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O executivo destaca que o país é o quarto maior mercado de beleza do mundo e atua como um hub de inovação para a companhia, basicamente, por conta da diversidade de tons de pele e tipos de cabelo.

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Pessoas
Transcrição
00:00Olá, boa noite! Está no ar o Show Business, o mais tradicional talk show de negócios da TV brasileira.
00:08E no programa de hoje vamos receber Marcelo Zimet, presidente no Brasil da L'Oréal, gigante francesa de beleza,
00:16com quase 40 marcas no portfólio.
00:20Marcelo conta o motivo de o Brasil crescer mais que a média global do setor de beleza
00:26e como o país tem virado um verdadeiro hub de inovação para os negócios da multinacional.
00:34Eu sou Bruno Meyer e seja muito bem-vindo ao Show Business, que começa em instantes.
00:40Ele é o primeiro brasileiro a comandar a operação brasileira da L'Oréal, a maior companhia de cosméticos do mundo.
01:01No ano passado a empresa cresceu 15% no Brasil. É o quinto ano consecutivo de crescimento de dois dígitos no país.
01:12Nós vamos conversar nesta edição do Show Business com o Marcelo Zimet, presidente da L'Oréal Brasil.
01:19Marcelo, obrigado pela presença em nosso estúdio.
01:24Você está na maior companhia de cosméticos do mundo há 13 anos.
01:32Presidir uma empresa desse porte, do porte da L'Oréal, era o seu objetivo desde o início da carreira?
01:41Primeiro, boa noite.
01:45Você pode até considerar isso, mas eu sempre fui uma pessoa muito realista de ter objetivos ou vontades que fossem um pouco mais tangíveis,
01:56que eu conseguisse sentir que era possível fazer isso, pelo menos no meu planejamento.
02:01Então eu te diria que talvez no começo da carreira apareça uma coisa muito distante, muito distante mesmo.
02:06Mas depois quando você vai evoluindo na carreira, eu sempre fui muito mais para passos mais curtos.
02:10Então, quando eu vou virar gerente, depois quando eu vou virar um diretor,
02:13quando eu tenho capacidade de virar o vice-presidente ou o presidente de um país, e aí foi progredindo.
02:18Então, eu acho que sim, eu comecei a sonhar com isso um pouco mais na metade da minha carreira para frente do que lá no início.
02:25São quantas marcas no Brasil?
02:27Então, o Grupo L'Oréal, é muito interessante a sua pergunta, porque as pessoas acabam associando o nome da companhia com algumas marcas que a gente tem.
02:34Mas o Grupo L'Oréal hoje tem 38 marcas a nível global.
02:37No Brasil, por enquanto, são 21 marcas.
02:3921?
02:40São 4 unidades de negócio, onde tem a unidade de negócio de consumo massivo.
02:45Então, tem várias marcas como L'Oréal País, que é a maior marca de beleza do mundo.
02:49Marcas como Garnier, Maybelline, e brasileiras tem Niel e Colorama.
02:53A gente tem uma unidade de negócio que trabalha com produtos mais recomendados por dermatologistas,
02:57que tem marcas como La Roche-Posay, Vichy, CeraVe e SkinCeuticals.
03:01Tem uma divisão de produtos profissionais, onde o nosso foco é trabalhar com o mercado de cabeleireiros e stylists também.
03:08Tem marcas como Kerastase, L'Oréal Profissional, Hedgen, no Brasil.
03:14E tem também a divisão de luxo, que trabalha com fragrâncias, maquiagem, produtos papel,
03:19e com marcas como Lancome, Saint Laurent, Prada, Armani e outras marcas mais.
03:24Quer dizer, todas essas marcas que você está listando são marcas extremamente conhecidas no mundo.
03:31Sim.
03:32E são marcas conhecidas no Brasil também.
03:34Isso.
03:35Essa operação brasileira, qual que é o tamanho?
03:39A gente é relevante?
03:40Eu imagino que sim, que o Brasil é relevante para os negócios globais.
03:44Então, tem duas formas de enxergar.
03:46Quando a gente fala sobre tamanho e potencial de mercado, o Brasil é o quarto maior mercado de beleza do mundo.
03:50Do mundo.
03:51Do mundo.
03:52Então, sim, ele é muito relevante.
03:53Ele chegou a ser o terceiro maior mercado do mundo, mas por uma questão cambial, ele hoje está em quarto lugar.
03:58Primeiro, segundo e terceiro?
04:00Estados Unidos, China e Japão.
04:02Tá.
04:03E também o Brasil.
04:04Mas o Brasil tem total condição de voltar a ser o número três do mundo.
04:07E o Brasil tem várias peculiaridades, como categorias que são muito grandes no Brasil, como a parte de fragrâncias.
04:14É o segundo maior mercado do mundo.
04:16É um dos cinco maiores mercados do mundo de produtos para o cabelo também.
04:19Super sofisticado a nossa rotina de cabelo.
04:22Então, tem duas formas de você enxergar a importância do Grupo L'Oreal no Brasil para o grupo.
04:27Primeiro, a questão do tamanho de mercado e potencial e o que a gente pode aprender nesse mercado.
04:31Mas também tem toda uma questão de...
04:33O Brasil é muito único, ele é muito diverso.
04:35A gente tem uma grande miscigenação da nossa população, que faz com que dos 66 tonalidades de pele que a gente identificou no mundo, o Brasil tem praticamente 55.
04:43E dos oito tipos de cabelo que a gente identificou no mundo, o Brasil tem uns oito.
04:48Então, o Brasil também tem essa relevância de ser um grande laboratório para o Grupo L'Oreal, além do tamanho e importância que ele tem para algumas categorias.
04:55Quer dizer, isso que você acabou de falar é muito relevante.
04:59O Brasil tem tonalidades de pele que você não encontra em outros lugares do mundo?
05:04Não.
05:05Ou seja, você pode até encontrar, mas você dificilmente vai encontrar um país com 55 tonalidades de pele.
05:10E você não vai encontrar praticamente...
05:12E cabelo também, né? Tonalidade de cabelo é...
05:14A questão do cabelo é mais a parte do super liso até o cabelo mais crespo.
05:19Então, o Brasil é o único país do mundo também que tem...
05:21Que você não consegue ver com facilidade em outros países.
05:24Não, você não consegue ver.
05:25Esse é um dos motivos de o Brasil ter virado uma espécie de hub de inovação da companhia?
05:32Não, com certeza.
05:33Primeiro, acho que essa diversidade que você encontra no Brasil, ela é muito única.
05:37Ou seja, você ter toda uma herança indígena com uma herança africana e também, obviamente, com uma herança europeia.
05:44Essa mistura que tem no Brasil, porque o que é interessante no Brasil é que diferentes raços ou povos,
05:49eles não são segregados como a gente encontra em outras regiões do mundo.
05:52Eles foram totalmente miscigenados.
05:54Isso trouxe essa diversidade que existe no Brasil, que ela é espetacular.
05:57Ou seja, a nível de desenvolvimento de produto.
05:59E tem um outro aspecto do Brasil também, quando a gente sai da questão puramente de produto,
06:03tem essa parte, o ser gentil, o ser emocional brasileiro, né?
06:06Que a gente pode voltar a falar sobre isso, analisando a nossa história,
06:09que a gente é um ser muito driveado pela emoção.
06:14E para uma empresa que trabalha com beleza, acho que, obviamente, a gente quer ter performance,
06:19a gente quer ter produtos que sejam muito bons e que entreguem o que o consumidor está procurando.
06:22Mas você também remeter o consumidor ao ele ver uma textura, ao sentir uma fragrância,
06:28ou realmente sentir o produto em si,
06:32isso desperta emoções que são super importantes para o grupo rural.
06:35Então, por um lado, tem a questão da diversidade do Brasil,
06:38mas o grupo também está super interessado nos fatores emocionais.
06:41O que faz um consumidor comprar o produto além puramente da performance.
06:45E o que faz?
06:47Esse é um tema que eu sei que você gosta já de algum tempo,
06:52de tentar identificar o que o consumidor, não sei se é só no seu setor,
06:57no seu segmento que você atua,
06:59mas o que faz um cliente, uma pessoa, escolher determinado produto?
07:05O que faz?
07:06Então, eu sempre tive muita curiosidade,
07:08e talvez isso surgiu, até me lembro de um lançamento da L'Oreal,
07:12alguns anos atrás, alguns muitos anos atrás, quando entrei no grupo,
07:15que a gente desenvolveu um produto específico para um tipo de cabelo,
07:18ou para um tipo de dano que era para um nicho de mercado.
07:22E eu fui no ponto de venda, vi uma consumidora comprando aquele produto,
07:24eu falei assim, eu tive curiosidade,
07:26eu falei, por que você está comprando esse produto,
07:27sabendo que não era talvez um produto específico para ela?
07:30Ela falou, porque ele é bonitinho e cheira bem.
07:33E eu falei assim, cara, tem alguma coisa que acontece no Brasil
07:35que vai além da performance do produto,
07:38você colocar que é para algum tipo de pele,
07:39ou para algum tipo de cabelo, etc.
07:41Tem uma questão emocional,
07:42que é a inovação desperta na brasileira, que é incrível.
07:45Então, é um fator que há muitos anos eu vinha com essa curiosidade
07:49de entender como me conectar com o consumidor.
07:51E acho que a própria companhia evoluiu muito com tecnologias,
07:54de você conseguir hoje, através de um mapeamento cerebral,
07:58de estímulos cerebrais, você conseguir ver
08:00se a pessoa teve alguma conexão emocional ou não,
08:02com uma textura, com uma cor, com uma fragrância.
08:05Com um cheiro.
08:06Exatamente.
08:07E o cheiro no Brasil é muito importante.
