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NotíciasTranscrição
00:00Vamos para o melhor momento da pior sabatina dos últimos tempos.
00:05O senador Alessandro Vieira, que foi do Cidadania, passou para o PSDB e hoje está no MDB,
00:11questionou o Flávio Dino sobre a promiscuidade de ministros do STF com empresários.
00:17Como, Greg? Como que ninguém mais pensou em tocar nesse assunto?
00:23Esse assunto é frequente aqui no Papo Antagonista, porque é um programa que lida com a realidade.
00:26Não começa aqui, vamos passar aqui um pano para o papai, para a mamãe, para o meu grupinho político,
00:34para o meu campinho ideológico. Não, a gente trata daquilo que existe no mundo real.
00:39A gente informa o público, analisa como que deveria ser, como que está sendo e não é.
00:45Então o senador resolveu falar sobre o mundo real. Foi um espanto.
00:49Depois de horas e horas de sabatina, você vê alguém falar coisa com coisa, com palavras,
00:54são formas de expressão que têm a ver com condutas que estão sendo levadas a cabo por autoridades públicas.
01:03Então vamos acompanhar esse trecho, que é uma exceção no teatro de bajulação coletiva que se tornou a sabatina.
01:10Doutor Flávio Dino, senador Flávio Dino, uma pontuação com relação à ausência de uma estrutura,
01:22e o senhor militou na área específica, na época da criação do CNJ,
01:26a ausência de uma estrutura no Supremo Tribunal Federal que faça a contenção de abusos.
01:31Porque o que seria de se esperar, e o desenho constitucional originário pensava isso,
01:36seria a autocontenção da corte, na prática não acontece.
01:41Nós nunca tivemos sequer uma admoestação de ministro pelos pares,
01:47para que se fizesse, ou pelo menos eu não tenho conhecimento,
01:49para que se fizesse valer o respeito à colegialidade,
01:54muitas vezes a própria urbanidade, não são poucos os debates da corte
01:59que descambam para ofensas pessoais, e os tempos de TV Justiça têm apontado isso.
02:04Então qual seria a sua sugestão, sua visão com relação a isso?
02:07E também a sua sugestão, visão e posicionamento com relação aos patrocínios de eventos.
02:13Eventos com vescotes, viagens, hospedagens em hotéis internacionais,
02:19muitas vezes providos por empresas que são alvo ou interessadas,
02:25parte interessadas em processos que tramitam na corte.
02:27Eu gostaria de ouvir vossa excelência sobre o tema,
02:30porque naturalmente existe aí também uma questão de transparência.
02:34Pois é, coisas que acontecem no mundo real.
02:39Patrocínio de evento do qual participa o ministro do Supremo Tribunal Federal
02:43por parte de empresa que tem processo lá no STF.
02:47É participação de ministro do STF com empresários que são,
02:53ou beneficiados, geralmente beneficiados com decisões de ministros do STF.
02:59Beneficiados no sentido que a decisão é favorável a ele, que fique claro.
03:03Então a gente noticiou isso ao longo dos últimos anos em um antagonista e na Cruzoé.
03:09A gente esmiuçou, a gente analisou, ao contrário de outros veículos
03:13que são muito alinhados a determinados ministros e não os vigiam.
03:19Então temos um parlamentar que resolveu dar voz à parte vigilante da sociedade.
03:25E na resposta, o Flávio Dino minimizou a participação de ministros do Supremo em eventos
03:29e afirmou que os casos têm de ser analisados individualmente.
03:33Vamos acompanhar essa resposta e depois ainda tem mais descrição do mundo real.
03:39Pode soltar.
03:40Em relação a eventos, eu faço uma distinção, senador.
03:44É claro que é preciso preservar a independência, a imparcialidade, etc.
03:50Mas nós temos, na Constituição e em resolução do CNJ,
03:55aquela autorização para o exercício de palestras, de eventos, seminários, aulas, etc.
04:00E eu, particularmente, não tenho nenhum problema de dialogar com empresas.
04:06Aliás, há muitos senadores aqui presentes que são empresários.
04:10E você não pode pressupor que uma empresa é criminosa,
04:14que uma empresa quer comprar o juiz.
04:17Você não pode presumir que o juiz está à venda
04:19e não pode presumir que a empresa quer comprá-lo.
04:22Então eu acho que é uma análise caso a caso,
04:25porque todos nós, agentes públicos, devemos dialogar amplamente.
