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  • 19/06/2025
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Transcrição
00:00Então, nessa ação penal 506-31-30-17, depoimento do Sr. João Alberto Louveira.
00:08Sr. Louveira.
00:11Silêncio e Defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem duas questões.
00:15Primeiro, pedir ao Ministério Público que esclareça, tal como o compromisso assumido no dia 8 de maio,
00:24se há, o que existe entre o Ministério Público e o depoente, a fim de que a defesa possa ter conhecimento prévio.
00:36Pode ir, você?
00:37Pois não.
00:38O Ministério Público celebrou com a Odebrecht-SA acordo de geniência.
00:45Após a homologação do acordo, houve abertura de prazo para que eventuais prepostos empregados da Odebrecht pudessem aderir ao acordo de geniência.
01:00O Sr. Alberto Louveira é um desses aderentes à geniência, está nessa condição.
01:06Certo, o senhor gostaria de pedir o esclarecimento, então, se houve apenas adesão ao acordo de geniência,
01:13ou se há ainda alguma tratativa, alguma negociação, por exemplo, de colaboração, ou algo nessa linha.
01:21O Sr. Alberto Louveira não é colaborador, ele é leniente.
01:25Perfeito.
01:26Certo, então, seguindo aqui.
01:27Sem prejuízo disso, Sr. Excelência, eu vou ofertar respeitosamente a contradita, nos termos do artigo 214 do Código de Processo Penal,
01:37tendo em vista que, mesmo havendo apenas a leniência, existe um interesse do depoente em relação ao ato que ora se realiza.
01:48Certo, fazendo minhas razões remissivas a essa questão que tem sido reiterada em juízo,
01:53com todo respeito, ficaria ditada à contradita, mas vai ser colhido o compromisso.
01:58Então, João Alberto Louveira, o Sr. foi chamado nesse processo como testemunha,
02:03na condição de testemunha, o Sr. tem um compromisso com a Justiça em dizer a verdade e responder as perguntas que lhe forem feitas, certo?
02:09Correto.
02:10Eu vou advertir o Sr. por força de lei que, se o Sr. faltar com a verdade, o Sr. fica sujeito a um processo criminal por falso testemunha, certo?
02:17Correto.
02:18Além disso, como foi aqui debatido, consta que o Sr. teria aderido a esse acordo de leniência da Aldebrecht,
02:26e, através dessa adesão, o Sr. assumiu o compromisso de dizer a verdade.
02:30É isso mesmo?
02:31Correto.
02:32Então, também fica a advertência ao Sr. que, se o Sr. faltar com a verdade,
02:35essa sua adesão ao acordo fica prejudicada, certo?
02:39Positivo.
02:39Também deixa claro ao Sr. que o que interessa à Justiça aqui é apenas a verdade dos fatos,
02:45não incriminar ninguém devidamente, certo?
02:47Acordo.
02:49Dito isso, eu passo, então, às inagações do Ministério Público.
02:53Boa tarde.
02:54Boa tarde.
02:56Sr. Louveira, qual a função que o Sr. ocupava na Aldebrecht, realizações imobiliárias?
03:02Gerente administrativo financeiro.
03:04E qual era a sua relação com o Paulo Ricardo Baqueiro de Melo?
03:08Ele era meu líder direto.
03:13No ano, então, de...
03:16A partir de que momento o Sr. ocupou a gerência administrativa financeira?
03:19Desde a época da...
03:20Quando a gente for montar o Aldebrecht, realizações, desde o ano 2003, 2004, por aí.
03:26Sempre nessa função?
03:27Sempre nessa função.
03:28E o Sr. acompanhou a compra do imóvel da rua Dr. Aberbeck Brandão 178, em São Paulo, no ano de 2010?
03:37Eu acompanhei...
03:38O Paulo Melo me chamou para ir visitar o advogado do Instituto, que era o Roberto Teixeira.
03:43Nós fomos lá, ele nos apresentou.
03:46E na sequência, depois, eu capturei os documentos.
03:50Aí, dei uma leitura nos documentos.
03:52Tinha algumas pendências de ordem tributária.