08:09Sempre diz que é só você passar num ponto de ônibus,
08:12cinco, seis horas à tarde, você vê a mistura de fragrâncias,
08:15mas isso vem também da nossa herança, da cultura brasileira,
08:19que quando você pega o indígena, que teve sempre essa preocupação
08:22com a higiene, com a limpeza, com o relacionamento com a água, etc.
08:25Isso hoje se reflete no nosso comportamento como consumidor.
08:29Então, hoje a mulher brasileira, o homem brasileiro,
08:31também toma de um a dois banhos no mínimo por dia, chegando a três.
08:34Se você for falar sobre isso na Europa, nos Estados Unidos,
08:36você vai falar assim.
08:37Se você falar na França, a companhia é francesa.
08:40Eles não entendem, mas a gente conseguiu explicar isso
08:42recém o ano passado.
08:44Porque a gente também...
08:46Eles não entendiam?
08:48Mesmo se você explicar, tem 40 graus.
08:50A companhia aqui, a Operação Brasileira, a sede é no Rio de Janeiro.
08:54Rio de Janeiro, você tem facilmente 38, 39, 40 graus,
08:59com sensação térmica de 44.
09:01Mesmo com a temperatura, às vezes eles não entendiam?
09:04Não, porque é uma coisa que é um fator que,
09:06obviamente, você pode ter talvez um banho a mais, um a menos
09:08durante o verão e o inverno.
09:09Mas, independente disso, no verão e no inverno,
09:11o brasileiro toma, no mínimo, dois banhos por dia.
09:14E talvez não fosse tão fácil explicar isso para alguém de fora,
09:18até porque existe toda a questão de sustentabilidade,
09:20a questão do uso da água, que a gente tem que ser
09:22um pouco mais cuidadoso, etc.
09:24E quando a gente começou a estudar história, cultura,
09:26por isso que a gente está muito interessado em estar na L'Oréal,
09:28a gente falou, olha, para a gente poder entender o consumidor hoje,
09:31a gente tem que realmente entender cultura.
09:33E aí foi quando a gente foi ler Raízes do Brasil.
09:35E em Raízes do Brasil você percebe que a questão da nossa herança indígena,
09:39que tem toda essa questão da relação com a água,
09:42da questão da higiene, de tentar estar sempre limpo
09:44e bem cuidado para evitar doenças, etc.
09:47Num país que você tem diferenças socioeconômicas muito importantes,
09:49a questão do banho de higiene é muito importante.
09:51E não é só na nossa indústria, você vê a questão do cuidado dental no Brasil.
09:56E se você comparar com outros países do mundo, é impressionante.
09:58A penetração da categoria no Brasil é gigantesca.
10:01E você pode, num lugar de socioeconômico bem baixo,
10:04as pessoas estão bem cuidadas.
10:05Então, acho que a gente começa a descobrir vários fatores hoje
10:09de comportamentos do consumidor, também pela questão histórica
10:12e nossa herança cultural.
10:15Agora, do consumo interno do Brasil,
10:17vocês que estão com mais de 20 marcas aqui,
10:21o que é fabricado aqui e o que é fabricado fora?
10:24A gente tenta fabricar o máximo possível no Brasil.
10:26Eu diria até, passando um número, 95% do que a gente vende no Brasil
10:30é fabricado no Brasil.
10:32E a gente tem uma das maiores fábricas do mundo aqui no Brasil
10:35e o volume dela é praticamente para atender o mercado brasileiro.
10:40Então, a gente tenta nacionalizar o máximo possível.
10:42Essa fábrica está onde?
10:43Em São Paulo.
10:44Em São Paulo, tá.
10:45Tá aqui em São Paulo.
10:46Então, a gente tem hoje no Brasil, a gente tem quatro sites,
10:48a gente tem a fábrica e um CD muito grande aqui na região de São Paulo.
10:52E depois a gente tem o nosso laboratório e também a nossa sede no Rio de Janeiro.
10:57Você falou muito sobre...
11:01Eu já ouvi você falando e você falou aqui também sobre fragrância,
11:05que o brasileiro gosta de fragrância muito mais do que em outras regiões.
11:09Tem uma explicação?
11:11Tem essa questão, acho que a fragrância,
11:13além de despertar várias emoções para o consumidor brasileiro,
11:16ela também traz uma sensação de higiene.
11:19A gente fala que não adianta querer lançar, por exemplo, no Brasil,
11:22um shampoo que não faça espuma
11:24ou uma fragrância que não tenha um cheiro forte
11:27que a pessoa realmente se identifique com ele.
11:29Acho que o brasileiro tem essa questão do que a gente fala,
11:31de uma gratificação imediata.
11:33Ele tem que ver aquilo, aquele investimento que ele faz,
11:35ele tem que sentir, tem que ver.
11:37Então, acho que a fragrância tem esse aspecto.
11:40Também tem duas grandes empresas brasileiras que fizeram um trabalho muito bom
11:43de criar uma grande penetração de fragrâncias no Brasil.
11:45Então, hoje faz parte do dia a dia de um consumidor brasileiro.
11:48O que a gente fala, o segundo maior mercado do mundo de fragrâncias
11:50tem um potencial ainda gigantesco.
11:52É o segundo.
11:53E o luxo? A gente está falando de marcas,
11:56mas o luxo, qual é o peso no negócio de vocês?
12:00O luxo, acho que eu estava te comentando,
12:03hoje em dia, talvez nos últimos anos,
12:05se eu pegar o crescimento acumulado nos últimos anos,
12:08é o mercado que mais cresce no Brasil em beleza.
12:11E a razão, acho que tem um pouco culpa da indústria,
12:14um pouco também o desconhecimento do mercado.
12:17Talvez a gente tinha aquela imagem de que beleza,
12:21o luxo dentro do mercado de beleza,
12:23era a compra mais de free shop quando você viajava.
12:25O que não é real.
12:27Acho que isso acabou criando um pré-conceito,
12:29onde as pessoas falaram assim, vou comprar isso fora do Brasil.
12:32E isso acabou gerando uma falta de investimento
12:35do próprio varejo no Brasil, desenvolver um varejo de luxo.
12:37Se você comparar com outros países da América Latina,
12:39a gente está super subdesenvolvido
12:41na expressão de marcas de luxo no varejo.
12:44Por outro lado, a própria pandemia fez com que o consumidor falasse,
12:47bom, já que eu não posso viajar, onde eu vou comprar?
12:49E quando ele percebeu que o preço não era tão diferente
12:52de ter as marcas de luxo no Brasil
12:54e o que ele podia comprar no free shop,
12:57ele viu que a diferença não era tão grande e ele podia parcelar.
13:00E aí ele falou assim, opa, dá para comprar aqui no Brasil.
13:02Então a gente percebe um aumento da penetração
13:04e um aumento das categorias aqui no Brasil
13:06que é bastante relevante para o grupo.
13:08A gente está falando de mais de 20 marcas no Brasil,
13:1140 marcas no mundo.
13:1338 marcas.
13:1438 marcas no mundo.
13:15Como é que vocês enxergam as marcas concorrentes?
13:18Porque vocês, de alguma forma, foram comprando essas marcas
13:25e também vendendo essas marcas.
13:27Por exemplo, eu lembro muito do negócio que aconteceu com a Aesop.
13:31Vocês venderam para...
13:33A gente vendeu o Body Shop para a Natura.
13:36Venderam para a Natura.
13:37E depois de um tempo a gente comprou o Aesop deles.
13:39Exatamente.
13:40Como é que vocês ficam analisando essas marcas concorrentes?
13:45E eu sei que está vindo uma aqui para o Brasil, não é?
13:47Está vindo.
13:48Uma nova marca.
13:50Então, o que é interessante da L'Oréal,
13:52o que a gente falou hoje, são 38 marcas globais,
13:54mas originalmente da companhia são três.
13:56Que é L'Oréal Paris, L'Oréal Profissional e Kierastase.
13:58As outras 35 marcas que a gente tem são aquisições.
14:01Então é uma empresa que está sempre olhando para novas marcas.
14:04A gente tenta procurar complementariedade de portfólio.
14:08Então quais são categorias?
14:09A gente tem praticamente todas as categorias de beleza.
14:11A gente tem todas as faixas de preço.
14:13Então sempre que a gente olha alguma marca
14:14que está fazendo alguma coisa diferente,
14:16que poderia agregar algum tipo de valor para a gente,
14:18é super interessante e por que não fazer uma aquisição.
14:21Mas aqui um fator que eu sempre tenho que explicar para as pessoas
14:24sobre o modelo de aquisição da L'Oréal é muito interessante.
14:26Porque a gente não l'Orealiza as marcas que a gente compra.
14:29A gente procura, na verdade, que elas influenciem o nosso modelo.
14:33É a razão pela qual a gente comprou essa marca.
14:35Então tem vários exemplos de marcas que a gente comprou
14:38e que elas tinham alguma coisa muito específica de um modelo.
14:41E era uma marca de 150 milhões de dólares, ou seja, 200 milhões,
14:44para uma empresa que fatura mais de 40 bilhões.
14:47E essa marca conseguiu mudar completamente
14:49todo o modelo de negócio da companhia,
14:50porque a gente tem essa abertura de tentar,
14:52ou seja, a curiosidade, o que é diferente
14:54e o que isso pode ajudar a gente também
14:56a com que as marcas resistentes sejam mais relevantes para o consumidor.
14:59Então é um modelo muito interessante de procurar complementaridade,
15:02mas também que a gente pode aprender com essas marcas
15:04para influenciar esse modelo orgânico da L'Oréal de estar sempre mutando.
15:07A Operação Brasileira, vocês têm cerca de 3 mil profissionais, né?
15:12Sim.
15:13E esses 3 mil profissionais, eles estão no Rio de Janeiro,
15:17eles estão espalhados em fábricas?
15:19Eu diria que a metade hoje está... metade, metade.
15:21Metade está entre laboratórios e sede, metade está entre o CDI.