04:30Eu sempre fiz isso na minha vida inteira
04:32e em 34 anos de função pública,
04:36nunca respondi a nenhuma ação judicial
04:38por ter recebido uma empresa.
04:43Bom, vocês vejam que o Flávio Dino, ele dá uma ensaboada
04:47omitindo a menção do Alessandro Vieira
04:52a empresas que têm interesses em processos no Supremo Tribunal Federal.
04:56Então, esse é um ponto mais sensível.
05:00Não podemos presumir que a empresa seja criminosa, etc.
05:04Não, estou falando das empresas que têm casos no STF.
05:07E o ministro do STF está lá,
05:09num evento patrocinado por aquela empresa.
05:12Fora os casos que a gente tratou aqui no programa recentemente,
05:16Ricardo Lewandowski saiu do STF
05:18e foi virar parecerista do Joesley Batista,
05:20de acordo com o jornal O Globo,
05:22recebendo 800 mil reais por um parecer dentro de um processo
05:26que pode resultar num ganho de 1 milhão e 600 mil,
05:29o dobro em caso de vitória judicial,
05:31e de mais outros milhões em outros processos como parecerista.
05:35Sendo que, quando era juiz no Supremo Tribunal Federal,
05:39ministro da Corte,
05:40ele deu uma decisão favorável ao Joesley,
05:42que não precisou desembolsar,
05:44por causa dessa decisão,
05:46cerca de 620 milhões de reais.
05:49Então, quer dizer,
05:51o Lewandowski poupou o Joesley Batista
05:54de desembolsar 620 milhões de reais,
05:58e o Joesley,
06:00depois que o Lewandowski saiu da corte,
06:02duas semanas depois da aposentadoria,
06:04ele foi contratado.
06:06Ele pagou 800 mil.
06:09Vocês vejam que há uma diferença muito grande de valores.
06:12Então, é claro que isso gera questionamentos legítimos
06:16por parte da sociedade.
06:17Dilmar Mendes, outro dia, semanas atrás,
06:20estava num evento em Paris,
06:23com a presença de Wesley Batista.
06:26Investiu nesse evento, nessa palestra,
06:30tentando ali lavar a imagem
06:32da família e da JIF e das suas empresas,
06:36empresas como o JBS,
06:38diante do mercado.
06:40Mercado corporativo,
06:42mercado da comunicação,
06:43toda essa gente que está junta e misturada.
06:47Até o Dilmar, na saída do evento,
06:48deu entrevista e falou assim,
06:51porque o Supremo enfrentou a Lava Jato,
06:53que muita gente está aqui.
06:54Inclusive o presidente da República.
06:56Então, são essas misturas, etc.,
07:01que estão sendo colocadas aí.
07:03Mas elas ainda foram mais esmiuçadas
07:06pelo senador Alessandro Vieira.
07:09Como é que a gente concorde sempre com o senador Alessandro Vieira?
07:12É que ele, como inquiridor,
07:14é muito firme, objetivo, pragmático
07:17e trata minuciosamente daquilo que acontece na realidade.
07:20Então, é alguém que a gente respeita mesmo na divergência,
07:26porque tem tido uma atitude
07:29que volta e meia merece destaque
07:33pela sua incisividade.
07:36Não por esse, como é que se chama?
07:38O pessoal acolchambrando, né?
07:40Que fala essa afagada,
07:43essa bajulada coletiva.
07:45Ele vai ali, você vê que ele nem condescende,
07:48ele nem é complacente.
07:49No próprio...
07:50Nem sorri, né?
07:51No próprio gesto.
07:54Exatamente.
07:54Na própria pressão facial, na fisionomia.
07:56O Dino começa a responder,
07:58tentando atrair aquele que está inquirindo.
08:02Na esperança de que o sujeito faça assim,
08:04concorde com a cabeça,
08:06dê um sorrisinho e tal.
08:07Não, ele fica...
08:09É, porque ele foi eleito por Sergipe.
08:13Ele nasceu lá na região sul do país,
08:16se não me engano.
08:16Mas tem toda uma história no Sergipe,
08:20é eleito pelo Sergipe e foi delegado lá.
08:23Então, é alguém que sabe interrogar.
08:26E ele tem demonstrado isso,
08:27inclusive na própria CPI da pandemia, né?
08:29Então, em relação aos dois lados.