03:55E aí, pedi o apoio do jurídico da Aldebrecht.
03:58Até aí, depois foi feita uma visita no terreno.
04:02Então, apenas para a compreensão integral de como se deram os fatos,
04:09o Sr. foi abordado por Paulo Melo sobre esta aquisição?
04:13De que forma?
04:14O Paulo Melo me chamou e falou, olha, o Marcelo pediu para a gente avaliar um terreno
04:18para comprar para o Instituto Lula.
04:20Aí, ele nos apresentou, fomos até o escritório de advogado do Instituto, que era o Dr. Roberto Teixeira.
04:29Fomos lá, ele me apresentou o Roberto.
04:32E depois tive uma segunda reunião, onde é que eu peguei os documentos do terreno, que seria a matrícula.
04:39Fiz uma leitura prévia no documento, que tinha alguns apontamentos de ordem tributária.
04:44Então, mas, retornando, o Sr. então foi abordado por Paulo Melo para a aquisição desse terreno,
04:53voltado a que finalidade?
04:55Aquele Paulo Melo me disse que seria para a construção do Instituto Lula.
05:00Certo. E daí marcaram uma reunião?
05:03Sim, nós fomos lá no Roberto Teixeira para ver esse terreno.
05:08Se aculturar do assunto.
05:09Quem estava nessa reunião?
05:11Era o Roberto, tinha mais uma pessoa, porque eu me recordo quem era, eu e o Paulo Melo.
05:16Fizemos essa primeira reunião e na segunda, depois...
05:18E o que o Sr. Roberto Teixeira lhe disse nessa reunião?
05:24Eu me recordo. Você quer perguntar para mim?
05:27Esse assunto, eu só sei que era um terreno que a gente ia ver para construir o Instituto Lula.
05:32Mais isso. Essa era a incumbência que nós tínhamos naquele momento.
05:36E já lhe foi indicado o imóvel que deveria ser comprado nessa reunião?
05:41Já foi indicado. Era o imóvel da HVH, mas não já estava definido qual imóvel que seria.
05:45Estava definido por quem?
05:47Não posso falar. Esse é o terreno.
05:49Quem disse isso?
05:50O Roberto. Então já estava definido todas as situações.
05:54Ele estava com documentos do terreno já?
05:56Não, nesse momento não tinha documento.
05:58Tanto é que na sequência, depois foi uma segunda reunião, que eu peguei a matrícula.
06:01Que aí é onde é que eu fui fazer a leitura da matrícula.
06:05Aí nós fomos fazer...
06:06Após... Só para compreender a cronologia dos fatos, após essa reunião...
06:11Então nessa reunião foi dito ao senhor que havia um terreno para ser adquirido?
06:17Isso. O Paulo Melo falou assim, tem um terreno que a gente vai avaliar que é para ser construído no Instituto Lula.
06:22Pronto.
06:22E após essa reunião, o que o senhor fez?
06:25Bom, a gente só pegamos essa matrícula, fizemos a leitura da matrícula, pedimos o apoio do jurídio e aí devolvemos a lógica.
06:35Eu falei, tem algumas pendências nesse terreno e a gente não... A conselha não adquirir o terreno.
06:40O senhor disse no seu termo de adesão, a leniência, que após aquela primeira reunião,
06:46Paulo Melo solicitou que o senhor comparecesse novamente no escritório de Roberto Teixeira
06:51para retirada de documentos relacionados ao imóvel.
06:55Correto. Essa matrícula eu acabei de dizer para a senhora.
06:58Eu fui lá, peguei essa matrícula do terreno, onde é que eu li a matrícula do terreno,
07:01que é basicamente onde é que estava a escritura, né?
07:04E quem estava presente nessa segunda reunião?
07:07Eu me recordo, eu conversei basicamente só com o Roberto, né?
07:10Podia ter mais pessoas escrituras.
07:11Foi só o senhor e ele?
07:12Só.
07:12Reunião com os dois?
07:14Não foi uma reunião assim de chegar, eu vim pegar o documento, peguei o documento e fui embora.
