- anteontem
O jornalista Caio Blinder é o entrevistado desta semana do podcast Latitude. Em conversa com Duda Teixeira e Rogério Ortega, ele fala de seus erros e acertos nas previsões na área de política internacional.
Também brinca de ser o "CEO e único funcionário" do Instituto Blinder&Blainder, que teria entre suas atribuições a de distribuir palpites sobre fatos do mundo.
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NotíciasTranscrição
00:00Boa noite a todos. Esta é mais uma edição do Latitude, o nosso podcast de política internacional
00:20e de diplomacia brasileira. Eu sou Rogério Ortega, um dos editores de Antagonista e culpado
00:26pelas colunas semanais de Rui Goiaba, na Cruzoé. Aqui ao meu lado está o meu parceiro de todo o Latitude,
00:32Duda Teixeira. Bem-vindo, Duda. Obrigado, Ortega. Muito legal, mais um Latitude. E hoje cabe ao Duda
00:40enunciar o bordão do nosso podcast. Vai lá, Duda. Latitude, um programa para situar você no mundo.
00:47Muito bem. Hoje temos um convidado especialíssimo, que é o CEO do Instituto Blinder & Blinder,
00:54presidente do Foro de New Jersey, membro histórico da bancada do Manhattan Connection,
01:01ex-Folha, ex-TV Cultura. Enfim, eu ia dizer que dispensa apresentações. É Caio Blinder.
01:07Caio. Obrigado. Obrigado.
01:09Vem aqui vivendo. É uma honra.
01:12Você esqueceu uma coisa. Esqueceu uma coisa. Eu sou CEO e único funcionário do Instituto Blinder & Blinder.
01:20Muito bem. Caio, vamos começar do começo. A ideia da gente é fazer um podcast um pouco
01:26diferente aqui, mais focado na carreira longa do Caio Blinder. Quando você começou no jornalismo
01:32e quando você entrou, quando você descobriu que internacional era a área que te chamava,
01:41para qual você se sentia vocacionado, digamos?
01:43Aliás, o Duda é um outro dinossauro como eu, gente, muito focada nessa área. Eu tenho uma solidariedade, né?
01:52Eu também. Eu sou mais velho do Duda.
01:54Também.
01:55Não, não, não. É um negócio internacional, sabe?
01:58Os caras, gente que ficou, sabe, gente criada na internacional, né?
02:03As outras editorias gostam de roubar, porque a gente é qualificado, né?
02:06Quando um redator internacional começa a dar certo...
02:10Sim. Eu trabalhei na internacional também.
02:12Pumba, eles roubam.
02:13É verdade, é verdade.
02:16Bem, eu sempre quis ler jornal, sempre gostei de jornal.
02:19Eu comecei a ler, eu nasci em 57, com 10 anos eu já li o Jornal da Tarde.
02:25Aí, quando surgiu o Jornal da Tarde, eu abri o jornal ali na sala, né?
02:30No tapete, ficava lendo, sujando a mão. Adorava.
02:32O Jornal da Tarde é um Jornal da Tarde.
03:02Líbero, que era uma faculdade muito vagabunda, mas acabava em três anos na minha época, né?
03:08Porque eu queria trabalhar logo, que era obrigatório ainda ter o diploma.
03:12Então, comecei a trabalhar.
03:13E minha vida é circular.
03:15Hoje eu estou meio paradão.
03:17Eu comecei na imprensa judaica.
03:21E hoje, meu único emprego fixo é colunista da tribuna judaica.
03:28Então, depois de 46 anos, eu estou no mesmo lugar, na imprensa judaica de São Paulo.
03:35Eu comecei ditando os suplementos estudantis de um jornalzinho da Federação Escrânia de São Paulo,
03:41que se chamava Campos.
03:41E por quê?
03:42O momento histórico foi na época da morte do Herzog, em 1975.
03:48E os estudantes, a gente era estudante, estava na faculdade,
03:51a gente brigou com o comando da comunidade judaica.
03:53Isso está em livros, sobre os sucos.
03:56A comunidade judaica estava muito receosa de ir à ideia de confrontar a ditadura.
04:01E nós, os bravos estudantes, a gente queria ir para a briga, denunciar, etc.
04:05Então, a gente fazia o jornalzinho.
04:08Aí fecharam o jornalzinho, não gostaram, porque a gente era muito rebelde.
04:12A comunidade queria ser mais profana.
04:15Então, eu fui no ato ecumênico, na Catedral da Sé.
04:20E eu era estudante ainda.
04:22E aí, um amigo meu conhecia muito bem o Rabino Sobio
04:25e conseguiu o primeiro grande fruto de reportagem.
04:28Via Sobio, entrevistei o Cardeal Arns, nesse jornalzinho da minha vida.
04:33Então, foi uma coisa bacana.
04:35Mas eu logo queria ser para o internacional.
04:37Aí eu consegui.
04:39Eu trabalhava em jornalzinho de comunidade, etc.
04:43Consegui o primeiro emprego remunerado.
04:45Até então, eu trabalhava de estagiário, sem ganhar.
04:48Ganhava passe escolar na época para ir trabalhar.
04:51Para pegar ônibus, me pagava o passe escolar.
04:53Meu primeiro emprego de cartel de trabalho foi na revista Shalom.
04:58Revista Shalom, que não existe mais essa aqui.
05:00Essa é uma capa de 78.
05:02Muito bacana.
05:03Eu que rolei essa capa com quem?
05:05Obrigado.
05:07Eu tinha um moleque de 18, 19 anos.
05:09A revista Shalom era uma revista da inteligência judaica.
05:14O Conselho Editorial era formado por Alberto Dines,
05:17meu querido amigo saudoso, Moacir Sclier,
05:20Jacó Ginsberg, Jacó Clintowitz.
05:23E o irmão dele era meu editor, que era, quem o Duda conhece, o Jaime Clintowitz, o editor da revista.
05:30Quem me levou para Tabaná Shalom foi meu primo afastado, Gilberto Dimenstein, tudo máfia judaica.
05:36Aí eu levei meu outro grande amigo, que vocês conhecem também, que foi da Abril, da Quatro Rotas, etc., o Sérgio Berezovski, o fotógrafo.
05:44Sim.
05:46Tratou essa máfia judaica que a gente começou juntos, todos nós trabalhando na revista Shalom.
05:51E ali eu tinha 18, 19 anos, era uma revista sofisticada.
05:55Eu escrevia, de repente, e falava, cara, escreve um artigo sobre a guerra civil da Eritreia com a Etiópia.
06:01Aí ia lá, a gente via toda aquela...
06:04Francesa, inglesa, sabe?
06:06Numa época muito para internet.
06:08Abrindo o Oriente Médio.
06:11Muito, total, total.
06:13Isso tinha para escrever o artigo, tinha que esperar chegar pelo Correio, a Lenovela Observater, o Le Monde.
06:18Chegava pelo Correio essas coisas, né?
06:19Ou se davam dinheiro, você podia ir em umas bancas que tinha na Paulista,
06:23você comprava em frente ali, na Casper Libero,
06:27tinha uma banca que vendia, por exemplo,
06:29era um tipo tabloide, uma edição semanal que vinha artigo do Washington Post,
06:35eu acho que do Guardian e do Le Monde, em inglês.
06:38Era uma coletânea.
06:39Então, você comprava aqueles negócios para acompanhar.
06:43Então, comecei assim.
06:45Então, comecei na imprensa judaica de São Paulo,
06:48mas sempre escrevendo sobre essas coisas de Oriente Médio,
06:51Guerra Civil do Líbano, esse tipo de coisa, né?
06:54Conflitos da região, geopolíticos.
06:57Então, da linha nunca saí da internacional.
06:59Essa foi a minha sorte.
07:01Esse foi o começo da minha carreira.
07:03Legal.
07:04Depois eu fui só para a Cabarra...
07:06Aí eu fui para a imprensa, imprensa Gói, né?
07:10Imprensa não judaica.
07:11Fui para a TV Bandeirantes.
07:14Aí eu entrei a grande imprensa na TV Bandeirantes, né?
07:18Em setenta e...
07:20É que, em 88, é.
07:23Caio, eu peguei também essa fase da Banca da Paulista.
07:26Era uma delícia, né?
07:29Também peguei.
07:30Estou vindo pegar a idade aqui.
07:33Mas não era mole.
07:35Eu peguei...
07:36Na época da Folha,
07:37na época da Folha de São Paulo,
07:38era o primeiro redator.
07:40Eu tinha que pedir permissão do secretário de redação
07:44para fazer uma ligação internacional.
07:45Era muito caro.
07:46Lembro disso, lembro bem disso.
07:49Nossa.
07:50Caio, agora uma perguntinha.
07:52Se a gente pegar as pessoas que cobrem
07:54o jornalismo internacional, né?
07:57Aqui no Brasil,
07:59a gente vai ver que tem muito judeu, né?
08:02Você tem uma explicação para isso?
08:05Tenho.
08:05E, olha, não é marmelada.
08:08Não foi combinado.
08:08Tinha uma outra coisa que eu ia mostrar.
08:11Só que, quando era um autor da Folha internacional,
08:14isso deve ser 86, 87.
08:17Essa é a minitoria.
08:18Somos dez, né?
08:19Está lá a Blinder,
08:20aquele barbudinho jovem, simpático,
08:22está vendo?
08:22Com aquelas meias, né?
08:24Atrás de mim tem Klintovic.
08:26Na minha frente tem Citronovics.
08:28Do lado tem a Bidlovsk.
08:29Você lembra a Bidlovsk?
08:30Aí tem o Bimei, está vendo?
08:35Dos dez, cinco são judeus.
08:38Não é que você contratava porque eram judeus.
08:42Porque, sabe, é uma questão cultural,
08:44uma questão de...
08:45Nós somos um povo errante, cosmopolita, sabe?
08:48Muito ligado nas coisas, em línguas,
08:50em história, em cultura.
08:53Eu acho que essa explicação acaba sendo...
08:56Há um interesse muito grande pelas coisas do mundo.