08:31E o Vieira criticou a naturalização do STF
08:34como uma corte política em referência
08:36à politicagem rasteira
08:37e citou a atuação de Gilmar Mendes,
08:40ministro decano do Supremo,
08:41ou seja, o mais antigo do Supremo.
08:44E ele disse que Gilmar Mendes,
08:45aparentemente,
08:47carece do mínimo de pudor ético
08:50e pressiona parlamentares
08:52a votar conforme os interesses dele.
08:57Falou isso e muito mais.
08:59Então, a gente vai registrar
09:00com o destaque que merece,
09:02porque a gente não vê parlamentares
09:05tendo esse tipo de firmeza e coragem
09:07para lidar com uma autoridade tão poderosa.
09:09Pode soltar.
09:10Talvez eu não tenha me feito entender.
09:13Eu estou tratando especificamente
09:15do patrocínio de empresa processada,
09:17processo em tramitação na corte.
09:18E essa empresa fornece passagem, hospedagem
09:21para o ministro, esposa, acompanhante,
09:23em alto luxo, em padrão europeu.
09:24Esse é o questionamento.
09:25Jamais vou questionar a recepção
09:26de quem quer que seja.
09:27Aproveitando o meu tempo de réplica,
09:29senador Colombo,
09:30e já agradecendo pela sua tolerância,
09:32eu faço a seguinte manifestação.
09:34Primeiro, no tocante, ao doutor Paulo Gonê,
09:36eu não sou um adepto do voto secreto,
09:38embora eu reconheço a sua importância.
09:40O meu voto é favorável à indicação.
09:42Desejo boa sorte na sua missão.
09:43A honrosa indicação para o cargo de ministro
09:45do Supremo Tribunal Federal
09:46consiste em ato administrativo complexo,
09:48exigindo a atuação do Executivo,
09:49com a indicação propriamente dita,
09:51e do Legislativo,
09:51com sabatina na Comissão de Constituição e Justiça
09:53do Senado,
09:54e posterior à aprovação,
09:55por maioria absoluta,
09:55no plenário da Casa.
09:56Esse tortuoso roteiro não foi aleatoriamente imposto
09:59pelo legislador constitucional,
10:01com uma mera formalidade burocrática,
10:03mas sim representa efetiva e necessária homenagem
10:05à relevância ímpar do cargo disputado.
10:07Um ministro da Suprema Corte,
10:08em qualquer lugar do mundo,
10:10e especialmente no nosso Brasil,
10:12concentra uma enorme parcela dos poderes da República,
10:15condição que tem se elevado recentemente
10:17a extremos impensáveis para o constitucionalismo tradicional brasileiro.
10:21Infelizmente,
10:22o rigor desejável do rito
10:24tem sido progressivo e inapelavelmente abandonado,
10:26em benefício de uma enfadonha romaria
10:27de autoelogios,
10:28mesuras,
10:29eventualmente entremeada
10:30por isolados questionamentos consistentes,
10:32de hábitos sequer respondidos pelos sabatinados,
10:34protegidos pela deformação do rito.
10:37Essa deformação chega a seu extremo hoje
10:39com essa inédita sabatina simultânea
10:40de dois indicados para cargos de mensurável
10:42e estatura da República,
10:43quais sejam o Procurador-Geral da República
10:45e o Ministro do Supremo Tribunal Federal.
10:46Faço questão de reconhecer que
10:47o ajuste feito pelo senador Davi
10:49reduziu o dano da audiência simultânea,
10:53mas continua sendo, na minha visão, respeitosa
10:55um desrespeito para com os pares senadores e senadoras,
10:57para com os indicados,
10:58que não precisam de estratégias processuais extravagantes,
11:00mas, acima de tudo,
11:01é um completo desrespeito para com a sociedade brasileira,
11:03destinatário a final de tudo de bom e de ruim
11:05que logramos fazer nessa casa.
11:07É preciso repelir com todas as forças
11:09essa crescente naturalização
11:11de absurdos cotidianos no Brasil.
11:13Isso vale para a violência urbana,
11:14um exemplo do Rio de Janeiro,
11:16onde um idoso espancado no meio da rua
11:18rende no máximo 15 minutos de notícia.
11:20Isso vale para a tolerância indecente
11:21com a corrupção, que continua corrompendo
11:23e destruindo a sociedade brasileira.
11:24Ela continua.
11:25Esse cenário não mudou.
11:27São investigados, processados,
11:28condenados, julgadores,
11:30autoridades políticas,
11:31por vezes juntos,
11:32numa ciranda pornográfica
11:34de rachadinhas, desvios,
11:35anulações de provas e compadrios.