07:18Mais nada, não teve assunto.
07:19Paulo Melo estava presente?
07:20Não.
07:21Os proprietários do imóvel estavam presentes?
07:25Olha, eu não posso precisar, né?
07:27Essa reunião não estava, tenho certeza de ser outra.
07:30O senhor retirou os documentos e procedeu a uma análise?
07:35Isso, eu fiz uma leitura rápida e aí apareceu alguns apontamentos tributários.
07:41Como eu não sou especialista, pedi para o jurídico analisar.
07:44E o jurídico analisou e também falou que não seria interessante comprar esse terreno.
07:48E aí, então, eu devolvi para o Paulo Melo e falei, ó Paulo, esse terreno não é muito bom para a gente comprar, né?
07:54E aí, foi por conta disso.
07:56Depois, na sequência, aí o Paulo me avisou que a DAG ia comprar o terreno.
08:00Só isso.
08:00Paulo Melo comunicou essa sua observação a alguém do grupo?
08:09Provavelmente sim, mas eu não posso te afirmar porque eu não participei dessa reunião.
08:13Ele não lhe disse?
08:14Não.
08:16Ele decidiu, Paulo Melo, sozinho em relação a isso?
08:21Todas as vezes, quando você vai decidir na Udebrecht, você tem que galgar alguns cargos, né?
08:25Provavelmente ele deve ter falado com o Marcelo, ou com o Pô, alguém deve ter falado, dando instruções para ele, né?
08:31Mas, no primeiro momento, ele simplesmente, a gente passou para ele que o terreno não era bom para a compra,
08:36e aí, depois, quando veio na sequência, o terreno seria comprado pela DAG.
08:41Então, em seguida, Paulo Melo lhe disse que seria comprado o terreno?
08:44Em seguida, sei lá, 15 dias ou 20 dias depois, ele falou.
08:48Ó, o terreno vai ser comprado pela DAG.
08:50O senhor conhecia a DAG, já?
08:52Conheci o Demerval, né?
08:53Que ele era o cliente que a gente tinha vendido já um empreendimento para ele em São Paulo.
08:57Conheci a DAG desse fato, e ele era do círculo de relacionamento do Paulo Melo.
09:03O Paulo Melo foi meu amigo do Demerval, tanto é que a gente conhecia ele.
09:07Certo.
09:08E o que que se seguiu a essa informação de que a DAG compraria o imóvel?
09:14Simplesmente, aí o Paulo falou assim, você precisa dar o apoio para o Demerval aqui em São Paulo,
09:18que não tem ninguém na área administrativa para apoiá-lo.
09:21Aí é onde é que eu dei o suporte para ele, para contratar a empresa de vigilância,
09:26fazer, contratar a empresa, que foi a mesma empresa que fez a limpeza do terreno,
09:30da manutenção, ele me ligava de Salvador e pedia, posso pagar a nota da empresa?
09:36Pode.
09:36Aí, basicamente, eu dou o apoio administrativo nesse caso específico do terreno para ele.
09:40E o senhor sabe afirmar se Demerval Guzmão foi até o escritório de Roberto Teixeira para tratar do assunto?
09:47Não posso afirmar porque eu não participei dessas reuniões.
09:50O senhor manteve contatos com José Carlos Bonlai a respeito desse imóvel?
09:56Não, nem conheço.
09:57Não conhece?
09:58Não.
09:59O senhor conhece Glaucus da Costa Marques?
10:01Não, não conheço.
10:02O senhor tomou conhecimento de que ele era o inicial comprador, ou possível comprador desse imóvel?
10:10Não, nunca fiquei sabendo desse assunto.
10:14O senhor o conhece?
10:15Não.
10:16Desculpe.
10:17E quem é Rodrigo Salles?
10:19Rodrigo Salles era um diretor jurídico da Udebrecht.
10:23Era o que respondia pela área jurídica da Udebrecht em empreendimentos imobiliários.
10:26Foi ele que analisou esses documentos?
10:28Olha, ele era o responsável, deve ser ele ou a equipe dele, né?
10:31Ah, foi, ou pelo menos a equipe dele analisou?
