54:55É muito gostoso.
00:54:56E eu vejo de tudo, gente.
00:54:57É muito louco.
00:54:58Eu vou de Oxxo, a história do líder espiritual,
00:55:02passando por Phil Collins até Light and Magic,
00:55:06o Behind the Scenes do Star Wars,
00:55:09como tudo construiu.
00:55:10Como a Industrial Light and Magic,
00:55:13a grande empresa do George Lucas, nasceu.
00:55:16Mas eu leio também muito.
00:55:17Eu tenho uma coisa com história também.
00:55:19Adoro ler coisas que eu e meu pai temos muita afinidade, por exemplo,
00:55:22que é a história da Segunda Guerra Mundial.
00:55:24Nos últimos 75 anos da celebração do desembarque na Normandia,
00:55:28da Segunda Guerra,
00:55:29eu fui com meu pai para lá celebrar a história
00:55:31e também ter ao lado dele uma experiência única de vida.
00:55:33Eu já tinha estado lá com as meninas,
00:55:35mas ao lado do meu pai era diferente.
00:55:37Estávamos eu e ele,
00:55:38duas pessoas que amavam a história de maneira profunda,
00:55:41conhecem muito.
00:55:42Então, a gente sentava ali no banco,
00:55:44de Omaha Beach,
00:55:46e ficava olhando para aquilo tudo
00:55:47e falando sobre coisas que a gente sabia da história.
00:55:49E, além de outros fatos gigantescos,
00:55:51eu adoro documentários, tenho fato,
00:55:54adoro livros que são baseados em fatos reais,
00:55:57filmes baseados em fatos reais.
00:55:59E aí, é lógico que tem as minhas coisas deliciosas da vida,
00:56:02o meu piano.
00:56:03O meu piano é meu escape, a música,
00:56:05eu toco, canto, faço minhas lives cantando.
00:56:09O que você tem gostado de cantar ultimamente?
00:56:12Eu adoro o Luiz Capaldi,
00:56:14adoro o Benson Boone,
00:56:16e tem um cara maravilhoso,
00:56:18que eu estou aprendendo a conhecer,
00:56:19que eu estou até decorando o nome dele aqui,
00:56:20um brasileiro que vocês precisam seguir.
00:56:22É um cara novo, mas de um talento.
00:56:24Eu postei hoje nas minhas redes.
00:56:26Está aqui, olha.
00:56:27Ai, gente, cadê?
00:56:28Divaldo Franco?
00:56:29Espera aí, gente.
00:56:30Está aqui.
00:56:31Está aqui, espera aí.
00:56:32Tim Bernardes.
00:56:34Tim Bernardes.
00:56:35Olha a voz desse cara.
00:56:36Do Terno.
00:56:49E é um musicista de primeira mão,
00:56:51está fazendo show na Europa,
00:56:52fazendo show não sei na onde.
00:56:54Eu adoro.
00:56:55E eu tenho esse lado, que é muito interessante.
00:56:57Eu sou um musical eclético.
00:56:59Eu toco em São Paulo na noite, como hobby.
00:57:01Eu saio do meu programa O Positivo,
00:57:03ia tocar na night aqui em São Paulo.
00:57:05Ia tocar?
00:57:06Tocava em barzinho?
00:57:07Barça, aço, casas ligadas.
00:57:09Eu tocava no Que Hora,
00:57:11tocava no Na Mata Café,
00:57:12bares só de gig e profissa.
00:57:15Era uma estrutura legal para caramba.
00:57:17Então, era uma aposta com três amigos meus,
00:57:19que eu falei assim,
00:57:20gente, ganha dinheiro por mim,
00:57:22e me leve meu nome,
00:57:23mas só me dê uma estrutura profissional.
00:57:24Porque o valor do cachê dos bares,
00:57:26das casas noturnas,
00:57:27não faziam sentido para mim,
00:57:28não fechavam a conta para mim.
00:57:29Mas como prazer de cantar,
00:57:31era incrível.
00:57:32E eu fazia com tesão,
00:57:34desculpe a palavra, mas era verdade.
00:57:35Eu fazia para valer.
00:57:36E os meninos me estruturavam,
00:57:37porque eu falava assim,
00:57:38eu só quero estrutura,
00:57:39eu quero fazer um bom show,
00:57:40porque eu tenho uma coisa a zelar,
00:57:41que é a minha imagem.
00:57:42Ele falou, então vamos embora.
00:57:43Cara, eu fiz mais de 200 shows em dois anos.