11:37Mas, no caso presente,
11:38a naturalização que precisa ser combatida
11:39é a naturalização da atuação política
11:42da alta magistratura.
11:43A naturalização do STF
11:45como uma corte política.
11:46E é óbvio que eu não estou me referindo
11:48à política com P maiúsculo.
11:49Aquela política importante,
11:50essencial, voltada para o interesse público.
11:52Eu estou falando de politicagem,
11:53que é baixa, fisiológica,
11:55oportunista e cínica.
11:57E, por consideração às referências,
11:59às pretéritas indicações de políticos
12:01para o Supremo Tribunal Federal,
12:02eu me sinto a obrigação de apontar o óbvio.
12:03São outros tempos e é outra corte.
12:06E, como eu não sou de meias palavras,
12:07eu faço questão de ser bem compreendido
12:09por quem nos ouve,
12:10dentro da casa e fora dela,
12:11eu dou um exemplo,
12:12e apenas um exemplo,
12:14que é a atuação do decano da Corte Superior,
12:15ministro Gilmar Mendes.
12:17Um homem dotado da mais alta capacidade intelectual,
12:19mas aparentemente carente do mínimo pudor ético.
12:22Um cidadão que não vê o menor constrangimento
12:24em juntar no mesmo festim
12:25investigados, julgadores
12:27e partes interessadas em processos
12:29e incursos na Corte Superior.
12:31Um servidor público que se tornou milionário
12:32por obra e graça de uma atuação paralela
12:33como empresário na seara da educação,
12:35condição que a lei orgânica da magistratura repudia.
12:37Uma figura que continuamente se coloca
12:40de forma velada ou ostensiva
12:41como parte interessada
12:42em questões que são de competência
12:44do Executivo ou do Legislativo,
12:46que não tem pejo
12:47de usar a força do cargo de ministro
12:49para pressionar parlamentares,
12:50inclusive dessa casa,
12:52conforme seus interesses particulares
12:53ou de terceiros.
12:54E temos várias testemunhas disso
12:56que falo agora.
12:57É essa atuação deformada
12:58que defendo seja dura
13:00e inexoravelmente repelida.
13:05Parece até a pausa, né?
13:06Eu não vou comentar.
13:08Eu quero que as pessoas fiquem
13:09com o comentário dele no...
13:12A gente...
13:13Obviamente o trecho é mais longo,
13:14a gente acelerou um pouquinho,
13:15o Alessandro Vieira já fala rápido.
13:18Então, assim,
13:19eu só quero destacar dois pontos.
13:22Primeiro, a análise que ele faz
13:23da própria Sabatino,
13:25que ele fala em benefício
13:26de uma enfadonha romaria
13:27de autoelogios,
13:29mesuras,
13:30eventualmente entremeada
13:31por isolados questionamentos consistentes,
13:34que é o dele, né?
13:34De hábitos sequer respondidos
13:36pelos sabatinados,
13:38protegidos pela deformação do rito.
13:40Quer dizer,
13:41a sabatina é um rito deformado
13:44para aliviar a barra dos indicados.
13:48E aí,
13:49ele vai para o Supremo Tribunal Federal.
13:52Fala especificamente
13:54aquilo que o Flávio Dino omitiu,
13:56como eu apontei aqui.
13:57Não, estou falando aqui
13:58dos eventos patrocinados e tal.
14:01Detalha.
14:02E fala dessa atuação
14:04do ministro Gilmar Mendes,
14:06um homem dotado
14:07da mais alta capacidade intelectual,
14:09mas,
14:10nas palavras do Alessandro Vieira,
14:12aparentemente carente
14:13do mínimo pudor ético,
14:15um cidadão
14:15que não vê o menor constrangimento
14:17em juntar
14:17no mesmo feistinho
14:18investigados,
14:19julgadores e partes interessadas
14:21em processos
14:22em curso
14:23na Corte Superior.
14:24Um servidor público
14:25se tornou milionário
14:27por obra e graça
14:28de uma atuação paralela
14:29como empresário
14:30na seara de educação,
14:32condição que a lei orgânica
14:33da magistratura
14:34repudia.
14:36Ele está se referindo
14:37ao IDP,
14:38ao Instituto
14:38que Gilmar Mendes
14:39ajudou a fundar
14:40e que ainda é ligado
14:42à família dele.