08:58A gente nunca está com o pé fincado onde a gente está.
09:02Então, a gente está olhando sempre o mundo.
09:03Talvez a gente vai ter que fugir para algum lugar um dia.
09:05Meus avós eram assim.
09:08Então, acho que essa é uma boa explicação
09:09que eu tinha uma editoria internacional,
09:12metade eram judeus.
09:15Sensacional.
09:16Caio, eu lembro de você,
09:18me corrija se eu estiver errado,
09:20como correspondente da Folha em Chicago,
09:22uma época.
09:22Foi isso?
09:25Correto.
09:26Bem, ainda bandeirantes,
09:29eu fui demitido na famosa greve dos jornalistas de 79.
09:32Isso, em 79.
09:33Porque o meu locutor,
09:35eu era o editor internacional
09:37do jornal A Dora do Almoço.
09:39Era o Roberto Corti Real,
09:42irmão do Renato Corti Real.
09:43Era um cara horrível.
09:45Ele não gostava de mim,
09:45achava uma humilhação.
09:47O chefe dele ia ser um...
09:4919 anos, 20 anos.
09:52Aí, na greve, eu fiz greve,
09:54eu fiz piquete.
09:55Eu me acorrentei na Porta da Folha,
09:56na Bruna de Limeira,
09:57com o Carlinhos Brickman.
10:00Para não sair dos caminhões,
10:02os furgões de entrega de jornal.
10:03Todo mundo foi para a greve.
10:05E a minha demissão foi...
10:06O Brickman, eu até imagino fazendo isso.
10:08Foi o Brickman.
10:11É, o Carlinhos...
10:12Aí, o Carlinhos Brickman,
10:14meu querido Carlinhos Brickman,
10:15que era meu cháfio na bandeirantes.
10:18Mas no Carlinhos,
10:19você não sabe quem é o Carlinhos,
10:20era um cara grandão, gordo.
10:21Correndo na polícia,
10:22a gente correndo na polícia.
10:23E ali teve uma assembleia
10:27na Igreja da Consolação,
10:30quando decidiu se ia continuar a greve ou não.
10:31Mas eu fui demitido
10:32porque ele queria se vingar.
10:34Não é porque eu era um ativista.
10:35Todo mundo entrou.
10:36Aí eu perdi o emprego.
10:37Logo depois,
10:38eu fui trabalhar em Campinas.
10:39O Querce criou um jornal.
10:41Chamava Jornal...
10:43Jornal do Público.
10:45Aí eu trabalhei...
10:46Não, não.
10:47Jornal do Público.
10:48Era um jornal em Campinas.
10:49E meu chefe,
10:49era meu outro cara incrível,
10:51que me ajudou muito.
10:52Era o Zé Hamilton Ribeiro.
10:53Era o editor de chefe.
10:56Então, eu sempre tive essa sorte.
10:59Trabalhei com caras.
11:00O Carlinhos Brickman
11:01também foi um cara internacional.
11:02Fui de ir para o Internacional da Folha,
11:03antes da Bandeirantes.
11:04Então, sempre tive o privilégio
11:06desses chefes.
11:06O Carlinhos,
11:07depois o Zé Hamilton Ribeiro.
11:09Aí eu fui para a Folha.
11:10E na Folha,
11:10eu já entrei na Internacional.
11:11Sempre trabalhei na Internacional.
11:13Para não acabar nunca,
11:16na Folha,
11:16eu só fui internacional.
11:17Fui redator,
11:17editor, assistente, editor.
11:18Teve um período na Folha
11:20que eu resolvi estudar.
11:24E aí eu saí dois anos,
11:25fiz o mestrado
11:26para os Estados Unidos.
11:28Aí eu voltei para o Brasil,
11:30reassumi.
11:31Aí virei com o Responde da Folha
11:32há um tempo,
11:34nos Estados Unidos também.
11:36E no final,
11:37falei, chega,
11:38não tenho mais saco.
11:38O Tavinho fria,
11:40você falou,
11:40não,
11:41você é internacional,
11:42você gosta,
11:42mas não é importante para o jornal.
11:44Você tem que ser
11:44diretor da sucursal em Brasília.
11:46Eu falei,
11:46não vou,
11:47não interessa a política brasileira,
11:49o Brasil não me interessa.
11:50Aí ele falou,
11:51não,
11:51então,
11:52você quer ser correspondente em Moscou?
11:53Era legal a ideia,
11:54era o primeiro correspondente em Moscou.
11:56Minha mulher,
11:56que eu tinha conhecido na faculdade
11:57aqui nos Estados Unidos,
11:58a alma,
11:58que é filipina,
11:59falou,
11:59mas nem dá pau,
12:01sabe?
12:01Acabei de chegar no Brasil,
12:02aprendi essa língua aqui,
12:03agora eu vou para Moscou,
12:04não vou, né?
12:06Então,
12:06eu falei,
12:06vou sair da Folha,
12:07tal,
12:07e conveni isso,
12:08minha mulher falou,
12:08então,
12:09vamos voltar para os Estados Unidos.
12:10Eu tinha conhecido
12:10a minha mulher na faculdade
12:11aqui nos Estados Unidos,
12:12vou fazer doutorado.
12:13Aí eu fui para Notre Dame,
12:16levado por um grande acadêmico
12:20que faleceu,
12:21vocês devem saber quem é,
12:22que era do Cebrape,
12:23muito tempo,
12:23muito ligado ao FHC,
12:25era o Guilherme O'Donnell,
12:26argentino.
12:27Sim, sim.
12:28Eu conhecia o Guilherme,
12:29ele morava em São Paulo,
12:30era do Cebrape,
12:32fazia muita entrevista com o Guilherme,
12:35era a época dos anos 80,
12:36de transição,
12:37de ditadura para a democracia
12:38na América Latina,
12:40conhecia bem o Guilherme,
12:41ele me convenceu,
12:42ele era professor em Notre Dame,
12:43Universidade de Notre Dame University,
12:45perto de Chicago.
12:46Aí eu fiz um acordo com a Folha,
12:48que eu ia ser o,
12:50era o comentarista-chefe
12:52da Folha de Internacional,
12:53e meu byline,
12:55sei lá como falei,
12:56seu português,
12:56meu crédito,
12:58era a Chicago,
12:59por isso que ele se lembrou.
13:00Nesses anos,
13:00já era 89.
13:04E aí teve aquela coisa,
13:07quem já foi,
13:08eu sou correspondente aqui,
13:09eu estou aqui desde 89,
13:10ininterruptamente,
13:12nos Estados Unidos,
13:13qualquer crise econômica no Brasil,
13:15ferra o dólar,
13:16e ferra quem trabalha no exterior.
13:18Aí,
13:18quando teve o plano do Collor,
13:20em 92,
13:21a Folha falou,
13:22não dá,
13:22se você quer dar uma Folha,
13:23você tem que voltar para o Brasil.
13:24Eu estava terminando o doutorado,
13:26que eu não terminei,
13:27aí eu não quis voltar,
13:29eu saí da Folha,
13:30perdi o emprego da Folha,
13:31fiquei um tempo dando aula,
13:32e fui salvo pelo Francis
13:35e pelo Lucas Mendes,
13:37que me convocaram
13:38para começar o Manhattan Connection
13:40em 93,
13:41como eu ainda morava
13:42em Notre Dame,
13:44que é mais ou menos
13:44uma hora e meia
13:45de carro de Chicago.
13:47Aí,
13:47durante quase dois anos,
13:49eu fiz ponte aérea,
13:50eu estava ainda vazando doutorado
13:51no aula um tempo,
13:52eu vinha para Nova York
13:53gravar o programa.
13:55Eu tinha sido,
13:56essa é a grande história,
13:57eu fui,
13:58entre aspas,
13:58eu fui chefe
14:00do Francis há muitos anos,
14:03o que aconteceu comigo?
14:04A Folha teve uma época
14:05com aquelas coisas
14:06de grandeza da Folha,
14:07ela falou,
14:07nós vamos competir
14:08com o Cidadão na Internacional,
14:10porque o Cidadão
14:11era um jornal lendário
14:12pela cobertura internacional,
14:14e o JB também tinha
14:15uma grande cobertura,
14:16a Folha não tinha.
14:17Aí,
14:17resolveram montar
14:18uma super equipe
14:19de correspondentes,
14:20aí pegaram,
14:21assim,
14:21todos os dinossauros,
14:22você pode imaginar,
14:23gente boa,
14:24mas todo velho,
14:25grandes nomes,
14:26então,
14:27eu,
14:27um moleque,
14:28eu tinha 23 anos,
14:28era editor internacional da Folha,
14:31meus subordinados
14:33é Paulo França,
14:34em Nova Iorque,
14:34Cláudio Abramo,
14:35em Londres,
14:36Oswaldo Peralva,
14:38em Tóquio,
14:39Gerardo Mello Mourão,
14:42em Pequim,
14:43Isaac Akcherut,
14:44em Jerusalém,
14:45Mauro Santayana,
14:47em Madrid,
14:47ou seja,
14:48nomes conhecidíssimos
14:49da imprensa,
14:50ex-editores,
14:51sabe?
14:52E eu era o chefe
14:53desses caras,
14:54sabe?
14:56Então,
14:56foi uma experiência
14:58muito boa,
14:59e era,
15:00mas eram caras,
15:01obviamente,
15:01ingovernáveis.
15:03Claro,
15:04a gente imagina.
15:05Francis,
15:06manda 12 linhas sobre,
15:08você não faz isso com esses caras,
15:10aí vinham 300 linhas
15:11sobre qualquer coisa
15:12que eles queriam escrever.
15:14Deve ser mais ou menos
15:15como pedir para o Garrinchen
15:16voltar para marcar,
15:17né?
15:17não dava.
15:20A minha história
15:20com o Francis,
15:21eu era ainda
15:22editor assistente,
15:23né?
15:25Aí,
15:26em 72,
15:27sei lá,
15:28aí,
15:29eu tinha que fechar,
15:31fim de semana
15:32estava na minha mão,
15:33o editor estava de folga,
15:34eu era editor,
15:34sempre tinha que fechar.
