Toda vez que um candidato de esquerda vence alguma eleição na América Latina, alguns mais empolgados voltam a falar de uma "onda rosa" ou "onda vermelha" na região.
Foi assim com o chileno Gabriel Boric, com o colombiano Gustavo Petro e com Lula.
Mas a onda rosa até agora não passou de uma ilusão. Com Andrés Manuel López Obrador e, provavelmente, com Claudia Sheinbaum, os mexicanos continuarão dando pouca atenção para o restante da América Latina.
"O foco do México, por questões estruturais, é no principal parceiro comercial, os Estados Unidos, e com a China", afirma Edmundo Sandoval, diretor associado da Control Risks na Cidade do México.
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00:00Edmundo, uma última perguntinha, o México, qual que é a relação do México com o resto da América Latina, com o Brasil, né? O Lula aqui no passado falava muito, a impressão que dava era que todos os partidos de esquerda, todos os governos de esquerda estariam meio que unificados, né?
00:20Numa grande América Latina, ali na ideia de Simón Bolívar, né? Esses venezuelanos falam muito disso também. O México está junto com o resto da esquerda?
00:33Ideológicamente, o presidente López Obrador ha estado alineado, sobre todo, aos partidos de esquerda, e os únicos pontos em que o temos visto com intervenções diretas, sobre todo em materia de relações internacionais,
00:47foi para apoiar os líderes dos partidos da esquerda na América Latina. Realmente, a projeção internacional do presidente López Obrador foi, durante todos os seus exceitos,
01:00foi sumamente conservadora, sumamente reservada, e sim, só conseguiu ter uma incidência a nível internacional,
01:09uma vez que encontra, digamos que a solicitude ou a necessidade de parte de um de esses líderes.
01:19Agora, como influye ou como impacta isso nas relações diretas na América Latina, no Brasil?
01:28Como afeta, por exemplo, na matéria productiva, na matéria comercial?
01:31A verdade é que não muito. Não vimos que durante este sexenio houve um incremento nas relações nem puramente diplomáticas,
01:43nem um incremento nas relações puramente comerciales.
01:47Realmente, o foco das relações comerciales e diplomáticas de México, por questões estruturales,
01:54se encontra com uma olhada, sobretudo nas grandes capitales,
02:00particularmente no socio comercial número um, que é os Estados Unidos.
02:04E, bom, há alguns coqueteos por aí com outros mercados,
02:08sobretudo, atualmente, com o mercado chino,
02:12que já é um desafio, sobretudo por os rostos entre Estados Unidos e o mercado de produção chino,
02:20mas, em realidade, particularmente com a América Latina,
02:24acho que o que vamos observar, sobretudo no sexenio de Claudia Sheinbaum,
02:28vai ser, sim, uma relação, sobretudo, muito mais frontal com os partidos e os líderes da esquerda latino-americana,
02:36mas não acho que haverá um incremento maior em quanto a relações diplomáticas ou relações comerciales.
02:44Ótimo.
02:45Bom, Edmundo explicou, quer dizer, o Obrador já deu apoio a vários líderes de esquerda da região,
02:54isso também tem a ver com o Partido Morena, que é um partido de esquerda,
02:58tem relação com outros partidos de esquerda para cá, ao sul do Equador, né, quero dizer,
03:04mas que ele diz que isso é uma questão muito mais ou meramente diplomática,
03:09porque, quando você olha nas questões mais comerciais ou de produção,
03:16isso não tem muito efeito, né,
03:19e isso acontece porque o México tem uma importância muito maior dos Estados Unidos,
03:26que é o principal parceiro comercial,
03:28e também aumentando muito as relações comerciais do México com a China.
03:33Então, não faz tanto sentido ficar olhando aqui para o resto da América Latina.