14:42Uma figura
14:43que continuamente
14:44se coloca de forma
14:45velada ou ostensiva
14:47como parte interessada
14:48em questões
14:49que são de competência
14:50do Executivo
14:50ou do Legislativo,
14:52que não tem pejo
14:53de usar a força
14:54do cargo de ministro
14:55para pressionar
14:56parlamentares,
14:57inclusive desta Casa,
15:00conforme seus interesses
15:01particulares
15:02ou de terceiros.
15:03Eu abro um parênteses
15:04para registrar
15:06que até a imprensa
15:07com alguns representantes,
15:11não todos,
15:11porque muitos
15:12são porta-vozes informais
15:14de autoridade
15:15com muito poder,
15:16até a imprensa
15:17registrou
15:17que Gilmar Mendes
15:19anda telefonando
15:20para senadores,
15:21para deputados,
15:22que ele articulou
15:23junto com Arthur Lira
15:24que tem decisões
15:26tomadas no Supremo Tribunal Federal
15:29pelo Gilmar
15:29a seu favor
15:30para que flexibilizasse
15:34a decisão
15:34do Senado Federal
15:35de limitar
15:36as decisões individuais
15:38de ministros do STF.
15:39Ele está articulando
15:41um projeto
15:41na Câmara dos Deputados
15:43contra a PEC
15:44aprovada no Senado.
15:46Ele não faz parte
15:47desse poder.
15:49Então,
15:49o Alessandro Vieira
15:50está colocando isso
15:51e temos várias testemunhas
15:53disso que falo agora.
15:54É essa atuação deformada
15:56que defendo
15:56seja dura
15:57e inexoravelmente
15:59repelida.
16:00E aí ele continua
16:02como vocês viram
16:04e a gente não vai repetir,
16:05eu só queria destacar
16:06esses dois trechos.
16:08Grebe,
16:09muitas vezes
16:10nós aqui,
16:11jornalistas independentes,
16:13ficamos falando
16:14sozinhos
16:14algumas coisas
16:15que os políticos
16:16não falam.
16:17E é bom
16:17quando a gente vê
16:18os políticos
16:19tratando da realidade,
16:20não tratando
16:21de levar vantagem,
16:24de melhorar
16:24a imagem
16:25do seu grupo,
16:26do seu campo ideológico.
16:27eles estão indo
16:29no cerne
16:30da questão.
16:31Eles, no caso,
16:32é um indivíduo só
16:33durante toda essa sabatina.
16:35Pois é.
16:36E queria registrar
16:37que o Alessandro Vieira
16:39fez as perguntas
16:41certas
16:41para o Paulo Gounet
16:42também.
16:43Ele perguntou,
16:44por exemplo,
16:45sobre o instituto
16:46que o Aras inventou,
16:49que é a das tais
16:50investigações
16:52prévias,
16:53que são feitas
16:54de forma
16:55absolutamente
16:56intransparente,
16:58sem a interferência
17:00do judiciário,
17:01e é um jeito
17:02da PGR
17:03decidir se quer
17:04ou não
17:04processar alguém,
17:06se vai levar adiante
17:08ou se não vai.
17:09Ele foi lá
17:10e pôs o dedo
17:10na ferida.
17:11Ele se preparou
17:12para fazer
17:13a inquirição
17:14desses dois caras.
17:16E daí,
17:16no fim,
17:17ele fez essa...
17:19Só um parêntese,
17:19perdão,
17:20para eu perder a viagem.
17:22Quantas vezes
17:22eu falei aqui
17:23do método
17:24Augusto Aras,
17:24que é você abrir
17:26uma apuração
17:27preliminar
17:27para ver
17:29se há necessidade
17:30de investigar.
17:32Olha,
17:32rendeu ironia
17:33ao longo de quatro anos
17:34do governo Bolsonaro.
17:36Havia uma pressão,
17:37houve um foco ali,
17:39um suspeito
17:39de corrupção
17:40ou suspeito
17:41de sabotagem
17:42disso daqui.
17:43Vamos abrir
17:44uma apuração
17:44preliminar.
17:45Aí a sensação
17:46que a gente tinha
17:47é que o Aras
17:47ligava lá
17:48para o suspeito.
17:49Você realmente
17:50fez isso?
17:51Não,
17:52a gente não.
17:53um dia,
17:53tá bom,
17:54obrigado e tal.