15:24Qual é o tamanho dessa operação? São quantas fábricas?
15:27Você falou de uma fábrica muito grande aqui em São Paulo.
15:30Uma fábrica em São Paulo.
15:31É uma fábrica muito interessante,
15:32porque geralmente as fábricas de beleza,
15:34até de outras indústrias,
15:35você tem fábricas muito especializadas em uma categoria, etc.
15:38Aqui no Brasil a gente tem uma fábrica que é multi-categoria.
15:41Então é uma fábrica enorme, que é uma complexidade,
15:43mas super bem gerenciada, com indicadores muito, muito bons.
15:46Então assim, a gente tem uma fábrica que é muito grande,
15:47é uma das maiores fábricas da L'Oréal no mundo.
15:50E a gente tem, fora isso,
15:51tem um CD muito grande também no interior de São Paulo,
15:53até porque grande parte do nosso volume é vendido em São Paulo,
15:56então até por uma questão de sustentabilidade
15:58e reduzir a emissão de gás carbônico,
16:00você faz um envio rápido do produto para o CDI
16:03e chega rápido também em São Paulo.
16:05Mas o que é interessante da L'Oréal,
16:07até falando um pouco sobre a questão de diversidade,
16:10porque a gente está no Rio de Janeiro,
16:11quando grande parte das indústrias também está aqui em São Paulo,
16:14mas o Rio de Janeiro, quando você fala de indústria de cosmética,
16:16você consegue enxergar essa diversidade na rua.
16:18Você vê as grandes mudanças de tendências,
16:20de cores, de cabelo, de pele,
16:22o que talvez em outras regiões do Brasil
16:24você não consiga enxergar de forma tão óbvia como no Rio.
16:27E é uma das razões pelas quais a gente também tem o nosso laboratório,
16:29que é um laboratório que está localizado no Brasil,
16:32mas é um dos oito hubs de inovação do mundo.
16:34Vocês chamam de hub de inovação, centro de pesquisa,
16:37como é que vocês...
16:38A gente pode chamar todos esses nomes,
16:40mas seria um centro de pesquisa avançada do Grupo L'Oréal,
16:43que obviamente desenvolve muita coisa com base no conhecimento
16:47do consumidor brasileiro,
16:49mas muitas das tecnologias que a gente desenvolve no Brasil
16:51de cabelo, de proteção solar, de pele,
16:54depois elas são exportadas para o mundo inteiro.
16:57Muita coisa sai para o mundo?
16:58Muita coisa sai.
16:59Muita coisa sai e uma das coisas que a gente fala
17:01de forma muito aberta sobre o Brasil,
17:04principalmente quando a gente fala sobre cabelo,
17:06é que não existe consumidora no mundo
17:08que seja mais exigente com o cabelo
17:09do que a consumidora brasileira.
17:10É mesmo?
17:11Ou seja, uma mulher brasileira hoje, em média,
17:13ela usa entre sete e oito produtos na sua rotina diária.
17:16Se você comparar, por exemplo, com uma mulher francesa,
17:18não vai passar de três.
17:19Então, é o creme de pentear, é o shampoo, o condicionador,
17:22é o óleo, é o creme da tarde, é o creme pré-dormir
17:25para que você, de repente, não amasse seus cachos.
17:28Então, é um nível de complexidade e exigência tão alta
17:30que muitas das tecnologias que a gente desenvolve no Brasil,
17:33depois a gente exporta para o mundo inteiro,
17:35que é o inverso, por exemplo, às vezes, na questão de pele.
17:38Os asiáticos são muito mais avançados do que a gente
17:40na questão de pele.
17:41Então, a gente também pega os conhecimentos deles
17:43e tenta trazer e adaptar para o Brasil.
17:45Então, é interessante que os laboratorios trabalhem dessa forma,
17:48de uma inovação inversa.
17:49Então, do Brasil para o mundo, mas também do mundo para o Brasil.
17:52Essa exigência da mulher brasileira que você está trazendo dados,
17:56inclusive, sete produtos em média por dia ela usa.
18:01Sempre foi assim ou ela está cada vez mais exigente,
18:05está cada vez mais vaidosa?
18:07Então, é interessante, a gente vê a evolução.
18:09Alguns anos atrás a gente podia falar sobre cinco, seis,
18:11depois entrou o sete e entrou o oito.
18:13E o que é interessante é que a indústria de cosmética
18:16não necessariamente trabalha pela demanda do consumidor,
18:19a gente também cria demandas.
18:20A gente cria novas categorias.
18:22Então, a gente, às vezes, cria categorias que a consumidora
18:24nunca imaginou que existisse ou que fosse necessária.
18:26Então, o que é legal dessa indústria é essa criatividade também
18:29de criar novas rotinas, novas categorias, novos segmentos
18:32que você não sabia que você precisava até que ele apareceu
18:34e você falou assim, que incrível.
18:36E aí, a gente hoje consegue ver muito nas mídias digitais
18:38até produtos nossos que hoje são guardados na geladeira
18:41e virou o geladinho.
18:42Até no nosso desenvolvimento a gente não sabia.
18:44Então, o próprio consumidor ajuda a gente a criar novas categorias.
18:47A gente está falando do centro de inovação de vocês
18:51e de como o Brasil é relevante para a operação global.
18:55Vocês fazem testes no Brasil ou em determinadas regiões,
18:59determinados estados, que podem ser exportados para outros países?
19:05Não, com certeza.
19:06Então, a gente tem um exemplo agora.
19:08O que é interessante, a gente, às vezes, pode pegar uma tecnologia.
19:11A gente acabou de lançar um produto de pele
19:13que a gente pegou uma tecnologia que foi descoberta no Japão.
19:16Só que ninguém fez nada com esse produto no Japão, necessariamente.
19:19Mas a gente precisava de uma textura muito específica
19:21para o Brasil que fosse disruptiva.
19:23Então, a gente pegou essa tecnologia, trabalhou lá no Brasil,
19:26testou em todos os tons de pele.
19:28E o Brasil, a gente fala que o Brasil é um teste,
19:32aquele último grande teste.
19:34Porque você pega um país com umidade, calor,
19:38tem a questão socioeconômica,
19:40então tem que ser um produto que seja democrático,
19:42que as pessoas possam comprar, tem que ser acessível.
19:44Então, quando você faz todos esses testes no Brasil,
19:47mesmo que seja uma forma que foi criada no Brasil
19:49ou que a gente trouxe para testar no Brasil,
19:51ela acaba sendo assim adaptada e depois exportada para o mundo inteiro.
19:54Então, tem vários casos de produtos de cabelo
19:56e de produtos da pele que começaram no Brasil
19:58e hoje estão sendo vendidos no mundo inteiro.
20:00Olha, eu apresentei o Marcelo no início do programa
20:03como o primeiro brasileiro a comandar a operação.
20:09Antes era comandada por franceses, era isso?
20:12A gente teve várias nacionalidades.
20:14São 65 anos de Brasil.
20:1565 anos de Brasil?
20:16É, nos primeiros 60 foram pessoas, foram expatriados.
20:20Pois é, o primeiro brasileiro a comandar essa operação.
20:25O que foi determinante para você conquistar esse título?
20:31A sua avaliação.
20:33Eu sei que você foi escolhido.
20:36O que você acha que foi determinante para ser o escolhido?
20:41Acho que você tem uma performance que é avaliada.
20:45Então, eu tive que passar por vários desafios.
20:48A gente estava comentando isso antes,
20:50acho que desde o meu primeiro cargo de presidente
20:52numa outra companhia, eu sempre fui para mercados muito difíceis.
20:55Eu peguei Leste Europeu durante a crise financeira,
20:57depois fui para a América Central
20:59durante alguns momentos políticos bastante tensos.
21:01Depois trabalhei cinco anos na Argentina
21:03com três presidentes.
21:04Com três presidentes?
21:06Você pegou a Cristina, o Macri e o Alberto Fernandes.
21:13Então, acho que um dos fatores foi essa questão
21:15de conseguir entregar bons resultados em momentos de,
21:18eu não diria crise, mas momentos um pouco mais difíceis.
21:21E o Brasil não é um país fácil de você gerenciar,
21:24porque tem vários fatores que vão mudando.
21:26É um país que tem muita mudança constante.
21:28Então, acho que primeiro teve uma questão de,
21:30em vários momentos de carreira,
21:32apesar de ter começado alguns cargos muito novos,
21:34eu consegui mostrar para a companhia que eu poderia
21:36já fazer uma gestão de um modelo de negócio
21:38bastante complexo no Brasil.
21:40E, por outro lado, também acho que cada vez mais
21:43companhias como o L'Oreal e outras empresas multinacionais,
21:45elas percebem que ter locais em cargos de comando
21:48pelas relações que você desenvolve,
21:50ou por você conseguir decodificar a cultura,
21:52ou por você conseguir se conectar com os times
21:54de uma forma diferente,
21:55é um fator que realmente impacta o negócio.
21:58Principalmente em países como o Brasil,
21:59onde eu sempre digo para qualquer pessoa
22:01que vem trabalhar no Brasil, que não é brasileira,
22:02eu falo, olha, o time pela companhia vai fazer 100%.
22:05Se você quiser ir para os 110, 120,
22:07vai ser pela conexão emocional e social
22:09que você vai ter com o time.
22:11Então, eu acho que nós brasileiros,
22:13a gente tem esse ziriguidum.
22:15Ziriguidum, essa brasilidade.
22:17Brasilidade.
22:18Agora, você está falando que você tem experiência
22:22em lidar com crises, e não só crises brasileiras,
22:25mas crises latinas.
22:27Latinas globais, exatamente.
22:29Globais, exatamente.
22:30Como é lidar e presidir e liderar empresas
22:34em momentos de crise, Marcelo?
22:37Então, acho que foi uma coisa progressiva,
22:40fui pegando de menores crises a maiores crises, etc.