10:34A equipe dele, claro.
10:35Tanto é que ela deu um parecer de não aquisição do terreno.
10:38E ele participou dessas reuniões, a que o senhor fez referência?
10:42Das minhas, não.
10:43Das que eu fiz reunião com o Roberto, nunca participou.
10:45E de outras relativas a esse imóvel?
10:47Não posso afirmar.
10:50O senhor fez contato com Paulo Okamoto a respeito do imóvel?
10:54Paulo Okamoto, o contato que eu tive com ele.
10:58Paulo Melo tinha agendado uma visita para Paulo Okamoto, que era o representante do instituto.
11:04E aí o Paulo Melo falou, olha, eu não posso ir nessa visita, se por favor vai lá e apoia o Paulo Okamoto nessa situação.
11:10Eu falei, tá bom.
11:11Aí ele passou o e-mail, ó, podemos marcar amanhã, nove e meia?
11:14Ah, vamos embora.
11:15Legal.
11:16Aí o Paulo Melo falou assim, ó, consegui me liberar de todos os assuntos, eu vou contigo nessa visita do terreno.
11:21Eu falei, tá bom.
11:22Aí fomos lá no terreno para recepcionar o Paulo Okamoto.
11:26Aí nessa visita chegou o Paulo, aí chegou o ex-presidente Lula, a dona Marisa e tinha uma quarta pessoa que eu não sei precisar porque eu não conhecia.
11:36E aí ficamos à disposição, eles entraram, olharam o terreno e foram embora, de 30 a 40 minutos foram embora.
11:42Mas ficamos à disposição, nos cumprimentamos e demos tchau e acabou.
11:46Essa visita aconteceu em que ano?
11:48Acho que foi em 2011, se não me recorda.
11:50Antes de 2011 o senhor fez contato com o Paulo Okamoto a respeito desse terreno?
11:54Não, eu nem conhecia o Paulo Okamoto, não.
12:01E o senhor era o responsável por controlar os pagamentos que foram feitos na aquisição desse terreno?
12:07Não, na aquisição não.
12:08Quem fez o pagamento foi direto à DAG, né?
12:11Eu não controlava o pagamento.
12:13O pessoal só me informava, tanto o Roberto quanto o Demerval me informava, mas eu não tinha gestão nenhuma sobre eles.
12:20E o senhor sabe informar, o senhor teve conhecimento, se houve pagamentos por fora não contabilizados para a corretora de imóveis, Edna Barros de Castro?
12:31Não posso informar, eu não tinha conhecimento disso.
12:33Para os sócios da empresa, o senhor teve conhecimento?
12:35Há e-mails juntados aos autos?
12:45Vou pedir ao senhor que, por favor, explique o conteúdo.
12:50Eu me refiro inicialmente a um e-mail que está aqui referido na página 130 da denúncia.
13:01É um e-mail do senhor, né?
13:06João Alberto Louveira, enviada para Demerval Gusmão no dia 16 de setembro de 2010.
13:12Assunto.
13:14DAG valores finais.
13:15E nesse e-mail está aqui colada uma outra comunicação eletrônica, em que está referido.
13:27Prezado, Paulo, seguem os valores finais.
13:32Segue-se aqui uma lista de itens e valores, ITBI, tabelião, registro, total de valores.
13:39E prossegue o texto.
13:41Mais ainda, a necessidade de valor, se possível, em dinheiro, no montante de R$ 191,978,12,
13:51para completar a comissão da corretora Edna Castro.
13:56Ufa, esses são os valores finais, espero.
13:59Abraços, Roberto Teixeira.
14:00Sobre essa comunicação, o senhor mandou uma mensagem, então, conforme consta aqui desse documento, página 130 da denúncia,
14:10a Demerval Gusmão, com o registro Estou Te Ligando.
14:14Correto.
14:15O contato do Roberto quase sempre é com o Paulo Mello.
14:19E o Paulo Mello, pelo que dava a entender, ele repassou esse e-mail para mim,
14:22tanto é que está encaminhado aqui, não é um e-mail direto para mim, né?