17:55A apuração preliminar
17:56percebeu
17:58que não há elementos
17:59suficientes
18:00para estabelecer
18:01a investigação.
18:02Era a impressão
18:03que dava,
18:04porque ele abria
18:05a apuração preliminar
18:06quando havia pressão,
18:07aí depois,
18:08se o país
18:08é uma fábrica
18:09de escândalo,
18:10o caso esfria,
18:11ele vai e arquiva
18:12e pronto,
18:13já passou do auge.
18:14Então,
18:14é um método
18:15de você lidar
18:16com a pressão
18:16do debate público.
18:18Continue,
18:18por favor.
18:19não,
18:20é isso,
18:22ou seja,
18:22ele foi lá
18:23e pôs o dedo
18:23na ferida,
18:24no método
18:24Augusto Aras,
18:26que foi danoso,
18:27danoso
18:28para o controle
18:30das coisas.
18:30O Augusto Aras
18:31ficou conhecido
18:32como o cara
18:33que não levava
18:34nada adiante
18:36e justamente
18:36porque ele inventou
18:38as tais
18:39das apurações
18:40preliminares.
18:42e daí ele foi lá
18:43e também fez
18:44com a dureza
18:46que a gente viu
18:47essas observações
18:49todas políticas
18:50sobre a politização
18:52do Supremo
18:53e declarou o voto
18:54no final,
18:54não é, Felipe?
18:55Pois é,
18:56e para concluir,
18:56registro aqui
18:57a parte final
18:58da participação
19:00do Alessandro Vieira
19:01falando diretamente
19:02sobre o Flávio Dino.
19:03Ao abandonar
19:04a magistratura
19:05e abraçar
19:06uma bem-sucedida
19:06carreira política,
19:07o indicado
19:08ministro Flávio Dino
19:09escolheu cruzar
19:10o Rubicão.
19:11Como se sabe,
19:12essa é uma escolha
19:13sem possibilidade
19:14de retorno.
19:15O seu alcance
19:16de atuação,
19:16a sua estatura atual
19:18não cabe mais
19:19nos limites
19:20de uma toga.
19:21O Brasil precisa
19:22de pacificação
19:23e a pacificação
19:24só virá
19:24pelo estrito
19:25respeito à legalidade,
19:27o que exige
19:27entre outras providências
19:29muitas
19:29o resgate
19:30do Supremo Tribunal Federal
19:32como corte
19:33constitucional
19:34estável
19:34e politicamente
19:36neutra
19:37e com toda
19:38a convicção
19:38das qualidades
19:39do ministro Dino
19:40inexoravelmente
19:41às circunstâncias
19:42irão conduzir
19:44vossa excelência
19:44novamente para
19:45a seara
19:45política,
19:47mesmo ocupando
19:48um cargo
19:48totalmente distinto
19:49como o de ministro.
19:51Eu faço um parêntese
19:52aqui que ele
19:53está dizendo,
19:54o Alessandro Vieira,
19:56como nós dissemos aqui
19:57no começo da análise
19:58sobre as declarações
19:59do Flávio Dino,
20:01que apesar
20:01de todo esse sabão
20:02que ele está fazendo
20:03ali,
20:04de quem distingue,
20:05juiz,
20:05em toga,
20:06etc.,
20:07o quadro todo
20:09de elementos
20:09que a gente tem
20:10disponíveis
20:11para a análise
20:11mostra
20:12que o senhor
20:13vai descambar
20:14para a política
20:15como ministro
20:16do Supremo Tribunal Federal.
20:17Está muito claro isso.
20:19É isso que o Alessandro Vieira
20:20está dizendo
20:20nas palavras dele.
20:22Repito,
20:23as circunstâncias
20:24irão conduzir
20:25vossa excelência
20:25novamente
20:26para a seara política,
20:27mesmo ocupando
20:28um cargo
20:28totalmente distinto.
20:30E é por essas razões
20:31que ainda que o voto
20:33seja secreto,
20:34continuou o senador
20:35Alessandro Vieira,
20:36eu manifesto
20:37respeitosamente
20:37o meu voto contrário
20:38à indicação
20:39do ministro Flávio Dino
20:40para o cargo
20:41de ministro do STF.
20:43Obrigado, senhor presidente,
20:44pela tolerância.
20:45É a parte final
20:46do voto
20:47do Alessandro Vieira
20:48que a gente faz questão
20:49de registrar aqui
20:50para a posteridade.
21:04do Alessandro Vieira
21:25Milius Dino
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