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No Visão Crítica, Antonio Corrêa de Lacerda e José Luiz Pimenta Jr. analisam os impactos da taxação de 50% de Donald Trump sobre os produtos brasileiros. Eles detalham quais estados sofrerão mais, com destaque para São Paulo pela indústria, e o restante do país que terá mudanças significativas nas exportações de carnes, café, açúcar, ferro e aço.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/iUPLu-ocgeE

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Transcrição
00:00Eu perguntaria para o nosso convidado José Luiz Pimenta Júnior, como diretor do Departamento de Infraestrutura da Fiesp.
00:08Olhando as 27 unidades da federação, o que é curioso é que cerca de 22 ou 23, o principal comércio é desenvolvido com a China.
00:18No caso do Acre, tem a relação forte lá com o Peru, Roraima com a Venezuela, o estado do Amazonas com a Colômbia, até por questões geográficas.
00:33E com os Estados Unidos, são três estados, mas especialmente o principal estado da federação, economicamente falando, que é São Paulo,
00:40que vai ser, certamente, caso isso seja implantado, presumo eu, o mais afetado, inclusive o setor industrial.
00:48Eu perguntaria o senhor, a Fiesp já tem algum programa, já está desenvolvendo alguma atividade, já está alerta à frente o que pode ocorrer com a economia paulista, especialmente na área industrial?
01:01Não somente a Fiesp, mas se a gente olhar como um todo, a CNI, as próprias câmaras americanas, a ANCHAN, Câmara Americana de Comércio,
01:11agora a própria US Chamber, lá dos Estados Unidos, enfim, o setor privado está todo mobilizado, as associações de classes, as associações empresariais,
01:21que vão ser, de alguma forma, afetadas, né, isso não se restringe somente ao estado de São Paulo.
01:27A hora, agora, é de ter unicidade, é de ter, obviamente, uma capacidade de diagnóstico muito forte daquilo que vai acontecer.
01:36A gente já sabe dos efeitos, mas, para quem estuda o interior, né, para quem efetivamente conhece esses rincões do Brasil,
01:45sabe que o efeito na ponta é devastador.
01:48São fábricas fechando, né, se isso realmente vier a cabo, são layoffs, né, pessoas sendo despedidas, enfim.
01:57Há todo um ecossistema, Vila, porque isso é importante deixar claro para o nosso telespectador.
02:03Embora a China represente um terço do nosso comércio global, né, Estados Unidos, os Estados Unidos da América,
02:09têm uma relação muito forte com o Brasil, no que a gente chama de transações inter-indústria e intra-indústria.
02:17O que é isso?
02:18São relações complementares de indústrias de transformação, sobretudo indústrias de transformação,
02:23que compram, intercambiam, de alguma forma, insumos e agregam valor.
02:27Isso acontece tanto daqui para lá, quanto de lá para cá.
02:31De lá para cá, é verdade um pouco mais bem final, farmacêutico e tudo mais, mas mesmo assim tem, né.
02:37Então, a questão principal aí é que se construir uma cadeia comercial muito rica,
02:43muito dinâmica, de alta e média intensidade tecnológica.
02:47Então, é um tipo de comércio muito sofisticado, embora tenha insumos, obviamente, envolvidos, né,
02:55ou tem bens brasileiros que estão presentes na mesa do consumidor norte-americano.
03:01Suco de laranja, o café, né, e que estão na sociedade americana como um todo.
03:06Os aviões, né, exportados pela Embraer, enfim, autopeças.
03:11Então, note que é um tipo de comércio que, e esse tipo de comércio é muito importante ser falado,
03:17porque ele não se limita a uma empresa só.
03:19Ele se capilariza por uma cadeia de micro, médias, grandes empresas.
03:24E culminam, geralmente, com as grandes empresas que exportam.
03:28Então, é importante dizer que é o nosso maior destino de manufaturados hoje, né,
03:34e, de certa forma, embora seja o nosso segundo parceiro comercial com 12% das exportações,
03:42é um tipo de exportação muito refinada, é um tipo de comércio muito sofisticado.
03:46Então, não há dúvida que o setor privado, como um todo, né, está apoiando o governo
03:51no sentido de mostrar para o governo aquilo que vai ter, né, e terá de prejuízo,
03:57enfim, munir o governo, obviamente, com o tipo de informação necessária
04:01para que ele possa negociar, Vila.
04:03Perfeito.
04:05Eu passaria para o Lacerda, colocando e pegando um gancho que o Zé Luiz destacou,
04:11a resposta do governo brasileiro e da sociedade brasileira.
