Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • 11/05/2025
Tombado pelo patrimônio histórico, o projeto feito pelo arquiteto para a sua mãe artista segue o estilo brutalista e foi desenvolvido em três etapas ao longo de 15 anos.

Transcrição
00:00Vinha pessoas interessantes, assim, né?
00:23Eu me lembro bem do dia que veio o Saramago, né?
00:26Viu aqui, né? Que queria conhecer a minha mãe, né?
00:31Chegou o dia que vinham 150 pessoas, né?
00:37Ficava cheio de gente, a casa inteira, né?
00:39Então, foi sempre uma coisa, uma coisa bem alegre a casa, né?
00:46A Tomi, ela pintava desde 52.
00:56E a gente morava num bairro chamado Mocca.
00:59E a casa era uma casa típica de pequena classe média, né?
01:04Mas o lugar ficou muito pequeno.
01:07Foi ficando pequeno, pequeno, e ela ia fazendo obras cada vez maiores, né?
01:13E aí chegou, no meio da década de 60, aí ela achou que poderia fazer uma outra casa, né?
01:20E ela e o Rui, meu irmão, né?
01:22Meu irmão era arquiteto, né?
01:25E então os dois resolveram que poderiam fazer uma casa, né?
01:30E então fizeram essa casa aqui.
01:32E essa casa, né?
01:34Foi feita em três etapas.
01:36Uma a cada 15 anos, mais ou menos, né?
01:39Primeiro foi feita esse espaço aqui com brilho, mais o jardim que está aqui.
01:44Depois, a casa vizinha se mudou, então minha mãe comprou essa casa aí.
01:53E foi feita uma continuação dessa casa aqui.
01:58E depois foi feita uma outra continuação, uma outra casa que a pessoa também mudou, né?
02:04Ficou uma casa muito confortável, confortável para ela também, né?
02:09Que pintava.
02:11Naquela época, você via telas espalhadas pela casa inteira, né?
02:16Então, a casa foi utilizada dessa forma.
02:20Essa casa aqui foi projetada no final dos anos 60.
02:33No Brasil, né?
02:34Já tinha iniciado a arquitetura moderna, né?
02:38E nesse período, né?
02:40Foi o período que estava em voga, assim, a arquitetura brutalista, né?
02:51É uma arquitetura toda de concreto, né?
02:54A arquitetura onde a estrutura da casa ou da obra é mais importante, né?
03:00A cobertura é também uma estrutura, né?
03:04E você vê que dentro da casa você não vê estrutura, né?
03:07Os espaços com isso podem ser muito grandes, amplos, né?
03:11A cozinha e os quartos são os únicos lugares fechados, né?
03:15E são extremamente pequenos, né?
03:18Tendo em vista uma vida moderna, né?
03:20O Rui, ele é autossuficiente, né?
03:32Ele sempre faz o projeto do começo ao fim, né?
03:35É claro que ele tinha muitos auxiliares, né?
03:37Em São Paulo, havia um arquiteto muito importante, que era o Vila Nova Artigas,
03:42que era professor da FAO, né?
03:45Onde o Rui estudou, né?
03:47E por acaso eu também estudei lá, né?
03:49Mas saía tudo da cabeça dele, né?
03:53E eu dei alguns palpites, assim, né?
03:56Mas ele até adotou algumas coisas que eu falei, assim.
04:00Mas 98% das soluções são dele, né?
04:05Inclusive, ele tinha uma coisa muito interessante, que era fazer experimentações.
04:11Por exemplo, nessa casa aqui, nós temos uns 3, 4 tipos diferentes de piso,
04:18embora sejam todos pisos de concreto.
04:21Inclusive, os móveis de concreto têm também, né?
04:25Um tipo de acabamento, né?
04:28Que é diferente do piso, né?
04:31E diferente do jardim e tudo, né?
04:33Então, esse tipo de pesquisa, o Rui sempre fez muito.
04:43O Rui já sabia, mais ou menos, como é que ela vivia e como ela trabalhava, né?
04:51Então, ninguém precisava conversar muito com ela, né?
04:53E, realmente, o Rui acertou em tudo, né?
04:56Inclusive, porque tinha uma luz muito boa, né?
04:59Então, para a pintura, que é a luz com muita cor, né?
05:03Era importante ter sempre uma luz forte, luz diurna forte, né?
05:09Então, ela se aproveitava dessa luz aí.
05:12Quando foi feita a segunda parte da casa,
05:17lá se deu mais importância para a biblioteca.
05:22E, lá de cá, tem uma sala de refeições,
05:26de sala de jantar, que a gente chamava, né?
05:30E, então, foi feita uma sala de jantar.
05:32E, no último espaço, no terceiro,
05:36é que tem o segundo ateliê dela,
05:38que é um ateliê maior do que esse primeiro que tem aqui, né?
05:41E com o pé direito mais alto, né?
05:44Porque ela tinha umas obras grandes, né?
05:46Então, ela precisava de mais espaço.
05:52Então, a casa, ela já é tombada pelo patrimônio histórico, né?
06:04Depois que ela faleceu, então, como é que vamos utilizar a casa, né?
06:09E pensamos muito.
06:10E agora, nós estamos a caminho, né?
06:12De transformar essa casa aqui num pequeno centro cultural, né?
06:17Mais ou menos um braço, né?
06:19Do Instituto Ameotac, né?
06:22Que está lá em Pinheiros, né?
06:24Um braço aqui, fazer pequenas exposições, né?
06:28Aulas, debates, conferências, né?
06:31E já fizemos uma exposição que não fomos nós que organizamos.
06:35Foi um grupo chamado Aberto.
06:40Aberto fizeram a terceira exposição
06:42em casas de arquitetura interessante, né?
06:45Fizeram uma casa do Niemeyer, uma do Artigas e fizeram uma do Rui, né?
06:50Já fizemos uma exposição aqui, então, e foi muito boa.
06:53E o público adora vir aqui, né?
06:56Porque eles nunca viram uma casa assim, né?
06:59Então, todo mundo que veio aqui,
07:02eles gostam mais da casa do que da exposição, né?
07:05Tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau, tchau

Recomendado