15:36E eu não sabia,
15:36tinha uma hora
15:36e você não podia
15:37ligar para o Francis,
15:39sábado,
15:39era o dia que ele descansava.
15:41Aí eu soube
15:41que tinha uma super manifestação
15:43no Central Parque
15:44contra armas nucleares,
15:45negócio pacifista
15:47contra os givores nucleares
15:48na Europa,
15:49não sei o quê,
15:50tinha 200 mil pessoas,
15:52e eu,
15:53cara de pau,
15:53achei que o Francis
15:54era um repórter,
15:55liguei para o Francis,
15:57falei,
15:57Francis,
15:57aqui é o Caio Blinder,
15:58não sei o quê,
15:59eu queria que você
16:02cobrisse a manifestação
16:04no Central Parque.
16:05Eu falei assim,
16:06espera aí,
16:07ele olhou,
16:08fui para a janela
16:09da casa de dar
16:09para mais ou menos ver,
16:10falou,
16:11está tendo uma manifestação,
16:12pá,
16:12e bateu o telefone
16:13na minha cara.
16:14A primeira conversa
16:16é o Paulo França,
16:18aí depois eu me dei melhor,
16:19mas o França era uma figura,
16:21ele era uma figura.
16:23Sem dúvida.
16:24Às vezes ele mandava
16:25matéria para o telefone,
16:26ele mandava,
16:28ele estava no Ceauna
16:29e mandava para o telefone,
16:30então ele ficava assim,
16:31o presidente Reagan
16:33disse ontem
16:34que a crise,
16:35não sei o quê,
16:36e o redator não entendia
16:37o que ele falava,
16:38ele começava a falar assim,
16:40B de burro,
16:42ou de ortário,
16:44T de tapado,
16:47ele ia soletrando
16:48as letras,
16:49Bruno,
16:50e de idiota,
16:51C de cretino,
16:52assim,
16:53é assim que ele soletrava
16:55para o redator.
16:57Sensacional.
16:59Paulo,
17:00Caio,
17:01ao longo da sua carreira,
17:03enfim,
17:03além dessa questão
17:04de você estar
17:05conduzindo repórteres,
17:06você também fez
17:07muitas matérias.
17:08tem alguma
17:10que você
17:11se orgulhe mais,
17:12assim?
17:13Considere mais memorável?
17:16Ah,
17:16tem uma coisa legal
17:17que eu acho,
17:18é o seguinte,
17:19eu tive uma época
17:19que eu estava
17:20com uma bolsa
17:21de jornalistas estrangeiros
17:23dos Estados Unidos
17:24do World Press Institute,
17:25o Lucas Mendes
17:26teve essa bolsa,
17:28o famoso Pimenta Neves
17:29teve essa bolsa,
17:30um monte de gente
17:31teve essa bolsa,
17:32que você ficava
17:32andando de carro
17:33pelos Estados Unidos
17:34durante oito,
17:35nove meses,
17:36com jones estrangeiros,
17:37com duas vans,
17:38correndo o país.
17:41E uma das matérias
17:43que eu fiz,
17:43eu acabei indo,
17:44depois todo mundo fez,
17:45eu fui o primeiro,
17:46tem uma cidade indiana
17:47que se chama Brasil,
17:48Brasil, né?
17:49E eu passei uma semana
17:50em Brasil, né?
17:51E fiz uma matéria
17:52sobre o Brasil, né?
17:53E a matéria foi legal,
17:56aí tinha lá
17:57o prefeito do Brasil,
17:58a irmã dele
17:59era cheia de rolo,
18:02ela me convidou
18:03para participar
18:04de um negócio
18:05de trazer joias
18:07de Minas Gerais
18:07de contrabando
18:08para os Estados Unidos.
18:11Mas essa matéria
18:12foi legal, né?
18:14Eu fiz umas matérias
18:15legais nessa época
18:15de 86,
18:16porque eu nunca fui
18:16muito repórter, né?
18:18Eu sempre fui mais de...
18:19Eu sou rato de redação,
18:21é uma história famosa
18:21que eu tenho uma doença
18:22que se chama
18:22diabetes insípidos,
18:24que eu não retenho
18:25água no organismo,
18:25estou aqui com duas garrafinhas
18:27enquanto eu converso com você,
18:28eu não posso para o deserto, né?
18:30Por exemplo,
18:30o Boris Caçói,
18:31que era meditor,
18:31não me deixou ir
18:32para as Malvinas
18:33cobrir a guerra.
18:34Ele era leitor-chefe,
18:35conhecia meus avós,
18:37minha mãe de criança,
18:38de jeito nenhum,
18:39me mata,
18:40se eu deixar ir para as Malvinas,
18:43cobrir o guerra,
18:43não sei o que,
18:44porque realmente
18:45eu não posso,
18:46eu não posso ficar
18:47muitas horas
18:47sem beber água, né?
18:48Então,
18:49eu sempre fui um cara
18:49de redação.
18:50Mas eu fiz essas coisas legais,
18:51uma vez eu estava
18:52com esse grupo,
18:53a gente estava em Atlanta,
18:54na Georgia,
18:55eu estava com o jornalista
18:56que é da Índia,
18:57um cara muito legal,
18:58muito amigo meu até hoje,
18:59um grande jornalista,
19:01correspondendo com o Daily Telegraph,
19:02do Times,
19:03de Londres,
19:03na Índia,
19:04um cara muito vivo,
19:06bom repórter,
19:06falou assim,
19:07vamos tentar conversar
19:08com o Jimmy Carter,
19:09não,
19:09mas não dá certo,
19:10então,
19:11aí ligamos para o
19:12centro Carter,
19:13lá em Atlanta,
19:15era hora do almoço,
19:16a secretária
19:17foi almoçar,
19:18ele atendeu o telefone,
19:19né?
19:20Aí a gente se apresentou,
19:21falou,
19:21a gente queria,
19:22vocês podem vir agora,
19:24tá bom,
19:25vamos lá,
19:25entrevistamos o Carter,
19:26sabe-se,
19:27nós lá fomos lá na hora,
19:29em 15 minutos,
19:30com a gente uma hora
19:31batendo papo,
19:32aí foi uma matéria grande,
19:33ele era ex-presidente,
19:35né?
19:35Era ex-presidente,
19:36né?
19:37E ele foi o melhor
19:38ex-presidente dos Estados Unidos,
19:40né?
19:41Claro,
19:41claro,
19:42sem dúvida,
19:42muito melhor como eu.
19:43Muito ótimo ex,
19:44né?
19:45Ele criou essa,
19:46essa nova,
19:47esse novo cargo,
19:48né?
19:48De ex-bom presidente,
19:50mas eu nunca fui um repórter,
19:52eu sempre,
19:53sabe,
19:53fui muito,
19:54fui sempre muito editor,
19:55né?
19:56Essa coisa,
19:56sempre você delitar,
19:58e depois ficar dando palpite,
19:59né?
20:00Ficando conexão,
20:01esse tipo de coisa,
20:02na Veja.
20:04Por falar em palpite,
20:06Trump vai ser preso ou não?
20:07O que você acha?
20:09Boa.
20:10Isso aqui fica gravado,
20:11né?
20:12Fica.
20:14Aliás,
20:15aliás,
20:16a última vez que eu estive no ar
20:18com o Duda,
20:20foi na Veja,
20:20ainda no estúdio da Veja,
20:22e a gente conversando,
20:23tirando o sarro do Trump,
20:24né?
20:25Ah,
20:26nunca vai ser eleito.
20:27Imagina que vai ser eleito.
20:30Está na nossa ficha,
20:33no nosso prontuário jornalista,
20:35que a gente fez,
20:36tiramos,
20:36fizemos chacota do Trump,
20:38né?
20:38E ele foi eleito.
20:40Você falou da gravata,
20:41né?
20:42É.
20:43Eu lembro bem da gravata dele.
20:45Eu acho muito difícil de ser preso,
20:47eu acho muito difícil.
20:49Você quer uma resposta mais categórica,
20:50né?
20:51Eu estou deixando um pouquinho de margem,
20:52assim,
20:53brava,
20:53eu parei por fim.
20:55Mas eu acho que não,
20:56eu acho que,
20:58eu acho que,
20:58e politicamente não interessa para ninguém.
21:01Eu acho que não interessa a ideia de um ex-presidente preso,
21:04né?
21:05E os casos são,
21:06mas os casos são fortes.
21:09Eu acho que o caso da Georgia é muito forte,
21:12da intimidação eleitoral,
21:14de pedir para o secretário lá,
21:15eleitoral,
21:16de Estado,
21:17tudo me arranja uns mil votos,
21:18né?
21:19Eu acho que esse caso é bom.
21:21Os casos dele,
21:22esse caso que está rolando agora,
21:24em Nova York,
21:24que é civil,
21:25não é criminal,
21:25por isso que é muito forte também.
21:28Vai para a deliberação semana que vem,
21:30do estupro, né?
21:32Quem teria estuprado uma mulher numa loja,
21:34né?
21:36É um caso, sabe,
21:37a gente conhece a história do Trump,
21:40né?
21:40Mas é muito difícil,
21:41é muito difícil.
21:42Eu estou com muito medo do Trump.
21:44Eu já gozei muito do Trump.
21:46Hoje em dia eu tenho medo dele.
21:47Eu tenho medo.
21:48Eu acho que tem que ser levado a sério.
21:50Eu acho que é uma coisa bizarra,
21:52mas eu acho que ele é um candidato forte.
21:55Sabe?
21:55Claro que é um candidato forte.
21:56Um cara com toda essa história,
21:57teve 45% dos votos em 2020, né?
22:02Foi muito forte.
22:06Porque o país é polarizado, né?
22:07Então pode ser um poste ali,
22:09que não é o Trump,
22:10também ganha, sabe?
22:12Não precisa ser um talento ali do outro lado,
22:13nenhum dos lados, né?
22:14Hoje em dia está muito polarizado.
22:16Você não olha muito quem é o candidato.