04:15Como é que você analisa, tendo em vista que nós temos uma tradição no Brasil,
04:19muitas vezes, ou do que no passado, nos anos 50, tem eleições do clube militar,
04:25olha que isso faz tempo, que eram disputas enormes entre militares,
04:29entre os chamados, entre aspas, entreguistas e os nacionalistas.
04:34Entreguistas eram aqueles muito próximos aos interesses, na época de uma quase que única potência
04:39aqui em grande parte do mundo, os Estados Unidos.
04:41Então, vivemos da Guerra Fria.
04:43E, do outro lado, os nacionalistas que defendiam a proteção do mercado nacional,
04:47as nossas riquezas minerais, é o momento que vai ser criada a Petrobras em 1953.
04:52Era uma tensão muito grande que nós tínhamos.
04:55Aí, houve uma série de mudanças ao longo do tempo e chegamos agora, que é o século XXI.
05:00Então, eu passaria ao professor Lácio a discutir, na sua opinião, a resposta do governo,
05:06a articulação com a Estado Civil, com os outros poderes, você acha que esse é o caminho correto
05:10que está sendo feito, para a gente não cair também naquele nacionalismo muito de discurso barato,
05:15mas sem efeito prático?
05:16E nós temos também isso, em certo momento, da nossa história, né?
05:19Aquele discurso do pachequismo, igual o que falava no futebol na década de 80, né?
05:24Então, como equilibrar um discurso racional enfrentando um presidente bufão?
05:29Porque o Trump é um presidente bufão, ninguém pode levar a sério um elemento como aquele, né?
05:35É isso, Vila. O ufanismo não resolve, né?
05:39Por outro lado, é preciso pragmatismo, é preciso ação.
05:45E, primeiro, ficou claro que o Brasil, já em maio, tinha enviado uma carta
05:51que permaneceu mais no âmbito, vamos dizer, interno,
05:57porque, evidentemente, uma proposta de negociação que não foi respondida.
06:02Mais recentemente, houve essa mobilização com reuniões intensas,
06:07com setores envolvidos, tanto da indústria, né?
06:10Como lembrou o colega Pimenta, como também do agronegócio.
06:14E a publicação imediata, que saiu ontem no Diário Oficial,
06:20da lei de reciprocidade econômica, né?
06:23Que, muitas vezes, é mal compreendida,
06:25inclusive, às vezes, mal tratada em alguns setores da mídia.
06:29Porque a reciprocidade, nesse sentido,
06:32não é você taxar na mesma medida e com o mesmo instrumento, né?
06:36É você utilizar como última instância,
06:39se a negociação não for bem-sucedida.
06:43Outras medidas previstas no cardápio, vamos dizer,
06:48da própria Organização Mundial do Comércio, OMC,
06:51de retaliação cruzada, muitas vezes,
06:54envolvendo, por exemplo, quebra de patentes,
06:57envolvendo tarifação, cotas, enfim, uma série de outros elementos.
07:02Mas isso é lá na frente, se as negociações não prosperarem.
07:05O que tudo indica é que vão se intensificar,
07:09vão se intensificar, como já vão ocorrendo,
07:12as tentativas de negociação até o dia 1º de agosto.
07:18E restam, o quê? Duas semanas, menos que isso.
07:21Muito provavelmente, no detalhamento, isso não será possível.
07:25E, talvez, sim, um adiamento, não é?
07:28Dessa definição, para que haja tempo de negociação.
07:32Como tem sido uma prática do Trump,
07:35também blefar, no sentido de colocar determinadas situações
07:41que não se configuram na prática,
07:43pelo menos não da forma como foram pré-anunciadas,
07:47existe, sim, alguma possibilidade de transação, de negociação.
07:53Agora, não há dúvida que o estrago está feito.
07:56De certa forma, que a economia vive de expectativas
07:59e vive também de decisões que têm que ser tomadas.
08:03Então, em alguns momentos, a produção já foram paralisadas,
08:07porque há uma incerteza muito grande com relação a preço, por exemplo,
08:12em relação às condições.
08:15Mas eu te diria, voltando à estratégia brasileira,
08:19eu acho que está correta, quer dizer, é o que tem que ser feito mesmo.
08:22Você busca negociação, busca saídas alternativas
08:28e de forma que se mobilize também no front internacional
08:33uma mobilização de demais países interessados
08:37no sentido da configuração de interesses.
08:41Já foi citado aqui o papel dos BRICS e outros interesses,
08:47como o Brasil tem boas relações com várias economias,
08:52também de buscar algum apoio no sentido de interesses comuns
08:57voltados para a negociação envolvendo, portanto, as práticas de comércio.

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