José Sarney participou nesta quarta (21) do evento “40 Anos de Democracia” na Faculdade de Direito da USP. O ex-presidente criticou a polarização e a falta de líderes políticos no Brasil. Cristiano Vilela e Nelson Kobayashi avaliam.
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00:00O ex-presidente José Sarney relembra a trajetória dele durante um evento na Faculdade de Direito aqui da USP em São Paulo e critica ataques à democracia.
00:10Repórter Marcelo Matos.
00:12O ex-presidente José Sarney participou de encontro para celebrar os 40 anos de democracia no Brasil na Faculdade de Direito da USP no Largo São Francisco, centro de São Paulo.
00:24Nós fizemos uma transição democrática que foi possível com ela fortificar as instituições e hoje nós temos instituições fortes no Brasil que impedem qualquer avanço e qualquer retrocesso político para o nosso país.
00:40Sarney analisou a polarização e a mistura do judiciário com a política.
00:46Eu acho que isso é lamentável, é uma fase que nós vamos ter que superar e ela vai ser superada, porque não subsiste de maneira nenhuma que o país possa aceitar uma casa dividida.
01:00A população não aceita. Nós queremos união e ao mesmo tempo a solução dos nossos problemas de uma maneira consensual, não através do ódio.
01:08E é uma politização do judiciário, uma judicialização da política.
01:12No momento em que o Congresso Nacional discute a possibilidade do fim da reeleição no Brasil, José Sarney defende justamente o fim do mecanismo, porque quando a pessoa assume, logo já pensa em um segundo mandato.
01:27Nós não temos mais condições políticas atuais de se fazer uma constituinte, nem mudar a constituição.
01:35Nós devemos essa constituição no que se refere aos direitos humanos e aos direitos civis é muito boa.
01:40Então, eles têm cumprido com o seu objetivo, tanto que a liberdade de imprensa, de mídia, de todos os setores, a liberdade da cidadania, ela tem funcionado no Brasil brilhantemente esses anos todos e vai continuar brilhante.
01:56A CCJ do Senado aprovou o fim da reeleição em mandatos de cinco anos com regras a partir de dois mil e trinta e quatro.
02:05Aos noventa e cinco anos, José Sarney analisou sua trajetória desde o acordo na chapa com Tancredo Neves, a morte do presidente eleito e a transição do regime militar.
02:17O ex-presidente lembrou que as emendas no orçamento foram criadas em benefício das políticas públicas, mas criticou usos pessoais na destinação das verbas com caráter de garantir a reeleição.
02:31Bom, como acho que o José Sarney assumiu a presidência da República em 15 de março de 85, na véspera Tancredo tinha ficado doente.
02:40Tancredo morreu em 21 de abril daquele ano, há 40 anos.
02:43Mas ele continua lúcido, fazendo uma avaliação sobre a política, goste ou não goste dele, é uma figura do Brasil.
02:50E que foi importante para aquele momento, Tiago, um momento de redemocratização, um momento de transição que a gente viveu importante no país, agora chama muita atenção.
02:59Aos noventa e cinco anos, tanta lucidez, né?
03:01Lucidez, disponibilidade de participar de um evento como esse, de discussão política e com críticas lúcidas também contra a polarização e os males que isso tem causado nos últimos anos, principalmente ao Brasil.
03:13É, e Vilela, ele fala em falta de líderes políticos, né? Ele tem razão?
03:17Ah, ele tem razão. Especialmente na linha de líderes políticos com uma capacidade de diálogo institucional que não acabem entrando no flaflu, naquele conflito que muitas vezes acaba angariando likes, angariando apoios nas redes sociais,
03:36mas que de uma forma geral não pavimentam consensos. E José Sarney, ele foi um político muito hábil na sua capacidade de pavimentar consensos.
03:47É, da democracia, gostar, não gostar, concordar ou não concordar, criticar eventualmente posicionamentos dele ou de qualquer outro político,
03:55mas sem dúvida foi um democrata e que contribuiu bastante, especialmente naquele processo de redemocratização que o Brasil passou a partir de meados dos anos 80.