22:43E sempre também...
22:44Não se apavore? É isso?
22:46Já tive um momento de um pouco mais de dificuldade,
22:48mas eu tenho uma tendência a ser muito pragmático.
22:51Acho que isso...
22:52Minha carreira sempre foi de muito pragmatismo
22:54no momento de crise,
22:56ou no momento um pouco mais difícil de pegar dados,
22:58ter calma e tomar boas decisões.
23:00Então, o feedback que eu recebo dos meus times é esse,
23:03que quando tem que acelerar, tem energia,
23:05mas quando tem um momento que a gente tem que parar
23:07e ser pragmático e tomar decisões,
23:09eu tenho muita calma para fazer isso,
23:11e eu passo essa calma para os times.
23:12Então, o time, em vez de ficar afobado
23:14no momento de crise,
23:15eles têm um direcionamento muito claro de como sair.
23:18E, de novo, a pandemia foi um grande caso desse,
23:20que coloca o time no campo, não coloca o time no campo,
23:22lança uma marca, não lança uma marca,
23:24faz sentido, não faz sentido, a gente tomou...
23:26Talvez um dos motivos que a L'Oréal tem ido tão bem
23:28agora nos últimos cinco anos
23:29é porque várias decisões foram tomadas
23:31num momento mais difícil,
23:33que talvez muitas companhias falaram,
23:35vou parar e esperar para ver?
23:37Vou cortar investimento, vou cortar mídia,
23:39vou cortar lançamentos,
23:41não vou investir nas pessoas, etc.
23:42E a gente foi totalmente ao contrário,
23:44a gente virou e falou assim,
23:45esse é o momento de ganhar participação de mercado,
23:46mas tem que tomar as boas decisões.
23:48Porque você ia comprando e investindo na baixa?
23:51Não, era...
23:53Em momentos de...
23:54Era uma coisa muito simples, por exemplo,
23:56você acendia a televisão e você não via campanha de marcas.
23:59Isso.
24:00Então, tinha um espaço para entrar uma marca,
24:03e a gente falou, vamos entrar rapidamente com L'Oréal Paris.
24:05Ou você falava assim,
24:06ninguém está lançando nada no mercado,
24:08o mercado está meio monótono.
24:09A gente lançou duas marcas durante a pandemia,
24:11e as duas marcas estão performando super bem.
24:14A gente fez grandes movimentações de times também durante a pandemia,
24:18a gente investiu muito mais no digital, no e-commerce,
24:20a gente aumentou capacidade de CD,
24:22a gente começou um projeto de expansão de CD de fábrica
24:24no meio da pandemia.
24:25Então, acho que a gente teve muita coragem também
24:27de conseguir enxergar o cenário e olhar um pouco mais à frente.
24:30Agora, você falou em e-commerce,
24:32qual é o peso do comércio eletrônico para vocês?
24:37Então, eu não posso te abrir a figura exata,
24:39está muito próxima de 20%,
24:41mas a gente vem de um single digit, muito pequenininho, pré-pandemia.
24:44Acho que a pandemia acelerou muito,
24:46o brasileiro vai se acostumar a comprar também no digital.
24:49Isso.
24:50Obviamente que o ano passado, por exemplo,
24:51foi um ano de estabilização do mercado de e-commerce.
24:53Então, acho que teve aquele momento de aceleração
24:56durante a pandemia, um pouquinho pós-pandemia,
24:58e agora as grandes plataformas também estão tentando se adaptar
25:01um pouquinho ao Brasil para voltar a crescer também
25:03de forma de duplo dígito,
25:04com uma mudança de footprint muito grande
25:06de algumas novas plataformas também no Brasil.
25:09Então, a parte do e-commerce, ele acelerou
25:11e também foi necessário para a companhia fazer uma grande mudança
25:14de times também.
25:15Então, eu pegava pessoas que faziam mais o offline,
25:17tem que mudar para o online,
25:18como que eu desenvolvo essas pessoas, essas competências também.
25:21Então, assim, eu acho que o e-commerce, na verdade, para o Brasil,
25:25ele traz essa oportunidade de uma grande democratização
25:28de vários produtos de várias indústrias,
25:30que talvez antes não tinha essa possibilidade,
25:32até porque, como eu te comentei, o varejo no Brasil hoje,
25:35a nível de sofisticação e desenvolvimento,
25:37comparado com outros lugares do mundo,
25:38a gente está ainda subdesenvolvido, tem um potencial ainda muito grande.
25:41Talvez um canal que está mais desenvolvido é o canal Farma,
25:43também o Alimentar tem alguns modelos bem desenvolvidos no Brasil,
25:46mas tem uma oportunidade enorme ainda.
25:48Mas o e-commerce vai acelerar a possibilidade dos consumidores
25:50poderem encontrar os produtos.
25:52E quando a gente fala que o Brasil é o quarto mercado do mundo de beleza,
25:55quando a gente fala sobre beleza online, é o décimo primeiro.
25:59Então, tem muito caminho ainda para surfar.
26:03Vocês têm uma parceria com a Microsoft,
26:07uma parceria que não é tão recente, já tem alguns anos.
26:12Como é que funciona essa parceria?
26:14Então, a L'Oreal percebeu há muitos anos atrás.
26:17A gente já tinha avaliado que o mundo seria digital,
26:21e a gente está falando isso já há mais de 15 anos,
26:23não é uma coisa que surgiu há pouco tempo.
26:25E tem grandes parcerias, a gente sempre trabalhou muito bem com a Microsoft,
26:29porque a gente se autodenomina uma empresa que não é uma empresa de beleza,
26:32mas uma empresa de beauty tech.
26:34A gente sabe que o futuro é tecnológico,
26:36e a tecnologia vai permitir com que a gente,
26:38utilizando AI, utilizando e-commerce e outras ferramentas,
26:41a gente consiga se conectar cada vez de forma mais personalizada com o consumidor,
26:45que é importante isso no mercado de beleza.
26:48Mas especificamente com a Microsoft, é isso.
26:50A gente trabalha muito como brainstormando e tendo ideias diferentes.
26:53Então, uma delas que surgiu foi, está todo mundo utilizando o Microsoft Teams,
26:56que é um Zoom.
26:57E as pessoas estão sempre correndo,
26:59porque teve uma coisa que a gente teve que aprender durante a pandemia,
27:02é que tem que ter uma pausa,
27:04porque a gente sai de reunião para reunião, uma atrás da outra.
27:07Você fica o dia inteiro ali no seu escritório,
27:10e não para para se maquiar.
27:14Não para para se maquiar.
27:15Então, a gente desenvolveu com a Microsoft,
27:17uma tecnologia através de Virtual Try-On,
27:19que você pode aplicar, você pode usar como fundo de tela,
27:23uma tecnologia da L'Oreal,
27:25onde você tem um look.
27:26Então, o cara está com um look X,
27:30e você aperta um botão,
27:31automaticamente você aplica a base,
27:33você aplica o labial,
27:36e tem looks para homem também.
27:37E o que era interessante, quando você encerra a reunião,
27:40utilizando essa tecnologia, você pode comprar o produto.
27:42A gente fala, olha, você acabou de utilizar tais produtos,
27:45você gostou do look?
27:46Então, é uma forma também de você aproximar a indústria,
27:49de mostrar que não é só uma questão de beleza.
27:52Eu estou aqui para te ajudar também,
27:53para você melhorar a sua autoestima, seu bem-estar,
27:55e querendo ou não, nós somos seres sociais,
27:57a gente quer estar bem também,
27:58e a gente quer ser aceito,
28:00a gente quer estar integrado também na sociedade.
28:02E tem uso de inteligência artificial,
28:04por exemplo, só nessa parceria,
28:06nisso que você está falando,
28:07de usar um filtro para maquiagem,
28:10ou usar um filtro para mudar o seu look,
28:14a sua roupa, enquanto você está em uma reunião online?
28:17Ah, tem várias formas.
28:18Acho que o AI, para a gente hoje,
28:19já não é mais um departamento.
28:20É uma coisa totalmente integrada no nosso modelo de negócio.
28:23Obviamente, uma empresa que tem tantos dados,
28:26porque a gente tem muita interação com o consumidor,
28:28como você consegue decodificar todos esses dados?
28:31Te dou um exemplo.
28:32A gente fez uma campanha,
28:33a gente fez um lançamento de um produto agora,
28:35que gerou mais de 20 mil creators postando vídeos.
28:39E se você quiser entender rapidamente,
28:42em uma fração de segundos,
28:43o que está sendo falado sobre a minha marca,
28:45tem coisas que a nossa inteligência humana não consegue,
28:49não vai ter a velocidade que você precisa dessa informação.
28:52Então, acho que o AI entra muito...
28:53A gente não tem que ter medo do AI.
28:54Ele entra, na verdade, para trazer soluções
28:56e velocidade na tomada de decisão,
28:58que tomaria muito tempo
29:00se a gente não tivesse esse tipo de inteligência.
29:02E também a gente acaba integrando isso, por exemplo,
29:04a gente quer ter mais conversação,
29:06a gente quer atender os consumidores
29:07de forma mais personalizada.
29:08Se eu tiver que colocar um time
29:09para falar com todo mundo que me liga, vai ser impossível.
29:12Então, eu disponibilizo um bot,
29:14que pode ser através de WhatsApp, outra ferramenta,
29:16para conversar com o consumidor
29:17e ter essa recomendação e passar vídeos.
29:19Obviamente que se o consumidor quiser falar com um humano,
29:22a gente pode...
29:23Mas acho que muitas soluções a gente pode trazer através de AI.
29:26E hoje você, por exemplo,
29:28você pode pegar a câmera do seu telefone
29:29e fazer um scanning da sua pele
29:31e ele vai te falar se você tem alguma pinta
29:34ou mancha que pode ser uma coisa de preocupação.