14:25O senhor se recorda?
14:26Olha, eu lembro aqui, me recordo, sim.
14:28Portanto, as comunicações, eu só se concentrava em mim porque eu precisava dar o suporte para o Demerval em São Paulo.
14:34E aí, eu só repassei para o Demerval informando, mas é o que eu posso dizer desse assunto.
14:39Então, o senhor não tomou conhecimento desse valor aqui por fora a ser pago para a corretora de imóveis?
14:46Porque esse valor, quem ia pagar, ia agir.
14:49Eu não tenho nem conhecimento desse assunto, como seria pago, como de forma que seria pago,
14:53se a checa administrativa vai por fora, por dentro.
14:57E essa daí, eu nem entrava nesse mérito.
15:00Então, o senhor funcionou aqui como a pessoa que transmitiu a Demerval Gusmão
15:04mensagem recebida do escritório de Roberto Teixeira?
15:08Correto.
15:08Da mesma situação, quando vinha a cobrança da Signos, que era a empresa de vigilância.
15:12Ela mandava a cobrança e o Demerval me ligava.
15:14Posso pagar?
15:16Aí, eu mandava alguém para ver se estava limpo o terreno.
15:18Estava tudo, pode, pode estar liberado o pagamento.
15:21Era o funcionário, mais ou menos como fosse o administrativo,
15:23mas eu não tinha gestão desse assunto.
15:24Essa negociação foi entre Demerval e Paulo e doutor Roberto.
15:29Certo.
15:30Se o senhor puder olhar o e-mail seguinte, é o da página 131 da denúncia.
15:38Então, é um e-mail do senhor, João Alberto Louveira, para Mariana Gusmão,
15:44prezada a senhora Mariana.
15:45Boa tarde.
15:46Conforme solicitação de Demerval, atenciosamente, João Alberto Louveira.
15:50E segue-se novamente aí a cópia de um e-mail de Roberto Teixeira,
15:55dirigido a Nelson 489 arroba terra, Júlio César e Edna Barros de Castro,
16:01com o assunto Minuta da Escritura.
16:04O texto desse e-mail que o senhor estaria ali remetendo a Mariana Gusmão,
16:09oriundo de Roberto Teixeira, tem o seguinte texto.
16:11Prezado, segue para análise e conferência ainda em completa minuta da escritura do imóvel
16:16da rua Aberbeck Brandão.
16:19Correto.
16:21Como o senhor procedeu nesse caso?
16:22O senhor fez a mera transmissão?
16:24Só a mera transmissão que ele mandava para mim, só para me ter ciência do assunto,
16:27mas eu só passei para ela, tanto é que o Demerval pediu se podia mandar para a Mariana.
16:31Claro, ele devia estar em viagem, né?
16:33E aí ele, ó, Mariana, que é a esposa do Demerval, por favor, veja essa comunicação do Demerval.
16:39Foi esse o conceito, só.
16:40Certo.
16:42A página seguinte, um outro e-mail do senhor, dirigido a Demerval,
16:49é a página 147 da denúncia.
16:53Com o assunto Nota Fiscal Eletrônica de Serviços, número, ali referido, 297, emitida.
17:01Demerval, como está na fase final do processo, o pagamento está previsto para o dia 29 do 10.
17:06Quanto aos recursos, no dia 28 do 10 estará sendo liberado o adiantamento de 500 mil para custear até o final do ano da vigência e IPTU.
17:16Vou te ligar mais para o final do dia para trocarmos informações e o senhor assina, então, esse e-mail.
17:25O senhor não tem todo o e-mail aqui, porque parece que é aqui, esse assunto aqui é que tem mais coisa para frente, né?
17:31Mas, de qualquer maneira, isso daqui o que acontece?
17:34Eu precisava pedir que ele arrumasse dinheiro para pagar IPTU, vigilância e do terreno,
17:38porque falasse, olha, você vai precisar providenciar todo esse material.
17:42Quem estava arcando com essas despesas era a Odebrecht Realizações?
17:45Não, a Odebrecht Realizações não marcava isso, tanto é que eu mandava para ele, para ele providenciar esse dinheiro.
