O preconceito de Lula contra os pobres

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Transcript

00:00Vamos em frente que tem uma declaração do Lula, que na verdade é uma repetição de um discurso que ele faz há muitos anos e a gente sempre analisa, porque ele tem consequências, obviamente.

00:10Lula afirmou nessa quinta-feira que o investimento na população mais pobre do país vai diminuir a criminalidade e a violência.

00:17O petista deu a declaração durante o evento na Bahia. Vamos acompanhar.

00:19Eu posso dizer para vocês que com experiência de vida, que custa muito pouco, muito pouco, a gente investir no pobre desse país e investir na melhoria de vida deles.

00:33Quando a gente melhorar a vida das pessoas, sabe o que vai acontecer? Vai ter menos assalto, vai ter menos violência.

00:42Você viu que ontem teve um arrastão no Rio de Janeiro às 30 horas da tarde.

00:46Esse fenômeno que está acontecendo, esse abuso do crime organizado, esse crescimento de tudo isso, eu posso dizer que tem mil causas, mas a principal é a ausência do Estado brasileiro em não cuidar das pessoas no tempo certo.

01:07E o tempo certo começa pelo ensino fundamental.

01:10Madá, o Lula sempre fala associando a pobreza e a criminalidade.

01:17Eu sempre considero um insulto às pessoas pobres honestas.

01:20Existem milhões de brasileiros pobres que não cometem qualquer tipo de crime, apesar de todas as adversidades que eles enfrentam.

01:29São pessoas que saem, muitas vezes, de uma comunidade dominada pelo tráfico de manhã, eventualmente são assaltadas no transporte público, vão trabalhar, voltam de noite, isso pode acontecer de novo.

01:43Elas não têm, repito, carro blindado, não têm condomínio com guarita, com grade.

01:49Elas são roubadas pelos criminosos, as pessoas pobres.

01:54E o Lula sempre faz essa relação mais rasteira.

01:59Obviamente, é possível você afirmar a respeito da ausência do Estado em termos de policiamento na área, naquela região, você defender a educação, etc.

02:13Agora, há pessoas que escolhem a bandidagem e os corruptos, inclusive, e muitos ainda têm muito poder no Brasil, eles estão aí para mostrar que ricos que passaram pelo sistema de ensino, eles também cometem crimes, eles também roubam outras pessoas.

02:34Às vezes, é por outros meios.

02:36Então, só para fazer uma introdução a esse assunto, fique à vontade, Madara.

02:40Essa analogia de que a pessoa rouba porque é pobre, ela é tão preconceituosa, tão canalha, e veja que se fosse feita por alguém de direita,

02:53A ministra Nelly diria que é racismo, com certeza, porque entre os pobres tem mais negros, né?

03:00Então, assim, é algo que primeiro não tem nenhum respaldo na realidade e nas pesquisas.

03:09É evidente que se vale do quê?

03:11Mais uma vez, do populismo, do apelo emocional.

03:14Existem pessoas que, numa situação limite de necessidade ou de pobreza, sempre foram honestas e fazem uma loucura?

03:25Existem.

03:26Existem.

03:27Não se pode, no entanto, comparar esses casos à criminalidade.

03:33Há vagabundo que é preso 17, 18 vezes, não fica na cadeia e sai para matar policial.

03:39E se você for ver, quem é mais rígido com essas pessoas é justamente a população mais pobre.

03:48Porque a população mais pobre sofre duplamente.

03:52Primeiro por ter de conviver com esses marginais.

03:55E depois por ter de conviver com o preconceito de quem é rico.

03:59Porque o pobre sabe que ele é pobre, ele sabe o que ele passa, o que é humilhação,

04:05o que é não dormir por causa de dívida, de não saber o dia de amanhã.

04:10E, ainda assim, escolher ser honesto.

04:12E isso é a grande maioria.

04:14Não fosse a grande maioria, já tinha tido uma guerra civil no Brasil, você não andava na rua.

04:20O Lula não podia andar na rua, sendo rico do jeito que é.

04:23Então, essa análise que se faz, ela é muito canalha e ela banaliza,

04:30sempre é feita para banalizar, algo que a primeira necessidade do Brasil,

04:36se quiser um dia ser um país de verdade, que é a educação.

04:41A educação.

04:43A gente tem um problema de criminalidade que precisa ser resolvido,

04:48que ele tem a ver muito mais com impunidade e com a certeza da impunidade

04:54do que com falta de polícia, do que com desigualdade, do que com qualquer outra coisa.

05:01É um sistema falho, é um sistema de corrupção moral,

05:06em que você vê o povo da Lava Jato está tudo solto já.

05:09Por que o cara que é ladrão e foi solto 15 vezes não vai roubar de novo?

05:13É uma corrupção moral que existe.

05:15E é muito triste que isso tudo seja feito de maneira a ofuscar e também a manchar

05:23a luta por algo que é tão importante que é a educação.

05:28A educação é necessária não para o brasileiro não virar bandido,

05:33que é do preconceito, de uma arrogância dizer que você precisa educar para não virar bandido.

05:39Esses bandidos todos aí da política foram tudo educados.

05:42Ele disse que precisa da educação para não virar bandido,

05:44mas o brasileiro precisa da educação é justamente para não mais se deixar governar por bandido.