29:36Ah, ele faz isso?
29:37Ele faz.
29:38Então, ele pode te recomendar produtos,
29:39ele pode te recomendar exames que você precisa fazer,
29:42de autocuidado.
29:43Então, acho que é uma tecnologia que faz com que...
29:45Pode parecer uma coisa meio dicotômica,
29:47mas acho que a tecnologia humaniza a nossa indústria.
29:51Ela faz com que você deixe mais próxima,
29:53você dê mais respostas mais rápidas para o consumidor
29:55e ele se sinta bem cuidado.
29:57Qual que é a classe social dominante no Brasil
30:01para os negócios de vocês?
30:04Acho que tem dominante.
30:06Obviamente, as marcas como a L'Oreal,
30:08a gente tem uma missão muito clara.
30:10O objetivo da L'Oreal é valorizar.
30:13A gente quer trazer valor para os nossos parceiros.
30:15Então, a razão pela qual o varejo gosta muito da L'Oreal
30:19é porque a gente sempre traz muita inovação
30:21e sempre traz inovação que o consumidor está disposto a pagar.
30:24Então, é bastante óbvio,
30:25quando a gente fala sobre o topo da pirâmide,
30:27que a gente tem marcas que são classe AA ou classe ABC,
30:31mas a gente também tem marcas
30:32que também são marcas mais acessíveis.
30:33A gente se preocupa muito também, não só com marcas,
30:36mas uma coisa que a gente percebeu no Brasil
30:37é a questão de formatos.
30:38Você pode ter uma marca super premium,
30:41mas com um formato que é acessível,
30:43que pode ser um refil, pode ser um pote menor,
30:46onde você permite que uma pessoa
30:47que, de repente, não tem o capital disponível
30:50para gastar naquele produto naquele momento,
30:52um produto maior,
30:53ela pode, pelo menos, ter essa indulgência
30:55de ter essa gratificação para ela mesma,
30:57um presente de utilizar um produto.
30:59Então, a gente tem marcas que são mais acessíveis,
31:02como Nieri, Colorama,
31:04e outras marcas que talvez não sejam tão acessíveis
31:07no formato tradicional.
31:08A gente vem trazendo muito para o Brasil
31:10a questão de formatos acessíveis.
31:12Bom, eu destaquei logo no início do programa
31:15que a L'Oreal Brasil tem crescido,
31:20nos últimos cinco anos, acima de 10%.
31:24Mas, fora a companhia, o setor tem crescido também,
31:31tem crescido uma média de 5% ao ano.
31:33É isso?
31:34Então, o mercado global,
31:36se você pegar os últimos muitos anos,
31:38é um mercado que cresce sempre entre 4% e 6%.
31:424% e 6%.
31:43Se a gente pegar uma média, então, 5% global.
31:45Global.
31:46O Brasil, nos últimos anos, já vinha
31:48num crescimento mais próximo de 10%
31:50nos últimos quatro, cinco anos.
31:52Mas, no geral, a média é 8%.
31:54Então, o Brasil cresce acima do mercado global,
31:56apesar de ser o quarto mercado do mundo.
31:58E o nosso objetivo na L'Oreal é sempre crescer,
32:00no mínimo, uma vez e meia, duas vezes o mercado.
32:02Então, na verdade, o indicador que a gente olha
32:04não é tanto o duplo-dígito.
32:05Quantas vezes mais que o mercado está crescendo.
32:08Pois é, mas o que explica isso?
32:10O mundo de você crescer?
32:13Porque se você pegar outros setores,
32:15tem muito setor que, olha,
32:17soa muito para crescer 5%, 6%, 8%, 10%.
32:23E você está me apresentando dados
32:25de crescimentos anuais de 6%, 8%,
32:29e, por exemplo, é o caso de vocês,
32:31crescendo dois dígitos ano.
32:33Isso.
32:34O que explica isso?
32:35Acho que tem dois motivos.
32:37Apesar do Brasil ser o quarto mercado do mundo
32:39e tem categorias que são muito desenvolvidas,
32:41como fragrâncias, cabelo,
32:43e produtos para o corpo,
32:45desodorantes também é muito desenvolvido,
32:47tem muitas categorias que ainda tem uma baixa penetração.
32:49Então, por exemplo, cuidado facial
32:52é baixa penetração.
32:54Por isso que explodiu também durante a pandemia.
32:56Então, tem muitas categorias que ainda tem potencial
32:58de crescimento enorme, gigantesco no Brasil.
33:00O Brasil ainda tem uma possibilidade de valorização.
33:03Acho que tem várias marcas e categorias
33:04que ainda podem ser valorizadas
33:05se trouxerem inovações relevantes.
33:07E o consumidor está disposto a pagar isso.
33:10E também aquilo que a gente conversou um pouquinho
33:11no começo da entrevista.
33:12O brasileiro é um ser social
33:14e é um ser que quer se sentir integrado.
33:16E o bem-estar e a autoestima
33:18são fundamentais para o brasileiro.
33:20Então, ele pode abrir mão de muitas coisas,
33:22mas ele nunca vai abrir mão da autoestima,
33:23de estar bem e estar com um look legal
33:26para poder interagir socialmente.
33:29Muito bem. Nós estamos conversando com
33:31Marcelo Zimmert, presidente da L'Oreal Brasil.
33:35O Show Business vai dar uma breve pausa
33:38e volta em instantes.
33:45E nós voltamos com o Show Business
33:47nessa edição com o Marcelo Zimmert,
33:49presidente da L'Oreal Brasil.
33:52Marcelo, no primeiro bloco, você destacou
33:55o papel do Brasil no setor.
33:57Nós somos o quarto maior mercado de beleza do mundo.
34:01E você listou aqui os motivos
34:04de sermos relevantes para o mundo no setor,
34:08incluindo o cuidado da mulher brasileira.
34:12Você citou, inclusive, que a mulher brasileira
34:14são sete produtos em média de beleza.
34:18Era com cinco, depois foi para seis,
34:20agora está em sete.
34:22Eu queria que você falasse para a nossa audiência...
34:27A gente está falando de uma companhia multinacional,
34:29com sede na França, em vários países.
34:32São quantos países?
34:33São mais de 150 países.
34:34Mais de 150 países.
34:37Eu queria que você falasse quais os rituais
34:40de beleza das mulheres brasileiras
34:43que surpreendem as operações da L'Oreal
34:47ao redor do mundo.
34:49É interessante essa pergunta, porque é exatamente
34:51a mesma pergunta que eu faço para...
34:53Bom, aqui já estou no spoiler.
34:55Eu faço para os candidatos quando eles entram na L'Oreal.
34:58Entrevista de emprego? Você faz essa pergunta?
35:00Eu faço, porque é uma forma de você entender também
35:02qual é a relação do candidato ou da candidata
35:04com a categoria que eles potencialmente iriam
35:07a trabalhar no futuro.
35:09E é muito interessante essa resposta,
35:11porque, na verdade, acaba sendo uma entrevista
35:12de consumidor também, para entender algumas...
35:14Devem ser as mais variadas respostas.
35:16Tem de tudo.
35:17Você até descobre alguns produtos que eles usam
35:19que você nunca imaginou.
35:20Inclusive, é interessante isso.
35:22E aí eu volto na sua pergunta.
35:25Hoje, a gente está descobrindo,
35:26através de plataformas digitais,
35:28que tem várias marcas nossas que são
35:30queridinhos de algumas comunidades
35:32que a gente nunca imaginou na nossa vida.
35:34Então, produtos que, de repente, você usa
35:36para, sei lá, clareamento de algumas manchas
35:39que a gente, na verdade, colocava para cicatrizar
35:42e, hoje em dia, você usa para clareamento.
35:44Então, a gente começou a descobrir novos usos
35:46através dessa escuta com o consumidor.
35:48Mas a sua pergunta é interessante, porque o consumidor...
35:51Talvez, quando a gente fala de rituais,
35:52o brasileiro não é nada básico
35:54quando a gente fala sobre cosmética e beleza.
35:57Então, rituais, ou seja, o básico do básico
36:00é você tomar seu banho e usar o seu shampoo,
36:03seu condicionador e usar um hidratante corporal.
36:06Tudo com algum tipo de fragrância e perfume
36:08e usar seu perfume.
36:09Mas eu acho que os rituais que são interessantes no Brasil
36:11é que, cada vez mais, o brasileiro não quer seguir
36:14um padrão de beleza global nem local.
36:17E nem do que ele vê na televisão.
36:18Ele quer expressar a sua beleza.
36:20Então, tratamentos é o que está, hoje em dia,
36:23digamos que é o que está trazendo com que
36:25fique cada vez mais sofisticada a rotina.
36:27Então, eu quero expressar meu cacho.
36:29Eu quero expressar minha tonalidade de pele.
36:31Eu quero diminuir minha oleosidade,
36:32porque eu quero usar uma base para me maquiar.
36:35Eu não posso ter uma pele tão oleosa.
36:36Então, a gente percebe que o consumidor brasileiro,
36:38nos últimos anos, ele sai do básico
36:40e ele vai para uma questão muito mais de
36:42o que é bom para mim.
36:43E aí, ele começa a sofisticar a sua rotina.
36:45Então, acho que é isso que está trazendo essa grande sofisticação.
36:47Interessante, hein, esse...
36:49Agora, me chamou muito a atenção das entrevistas de emprego também.
36:52Você falou que as respostas são as mais variadas, né?
36:55Sim.
36:56O que chama a atenção...
36:58Agora, fugindo do ritual de beleza, tá?
37:00Sim.
37:01O que chama a atenção de um candidato
37:05a uma vaga de empresa,
37:07a uma vaga de emprego na sua companhia?
37:11Acho que tem dois fatores na...
37:12O que faz você admitir um profissional
37:15e também eliminar esse profissional?