00:57:45Tocava no Coppola Music na Vila Madalena,
00:57:47tocava no Café Piu Piu,
00:57:49no Papagaio Vinteiro,
00:57:51toquei em tudo.
00:57:52Old Vic Pub, quando tinha aqui na Faria Lima.
00:57:55Vários.
00:57:56Penélope, 601, bar.
00:57:58Era um barato.
00:57:59Então eu tenho uma coisa eclética,
00:58:01que eu toco desde, sei lá,
00:58:03desde um Tim Maia,
00:58:05até passando por o Cláudio Zoli,
00:58:07o Jota Quest,
00:58:08o nosso pop rock nacional,
00:58:09passa pelos gringos,
00:58:11de todos os tipos, gringos.
00:58:12A minha influência de piano é de Ray Charles,
00:58:16é de Elton John,
00:58:17é de Stevie Wonder,
00:58:18como também tem Ivan Lins,
00:58:19tem Guilherme Arantes.
00:58:21Então eu adoro essa coisa eclética,
00:58:23como também tem um lado meu,
00:58:24que eu adoro,
00:58:25que é metálica.
00:58:26Existe Slipknot, System of a Down,
00:58:28adoro essas coisas.
00:58:30E já que a gente está chegando,
00:58:32infelizmente,
00:58:33à reta final da nossa conversa.
00:58:34Desculpa, você foi sequestrado,
00:58:35você não pode interromper
00:58:36antes de cinco horas de programa.
00:58:39Eu queria que você desse uma palhinha,
00:58:41você prometeu cantar.
00:58:43É mesmo?
00:58:44Escolhe uma música.
00:58:45Qual é a música?
00:58:47A gente bota, vamos fazer o seguinte,
00:58:48vamos fazer uma brincadeira então, vai.
00:58:49Karaokê ao vivo,
00:58:50olha mais do que num cabicho.
00:58:53Você escolhe a música,
00:58:54eu procuro o karaokê.
00:58:55Aí eu canto.
00:58:58Poxa vida.
00:58:59Karaokê, vou até botar.
00:59:00Karaokê, aí você escolhe a música.
00:59:01Olha só o que está acontecendo aqui, tá gente?
00:59:03Nem sei o tom,
00:59:04porque o karaokê do YouTube não tem tom,
00:59:05você não regula o tom.
00:59:06Olha, eu ia falar música brasileira,
00:59:08mas vamos no metálica então.
00:59:10Metálica?
00:59:12Uau.
00:59:13Nothing else matters, será?
00:59:16Karaokê, nothing else matters.
00:59:19Caraca, você é bem louca, né?
00:59:23Vocês estão me ouvindo bem?
00:59:24Bota um reverbzinho aí,
00:59:25agora eu quero ver também.
00:59:30Vai ficar muito longa essa introdução.
00:59:37Deixa eu botar na letra.
00:59:39Aqui, agora vai.
00:59:40Agora você vai ver agora.
00:59:41A ideia é essa, mano.
00:59:42Fazer improvisado.
01:00:13Myself this way
01:00:17Life is ours and leave it our way
01:00:22All these words I just say
01:00:28And nothing else matters
01:00:35Just I seek and find the new...
01:00:38Chega, gente.
01:00:40Eu não estou nem me ouvindo.
01:00:41É horrível, você não está ouvindo.
01:00:43Arrasou.
01:00:44Cinco mil reais.
01:00:46Cinco mil reais.
01:00:47Vocês nunca viram.
01:00:48Tem toda uma plateia.
01:00:49Aqui tem plateia.
01:00:50Cinquenta reais que o Vera diz.
01:00:51Estão ferrados.
01:00:52Tem toda uma plateia aqui nos assistindo.
01:00:53Viu, gente?
01:00:54Já teve karaokê aqui?
01:00:56Nunca, primeira vez.
01:00:57Viu?
01:00:58Estamos abrindo uma nova prateleira de negócios.
01:00:59Conta no Club Media e e-mail mensagem.
01:01:02Otta, muito obrigada pela conversa,
01:01:05pela sua presença aqui no A Ideia.
01:01:07E até uma próxima.
01:01:09Até uma próxima.
01:01:10Muito obrigado.
01:01:11Um beijo, um abraço.
01:01:12Logo.
01:01:13Continue acompanhando A Ideia nas plataformas de e-mail e mensagem,
01:01:16no nosso canal no YouTube e em todos os agregadores de podcast.
01:01:20Os episódios são gravados nos estúdios do Content Club em São Paulo.
01:01:24Até a próxima.

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