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Flávio Roscoe, presidente da FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), analisa como a crise do IOF, gerada pela derrubada do aumento do imposto no Congresso Nacional, pode afetar diretamente o setor produtivo brasileiro. Os comentaristas Dora Kramer e Acácio Miranda participam da conversa, perguntando sobre as consequências econômicas dessa crise.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/BenF_i78aA0

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Transcrição
00:00Como é que fica o setor produtivo brasileiro em meio à crise entre o Congresso e o governo?
00:05Nosso entrevistado agora é o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais.
00:10Mais uma vez, gentilmente nos atendendo, Flávio Roscoi.
00:13Tudo bem, presidente?
00:14Muito obrigado por estar aqui conosco novamente.
00:16Como vai? Boa noite.
00:18Boa noite, Thiago. Um prazer estar aqui com vocês.
00:20Bom, a FIENG sempre cita que a insegurança jurídica atrapalha muito o dia a dia do industrial,
00:27o dia a dia do setor produtivo.
00:30E essa história do IOF, que começa a valer, de repente o Congresso derruba,
00:34agora o governo vai fazer a judicialização.
00:37Como é que fica o setor produtivo nesse tiroteio?
00:40É possível prever investimentos?
00:42É possível fazer compras, fazer contratos?
00:45Ou está tudo em compasso de espera nesse caso?
00:50Bom, Thiago, essa é uma excelente pergunta.
00:52A gente acabou de voltar de uma missão ao Japão, com mais de 250 empresários brasileiros.
01:00E lá a gente ouviu de várias empresas japonesas que já investem no Brasil e que têm interesse de investir,
01:07uma queixa com relação à insegurança das regras no Brasil, que mudam o tempo inteiro.
01:15E isso prejudica muito o ambiente de negócio, porque quando você investe, você normalmente investe a longo prazo.
01:23E quando a regra muda, a análise de investimento que foi feita, ela é impactada.
01:30Então, isso prejudica não somente empresários brasileiros, que também têm que fazer suas projeções,
01:37e a população, mas também investidores internacionais que enxergam o Brasil como um possível mercado para seus investimentos.
01:47Presidente, vou passar a palavra para os comentaristas, Dora Kramer e o Acácio Miranda.
01:50Comece pelo Acácio agora. Acácio.
01:52Presidente, boa noite. Prazer em falar com você.
01:58Presidente, a gente tem falado bastante sobre todos os embrólios que nós temos acompanhado,
02:03envolvendo o governo, envolvendo o Congresso, envolvendo o Supremo Tribunal Federal.
02:10Diante disso, eu acho importante nós ressaltarmos, e que o senhor esternasse, obviamente,
02:15quais são as expectativas do setor produtivo em relação à postura do governo federal,
02:24mais especificamente em virtude do fato do Brasil assumir, neste momento, a presidência rotativa do Mercosul.
02:32Se para o setor produtivo isso trará benefícios, ou não há benefícios a serem trazidos?
02:41Eu queria que o senhor falasse um pouquinho sobre isso.
02:42Boa noite, Acácio.
02:46A presidência rotativa do Mercosul, ela, claro que traz benefícios, mas na verdade o bloco decide em consenso.
02:58Então, na verdade, não há uma grande vantagem estar naquele momento presidindo o bloco,
03:05já que você precisa da anuência de todos os membros do bloco.
03:10Apenas você tem ali, vamos dizer, uma maior gestão sobre as pautas e também sobre as prioridades do bloco naquele momento.
03:23Então, eu não vejo ali uma grande vantagem.
03:26Claro que é melhor estar na presidência do que não estar,
03:30mas eu não vejo como isso muda de maneira significativa o jogo com relação à presidência do bloco.
03:39Pergunta agora de Dora Kramer. Dora.
03:42Boa noite, Flávio.
03:43Eu quero voltar para o IOF, tá?
03:45Caso o governo perca, ou melhor, ganhe no Supremo Tribunal Federal e seja, portanto, retomada a vigência do decreto do IOF,
03:57como é que o setor produtivo pretende reagir?
04:02Boa noite, Tora.
04:03O IOF, na nossa leitura, ele é um imposto regulatório e transitório, quer dizer,
04:09ele jamais poderia ser utilizado com finalidade de arrecadação,
04:14porque ele, na verdade, visa regular mercados.
04:18E, no momento, nós não precisaríamos de um aumento de IOF,
04:22já que estamos com a taxa de juros no patamar mais alto da história recente.
04:26Uma taxa de juros real muito significativa.