37:18Então, eu parto do princípio, vai,
37:20talvez, falando da minha cadeira hoje,
37:22um candidato, quando chega para mim,
37:23ele já deve ter passado por várias etapas.
37:25Claro, exatamente.
37:26Então, a parte técnica, eu imagino que
37:28isso já foi avaliado e super avaliado por todo mundo, mas...
37:31Acho que a entrevista comigo é mais uma questão de fit cultural
37:35para eu saber se essa pessoa vai realmente
37:37se adaptar à cultura da L'Oréal,
37:39que é uma grande multinacional, mas que ela tem um espírito de startup.
37:42Como eu falei, se a gente perceber que existe uma nova tendência,
37:45um novo modelo de negócio, uma nova categoria,
37:47a gente é capaz de parar a empresa inteira
37:49e mudar o modelo.
37:51Nem que isso requer um nível de energia gigantesco.
37:54Mas isso é fácil? E a sede permite?
37:57Acho que a gente tem...
37:58A L'Oréal, ela tem...
38:00A gente tem muita autonomia.
38:01Acho que, talvez, diferente de outras companhias,
38:03a L'Oréal, ela sempre fala que
38:05as pessoas estão acima dos processos.
38:07E tem outras companhias que os processos estão acima das pessoas.
38:09Então, entrou uma pessoa, saiu uma pessoa,
38:12a empresa vai continuar performando.
38:13A L'Oréal, a gente sabe que
38:15alguém muito talentoso entrou, saiu,
38:17pode mudar realmente e impactar o nosso negócio.
38:20Então, são entrevistas mais profundas.
38:23Muitas vezes, os candidatos mesmo falam no feedback
38:25que são mais entrevistas do que o normal,
38:27que eles estão acostumados.
38:28Mas é que a gente tem essa preocupação
38:30que existe um fit cultural.
38:32E quando a gente fala sobre cultura,
38:33tem alguns aspectos que, para mim,
38:34são super importantes numa entrevista.
38:36Um, é uma empresa muito curiosa.
38:39A gente sempre tem como lema na empresa,
38:41a nossa grande meta é identificar tendências.
38:43O que está para acontecer?
38:44O que vai acontecer lá na frente
38:46para criar essa demanda,
38:47ou criar esse consumo no consumidor?
38:50Então, o fator curiosidade,
38:52uma forma de você avaliar,
38:53é um candidato que você pergunta,
38:55vem cá, o que você quer saber sobre a L'Oréal?
38:57E a pessoa fala, não, não quero saber muita coisa.
38:59Isso já elimina.
39:01Ou o que você sabe da L'Oréal?
39:03E você consegue perceber na hora
39:05se o candidato realmente fez a lição de casa,
39:07que é, deixa eu estudar a empresa,
39:09a cultura, as reportagens, porque...
39:11A gente sempre fala que é uma empresa muito vocal.
39:14E um dos benefícios de ser uma empresa muito vocal
39:16é que tudo que a gente acha, pensa e quer,
39:18está disponível.
39:20Então, a questão de curiosidade é importante.
39:22E um fator muito importante para a L'Oréal também
39:25é a questão da paixão.
39:26A gente gosta de pessoas que são muito apaixonadas.
39:28Então, se você é para aquele candidato
39:30que é super curioso, que pesquisou a empresa,
39:32que está apaixonado,
39:33e obviamente passou pelas etapas mais técnicas,
39:35a tendência de eu aprovar um candidato é altíssima.
39:38Agora, se vier com aquela questão
39:40de que eu preciso te convencer a vir trabalhar na L'Oréal
39:42e não fez a lição de casa,
39:43de conhecer um pouco o que é a empresa,
39:45a entrevista pode durar 15 minutos.
39:47Pode ser uma entrevista muito rápida.
39:49Você falou algo no primeiro bloco
39:52que me chamou a atenção
39:53porque eu identifiquei assim que eu conheci você.
39:56Porque você é um sujeito muito calmo.
39:58Você é calmo na maneira de você se expressar,
40:02você gosta de ouvir as pessoas.
40:05Essa calma é da sua personalidade
40:10ou você aprendeu a ser calmo?
40:13Eu aprendi.
40:14Aprendeu?
40:15Aprendi.
40:16E sabe o que eu vou chamar a atenção agora?
40:18Porque agora eu vou trazer algo
40:20que complementa essa minha pergunta.
40:22A nossa audiência não sabe,
40:24mas o Marcelo é um triatleta.
40:27E triatleta mesmo.
40:29Você é o...
40:31Como é que a gente chama?
40:32Você faz o...
40:33Ironman.
40:34Ironman, né?
40:35Eu admiro as pessoas que fazem Ironman
40:36porque eu acho fascinante
40:39o ser humano ter a capacidade aí
40:41de você fazer natação,
40:44ir pra corrida,
40:45não necessariamente nessa ordem, né?
40:47Natação, bicicleta e corrida.
40:48Natação, bicicleta e corrida.
40:52Isso ajuda?
40:54Essa sua rotina de triatleta
40:57ajuda na sua função executiva
41:00a liderar uma empresa multinacional
41:04e com mais...
41:05Com 3 mil profissionais no Brasil?
41:07Sim.
41:08Eu vou falar do triatleta,
41:09mas acho que tem,
41:10pra complementar a sua pergunta,
41:11acho que tem talvez 3 fatores.
41:12Um fator foi...
41:14Acho que as empresas multinacionais,
41:16muitas empresas te permitem
41:17ter essa questão do feedback, né?
41:18Ou seja, você dá feedback,
41:20mas também receber feedback.
41:22E um dos feedbacks que eu recebi
41:23muito durante a minha carreira
41:24foi a questão da escuta ativa.
41:25Porque eu tinha muita energia.
41:26Vamos lá, vamos lá.
41:27Transformação, transformação.
41:28E muitas vezes eu recebi que
41:30calma, me escuta.
41:31E eu percebi que eu perdia grandes ideias
41:34por às vezes não ter essa escuta tão ativa.
41:36Então eu tive que ir evoluindo nessa frente.
41:39Teve uma questão pessoal,
41:41eu até brinco,
41:42eu posso usar um exemplo da minha casa.
41:44A minha esposa estava numa conversa
41:46pra tomar uma decisão.
41:47Ela falou, olha,
41:48você aqui em casa não é CEO de nada.
41:50E ela falou...
41:51Quem manda aqui sou eu, ela falou.
41:52Não, nem foi isso.
41:53Ela virou e falou assim,
41:54e by the way,
41:55aqui não tem a questão de ponderada.
41:56Aqui é numérica.
41:57E eu tenho duas filhas e minha esposa...
41:59Você tem duas filhas.
42:00Ela falou, você tem 25% do voto.
42:01Se os outros 75% quiserem fazer uma coisa diferente...
42:04Então eu acho que o fator da minha casa também,
42:07de ter essa vida onde eu não sou o presidente de uma companhia,
42:11e realmente ter esse convívio muito natural com a família,
42:14com amigos, etc.
42:15Houve...
42:16E também a questão do esporte,
42:17que eu vou falar um pouquinho mais,
42:18acho que começaram a mudar um pouco mais o meu modelo.
42:20Mas eu conheço gente que trabalhou comigo
42:22antes do triatlon,
42:23que acho que quando eu entrei na L'Oréal,
42:25aqui no Brasil,
42:26que eu trabalhei aproximadamente dois anos.
42:28E quando eu voltei pro Brasil,
42:29depois de dez anos,
42:30falaram, cara, como você mudou?
42:32E acho que o esporte teve um fator muito importante.
42:35Acho que, por um lado,
42:36você consegue obviamente extravasar um pouco do estresse,
42:39um pouco das suas preocupações.
42:41Mas é um esporte, o triatlon especificamente,
42:43que é um esporte individual,
42:44onde você tem muito tempo pra pensar.
42:46Então eu, quando faço uma corrida longa,
42:48eu divido por tempo.
42:49Ou seja, eu falo o quê?
42:50Eu vou correr 15 quilômetros.
42:52Primeiro cinco eu vou pensar em trabalho.
42:54Segundo...
42:55E é verdade, é planejado isso.
42:57Os outros cinco eu vou pensar um pouco em algumas questões familiares.
42:59Os outros cinco eu vou pensar algumas coisas pra mim.
43:01Então você tenta brincar um pouquinho com isso.
43:03Mas várias ideias e várias soluções surgiram
43:05de momentos de introspecção
43:07e talvez até uma própria meditação no esporte.
43:09Porque você nadar distâncias longas,
43:11ou correr distâncias longas,
43:12ou pedalar distâncias longas,
43:13te permite esse tempo pra você.
43:15Que pra mim é fundamental pra você encontrar soluções.
43:17Como é que é a sua rotina?
43:19Porque você acorda que horas, por exemplo?
43:21Eu acordo...
43:23Pode parecer não muito normal,
43:24mas eu acordo entre quatro e meia, cinco da manhã.
43:26Quatro e meia, cinco da manhã.
43:27Você mora no Rio de Janeiro.
43:29E aí você sai pra...
43:31Esse é um dos grandes benefícios do Rio de Janeiro,
43:32que você, qualquer época do ano...
43:34O Rio chama você pra se exercitar.
43:37O Rio é uma cidade que te chama pra sair de casa.
43:39Não é uma cidade onde você chama pra casa,
43:41quer ficar em casa.
43:42Então tem um clima bom,
43:43é um clima que durante todo o ano,
43:45mesmo no inverno, você pode sair no Rio de Janeiro.
43:47E pra eu não mudar muito a minha rotina familiar,
43:50ou até profissional,
43:51eu decidi sacrificar algumas horas de sono.
43:53E eu me acostumei, meu corpo se acostumou.
43:55Você dorme quantas horas por dia?
43:56Eu dormi seis horas e meia por noite.
43:58Seis horas e meia.
43:59É super suficiente.
44:00E eu consigo entrar num nível de sono profundo muito rápido.