05:50O brasileiro gosta de pilantra, o brasileiro acredita em pilantra,

05:54não pode ver um pilantra que sai votando no cara,

05:57fica bravo se alguém fala mal do pilantra que ele escolheu na vez.

06:02É com educação que a gente muda esse estado de coisas.

06:05Mas assim, o Lula não é burro, né?

06:07Para qual político brasileiro interessa a gente ter um povo realmente educado?

06:12Essa que é a questão que fica de pano de fundo nessa fala dele, né?

06:17Graéb, o que você destaca?

06:20Eu queria pegar por um outro lado, Felipe.

06:23Eu fui aqui olhar as estatísticas de mortes de jovens,

06:28porque o Lula está dizendo,

06:29ah, vamos educar as crianças, né?

06:32Isso é muito importante, gasta-se pouco para fazer isso,

06:37e você tira as crianças da bandidagem,

06:42você afasta elas do perigo da criminalidade, né?

06:47Se é tão fácil, por que não fez?

06:49De 2003 a 2015, vai?

06:57Vamos pegar aqui, foi quando a Dilma...

07:002003, quando o Lula começou a governar.

07:022015, o último ano de governo completo da Dilma Rousseff.

07:07As estatísticas sobre criminalidade,

07:12sobre morte, morte de jovens atingidos

07:16pela criminalidade, pela bandidagem, pela violência, né?

07:21Não se mexeram no Brasil.

07:23Ou melhor, se mexeram para subir

07:26nos últimos anos da Dilma.

07:28Então, os governos do PT

07:33não conseguiram fazer absolutamente nada.

07:37Nada.

07:39Para tirar os jovens do caminho das balas perdidas.

07:45Não deram a educação básica de que o Lula fala.

07:50Ah, não é obrigação do governo federal

07:52cuidar da educação básica, né?

07:56Bom, se o diagnóstico está tão claro na cabeça do Lula

08:02de que esta é a solução necessária,

08:04este é o momento crucial

08:06para que o Estado intervenha,

08:10ele que tivesse articulado para que isso acontecesse,

08:13ele que tivesse usado

08:15o capital político dele,

08:18que foi gigantesco no primeiro governo,

08:22para transformar esse diagnóstico em algo concreto.

08:25não fez nada.

08:27Foi atrás de voto fácil,

08:29de gente com mais de 18 anos,

08:31que entra na faculdade,

08:33com os programas do governo federal.

08:37Não fez.

08:39Não mexeu uma palha

08:40para cuidar de fato,

08:42modificar de fato,

08:44a educação básica,

08:45a partir dos três anos,

08:48que é onde a criança começa,

08:49de fato, a se formar.

08:51Não fez nada

08:52para resolver este problema

08:54que ele diagnosticou com absoluta certeza

08:57e com razão.

09:00Não conseguiu mexer,

09:03mesmo nos melhores momentos econômicos

09:06do governo dele,

09:08nas estatísticas de criminalidade

09:10que vitimam principalmente os jovens.

09:13Ou seja,

09:14para de falar, Lula.

09:16Vai lá, é faz.

09:18Por favor.

09:21Esse ponto que o Graebo colocou

09:23é muito importante

09:23que o Lula se preocupa

09:25muito mais

09:27em fazer agrados

09:29mais imediatos

09:31e para a população adulta,

09:33que é a população que vota.

09:35Porque crianças,

09:37pré-adolescentes,

09:38adolescentes,

09:39eles não votam.

09:41Então,

09:41a educação básica,

09:43ela não é prioridade do Petit.

09:45O Petit ficou 15 anos no poder

09:47e o Lula gosta de falar

09:48de tantas universidades, etc.

09:51A gente vê aí

09:52que a qualidade

09:53em geral

09:53do ensino brasileiro

09:54é muito baixa.

09:56Você tem até

09:57boas instituições

09:58de ensino privado,

09:59mas a diferença

10:01para a instituição pública

10:02é avassaladora.

10:04O resultado

10:05dos exames internacionais

10:06é terrível

10:07e é pior,

10:08evidentemente,

10:09na esfera pública.

10:10Portanto,

10:10o Petit nunca se preocupou

10:13com isso

10:13que o Lula está colocando ali

10:15como foco

10:17das preocupações dele

10:18e sempre

10:19querendo legitimar

10:21a distribuição

10:23de dinheiro público

10:24dos pagadores

10:25de impostos

10:25que ele faz

10:26com vistas

10:27às eleições.

10:29Quer dizer,

10:29não tentando

10:31fazer com que as pessoas

10:32tenham a possibilidade

10:34de ascensão social,

10:36mais empregos,

10:37mais possibilidade

10:39de aproveitarem

10:40as suas oportunidades

10:41para não dependerem

10:42mais do Estado.

10:43O Lula gosta

10:44da dependência estatal

10:46e ele investe nela.

10:47da dependência estatal

10:49e ele investe nela.

10:50O Lula gosta

10:51da dependência estatal

10:51e ele investe nela.

10:52O Lula gosta

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11:01do Estado.

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11:11da dependência estatal

11:12e ele investe nela.

11:14O Lula gosta

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