04:31E, no topo dessa taxa, você adiciona um aumento de IOF,
04:35é algo extremamente danoso ao conjunto da economia e à sociedade,
04:39porque, na verdade, o custo financeiro compõe todo o custo de produtos e serviços adquritos pela população.
04:47Isso, muitas vezes, é esquecido de ser mencionado.
04:50O governo adora falar que vai taxar o empresário,
04:53mas ele esquece de mencionar à população que quem paga os impostos
04:57é a população adquirir produtos e insumos,
05:02porque esses impostos são repassados ao preço dos produtos.
05:07Isso, muitas vezes, não é comunicado de maneira adequada à população.
05:11A percepção de que o legislativo seja, a todo momento,
05:20questionado pelo Executivo quando é contrariado no Judiciário,
05:28acaba, na verdade, afetando a estabilidade dos poderes da República.
05:32E é exatamente isso que é a grita generalizada do Congresso.
05:36Olha, cabe ao Congresso a última instância da legislação.
05:40O decreto legislativo, que foi a medida utilizada pelo Congresso,
05:46ele é algo que está presente em nossa Constituição,
05:50ele é muito raro e só utilizado em casos críticos.
05:54Nesse caso, o Congresso expressou a sua vontade com a absoluta maioria dos membros,
05:59entendendo que já atingimos a um limite de aumento de arrecadação.
06:04Quer dizer, o governo tem batido recordes de arrecadação,
06:08mas também tem batido recordes de gasto.
06:11A discussão está equivocada no Brasil.
06:13Nós estamos discutindo a redução do gasto público,
06:17e não a expansão contínua, permanente,
06:22o que obriga uma expansão da carga tributária.
06:25O presidente queria fazer mais uma questão para o senhor,
06:28falando sobre a conjuntura, já prevendo esse segundo semestre.
06:32A gente sabe que muitas vezes o segundo semestre é mais aquecido,
06:36e a indústria fica em dúvida se vai dar conta da demanda ou não vai.
06:40O IBGE divulgou ontem o resultado da produção industrial,
06:43ainda pegando um recorte de um mês um pouco mais para trás.
06:47Não é tão exato o levantamento, a gente não tem o recorte de agora.
06:53O senhor falou dos juros.
06:54Para esse segundo semestre, é possível esperar com, talvez,
06:58o arrefecimento da inflação e as famílias mais expostas a gastar?
07:04O que a FIENG projeta para esse segundo semestre?
07:09Olha, o arrefecimento da inflação no Brasil hoje depende de conjuntura externa,
07:16e nesse sentido os juros altos estão possibilitando ali um fortalecimento do real,
07:24já que fica muito atrativo investir aqui,
07:27a gente vê um recente fortalecimento do real frente ao dólar,
07:32o que obviamente traz uma pressão deflacionária.
07:36Toda vez que o dólar valoriza, o real valoriza,
07:42você tem uma pressão deflacionária no fronte externo.
07:48Por outro lado, no mercado interno, é aquela velha discussão,
07:52por um lado, políticas públicas freiam a atividade econômica
07:59através do aumento de taxa de juros,
08:01e de um outro, o governo aumenta e acelera a atividade econômica
08:05através do gasto público.
08:06Então, essas forças se anulam, e na verdade, com o gasto público,
08:13todas as duas, porque já que o Estado é o maior devedor,
08:16ao aumentar os juros, você gasta mais com juros.
08:20E ao aumentar o gasto público,
08:23você emite uma força em direção oposta ao aumento do juros,
08:28porque o aumento do juros retrai a economia,
08:30e o aumento do gasto público faz com que a atividade econômica se expanda.
08:34Então, o que acontece é que há uma neutralidade das duas ações,
08:39por isso que há dificuldade na contenção inflacionária,
08:43e aí a manutenção da taxa de juros mais alta
08:45para um tempo mais longo que o desejado.
08:49E o resultado de ambas as medidas é maior déficit público,
08:54porque ao aumentar com gastos, você vai aumentar o déficit público,
08:57ao aumentar com juros, você aumenta o déficit público.
09:00Então, a gente tem que quebrar esse ciclo o mais rápido possível.
09:06E isso tem que acontecer através da redução da expansão do gasto público.
09:11Flávio Roscoe, que é presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais,
09:15como sempre, muito obrigado pela gentileza,
09:18bom descanso, volto sempre aqui a Jovem Pão.
09:20Um abraço, senhora.
09:21Eu quero agradecer, Thiago.
09:22Foi um prazer estar aqui com vocês, com a Dória e com a Cássia.
09:25Obrigado.

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