22:19Você acha que tem alguma chance
22:21de o Ron DeSantis se viabilizar como candidato?
22:25E do outro lado,
22:26o democrata,
22:27parece que vai ser o Joe Biden mesmo, né?
22:30Ninguém ali apareceu além do atual presidente.
22:35Eu acho que o DeSantis se ferrou, né?
22:37Hoje eu estava lendo um artiguinho rápido,
22:39com ele desse informe.
22:40Ele não tem nada.
22:40Ele não é engraçado como o Trump.
22:42Ele não tem o carisma oratória do Reagan.
22:46E não tem a seriedade do Mitt Romney, né?
22:49Ele é um oportunista conservador, né?
22:53E para ele peitar o Trump agora,
22:57ele está fazendo uma coisa maluca.
22:58Ele está indo à direita do Trump, né?
23:00Então talvez até ajude ele.
23:02Mas o Trump está muito forte, né?
23:04O DeSantis evaporou, né?
23:07Porque ele está com uma mensagem
23:08que não é uma mensagem muito convencente para ele.
23:11Essa coisa de denunciar o ouro politicamente correto, sabe?
23:15Não é uma coisa, sabe?
23:17Ajuda ali, pega...
23:19É jogar o uso para a base, né?
23:20Jogar o uso para a base ali, né?
23:22Coisa muito...
23:23Os americanos diferentes, né?
23:26Realmente estão preocupados com o negócio de inflação, né?
23:30Emprego.
23:31Mas essa coisa de começar a discutir
23:33o que você tem que estudar na universidade,
23:36história dos negros, sabe?
23:38Todas essas coisas...
23:38Guerra cultural, né?
23:40Como ele chama.
23:41É, é.
23:41Isso eu acho que não...
23:43Eu acho que isso aqui ajuda
23:45talvez numa primária, né?
23:47Mas numa eleição geral...
23:48E aborto, sim,
23:49da chamada guerra cultural,
23:51eu acho que o único assunto
23:52muito quente, né?
23:54E as posições deles
23:55são muito retrógradas, né?
23:56Muitos...
23:57Os republicanos estão muito medievais, né?
24:00Nessas guerras culturais, né?
24:02Mesmo a par da base,
24:03a base mais moderada,
24:05que não vai decidir isso, né?
24:06A gente sabe, então...
24:07Os 10% dos eleitores indecisos, né?
24:11Esse pessoal não quer, assim...
24:13Essa conversa maluca que eles têm
24:14tudo, né?
24:15De aborto,
24:16anti-ciência, né?
24:18Essa coisa...
24:19E essa coisa maluca, né?
24:20Ele quis copiar o Trump,
24:22na Ucrânia, né?
24:24Desmerecendo a questão da Ucrânia, né?
24:26Mas também não, né?
24:27Não dá pra isso.
24:28Não é que nem...
24:29Não dá pra você ir...
24:30Ter uma posição anti-Ucrânia, né?
24:33Só a extrema-direita americana,
24:35mesmo como o Carson,
24:37o cara que foi demitido da Fox News, né?
24:39Pode assumir uma posição
24:40tão, assim,
24:43de apaziguamento,
24:45fazendo apologia do Putin, né?
24:46Isso não dá.
24:47Isso não dá nos Estados Unidos.
24:48Caio, nos Estados Unidos,
24:51a sociedade é mais dividida
24:53até do que a brasileira, né?
24:56As pessoas já,
24:57por gerações,
24:57já são ou do Partido Republicano
24:59ou Democrata
25:01e tem ali uma fatia dos independentes.
25:05Você aí, em New Jersey,
25:07geralmente,
25:08com as pessoas que você frequenta,
25:09estão mais pra qual lado, hein?
25:11O que aconteceu aqui...
25:41melhor nível econômico
25:43abandonou o Partido.
25:45Porque o Partido ficou muito...
25:46Ficou muito,
25:47como se diz,
25:47uma frase da Hillary Clinton,
25:51ficou um Partido dos deploráveis.
25:53Um Partido muito atrasado
25:55nessas questões culturais, né?
25:57E são pessoas, assim,
25:59não querem pagar imposto, né?
26:01Alto.
26:02Mas também acho uma loucura
26:03esse negócio de aborto,
26:04guerra cultural.
26:05São pessoas de cabeça aberta, né?
26:07E o Partido
26:08andou muito pra trás.
26:10Voltou pros anos 50.
26:10Então, eles perderam essa parte.
26:12Por incrível...
26:14Parece que está vindo
26:15um fenômeno incrível
26:16que mostra muito uma questão
26:18educacional e de classe
26:19e não de raça.
26:20Enquanto isso,
26:21um cara como o Trump
26:22conseguiu abocanhar fatias
26:23eleitoradas melhorias.
26:26Latinos no Texas, né?
26:28Negros não.
26:29E está pegando essa...
26:30Porque são eleitores
26:31mais conservadores,
26:32que levam a sério a religião,
26:34são contra o aborto, né?
26:36Acreditam muito em meritocracia.
26:37Negros não são a favor
26:39de fronteira aberta, né?
26:41Acho que tem que ser...
26:43Não é justo esse pessoal
26:44furar a fila, sabe?
26:45Meu avô não furou a fila,
26:47ele veio do México,
26:48era pedreiro,
26:49passou pra burro,
26:50pra...
26:51Não sei se você é americano,
26:52agora esse cara vem aí, velho, né?
26:54Então, tem um certo realinhamento.
26:56O Niquelmoro sempre foi...
26:57O Niquelmoro é um subúrbio
26:59de classe média,
27:00classe média mesmo.
27:01Era um swing district, né?
27:04Um distrito que oscilava.
27:06Mas, de fato,
27:07ele foi pros democratas
27:08nas últimas eleições.
27:10Então, eu tô numa parte...
27:13No Jersey é um estado democrata,
27:15claro, né?
27:16Mas o Niquelmoro era
27:16era um lugar que hoje virou.
27:18Virou realmente pros democratas, né?
27:20Mas sobre o Niquelmoro,
27:22não.
27:23Aqui, o Niquelmoro
27:23é a área metropolitana de Nova York.
27:25Então, aqui tem de tudo, né?
27:27Tem muito imigrante,
27:28muita gente de tudo quanto é lugar,
27:31sabe?
27:31É um lugar legal, né?
27:34Todo mundo gosta de New Jersey,
27:35terra do Soprano,
27:36do Tony Soprano,
27:37não sei o quê.
27:38Mas é um lugar bacana.
27:42Uma coisa que eu...
27:44Voltando um pouco
27:45na nossa conversa,
27:46uma coisa que eu volto e meia penso,
27:49Francis morreu em 97, né?
27:52Ou seja...
27:53Exato, exato.
27:54Ele perdeu
27:55os dois primeiros governos do Lula,
27:57a Dilma,
27:58o impeachment da Dilma,
28:00a ascensão do Bolsonaro,
28:04a transformação do Bolsonaro,
28:05não só no nome viável,
28:06como no presidente do Brasil.
28:08E, diante de tudo isso,
28:09eu pensava
28:09what would Paulo Francis say, né?
28:11O que o Francis diria,
28:12o que o Francis escreveria
28:14sobre isso tudo
28:15com o estilo que era habitual
28:17e com a indignação com o Brasil,
28:19que era muito característica dele.
28:21Ele estava,
28:25no final,
28:25ele estava muito reacionário, né?
28:28Ele tinha umas coisas,
28:29inclusive,
28:29ele gostava do Maluf
28:30naquela época,
28:31no final da época.
28:31Sim, lembro.
28:33Sabe?
28:33Então, ele estava meio...
28:35Talvez, eu acho,
28:36ele poderia ter dado
28:37uma guinada
28:38nessa altura, sabe?
28:39Eu acho,
28:40na minha cabeça,
28:41pelo jeito, assim,
28:43pela petulância dele,
28:44o jeito aristocrata dele,
28:46um cara com o Bolsonaro
28:47é um chulé, né?
28:48Um jeca, né?
28:49Como ele diz,
28:50é um jeca, né?
28:52Ele não aceitaria jamais
28:53um Bolsonaro.
28:56Também não o Lula, né?
28:58Sabe?
28:58Ele estaria muito perdido.
28:59Eu acho que ele estaria,
29:01sabe?
29:02Teria uma atitude assim,
29:04voto nulo, sabe?
29:06E as caras dando pau
29:07sem parar no Brasil,
29:08em todo mundo.
29:09Eu acho,
29:09assim,
29:10meu chute.
29:11Mas a ideia, sabe?
29:13Eu vejo na internet,
29:15sabe?
29:15Os caras veem muito
29:16para cima de mim,
29:17os bolsonaristas.
29:18É,
29:18se o França estivesse vivo,
29:20ele ia dar uma porrada
29:21sem parar,
29:21como no programa,
29:22ia estar agora com o Bolsonaro.
29:23Não ia estar com o Bolsonaro.
29:25É maluquice achar
29:26que o França
29:26ia estar com o Bolsonaro.
29:29Sabe?
29:29Tudo muito,
29:30muito,
29:32assim,
29:32uma conversa de cascata
29:33que nós estamos tendo,
29:34né?
29:34Mas não acredito,
29:35não acredito.
29:36Mas também jamais
29:37eu não veria
29:38o França
29:39dar uma virada,
29:41né?
29:42Com alguns colegas
29:43de profissão dela,
29:44né?
29:45Gente que era bem conservadora
29:47e foi para o Lula.
29:48Não,
29:48eu não vejo o França
29:50fazendo isso.
29:53Caio,
29:54eu acompanho você
29:55no Twitter.
29:56A minha impressão
29:57é que às vezes
29:57você está
29:59ativo ali,
30:01mas às vezes
30:01você fica bem irritado ali.
30:02Não sei se
30:03as redes estão fazendo
30:05bem para você.
30:06e você
30:08acompanha.
30:10Você parece
30:11minhas duas filhas
30:12e me dá um cara
30:13nesse culacho.
30:14Parece um velho
30:15na cara,
30:15um barmanjo,
30:1665 anos brigando
30:18com esses idiotas.