17:50A DAG arcava com todos esses custos?
17:52A DAG arcava com todos esses pagamentos.
17:54A OR nunca pagou nada para a DAG a respeito desse terreno.
17:57E por que a OR, então, continuava controlando isso depois da compra pela DAG?
18:01Porque eu era o apoio dele em São Paulo, ele não tinha negócio em São Paulo,
18:04ele não tinha nenhum empreendimento em São Paulo, ele pedia o apoio,
18:07e como ele era muito amigo do Paulo Nela, amigo do Marcelo, eu apoiava,
18:11simplesmente eu estava ali como apoiando ele, como tinha outros clientes, eu apoiava ele.
18:15Foi informado ao senhor que a DAG funcionava apenas como interposta pessoa?
18:19Não.
18:20A princípio, a DAG, quando a DAG comprou, eu entendi a DAG como uma terrenista,
18:26que iria comprar o terreno, ela compraria o terreno,
18:29nós, a Odebrecht Realizações, iríamos construir,
18:32e na sequência ele vendeu, alugasse lá o que ia ser feito do negócio.
18:35Mas a DAG entraria como terrenista e nós, como os construtores.
18:40Esse era o conceito, como em vários outros assuntos, outros negócios a gente fez.
18:45Certo. Segue-se o último e-mail, a que eu vou fazer referência.
18:51O senhor já fez alguma referência em relação a esse assunto?
18:55É um e-mail de Paulo Tarciso Camoto, para Instituto Cidadania.
19:03Estou lendo.
19:04Antes, eu faço referência ao e-mail que deve ter originado aquela resposta,
19:13do senhor João Alberto Louveira, datado de 25 de setembro de 2011,
19:21assunto, foto do terreno em frente ao posto, dirigido a Paulo Camoto.
19:26Que página que está, doutora?
19:29Ah, desculpe, é a página 155.
19:32Esse e-mail, basicamente, nós tiramos a foto do terreno, da localização e tudo,
19:39e mandamos lá para o...
19:40Eu mandei para o Paulo Mello, depois o Paulo Mello mandou para o Paulo Camoto,
19:43para todo mundo, para ver esse assunto de a localização do terreno,
19:47que é o que eles pediram para mim.
19:49Eu providenciei, eu falei, ó, está a foto do terreno, está limpo, estava organizado,
19:53e quando, na primeira vez que eu fui lá, o terreno estava todo bagunçado, todo sujo,
19:59aí teve uma limpa, pintar o muro, aquele negócio, e eu falei, ó, tá, agora o terreno está apresentável.
20:04E aí eu mandei uma foto para eles.
20:05Essa foi a lógica, né, que eu pedi para mostrar para eles, que eles pediam para mostrar.
20:09Então, o senhor remeteu esse e-mail para Paulo Camoto e...
20:13Eu mandei para Paulo Mello, para Paulo Camoto, foi?
20:17Eu mandei para Paulo...
20:18Paulo Camoto.
20:19Para Paulo Camoto, eu mandei para ele, isso mesmo.
20:22Foto do terreno e de frente eu posto.
20:25Nessa mesma imagem, há um e-mail de Paulo Camoto para o Instituto Cidadania,
20:33com o texto clara, para consignar na agência,
20:36Paulo Mello e um telefone de Paulo Mello.
20:39Esse era o número, o senhor se recorda, de celular de Paulo Mello?
20:40Esse é o telefone do Paulo Mello, sim, que eu acho que era exatamente para marcar essa visita, tá?
20:46Porque a gente mandou exatamente para marcar a visita do terreno, que o Paulo Camoto ia lá.
20:50E havia um projeto, um anteprojeto desse terreno?
20:53Olha, esse tinha, eu não tinha ciência, não, eu não tinha ciência desse projeto, não.
20:57E o senhor disse que, então, foi marcada essa visita?
21:01Correto.
21:02Quem entrou em contato com quem para essa visita?
21:05Olha, o Paulo Camoto primeiro ligou para Paulo Mello,
21:07Paulo Mello, que ele ia, quem ia acompanhar essa visita era Paulo Mello.