44:04Eu me adaptei através de respiração, etc.
44:06Eu consigo fazer isso.
44:07Então eu tenho esse mesmo planejamento de treinar
44:10entre cinco, cinco e meia,
44:11até umas sete, meia, oito da manhã.
44:13O que me permite estar no escritório antes das nove da manhã.
44:15Mas pra mim, nove da manhã já é meio dia.
44:17Então quando o pessoal tá chegando no escritório,
44:19bom dia, etc.
44:20Eu falo, vamos lá, galera.
44:21Já tô com um nível de energia muito alto.
44:23Mas dificilmente eu tô de mau humor.
44:26Acho que o esporte também acaba trazendo um pouco da dopamina
44:29e de endorfina que você fica bem, né?
44:32Você fica feliz, você fica bem.
44:33Então eu acho que é bom pra mim porque me traz essa calma,
44:35me traz essa alegria.
44:36Mas acho que tem um impacto muito positivo nos times também.
44:39E de uma certa forma,
44:40acho que acaba estimulando os times a querer fazer esporte,
44:44praticar.
44:45Porque você também, querendo ou não,
44:46você é um exemplo pela ação.
44:47Não só por falar algumas coisas, mas por você também praticar.
44:50Como eu falei na sua apresentação,
44:52são 13 anos na companhia, né?
44:55Sim.
44:56Qual que é a marca que você quer deixar na L'Oréal Brasil?
45:02Acho que se eu tiver que falar uma marca,
45:05eu não vou falar de legado porque eu tô muito novo ainda pra falar sobre legado.
45:08Você tá com quantos anos, Marcelo?
45:0949.
45:1049. Muito novo mesmo.
45:12E acho que quando a gente fala um pouco sobre questões de...
45:15Eu gostaria que as pessoas sentissem quando eu saia.
45:17Acho que eu vou falar um pouco mais sobre sentimento.
45:19Acho que tem muito orgulho de ser brasileiro.
45:22Acho que a gente tem no Brasil, até a própria Fernanda Torres,
45:26tem um vídeo muito interessante que ela fala...
45:28Pouco antes do Oscar, que ela fala que a gente tem o síndrome do vira-lata.
45:31E o Brasil é um país incrível.
45:33É um país que tem vários fatores que são super positivos.
45:36A nossa cultura, a nossa riqueza,
45:40a nossa fauna, a nossa flora.
45:42É impressionante o Brasil.
45:44E no final do dia, acho que o brasileiro, durante muito tempo,
45:47ele se acostumou a ouvir mal do Brasil, falar mal do Brasil.
45:50E os próprios brasileiros, quando vão lá fora,
45:52acabam falando coisas positivas do Brasil.
45:54E tem muita coisa boa.
45:56Então, acho que um dos fatores principais que eu tentei trazer
45:58para laurear o Brasil nos últimos anos foi...
46:00O Brasil é muito bom. O Brasil tem um potencial gigantesco.
46:03E a gente ainda é um país muito jovem,
46:05quando a gente pensa em desenvolvimento.
46:07E dá para dar certo. E o Brasil dá certo.
46:09Porque tem talentos bons e tem muita coisa que a gente pode explorar ainda.
46:13Então, para mim, seria um pouco isso.
46:15Que a gente fale que a brasilidade funciona,
46:17que a gente tem orgulho de ser brasileiro,
46:19que o Brasil tem um papel no mundo que é fundamental.
46:21E, de novo, num país, ou num mundo, digamos,
46:24que perdeu um pouquinho a questão do amor e da felicidade, etc.
46:28O Brasil é um país que representa a felicidade.
46:30Ou seja, a beleza no Brasil, diferente talvez dos Estados Unidos ou da Europa,
46:35a beleza no Brasil é a felicidade.
46:37E no final do dia, a gente tem que ter orgulho disso.
46:41Acho que é um país que tem um papel fundamental no mundo.
46:43Foi você o responsável de colocar, assim que você chegou,
46:46a marca Laureal Brasil, né?
46:48Foi você?
46:50Porque não era, né?
46:52A gente falava muito sempre...
46:54A Laureal, durante muitos anos, não falou muito sobre o Grupo Laureal.
46:58A gente sempre falava muito das marcas.
47:00Mas a gente percebeu que, até por uma questão de trazer candidatos,
47:03e retenção, e também valorizar a nossa empresa,
47:05a gente começou a falar mais sobre o Laureal Grupo.
47:07E a questão do Laureal Brasil, para mim, foi um questionamento que eu me fiz
47:10quando eu cheguei no Brasil há seis anos atrás.
47:12Por que na nossa sede não estava escrito Laureal Brasil?
47:15E quando eu olhei um pouco a diversidade dos times,
47:18e quando eu fui falar com os consumidores para ver como as nossas marcas
47:21estavam engajadas com eles, etc., eu percebi que
47:23a gente não podia ser chamado ainda Laureal Brasil,
47:25porque tinha um trabalho muito grande para ser feito.
47:27E aí, quando começou essa grande transformação de como a gente
47:30transforma a Laureal numa empresa cada vez mais brasileira.
47:34E o meu combinado com os times é...
47:36Meu grande... talvez seja um pouco a questão, realmente,
47:39de uma das heranças que eu quero deixar no Brasil,
47:41é que a gente seja Laureal Brasil, sim.
47:43E que a gente tenha o grande orgulho disso, mas para isso tem que ter
47:46times que representem o Brasil,
47:48produtos que satisfaçam o consumidor brasileiro
47:51e campanhas que falem com toda essa nossa população.
47:53Então, o dia que a gente fizer isso,
47:55a gente pode dizer que a gente está quase Laureal Brasil.
47:58Ou seja, falta pouquinho.
48:00Marcelo, você é um executivo conhecido,
48:03e você, inclusive, já deu essa resposta aqui no Show Business,
48:07falando do interesse de identificar no consumidor,
48:11qualquer consumidor, a razão de ele preferir comprar
48:17esse copo aqui e não o copo da concorrência.
48:21Comprar um telefone e não o telefone da concorrência.
48:25Você gosta de entender uma questão emocional.
48:29Essa palavra, inclusive, você usou com recorrência aqui no programa.
48:34Eu imagino que você deve estimular na sua equipe muito
48:39o entendimento do comportamento do consumidor e da sociedade.
48:45Qual que é o momento atual?
48:47Qual que é a tendência brasileira de consumo?
48:51Você pode falar do consumo, evidentemente, do setor de beleza,
48:54ou mesmo do consumo em geral.
48:58Eu acho que na nossa indústria, pelo menos que a gente veja,
49:02além da questão da sensorialidade,
49:04acho que a sensorialidade cada vez é mais importante para o consumidor.
49:07Mas eu diria que o que a gente chama de gratificação imediata.
49:11O consumidor brasileiro é um consumidor que não tem muita paciência
49:15para esperar ver o resultado.
49:17A gente quer ver o resultado agora, porque eu vou sair hoje à noite,
49:19ou porque semana que vem eu estou indo viajar com meus amigos
49:21para tal lugar e eu quero estar bem.
49:23Não é por outras razões que a gente pega que, por exemplo,
49:25o Brasil é o país número um de cirurgias estéticas do mundo.
49:29É o número um mesmo.
49:31É o país com o maior número de procedimentos estéticos do mundo.
49:34E que é um dos fatores que a gente usa até como um exemplo
49:37para mostrar essa questão do imediatismo.
49:38Não adianta você querer falar para um brasileiro,
49:40olha, vou te dar um produto que você vai ver o resultado daqui a três meses.
49:43Ele fala assim, ok, qual é a outra solução que eu tenho para resolver isso agora?
49:47Então, uma das tendências que a gente começa a perceber muito no consumidor
49:50é que fragrâncias, texturas, formatos têm que trazer um resultado imediato.
49:55Ou seja, talvez não o resultado final,
49:57mas na hora que a pessoa aplica o produto na pele, no cabelo,
50:00ou a fragrância, na hora ela sente o resultado, o primeiro resultado.
50:03Se você não faz isso no Brasil, a tendência é que não seja um sucesso.
50:07Então, eu acho que isso traz um grande desafio para os laboratórios,
50:11porque a questão da gratificação imediata,
50:13hoje para mim é um critério máximo para você poder ser vencedor no Brasil.
50:18São mais de 20 marcas, como eu já pontuei aqui nessa edição.
50:23Qual que é a marca que mais vende aqui no país?
50:26L'Oréal Paris.
50:28A L'Oréal Paris.
50:29L'Oréal Paris.
50:30Talvez a marca número um da L'Oréal.
50:33É interessante, porque é uma marca que triplicou o faturamento dela no Brasil nos últimos cinco anos.
50:37Então, a gente encontrou um ângulo muito interessante para essa marca no Brasil
50:39e ela está voando.
50:41Ou seja, é uma marca que ainda tem o potencial de ser talvez a maior marca de beleza do Brasil.
50:46Marcelo, qual que é o maior desafio de presidir uma companhia do porte da sua?
50:53A distribuição é uma delas, por exemplo?
50:56Distribuir produto em todos os cantos desse país?
51:00Acho que o maior desafio é você não perder esse contato com a realidade, eu diria.
51:06Apesar do crescimento, apesar do sucesso das marcas, dos lançamentos,
51:11você não deixar de ligar para um cliente, de você não deixar de falar com o consumidor.
51:16Eu brinco que minhas filhas são consultoras,
51:20porque produtos da concorrência, o que está acontecendo?
51:24Ou seja, acho que não ter essa arrogância que você pode vir a ter
51:27depois de muitos anos de crescimento duplo-dígito e estar em uma empresa tão grande
51:30e com tantos recursos, de você se desconectar da realidade.
51:33Acho que talvez seja o maior desafio que eu tenho, que eu tento transmitir para os meus times.