30:20Minha filha me segue,
30:21minha mais nova,
30:22né?
30:22Me dá esse porro
30:23o dia inteiro.
30:23Para com isso, pai,
30:24para com isso, né?
30:28Não sei,
30:28tem dia que eu estou,
30:30tem dia que eu me irrito,
30:31sabe?
30:31Eu acho que
30:32é um pouco
30:33que eu não tenho
30:33o que fazer também, né?
30:34Eu estou meio
30:34mudando, né?
30:35Então, acho um pouco
30:37falta do que fazer, né?
30:39Estou numa boa,
30:40estou gostando
30:40de não fazer nada.
30:41Eu jogo muito squash,
30:43sou jogador de squash,
30:44leio muito, né?
30:46Meu partido político
30:47é o Netflix,
30:48vocês conhecem?
30:50Eu sou militante
30:52do Netflix, né?
30:54Mas, Caio,
30:55você se informa
30:56pela internet,
30:56pelas redes?
30:58Olha,
30:58a única coisa
30:59que eu leio
31:01ainda com uma certa
31:02convicção religiosa
31:03é o New York Times.
31:04eu assinava tudo,
31:07era assinando de tudo, né?
31:09Mas era muito caro, né?
31:10E eu não tenho
31:11tanta sofreguidão.
31:13Eu leio
31:13o New York Times ainda, né?
31:15E eu sigo
31:16umas pessoas legais
31:17no Twitter,
31:19eu sigo, sabe?
31:20É muito mais
31:20quem eu sigo, né?
31:21Eu sigo algumas publicações, né?
31:24E algumas pessoas
31:25que eu gosto, sabe?
31:28Por exemplo,
31:29se tem um artigo do...
31:31Eu sigo
31:32o Martin Wolf,
31:33do Financial Times,
31:34eu leio o Martin Wolf,
31:35o David Brooks,
31:36do New York Times,
31:36sabe?
31:36Tem gente que eu sigo,
31:38sabe?
31:39Desses jornalões,
31:40da imprensa europeia,
31:41então,
31:42eu vou muito na cola
31:43desses caras.
31:44Eu fiquei agora
31:45um pouco mais interessado,
31:46de fato,
31:46em Ucrânia.
31:47De Ucrânia,
31:47de um ano pra cá,
31:48e eu comecei a seguir
31:50gente que realmente
31:51acompanha a Ucrânia,
31:52que conhecem
31:53a situação militar,
31:55a situação política
31:57da Ucrânia,
31:58da Europa Oriental,
31:59então,
32:00Applebaum,
32:01sabe?
32:02Aqueles vários livros
32:03da Europa Oriental,
32:06ela conhece,
32:07o marido dela foi
32:07o Ministro das Relações
32:10Sérieures da Polônia,
32:11ela conhece bem
32:12a região,
32:14sabe?
32:14Então,
32:15acompanho muito
32:16por essas pessoas
32:17que eu confio,
32:18eu confio na linha dele.
32:19Mas,
32:19hoje em dia,
32:20eu não me considero,
32:21eu sou um cara totalmente,
32:24eu não digo diletante,
32:26mas eu tomo posições,
32:28eu não estou preocupado
32:29em ver os dois lados,
32:30e tem coisas que não tem
32:32dois lados,
32:33né?
32:33Mas eu estou no Twitter,
32:36sabe?
32:36Eu não vou chamar de playground,
32:38mas não é uma coisa,
32:39se eu estivesse trabalhando,
32:41assim,
32:42profissionalmente,
32:43eu não faria,
32:44hoje,
32:44no Twitter,
32:45o que eu estou fazendo,
32:46né?
32:46Essas molecares que eu faço,
32:48ficar brigando,
32:48com o twitteiro,
32:50né?
32:51Mas eu acho saudável
32:52um pouco a briga,
32:53assim,
32:53assim,
32:54brigando comigo mesmo,
32:55porque eu acho
32:57o pessoal muito chato,
32:57bolsonarista,
32:58petista,
32:59sabe?
32:59Eles são muito bobos,
33:00sabe?
33:02Mas eu entro muito pouco
33:03em política brasileira,
33:04eu não acompanho muito bem
33:06política brasileira,
33:06não me interessa muito,
33:08então eu estou impressionado
33:08com o negócio da Ucrânia agora,
33:10essa coisa de anti-americanismo,
33:12o negócio,
33:13não é possível que no Brasil ainda,
33:15sabe?
33:15Os caras discutindo,
33:17os malucos no meu Twitter discutindo,
33:19não,
33:19mas a China é mais democrática
33:21dos Estados Unidos,
33:22você tem colégio eleitoral,
33:23mas na China,
33:24tem as instâncias do partido,
33:25que você vai votando
33:26até chegar no Politburo,
33:28conversa maluca
33:29desses caras,
33:30sabe?
33:30Mas os caras acreditam,
33:31então,
33:32mas é o quê?
33:33Então,
33:33acho que,
33:34mas não convenci ninguém
33:35até hoje a mudar de ideia.
33:39É bastante impressionante,
33:40eu acho,
33:41porque a guerra na Ucrânia
33:44não é uma questão
33:44de direita ou esquerda,
33:46houve um país invadido
33:49e um país agressor,
33:50e no entanto,
33:51muitas reações
33:52nas redes sociais
33:54e até dentro
33:55do governo brasileiro
33:56parecem se pautar
33:57por aquele anti-americanismo
33:59bocoque dos anos 70 ainda,
34:02dos anos 80,
34:03eu tenho uma percepção
34:05um pouco diferente
34:06da do Duda,
34:06eu acho que você merece
34:07um prêmio
34:08de monge budista,
34:10assim,
34:10por lidar com esses trolls
34:12que aparecem com essas...
34:14Não,
34:14mas é muito,
34:15mas eu acho que,
34:16às vezes,
34:17o meu erro,
34:19acho que o maior,
34:19é quando eu resolvo
34:22me encher um saco,
34:23quando eu conheço
34:23brigar com esses caras
34:24assim,
34:24tipo Rodrigo Constantino,
34:26sabe?
34:27Esses caras...
34:28Gente que...
34:29Aí vem aquela turma dele,
34:32sabe?
34:32Aí vem aquela...
34:33Estoura da boiada,
34:34literalmente,
34:35Estoura da boiada,
34:36aí tem que tomar cuidado,
34:37porque não é tanto o cara,
34:38o cara não vai ficar com você,
34:40sabe?
34:41Mas vem a turma dele,
34:42aquela óbvia,
34:43sabe?
34:44Enchendo o saco o dia inteiro,
34:46então...
34:47Aí começa a xingar demais,
34:48sabe?
34:48Aí é uma coisa pavorosa,
34:50sabe?
34:50Os caras...
34:51Aí cada um escolhe,
34:53por exemplo,
34:54a que quer te ofender mais,
34:57né?
34:57Então, obviamente,
34:57no meu caso,
34:58antissemitismo,
34:59sabe?
35:00Se eu fosse uma pessoa
35:01com deficiência física,
35:03eu...
35:04Sabe?
35:05Então,
35:05a gente...
35:06É muita curiosidade na internet,
35:07né?
35:07Esse tipo de...
35:08Sabe?
35:08As pessoas vão...
35:09Mexem com coisas muito sensíveis
35:12do alvo, né?
35:14Dos ataques,
35:15depende da pessoa,
35:16já vi isso muito.
35:17Então tem que tomar um pouco de cuidado,
35:18não é...
35:18Eu acho que...
35:19Eu não vou fazer uma média
35:20entre vocês dois,
35:21né?
35:21Mas eu acho tudo bem
35:22eu me engajar,
35:24mas tem que...
35:25Às vezes,
35:25você tem que tomar cuidado,
35:26sabe?
35:26Porque você passa dos seus próprios...
35:28Você cruza suas linhas vermelhas,
35:30né?
35:31Com esse pessoal...
35:33Mas agora,
35:33essa coisa da Ucrânia,
35:34não,
35:34aí tem que...
35:35A gente tem que brigar mesmo.
35:36Eu não digo brigar com o Troll,
35:37mas com...
35:38Eu...
35:39Agora, hoje em dia,
35:40quando eu vejo um cara assim
35:40que eu vejo uma pessoa que...
35:42Um professor,
35:42não sei o quê,
35:43que tem 100 mil seguidores,
35:45aí eu vou para um debate.
35:47Aí eu não vou...
35:48Eu acho...
35:49Mas como você brigar com o cara
35:50que tem 13 seguidores,
35:51sabe?
35:53Escolher a briga,
35:53né?
35:54Não quero entender.
35:55É,
35:56aí é meio...
35:56Tem que escolher a briga.
35:58Quando é um cara maior,
35:59sabe?
36:00Aí eu vou lá e discuto,
36:02sabe?
36:02Mas é muito difícil,
36:03é muito difícil,
36:04é muito difícil.
36:05Hoje em dia,
36:06por incrível que pareça,
36:07como é a Ucrânia,
36:08na verdade,
36:08eu estou brigando muito mais
36:09com a esquerda
36:10do que com os bolsonaristas.
36:12Na época da pandemia,
36:13eu brigava mais com os bolsonaristas,
36:14com a vacina,
36:15sabe?
36:16O Canadá virou ditadura,
36:18sabe?
36:18As coisas malucas
36:19que os caras ficavam
36:19o dia inteiro enchendo o saco.
36:22Agora é mais com essa esquerda
36:23anti-americana,
36:25realmente.
36:26Eu não sou a favor do Putin,
36:28mas sempre tem o Mas,
36:29né?
36:30Sim.
36:31Sempre tem o Mas,
36:32na conversa,
36:32sabe?
36:34Hoje eu achei,
36:35até postei de manhãzinha,
36:36eu estava lendo uma coluna do...
36:39Aí tinha uma citação
36:40do George Orwell,
36:41muito boa,
36:41em 1942,
36:42ser neutro,
36:44ser pacifista
36:45é ser profascista,
36:46sabe?
36:46Estou falando em 1942,
36:48na época,
36:49como você vai ser pacifista
36:50na Segunda Guerra Mundial?
