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Notícias
Transcrição
00:00A ministra da Igualdade Racial, Aniele Franco,
00:02atribuiu as tragédias das chuvas no Rio de Janeiro
00:06no fim de semana ao que chamou de racismo ambiental.
00:09Aniele publicou um vídeo e escreveu a seguinte mensagem,
00:12abre aspas,
00:13sobre as chuvas no Rio de Janeiro, o racismo ambiental
00:15e como ele se manifesta nas grandes cidades.
00:18O governo federal e os poderes locais estão agindo em conjunto
00:21para redução de danos.
00:22Fecho aspas.
00:23Agora vamos acompanhar um trecho do vídeo publicado
00:26na conta da ministra no X, o antigo Twitter.
00:28Pode soltar.
00:30Não é natural que em alguns municípios, bairros, periferias e favelas
00:34sofram com consequências mais graves da chuva do que outros.
00:38Bom, isso acontece porque uma parte da cidade do estado
00:42não tem a mesma condição de moradia, de saneamento,
00:44de estrutura urbana do que a outra.
00:47Também não é natural que esses lugares tenham ali
00:49a maioria da sua população negra.
00:52Isso faz parte do que a gente chama e define de racismo ambiental
00:56e os seus efeitos nas grandes cidades.
00:58Esse termo já vem sendo usado desde a década de 80,
01:03que ele ganha força nos Estados Unidos,
01:04mas também muitos ativistas brasileiros e outros
01:07sempre têm falado sobre as vulnerabilidades de certas pessoas
01:12e onde essas pessoas moram.
01:13A gente entende o apreço por Hollywood.
01:15A gente sabe que o anti-americanismo petista é só da boca para fora,
01:19até porque a agenda identitária do petismo é toda importada e distorcida,
01:27distorcida em termos de aplicação ao cenário brasileiro,
01:32da agenda da esquerda americana.
01:33Mas voltando ao ponto, porque o caso é grave, o caso é sério,
01:37que são das chuvas do Rio de Janeiro e da precariedade da moradia,
01:42das infiltrações, das enchentes que acabam trazendo muitas imagens,
01:49que a gente vê a população com barquinho,
01:51a gente vê gente eventualmente se afogando,
01:53sendo levada pela correnteza,
01:54aquilo que a gente está lamentavelmente acostumado a ver ano após ano
01:58sem que o poder público tome atitudes realmente preventivas.
02:03E isso, que é uma situação que merece um diagnóstico real,
02:09baseado em elementos concretos, materiais, físicos,
02:14um escrutínio histórico do problema,
02:19tudo isso é reduzido para uma expressão que vem da cultura woke,
02:25em boa parte americana também,
02:28que é a do racismo ambiental.
02:32Todo mundo que mora no Brasil sabe muito bem
02:34que em áreas pobres, em enchentes, em problemas derivados de tempestades
02:41e precariedade de moradia,
02:42tem um monte de pessoas brancas e pobres
02:45que acabam se dando mal também nessa situação.
02:49E elas acabam discriminadas com esse tipo de indignação seletiva,
02:52com esse tipo de discurso que busca misturar
02:55essa militância racial já distorcida,
02:57porque combater o racismo aqui todos combatemos.
03:00Tem muita gente que combate o racismo,
03:03gente preta, gente branca,
03:05gente de todos os tipos.
03:07Volto a citar aqui Joaquim Nabuco,
03:09mais influente dos abolicionistas.
03:11Então há muito tempo no Brasil que existe esse combate,
03:14que é muito diferente você pegar uma expressão
03:16como buraco negro e afetar a virtude,
03:18dizendo que isso é racismo, etc.,
03:20quando não tem nada a ver uma coisa com a outra.
03:23Casos envolvendo escuridão versus luz,
03:26não tem nada a ver com cor de pele.
03:29Então a Aniele Franco recorre a mais esse termo,
03:33que busca, enfim, esse reducionismo grave,
03:37sobre a precariedade que acaba causando tantos problemas.
03:41E é uma tentativa de posar de virtuoso
03:46num momento de drama
03:47em que se deveria buscar soluções concretas.
03:50Eu não sei nem ser só virtuoso.
03:53É posar de ilustrado.
03:57Ilustrado no sentido de sábio,
04:00de conhecedor da melhor linguagem.
04:06É uma coisa pernóstica, cafona.