21:11Aí o Paulo Mello falou, olha, está agendando...
21:13E o que o Paulo Camoto disse a Paulo Mello?
21:15Mas não sei, porque aí teria que perguntar para Paulo, para os dois Paulo, eles podem te expor.
21:19Mas só sei que o Paulo Mello falou assim, olha, eu não vou estar presente nessa visita,
21:22você poderia me acompanhar?
21:23Eu falei, sem problema.
21:24Aí passou o contato com o Paulo Camoto, eu me organizei,
21:26para ir no dia seguinte, ir lá nessa visita.
21:32E aí o Paulo Mello, no dia anterior, falou, olha, eu consegui desmarcar todos os meus compromissos,
21:37eu vou lá amanhã acompanhá-lo.
21:38Eu falei, tá bom, e vamos lá acompanhar essa visita.
21:41E aí quando o senhor chegou lá, o senhor foi junto com o Paulo Mello?
21:44Eu e o Paulo Mello, nós fomos de táxi, chegamos lá, paramos no carro,
21:47e aí descemos, tinha até um vigilante, pedi para o vigilante,
21:51por favor, deixa o portão aberto, daqui a pouco vai chegar a visita para ver o terreno.
21:55Então aí chegaram dois carros, aí desceu o ex-presidente Lula, a senhora Marisa,
22:02Paulo Camoto e mais um quarto que eu não posso precisar, que é que eu não conhecia.
22:06Clara Antes estava presente?
22:08Eu não sei quem é, não tenho nem noção.
22:10O arquiteto Marcelo Ferraz?
22:11Não conheço, pode ser que seja esse arquiteto, porque eu não conhecia.
22:14Os três que eu conheci eram Paulo Camoto, Lula e Dona Marisa.
22:18Pronto, são os três que eu cumprimentei, bom dia, bom dia.
22:21E aí, ó, estamos à vontade aqui, vocês podem olhar o terreno,
22:24e eles foram, entraram, deram volta lá, em torno de 30, 40 minutos e foram embora.
22:29E o que foi tratado durante essa visita?
22:32Não foi tratado nada, simplesmente ele mostrou o terreno, eles entraram...
22:36Quem mostrou o terreno?
22:37Não, eles chegaram no terreno, porque o terreno é aberto, né,
22:39tem um galpão, eles pararam o carro,
22:42e falaram, olha, bom dia, bom dia, estamos à disposição de vocês,
22:44para vocês verem alguma dúvida, possam nos perguntar, né.
22:47E nesse meio tempo, desceu,
22:49o pessoal está falando com o arquiteto, deve ser o arquiteto,
22:51porque eu não conheço ele,
22:52desceram os quatro, foram lá, entraram, deram uma volta, voltaram,
22:55tchau, obrigado pela visita, e foram embora.
22:58Não pediram nenhuma informação?
22:59Não, ficou, eu e o Paulo Melo ficamos batendo papo ali,
23:02ficamos aguardando a disposição deles, né,
23:03mas não teve informação, não teve nada.
23:05Além dessas pessoas já referidas, o senhor tratou do terreno com alguma outra pessoa a mais,
23:15do Instituto Lula ou da...
23:17Não, não com ninguém.
23:19E o senhor atuou após essa visita, houve outras visitas?
23:35Não, nesse terreno não.
23:38Nunca veio, não teve nem mais uma visita,
23:39foi a única visita que foi feita no terreno.
23:44Sem mais perguntas, excelência.
23:47Ou seja, acusação?
23:47Sem perguntas.
23:49Os defensores.
23:57Boa tarde, excelência, pela defesa de Roberto Teixeira.
24:01Boa tarde, senhor João, tudo bem?
24:02Boa tarde, tudo.
24:04Poucas coisas, só para deixar claros alguns pontos.
24:08Se eu entendi bem, o senhor teve então duas reuniões com o advogado Roberto Teixeira,
24:12é isso? Foram duas?
24:13Correto.
24:14Eu me recordo, foram duas.
24:16As duas no escritório dele?