36:52Você está ajudando
36:53os nazistas,
36:54né?
36:55Assim,
36:55eu acho que tem
36:56o maior cuidado,
36:57comparar quem é
36:58neutro,
37:01nós estamos em
37:02apaziguamento de 1938,
37:04né?
37:05Não sei o quê,
37:07um pouco tem que
37:08se parar,
37:09mas tem um pouco disso
37:10hoje em dia,
37:10o Putin é a coisa
37:12mais próxima
37:13de fascismo
37:14na Europa
37:14desde a Segunda Guerra Mundial.
37:15Ninguém fez na Europa
37:16o que ele fez, né?
37:18E os malucos,
37:18inclusive,
37:19de esquerda,
37:20anti-americanos,
37:21coisa que eu nunca...
37:22Eu fico chocado.
37:23Ele falou,
37:24não,
37:25a OTAN é um absurdo,
37:25como você defende a OTAN?
37:26A OTAN bombardeou a Iguoslávia.
37:29Aí você pergunta,
37:29você sabe o que ele
37:30bombardeou a Iguoslávia?
37:31Aí os caras não sabem,
37:32porque tem um genocídio,
37:34eles não sabem,
37:34porque teve um genocídio.
37:36Como os americanos
37:36invadiram o Afeganistão?
37:38Aí você tem que explicar
37:39para os caras,
37:39mas por que invadiram o Afeganistão?
37:42É sempre o arabaltismo, né?
37:45Acontece muito.
37:46O arabaltismo é total,
37:48mas sem contexto, né?
37:49Porque é tudo assim.
37:51E, claro, Israel, né?
37:52Aí é um assunto
37:53que nem tem nem saco de falar.
37:55É um assunto que eu não gosto
37:56de falar,
37:56porque é um assunto chato
37:57para mim, sabe?
37:58No sentido que não...
37:59Sabe, eu faço isso
37:59de Israel,
38:00eu converso desde
38:00de 75, né?
38:04Eu não tenho saco
38:05de falar de sábio.
38:06Eu falo o que de Israel, sabe?
38:08Minhas posições
38:08são conhecidíssimas
38:09sobre a política interna de Israel,
38:11sobre como...
38:12Sabe falar o que de Israel?
38:13Sabe,
38:13essa lenga-lenga?
38:15Sabe, tudo...
38:16Citação da Ucrânia,
38:17fala Israel e Israel.
38:18Pô,
38:19eu estou falando da Ucrânia,
38:19eu falo de Israel.
38:20O atabaltismo, né?
38:23Você citou o George Orwell, né?
38:25Nessa questão
38:26do ser pacifista ali
38:28é ser fascista.
38:30Mas tem um texto dele também
38:32sobre o Gandhi,
38:32que é ótimo, né?
38:33Que é uma crítica.
38:34Ele fala, olha,
38:35tudo bem a coisa
38:36da não-violência
38:37dá certo
38:38na época ali da Índia,
38:41colônia do Império Britânico,
38:42então se é contra o Império Britânico,
38:44ok,
38:44mas um Gandhi
38:45na União Soviética
38:47e stalinista
38:48não ia dar certo, né?
38:51Claro.
38:52A diferença óbvia
38:53é porque
38:53ele deu certo
38:55naquela época.
38:56porque o Império
38:59queria se retrair, né?
39:00Essa é a diferença.
39:01O Império Britânico
39:02foi um dos vários impérios
39:03que no final
39:04fizeram muita caca, né?
39:06Os ingleses fizeram
39:07muita caca, né?
39:08Mesmo na própria Índia
39:10até uma certa fase.
39:11Mas depois, no final,
39:12o Cavalho queria ir embora.
39:13Eles queriam ir embora.
39:14Exceto na Malásia
39:15nos anos 60,
39:17eles foram embora.
39:18Na África,
39:19não foi como os franceses, né?
39:20Indochina, Argélia, tal.
39:22Os ingleses queriam ir embora.
39:23Queriam fazer acordo.
39:25Não deu, sabe?
39:25Tem que fazer a partilha, né?
39:29No subcontinente,
39:30não deu, né?
39:31Eles não conseguiram
39:32fazer um acordo.
39:33Induz e muçulmanos
39:35tiveram que ir ao Paquistão, né?
39:37Mas eles foram embora.
39:38Então, claro que
39:39o pacifismo dava certo.
39:41Os ingleses não iam
39:42massacrar ninguém,
39:44especialmente depois da...
39:46Aquela coisa horrorosa também
39:48que aconteceu na Palestina, né?
39:50De repente,
39:51vinham os navios
39:51com os sobrevendos do local
39:54para fazer, sabe?
39:55Era um pavor para eles, sabe?
39:58Levar os navios de volta
39:59para os campos
40:00de refugiados na Europa,
40:02voltar para os lugares
40:03onde eles vieram.
40:04Mas eles queriam ir embora.
40:05Claro que eles queriam ir embora
40:06daqueles lugares.
40:07Você tem razão.
40:08O negócio do pacifismo.
40:09Não tem...
40:10Agora,
40:11tem que ser muito objetivo
40:12sobre a Ucrânia, sabe?
40:13O que vai acontecer na Ucrânia?
40:15A Rússia é muito grande
40:16para ser derrubada.
40:18Eu não tenho informação,
40:19não sei se lá dentro
40:20pode ter...
40:21E dá medo daquelas coisas, né?
40:22A gente vê quando cai o Kadhafi
40:24que acontece às vezes, né?
40:26Pode ser muito pior.
40:27Se cai o Putin,
40:28o que vai acontecer?
40:28Como cai o Putin?
40:30Imagina um...
40:31Sabe?
40:33Então,
40:33eu acredito que vai chegar
40:34uma hora
40:35que você tem que ajudar
40:35a Ucrânia agora
40:36para ter uma posição
40:37melhor militarmente
40:38para negociar, né?
40:40Para negociar.
40:42Eu acho objetivamente
40:43difícil para a Ucrânia
40:44segurar a Crimea,
40:45pegar a Crimea de volta.
40:47Seria legal, né?
40:48Mas eu não sei.
40:50Eu acho que eles têm
40:51uma chance de melhor
40:52de retomar o Bombas
40:57do que a Crimea.
40:59É, é.
41:00Como, na verdade,
41:01se você pegar...
41:04Eu errei, né?
41:05Eu acho que quase...
41:06Desculpa que eu me ensino.
41:08Quase todo mundo errou, né?
41:09A gente superestimou
41:11os russos
41:11no começo da guerra, né?
41:13A gente achou
41:13que eles iam para melhor, né?
41:16Pode ser que agora também
41:17uma outra contra-ofensiva
41:20à ucraniana, né?
41:21Agora, na primavera.
41:23E a Ucrânia
41:24saia bem
41:25nessa contra-ofensiva.
41:26Mas os russos também,
41:28sabe?
41:28Eles também não vão ficar
41:29lutando na última guerra, né?
41:30Eles estão mais
41:31entreencherados, né?
41:34E vão mandar
41:35tropas melhores.
41:37Mas vai ser muito difícil,
41:38sabe?
41:38Porque, sabe?
41:40Como se for culpar
41:41a Crimea de volta?
41:42Eu vi os números,
41:43são 350 mil soldados
41:44russos entreencherados.
41:46Mas não sei.
41:47Eu acho muito difícil,
41:48muito difícil.
41:49E tem aquela cautela
41:50que é correta
41:51do Biden,
41:52especialmente do Biden.
41:54Ninguém quer um choque
41:55frontal, né?
41:56Com a Rússia.
41:57Ninguém é louco.
41:57A Rússia não quer
41:58um choque frontal.
41:59Então, um limite, sim.
42:01Vão dar
42:01avião,
42:04vão ajudar
42:05os ucrinos
42:05com a aviação.
42:06Eles não têm aviação
42:06por enquanto.
42:08Então,
42:09até que ponto, né?
42:12Agora,
42:12o Putin também
42:13é imprevisível.
42:14Ele pode fazer uma...
42:15Eu não acredito
42:16em nuclear
42:17e o uso
42:18de armas táticas.
42:19Eu não acredito
42:20que ele vá usar
42:20armas nucleares.
42:22Mas muito terrorismo
42:23cibernético,
42:25ele pode começar.
42:26Isso eu acho
42:26que ele pode
42:27incrementar.
42:29Eu acho que vai fazer
42:29mais do mesmo
42:30do que ele fez
42:30na Chechêna
42:31e na Síria.
42:33Destruir mesmo, sabe?
42:34Bombardear,
42:35cada vez mais.
42:36Negócio meio
42:37terra arrasada.
42:38Agora,
42:39vocês podem me cobrar
42:39depois.
42:40nós não vamos
42:42estar aqui
42:42para essa conversa,
42:43eu acho, né?
42:44Se tiver arma nuclear,
42:46não vamos estar aqui
42:46para...
42:47É, certamente.
42:48Ninguém virá
42:49nos cobrar
42:49se isso acontecer.
42:51Só chamando
42:52para o pessoal
42:53que está chegando agora,
42:54nós estamos
42:55no Latitude,
42:56nosso podcast
42:57de política internacional
42:58e nosso entrevistado
42:59é Caio Blinder.
43:00Você queria perguntar
43:01alguma coisa agora?
43:02Tenho.
43:03Caio,
43:03eu queria voltar
43:04até a falar
43:06da sua carreira
43:08jornalística.
43:09Eu adorei
43:09as histórias
43:10que você contou aí,
43:11principalmente essas
43:12do Paulo Francis,
43:14mas na sua carreira
43:16você teve
43:17alguns momentos
43:18que você
43:19errou muito
43:21e poderia compartilhar
43:24com a gente
43:25até como
43:27um aprendizado
43:28para a gente evitar?
43:29Maiores acertos
43:30e maiores erros,
43:31os velhos.
43:32É,
43:33tem muito mais erros.
43:34O grande erro
43:35que eu tive,
43:35que foi muito engraçado,
43:37em 91,
43:38e quando eu estava
43:39em Chicago,
43:40eu estava estudando,
43:41era o...