51:37Vira e mexe, quando percebo que alguém está muito tempo no escritório
51:40ou que está só olhando para os números da L'Oréal, falo
51:42e a concorrência? Ligou para o cliente, sai da sede, vamos lá.
51:45Então, para mim é muito importante que o time não se desconecte da realidade do Brasil.
51:50Acho que no momento que a gente fizer isso, a tendência é que a gente não consiga mais crescer duplo-dígito.
51:55Então, eu tento trazer essa humildade para o time da L'Oréal, para mim é fundamental.
51:59Você falou sobre a importância de nós brasileiros nos valorizarmos.
52:05Inclusive, você falou do complexo do Vira Lata, que é tão famoso.
52:10Agora, você que é uma das grandes lideranças desse país, a principal no seu setor,
52:17como é que anda o ambiente de negócios do Brasil esse ano?
52:21O ambiente, acho que é um ano mais desafiador, mas acho que é um ano talvez desafiador,
52:26porque também a gente teve anos que não são muito comparáveis.
52:29Se você pegar os últimos cinco, seis anos, então você teve um 2019 que começou a se falar sobre pandemia,
52:342020, 2021 com pandemias, idas e voltas, o 22 que foi um ano, talvez o primeiro ano um pouco melhor.
52:41E eu posso ir explicando ano por ano.
52:43Então, acho que a gente se acostumou com fatores que não são os fatores do cotidiano real,
52:49tem uma base real, acho que não só para o Brasil, mas acho que para o mundo inteiro.
52:52E acho que 2025 talvez é o primeiro ano que a gente começa a entender um pouquinho
52:57e poder comparar com 2019 e falar assim, quais são as tendências, onde está o mercado.
53:01E acho que tem várias pessoas que veem isso como desapontamento,
53:04porque parece que existe um desaquecimento do mercado.
53:07E eu já vi várias pessoas falando assim, o mercado está mais difícil,
53:10o mercado está caindo.
53:11Eu falo, mas o mercado antes estava 12, agora está mais 8.5.
53:15Quais mercados no mundo hoje estão crescendo 8.5?
53:18Eu falei isso, quais outros setores?
53:20Tem muitos setores aí suando muito para crescer 2%.
53:24Então, acho que tem um pouco disso.
53:26Acho que a gente tem que, às vezes, parar um pouquinho e refletir e falar,
53:29olha, deixa eu ver esse momento.
53:30A gente não está num momento de crise, a gente está num momento que talvez
53:33bases comparáveis que não são comparáveis, mas é uma nova realidade.
53:36Mas se você conseguir olhar nessa perspectiva,
53:39mas também conseguir identificar oportunidades de crescimento,
53:42de novo, decisões estratégicas não são de curto prazo,
53:44são decisões estratégicas de longo prazo.
53:46Quando a gente define no Brasil que a gente quer ser líder em capilar
53:49com uma determinada marca, foi um projeto de 4, 5 anos.
53:52Ou quando a gente quer entrar em outros segmentos,
53:54também são projetos de 3, 4 anos.
53:56Então, assim, é entender o momento hoje,
53:58obviamente, tentar trazer resultado para o grupo,
54:00porque é a sua licença para poder operar.
54:02Você me perguntou a questão da liberdade da L'Oréal Brasil
54:05em relação à nossa sede.
54:07A nossa moeda é crescimento.
54:11Você quer um duplo dígito, ninguém vai te falar para parar
54:13de fazer o que você está fazendo.
54:14A partir do momento que você não apresentar isso,
54:16talvez a sua liberdade vai diminuir.
54:18Exatamente. A gente tem essa grande motivação de continuar crescendo
54:21para poder ter essa liberdade de crescer,
54:23mas acho que a gente tem que enxergar quais são as oportunidades.
54:25O Brasil tem muita oportunidade, mas para isso você tem que entender
54:28o que está acontecendo no seu ambiente e parar de ser negativo.
54:31Eu tento dar uma chacoalhada muitas vezes quando falo com outros CEOs
54:34e com o varejo e falo assim, ok, entendo que está um pouco mais difícil,
54:36mas não significa que é impossível.
54:38E planos? Vamos falar de planos no Brasil nos próximos tempos.
54:42Temos, né?
54:43Temos vários planos.
54:45O que é muito interessante é que os resultados dos últimos anos,
54:47mais, obviamente, algumas visitas internacionais,
54:49quando você analisa o panorama global,
54:52e você vê um mercado asiático um pouco mais difícil,
54:54um mercado americano com um pouco de instabilidade, etc.,
54:57você percebe que existe um grande potencial no país chamado Brasil.
55:01Então, acho que essa combinação de um mercado externo um pouco mais complexo
55:06com o Brasil que ainda tem muita oportunidade de estar mostrando resultado
55:09faz com que o grupo queira investir no Brasil.
55:11Então, a gente vai trazer novas marcas, vai trazer novas categorias,
55:14a gente vai investir em expansão no Brasil,
55:16então, sim, acho que o Brasil vai ter um plano de crescimento
55:19bastante interessante para os próximos anos.
55:21E uma das marcas será anunciada muito em breve, né?
55:24Muito em breve.
55:25Você fala para a gente? Fala para a nossa audiência?
55:27Eu não posso anunciar agora, vocês vão saber,
55:29acho que nas próximas duas, três semanas vai ter uma nova marca chegando no Brasil
55:32e é uma marca que fala com o Brasil.
55:34Apesar de ser uma marca internacional, ela é uma marca que foi feita para o Brasil.
55:37A gente só não lançou lá antes, não sei por quê,
55:39mas tem muita oportunidade e também quanto mais a gente usa tecnologia,
55:44a gente mais percebe como os consumidores estão usando nossas marcas,
55:46até produtos que a gente nem imaginava como eles estavam usando,
55:49abrem várias ideias criativas de como a gente pode maximizar
55:53alguns lançamentos que a gente já fez no passado, inclusive, utilizando tecnologia,
55:56mas também que novas categorias a gente podia entrar
55:58ou que novos segmentos a gente pode entrar.
56:00Então, acho que o grande trabalho que a gente tem, o maior desafio hoje é
56:03como que a gente prioriza, né?
56:05Quando a gente faz uma perspectiva futuro, tem muitas ideias
56:09e um dos trabalhos que a gente começou a fazer na L'Oreal
56:11é colocar isso numa matriz de complexidade, oportunidade e investimento.
56:15E a gente fala que essa oportunidade é maravilhosa,
56:17só que quando eu comparo com essa outra, a outra é cinco vezes maior.
56:21Então, a gente está tendo que fazer um trabalho de priorização,
56:23porque são muitas ideias, mas a gente não vai ter como fazer todas elas assim no curto prazo.
56:28Mas a gente pode esperar um grupo L'Oreal no Brasil,
56:31continuando a duplicar o faturamento e trazendo novas marcas,
56:34e acho que vai ser uma empresa que ainda tem muito para ser falado e trazer para o Brasil.
56:38Marcelo, quem são as suas referências no mundo dos negócios e na vida?
56:43Eu nunca fui muito assim de procurar referências, principalmente no mundo empresarial.
56:53Acho que eu sou uma grande combinação de...
56:55Eu gosto muito de diferentes coisas que diferentes pessoas falam
56:58e eu tento criar uma característica única.
57:01É difícil você falar que tal pessoa é a pessoa que mais me inspira.
57:05Tem falas, tem uma frase de um determinado CEO,
57:07de um determinado político, de um determinado sociólogo
57:10que acaba criando um ser que eu diria que talvez é um ser que me...
57:14E você lembra de uma dessas frases que marcou ao longo da sua trajetória?
57:19Tem várias frases, mas eu posso falar até uma frase de um próprio...
57:22de um CEO de um concorrente nosso, que é o próprio Fábio Arbosa da Natura,
57:25que ele fala que é dar certo fazendo certo da maneira certa.
57:30Acho incrível essa frase dele, parece uma frase muito simples,
57:33mas ela fala muito da forma como a gente tem que operar como CEO de uma companhia.
57:37Então tem frases de CEOs brasileiros, mas pode ser um livro que eu li,
57:40de coisas interessantes, mas por isso que eu não chego a falar...
57:43Eu sou fã de alguém, mas eu sou fã de falas de momentos de várias pessoas
57:47que eu acabo depois repetindo e tentando trazer para uma perspectiva de L'Oréal
57:50do meu estilo de liderança.
57:52E no aspecto pessoal, acho que eu devo muito a...
57:55O que eu falava? A família pequena, a minha casa.
57:58Acho que no final do dia eles sempre conseguem me trazer de volta
58:01a ser o Marcelo, não o presidente da L'Oréal, etc.
58:04Acho que esse é um fator que me humaniza muito,
58:07que me faz repensar um pouco os valores.
58:10E eu saio todo dia de casa com muito melhor do que quando eu cheguei.
58:13Acho que esse é um fator muito importante de alguém que já me conhece há muito tempo.
58:17Muito bem, nós conversamos nesta edição do Show Business
58:21com o Marcelo Zimmet, presidente da L'Oréal Brasil,
58:26o primeiro brasileiro a sentar no comando da maior empresa de cosméticos do mundo.
58:36Não é pouca coisa não, hein, Marcelo?
58:38Quem sabe algum dia do universo, mas normalmente não pode.
58:41Mas no mundo, por enquanto, está bom.
58:43Marcelo, adorei. Obrigado pela presença aqui diretamente do Rio de Janeiro,
58:47especialmente para os nossos estúdios aqui do Show Business em São Paulo.
58:50Obrigado, viu?
58:51Muito obrigado, Bruno.
58:52E eu agradeço a sua companhia, a sua audiência.
58:57O Show Business vai ficando por aqui.
58:59A gente volta na semana que vem.
59:01Até. Tchau.
59:16A opinião dos nossos comentaristas
59:18não reflete necessariamente a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
59:27Realização Jovem Pan News.

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