24:17No escritório dele, sim.
24:20Você pode, o senhor sabe, lembra onde que era, mais ou menos?
24:23Fica ali no Jardim, agora se você perguntar, se fosse só duas vezes lá,
24:27se eu pôr para visitar novamente, teria que pedir o endereço dele de novo,
24:30porque eu não sabia onde é que era.
24:31Tá, mas era no escritório de advocacia, isso ficava claro pela identificação?
24:34Correto, era no escritório dele, tá?
24:36Eu entendi que ele era um advogado do Instituto.
24:40O senhor diz que entendia que ele era um advogado do Instituto.
24:42Ele se apresentou como advogado do Instituto?
24:44Não, é porque...
24:46Foi uma inferência sua?
24:47É, o que acontece, todo e qualquer terrenista, quando você vai negociar, ele sempre coloca
24:51um advogado na frente para negociar.
24:53Então você não chega lá negociando direto com o proprietário.
24:55Mas ele jamais se apresentou como um advogado do Instituto Lula?
24:58Não, não, ele não se apresentou. Eu entendi que sim, mas ele não se apresentou.
25:03Para saber que nível de entendimento o senhor tem a respeito do negócio jurídico que foi
25:07entablado entre as partes, o senhor sabe qual foi a natureza dos contratos que foram feitos
25:12entre a DAG e os vendedores?
25:15Não me lembro, não me recordo.
25:17Para ser específico, para te ajudá-lo, o senhor se lembra de um instrumento particular
25:20de cessão de direitos e obrigações sobre um contrato de cumprimento e venda,
25:25é instrumento particular de transação objetivando solução de litígio judicial
25:28e requerimento judicial de composição amigável e outras avenças,
25:32entabulado entre Glaucus da Costa Marques e DAG, consultora?
25:35Não, eu nunca vi esse documento.
25:37Não se lembra, né?
25:38Não me lembro, eu não me recordo ter visto esse documento.
25:41Um outro documento, não saber se o senhor se lembra.
25:44É o instrumento particular de indicação de outorga de escritura de venda e compra de imóvel
25:54mantido entre Glaucus da Costa Marques e DAG?
25:57Não, desconheço.
25:59Desconhece esses documentos.
26:00O senhor sabe quem foi o advogado que atuou pela DAG nesses contratos?
26:04O senhor conhece?
26:05Não conheço.
26:06Não sabe dizer quem foi?
26:08Não sei dizer, porque o meu contrato era só com o Demervó,
26:10eu só conversava com ele assuntos basicamente da administração do terreno, não é nada.
26:14Entendi.
26:15Uma última pergunta para encerrar.
26:17O senhor, ou sabe-se o grupo do senhor, procuraram outros imóveis para servirem ao Instituto Lula?
26:27Olha, depois, quando houve a desistência desse terreno aí, eu lembro que o Paulo Mello
26:31chamou a equipe de prospecção e solicitou que fossem levantados mais alguns terrenos para o Instituto.
26:37Mas até onde foi, porque não era a minha área, né?
26:39Até onde foi, foram levantados alguns terrenos, mas foram apresentados,
26:43não sei se houve continuidade ou não, só sei que parou por aí.
26:47Nessa área de prospecção eu não atuava tanto.
26:50Agora sim, a última de verdade, além dessas duas reuniões, o senhor manteve algum outro
26:54contato com o advogado Roberto Teixeira, em alguma outra oportunidade?
26:58Eu tive algum...
26:59Ele mandava alguns e-mails, que tinha alguns terrenos na região dele,
27:02mandava ofertando só para negócio, para negócio da UR, mas era contato profissional,
27:06mais nada, se você que interessa esse terreno para incorporar, eu volto.
27:13Obrigado, Roberto, mas não funciona isso, né?
27:16A gente não está mais atuando nessa linha.
27:19Está ótimo, muito obrigado.
27:20Muito obrigado, Sérgio.
27:21Vou interromper aqui pelo tamanho do áudio e já devolvo a palavra.
27:29Obrigado, Sérgio.
27:30Obrigado.
27:30Obrigado.

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