43:42Aí eu escrevi
43:43uma coluna
43:45categórica
43:47na Folha,
43:48o Saddam
43:48não invade
43:49o Kuwait.
43:51A coluna
43:51estava no alto
43:52de página
43:52enquanto os tanques,
43:53os tanques
43:55do Saddam
43:56cruzavam a fronteira.
43:58Pô,
43:59o William Wack,
44:00na época,
44:01ele era
44:01eleitorista nacional
44:02do Saddam,
44:03mas escreveu
44:03uma coluna,
44:04me gozou,
44:05pra burro.
44:06Eu me dava bem
44:06com ele,
44:07não tinha trabalhado
44:07com ele
44:08na TV Cultura
44:09uma época.
44:11Mas ali
44:11foi um erro
44:12feio.
44:15Eu tive um erro
44:16de foca
44:17no começo da carreira.
44:19A gente não pode ser
44:19profeta também,
44:21acho que a grande lição
44:22é essa,
44:22evitar ao máximo
44:24falar do futuro.
44:26Mas colunista
44:26tem que ser,
44:27às vezes.
44:28Quando você faz
44:29uma coluna,
44:29um comentário,
44:30você sabe,
44:31vai ficar só em cima.
44:31Pode acontecer,
44:32sabe,
44:33aquela coisa,
44:34pode ser isso,
44:35mas pode ser aquilo,
44:35a bolsa sobe,
44:36mas ela desce,
44:37sabe,
44:37daí não dá.
44:41E no começo da carreira,
44:42eu estava na Bandeirantes,
44:44aquela coisa
44:45que se corria
44:46da redação
44:46para a sala dos,
44:47imagina,
44:48teletipos,
44:49vocês são dessa época,
44:50eu sou,
44:51eu estava na época
44:53da transição
44:53de máquina de escrever
44:54para computador
44:55na Folha.
44:58Imagina,
44:58eu chorava
44:59de angústia.
45:03Aí eu corri
45:03para um teletipo,
45:05aí eu vi
45:06um despacho
45:08da UPI,
45:09na época,
45:10acabar de morrer
45:11a ex-primeira-ministra
45:12era o Golda Meir.
45:14Aquela coisa
45:14eu não esperei,
45:15eu vi aquilo lá,
45:16o despacho,
45:16corri e mandei
45:17o Roberto Couto Real
45:18ler,
45:18aí fui voltar
45:19para ouvir mais informação,
45:20aí desmenti,
45:21eu falei,
45:21põe no ar,
45:22põe no ar.
45:23Aí ele botou no ar,
45:24aí depois de um tempo,
45:26eu fui lá,
45:27não foi desmentido,
45:27ele teve que dar o desmentido,
45:28ficou louco da vida comigo.
45:30Na Bandeirantes
45:30teve um caso pior
45:31do que esse,
45:32é um caso ontológico.
45:33Eu não vou dar o nome
45:35de quem leu,
45:36porque é uma história
45:37folclórica no jornalismo,
45:38era o Papa Paulo VI,
45:41também,
45:41o cara,
45:41não fui eu,
45:42essa não fui eu,
45:43o cara chegou
45:44no despacho lá,
45:46morreu o Papa Paulo VI,
45:47quem leram,
45:48aí veio o desmentido
45:49que não era,
45:50o locutor pisou na bola
45:51e falou,
45:52infelizmente o Papa
45:53não morreu.
45:56Ele queria dizer
45:57que infelizmente
45:58não tem certeza,
45:59infelizmente,
46:00para que o Papa morreu.
46:01mas aí,
46:03e eu errei,
46:04acho que em termos analíticos
46:05mais profundos,
46:07voltando àquela conversa
46:07do começo com o Duda,
46:09eu acho que o Trump,
46:10aí foi um erro,
46:11pisei na bola,
46:11acho que foi uma
46:13pisada na bola geral,
46:14foi coletiva,
46:16subestimar o Trump,
46:17eu acho que ali,
46:20sabe,
46:21durante a carreira dele ali,
46:23quando ele entrou
46:23nas primárias,
46:25ficou tudo na brincadeira,
46:27ali,
46:28eu acho que erro,
46:29é como você falou,
46:30vai ter uma invasão,
46:31não vai ter,
46:32vai começar hoje,
46:32amanhã,
46:33não vai ter,
46:34mas o Trump,
46:35acho que foi um erro analítico mesmo,
46:36eu acho que esse é o grande erro,
46:38assim,
46:39não é mais um cara
46:39que mora aqui nos Estados Unidos,
46:40acompanha o dia a dia
46:41da política,
46:43aí eu entrei muito
46:44com bias,
46:46com preconceito,
46:49não vi o cenário,
46:52o jogo político,
46:54as tendências,
46:55o ressentimento de uma área
46:56da população,
46:57superestimei a Hiller,
47:00ali,
47:00acho que faltou cérebro,
47:03agora,
47:04enquanto a partida,
47:05eu acertei muito...
47:06Oi?
47:07Muita gente,
47:08não é?
47:08Foi a volta final da eleição do Trump,
47:10inclusive.
47:11Foi um erro coletivo,
47:13acho que foi um erro coletivo,
47:15embora,
47:15claro,
47:16você pode,
47:16na verdade,
47:17ela ter mais votos,
47:18mas, sabe,
47:18estava muito óbvio,
47:20se você acompanha essa eleição,
47:22a estratégia eleitoral do Trump
47:23era correta,
47:24ele estava trabalhando
47:25em uns estados-chave,
47:27uns estados que não dão
47:28os delegados do coletivo eleitoral,
47:30e 150 mil votos
47:33deram vitória para ele,
47:34ele ganhou em três estados,
47:35que eram suficientes para...
47:38Mas eu acertei bem
47:39o Obama desde o começo,
47:40desde o começo,
47:41eu vi que o Obama
47:42ia ser presidente,
47:44porque ele era um obscuro,
47:45skinny,
47:47politista,
47:48muita funny name,
47:49sabe?
47:50Aí eu...
47:51Essa eu acertei legal,
47:53legal.
47:54De resto,
47:54eu acho que...
47:55Essa do Trump
47:57eu lamento
47:58até hoje,
47:59sabe?
48:00Porque faltou saber
48:02só olhar melhor,
48:03muito fácil,
48:04depois,
48:05no dia seguinte,
48:06mas ali eu acho
48:07que os sinais estavam...
48:10Então,
48:10eu das elites políticas,
48:11americanas,
48:12do jornalismo,
48:14acho que tem que tomar
48:14muito cuidado,
48:15né?
48:16No Iraque,
48:17não.
48:18No Iraque,
48:18eu estava em uma posição
48:20muito de...
48:23Eu nunca fui
48:24neocom,
48:25mas eu era dos chamados...
48:27Eu vi pela esquerda,
48:28era a favor da intervenção
48:29humanitária.
48:30Saddam Hussein é um genocida,
48:31né?
48:31Mas ali logo vi que ia dar caca,
48:35né?
48:35Eu logo senti que,
48:37sabe?
48:38Não ia ter libertação do Iraque,
48:39ali eu trabalhei bem.
48:42Na época eu estava na...
48:45Isso era há uns 20 anos,
48:46eu estava mais na...
48:47Na época eu estava na BBC,
48:49eu escrevi na BBC,
48:50BBC Brasil,
48:51e estava na Jovem Panho no programa.
48:54Ali eu acho que eu acertei.
48:56Iraque, no geral,
48:57eu logo vi que era fria,
48:59embora acreditei,
49:00eu achei que tinha as armas,
49:01sim.
49:02Eu acreditei na inteligência,
49:05na desinteligência de todo mundo,
49:07que tinha as armas de destruição em massa,
49:08mas logo ali eu foi...
49:11Não cheguei a errar,
49:13ali eu não errei.
49:16Caio,
49:17você cobre o mundo
49:19para um público
49:20que é brasileiro,
49:22mas estando aí em New Jersey,
49:24como é que você vê
49:26a cobertura que é feita
49:28sobre o Brasil
49:29para os americanos?
49:32Olha,
49:33hoje eu não estou lendo
49:35tudo que eu lia,
49:36sabe?
49:37Eu não digo New Jersey,
49:38eu acho que o...
49:41Eu acho que havia aquela coisa
49:43muito...
49:45Muito geriza o Bolsonaro,
49:47sabe?
49:48Na imprensa,
49:49né?
49:49E não há muito interesse,
49:53não,
49:53pelo Brasil hoje em dia,
49:54não.
49:55Eu acho que houve...
49:56Eu estava trabalhando,
49:57mas quando o Lula veio,
49:58há 20 anos,
49:59quando o Lula foi presidente
50:00pela primeira vez,
50:00havia muito interesse,
50:01muito fascínio, né?
50:03E eu vou usar um termo
50:04fascínio antropológico,
50:05digamos assim, né?
50:06O ex-operaio,
50:08não sei o quê,
50:08o primeiro cara que...
50:10Sabe,
50:10houve muito fascínio com o Lula,
50:11né?
50:12Havia muita cobertura
50:13com o Lula.
50:14Mas não,
50:15eu acho que hoje em dia
50:15o Brasil está muito fora
50:18do interesse, né?
50:20E você pega especialmente...
50:22O que você vê?
50:22Muita cobertura.
50:23É coisa que há 300 anos
50:25é assim, né?
50:26Cobertura de Amazônia
50:27é muito forte,
50:28meio ambiente no Brasil, né?
50:29Isso é uma cobertura...
50:31Isso é o que interessa.
50:32Agora,
50:32o dia a dia do Brasil...
50:34Embora está o dia inteiro.
50:35Você pega o New York Times,
50:36você tem uma...
50:37O New York Times está com uma cobertura,
50:38vocês lêem mais do que hoje em dia,
50:40muito grande do mundo.
50:42Eles têm umas redes,
50:43você fica impressionado.
50:45de repente você vê lá
50:45um artigo sobre o Brasil,
50:48eles dão crédito
50:49para quatro pessoas, sabe?