04:09Essa importação contínua de termos que vêm de dentro da academia
04:15para falar sobre uma realidade brasileira
04:18que está muito longe,
04:20não só da realidade da academia dos Estados Unidos,
04:24da academia americana,
04:25como até mesmo da academia brasileira
04:29que faz pesquisa,
04:30que é essencialmente classe média e classe média alta.
04:34Fale um português claro.
04:35São os negros pobres que mais sofrem
04:39quando acontecem essas coisas.
04:41É legítimo uma ministra da igualdade racial
04:44aparecer e dizer uma coisa como essa
04:47para aquelas pessoas.
04:49Para aquelas pessoas e para o público em geral.
04:52Os negros brasileiros sofrem muito
04:54porque eles moram em favelas
04:56que, enfim,
04:58recebem uma carga absurda
05:00de problemas cada vez que chove,
05:04cada vez que faz sol,
05:05porque acaba a água.
05:07Enfim,
05:08é legítimo dizer isso.
05:09Por que...
05:10Sem esquecer, evidentemente,
05:12das outras pessoas.
05:12Quer dizer,
05:13está o discurso completo, né?
05:15Não fica usando o caso
05:17para erguer ali uma bandeira ideológica
05:20dentro desse progressismo moderninho recente.
05:23Eu estou partindo do princípio
05:24que ela é uma ministra da igualdade racial,
05:26que ela está lá para cuidar
05:27da questão dos negros no Brasil.
05:29O que eu estou querendo dizer
05:31é que, assim,
05:31seria até legítimo
05:33se ela falasse um português claro.
05:36O que ela quer
05:37é envernizar esse discurso
05:39para parecer que ele é mais,
05:41que ele está descrevendo
05:42alguma coisa mais grave ainda
05:44do que aquilo que é a realidade.
05:46Isso é uma bobagem.
05:48Como eu disse,
05:49é pernóstico,
05:50é cafona
05:50e desvia o foco da discussão.
05:54Desvia o foco da discussão
05:55dos problemas reais
05:56para esta pataquada.
05:58pseudo-intelectual.
06:03Sabe o que parece?
06:04Como a Aniele traz para o debate público,
06:07ao invés de estar discutindo
06:08os problemas das enchentes,
06:11da habitação,
06:12a gente acaba tendo que,
06:15com razão,
06:16se dedicar à estupidez linguística
06:19desse povo.
06:21E continua,
06:22porque é mais uma expressão.
06:23Ela condena uma,
06:24e depois ela usa outra
06:26completamente inadequada
06:27diante do drama.
06:30E você, Fih,
06:31falou de envernizar.
06:33Ela parece,
06:35quando tenta envernizar,
06:36que é o que acontece
06:36com a maioria das pessoas
06:37que fazem isso
06:38em vários campos,
06:39ainda mais
06:40despreparada
06:43para o cargo que ocupa.
06:44você estava falando,
06:47e eu me lembro de um exemplo
06:48que eu sempre uso,
06:50que é,
06:50você já viu pré-adolescente
06:51tentando imitar adultos,
06:54se maquiando,
06:55eventualmente fumando,
06:56aparece mais criança ainda.
06:59Aquela moçada
07:01que se enche de tinta na cara,
07:03porque maquiagem é uma coisa de adulto,
07:04agora eu quero parecer
07:05mocinha, mocinha e tal,
07:07o pessoal
07:07bota
07:09aquela bolsinha,
07:11aquelas coisas,
07:12e fica parecendo
07:13mais criança ainda,
07:14porque é um negócio
07:15completamente torto,
07:17ainda não aprendeu
07:17a medida das coisas.
07:20E ela
07:20não tem esse senso.
07:22Eu estou sofrendo
07:23um problema contrário,
07:24né, Felipe?
07:24Talvez porque seja
07:25uma pré-adolescente
07:26acadêmica e intelectual.
07:27Uma pré-adolescente,
07:29exato,
07:29exatamente,
07:30está querendo parecer
07:31mais adulta do que é
07:32e ficar recorrendo
07:33a esses penduricalhos,
07:34a adereço.
07:36Esse tipo de linguagem
07:38tem o papel do adereço
07:40no desfile carnavalesco.
07:41É uma coisa para brilhar,
07:42para chamar atenção e tal.
07:45Mas se o enredo é fraco,
07:46amigo, não tem jeito.
07:47Exato.
08:06E aí

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