50:50Eles têm uma equipe ali,
50:52o correspondente,
50:54mais o pessoal local, né?
50:56E a mesma coisa assim,
50:57eles cobrem tudo.
50:59O New York Times hoje
50:59cobre tudo, sabe?
51:01Então, a cobertura
51:02está no dia a dia.
51:03Se você é um cara gringo
51:05e se interessa
51:06em presidente nacional,
51:07vai estar tudo...
51:08Isso vai estar
51:09no New York Times,
51:10hoje em dia.
51:11Uma porcaria qualquer,
51:12Nova Zelândia,
51:13numa crise...
51:15Austrália de imigração,
51:16está lá.
51:17Uma coisa ali,
51:18não sei aonde,
51:19fim do mundo,
51:20da África,
51:21vai estar lá.
51:22Está lá no Brasil.
51:23Hoje tem lá...
51:24Tem um artigo expressivo,
51:25ontem, né?
51:26O negócio do rolo
51:28do cartão de vacina
51:29do Bolsonaro.
51:30O Bolsonaro estava bem,
51:32estava com destaque.
51:33Então, essas coisas...
51:36Mas eu acho
51:37uma cobertura correta,
51:39em geral,
51:40sobre o Brasil.
51:42Uma cobertura jornalística.
51:43não tem uma coisa...
51:46Cobre os fatos do Brasil.
51:48Eu sempre me entendi bem
51:49com os correspondentes
51:50do New York Times
51:51no Brasil.
51:52Eu fui chapa de alguns.
51:55O Simão Romero
51:56me dava bem,
51:58quando ele estava
51:59no Brasil,
51:59depois aqui.
52:01Conheci outros também,
52:02antes.
52:03Eu me dava com...
52:06Sabe,
52:06na época em que era
52:06editor da Folha,
52:07eu me dava,
52:08eu cruzava com esse pessoal
52:09no Brasil,
52:11os correspondentes
52:11dos jornais estrangeiros.
52:14A Economist
52:15tem também um pouco
52:16essa tensão com o Brasil.
52:18Já teve mais.
52:19Teve aquela famosa
52:20capa do Cristo Redentor
52:21decolando,
52:22e depois o do Cristo
52:24virando assim,
52:25o Has Brazil blown it?
52:27Depois que a economia
52:28brasileira
52:29indicou para baixo.
52:32Mas acho que...
52:33É isso aí.
52:33É isso aí.
52:34É, mas muito acho
52:35que no Brasil,
52:37sabe,
52:37existe...
52:38Há muito mais interesse
52:39em outros países,
52:40que estão hoje,
52:43que o Brasil já teve.
52:44Até a...
52:45De redenção,
52:46de promissão,
52:47de ascensão e queda.
52:49Eu vejo...
52:51Se eu fosse hoje
52:52um...
52:53Eu estaria muito mais
52:54interessado hoje,
52:55por exemplo,
52:56em um país que eu...
52:57Deviam cobrir mais
52:58a Indonésia,
52:59por exemplo.
53:00A Indonésia é um caso
53:00interessantíssimo,
53:02que é um país
53:02que há sinais
53:04que vai decolar.
53:06Daqui em 2050,
53:07há para ter as maiores
53:07economias do mundo.
53:09É uma experiência
53:10interessante,
53:10meio tumultuada,
53:11um país relativamente
53:12democrático,
53:13muçulmano.
53:15E hoje em dia
53:17eu estaria muito
53:18interessado,
53:18muito interessado
53:19como leitor,
53:21com a Turquia,
53:23com a eleição
53:23da Turquia agora.
53:25Na outra semana,
53:26eu acho uma eleição
53:27muito interessante.
53:29A chance do
53:30Erdogan cair.
53:32Erdogan cair
53:34do poder, né?
53:35A cobertura
53:36no Brasil
53:37é meio que
53:38proporcional
53:38à nossa importância
53:40econômica,
53:41para o resto do mundo.
53:43Não dá para querer muito.
53:43Não tem.
53:44O Brasil
53:45cobre...
53:47Eu tenho
53:48um total desinteresse
53:50pela coroação
53:52do Charlie amanhã.
53:53Total.
53:54Desinteresse?
53:55Morrer a monarquia.
53:56Desinteresse.
53:57Ah, é?
53:57Desinteresse total.
53:59Elisabeth,
53:59sem Elisabeth,
54:00eu não me interesso
54:02a monarquia.
54:03Acho que essa é a notícia, viu?
54:06Aparentemente,
54:06a imprensa britânica
54:07também, né?
54:08Não é só você.
54:09Eu acho que a cobertura
54:10na imprensa americana,
54:12sabe?
54:12Tem esse complexo
54:13de vira-lata
54:13que eles têm ainda, né?
54:15Em relação
54:15a esse metrópole,
54:16sabe?
54:17É muito maior,
54:18muito maior.
54:19Eu acho que...
54:20Não foi a graça,
54:21sabe?
54:22Eu acho que é uma boa pessoa.
54:23Eu tenho pena
54:23do Charles, né?
54:24Mas não me interessa, né?
54:27Agora, eu adorava a rainha.
54:30A rainha Elisabeth,
54:31eu gostava muito, né?
54:33Achei que era uma pessoa bacana.
54:34Sabe, eu sou um cara de 65 anos,
54:36imagine?
54:37Toda a minha vida
54:37teve a rainha Elisabeth.
54:39Então,
54:40era um negócio fenomenal.
54:42E eu acho que ela...
54:43Ela foi sinônimo
54:45daquela presença de...
54:48E eu acho que sem a rainha,
54:49inclusive,
54:49agora a tendência
54:50é a comunidade britânica
54:53se esfacelar mesmo, né?
54:54Eles vão começar
54:55para proclamar república
54:56em um monte de lugar, né?
54:58Mesmo entre os brancos ali,
55:00sabe?
55:00Nova Zelândia,
55:01Austrália,
55:02Canadá.
55:03Canadá.
55:04Eu acho que a tendência
55:05desse país
55:05é se tornarem repúblicas.
55:08Faz tudo sentido, né?
55:09É um negócio meio...
55:10É muito bizarro, né?
55:12Câmara dos Lordes, sabe?
55:14Eu não sei nada
55:14contra a monarquia em si,
55:16mas não pode ter
55:16Câmara dos Lordes.
55:17Isso não dá, né?
55:18Tudo bem.
55:19O monarca é constitucional,
55:20na Noruega,
55:21mas ter Câmara dos Lordes
55:22não tem.
55:23Isso não existe, sabe?
55:24Isso é...
55:25Fazendo uma última pergunta,
55:27já fazendo um desafio
55:28para você profetizar aqui,
55:30ficar tudo isso gravado
55:31no nosso YouTube,
55:32você acha que seremos,
55:33os jornalistas,
55:34substituídos em breve
55:36pela inteligência artificial,
55:37chat, GPT,
55:39ela vai nos tornar
55:40a todos obsoletos
55:41ou ainda há alguma esperança
55:42para nós?
55:44Ah, vai dar para substituir
55:45todas as profissões.
55:47Eu acho que, claro,
55:48que todas as profissões vão...
55:50Nós vamos ser muito prescindíveis
55:51em muitas funções.
55:52eu não tenho a menor dúvida.
55:54Para você editar,
55:56não precisa de um editor,
55:58como sempre foi.
55:59Você vai precisar
56:00só de um jeito
56:01com um pouco de sabor só,
56:02mas eu acho que sim,
56:03eu acho que vai dar
56:04para ser substituído.
56:06Eu acho que...
56:09Mas também não vou estar aqui
56:10para ser cobrado.
56:14Vocês não vão estar aí
56:15para me cobrar, né?
56:17vai ter dois robôs
56:18no lugar de...
56:19É, exatamente.
56:22Os robôs vão se entender.
56:24Mais alguma coisa?
56:25Não, não é?
56:25Não.
56:26Então vamos encerrar aqui.
56:28Este foi...
56:29Esta foi a nova edição
56:31do podcast Latitude,
56:32nosso programa,
56:33nosso podcast
56:34de política internacional
56:35e diplomacia brasileira.
56:37Nós recebemos aqui
56:37Caio Blinder,
56:39CEO do Instituto Blinder & Blinder,
56:41presidente do Foro de New Jersey,
56:43Manhattan Connection,
56:44Folha,
56:45uma história gigante
56:46na imprensa brasileira.
56:47Caio, foi uma honra.
56:48Muito obrigado pela conversa.
56:49Uma honra e um prazer.
56:50Muito obrigado pela conversa.
56:53Eu sou naqueles caras gloriosos.
56:55Eu fui contratado
56:56e demitido
56:57por quase todos os órgãos
56:58da imprensa brasileira.
57:00Sensacional.
57:02Legal, Caio.
57:03Obrigado, viu?
57:04Um beijo.
57:07Valeu, pessoal.
57:09Foi um prazer.
57:10Foi uma muito boa conversa.
57:10Nada que agradecemos.
57:12Um abraço para vocês
57:12e para os espectadores.
57:15tchau.
57:15Tchau, Caio.
57:16Obrigado.
57:17Tchau.
57:17Os nossos espectadores
57:18pedimos, como sempre,
57:21que vocês curtam,
57:22compartilhem,
57:23espalhem a palavra
57:24do Latitude pela rede,
57:26chamem o pessoal
57:26para ver este programa
57:27com o Caio Blinder
57:28e ver os que vieram antes,
57:29que estão no YouTube,
57:31no Spotify,
57:32no Apple Podcasts,
57:33ver os que virão depois.
57:35É isso aí.
57:36Boa noite, Duda.
57:37Obrigado.
57:37Boa noite.
57:38Então, podcast Latitude
57:39todo sábado,
57:40seis da noite,
57:41no YouTube
57:42e nas outras redes,
57:44Spotify,
57:44é como você falou.
57:46Esperamos por vocês.
57:47Um abraço e até o próximo.
57:48Tchau.
57:49Tchau.
57:49Tchau.
57:55Tchau.
57:57Tchau.
57:57Tchau.
57:58Tchau.
57:58Legenda Adriana Zanotto
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