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Setor Base da Arpa junta duplas de artistas
Canal Arte1
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11/06/2025
A quarta edição da feira em São Paulo juntou mestres e discípulos em exposição e conversas: Thiago Honório e Julia Gallo; Dora Longo Bahia e o grupo de pesquisa Depois do Fim da Arte; Santídio Pereira e Fabrício Lopez; e Genor Sales e Dalton Paula
Categoria
🦄
Criatividade
Transcrição
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00:00
As minhas obras são um desdobramento de uma série que eu fiz, que se chama Dos Peixes.
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É uma nova história a partir do Jogo do Bicho, então é um jogo do bicho só de peixe.
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E aqui é uma série que se chama Bacia da Fartura, é uma série inédita, em que eu apresento duas bacias,
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a bacia amazônica e a bacia do Rio de São Francisco, sempre representando a cabeça do peixe,
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pensando nesse lugar da vulnerabilidade alimentar da população negra indígena, a partir do descarte da cabeça desses peixes.
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Acho que ao longo desses quatro anos a gente conseguiu se solidificar bastante no mercado de arte,
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no calendário cultural da cidade de São Paulo, mas também de feiras internacionais e latino-americanas.
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A ideia do setor base surgiu de trazer um foco para uma prática dos artistas na dimensão pedagógica e de construção de comunidade.
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Esses artistas muitas vezes são conhecidos pelos seus trabalhos, mas não por essas práticas pedagógicas.
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E eles são responsáveis por formar gerações de artistas, guiar, orientar.
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Aí a gente convidou quatro artistas que têm esse trabalho nessa dimensão,
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e eles convidaram outros artistas para que juntos eles fizessem um projeto expositivo,
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e depois desdobrassem isso numa conversa que vai ser mediada por um profissional escolhido por eles.
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A série que eu trouxe para a ARPA, para esse projeto base, ela é intitulada Estudo para Visto.
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São olhos monoculares que eu desenhei com um lápis aquarelável,
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e envoltos por espécies de volutas, a partir da observação de talhas do barroco e do rococó mineiro,
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que adornam esses olhos monoculares, que são espécies de talismãs, amuletos,
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algo que pode tanto ser, em teoria, vestido, como algo visto.
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O Tiago foi meu professor na faculdade, foi meu orientador, e aí depois eu segui com ele em grupo de acompanhamento,
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então a gente já tem uma relação de mais de dez anos,
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eu estou muito feliz de estar aqui compartilhando esse momento com ele.
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Eu estou aqui apresentando esse trabalho que chama Armadura de São Sebastião,
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e ele é um trabalho livremente inspirado no santo da minha cidade de Natal, que é o Rio de Janeiro,
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e aí eu trabalhei com umas folhas de alumínio.
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O alumínio é muito maleável, então eu fui riscando o alumínio,
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e aí criando esses veios que quando você passa a tinta, a tinta fica presa dentro do veio,
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então isso cria uma textura como se fosse uma gravura, e aí eu fui trabalhando, desenhando dentro disso.
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Eu trabalho com esses corpos inventados, são sempre essas anatomias fictícias.
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Sempre tivemos o desenho como ponto de contato entre nossas práticas,
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e também a relação com o corpo, a partir de um imaginário que no caso dela está mais relacionado
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a uma dimensão gótica, medieval, e no meu caso mais relacionada ao barroco e ao rococó mineiros.
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É um trabalho coletivo que chama História da Classe Trabalhadora,
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feito junto com um grupo de pesquisa Depois do Fim da Arte,
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que é um grupo que eu coordeno, de artistas, professores, estudantes, pesquisadores.
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Trabalho é uma homenagem ao meu professor,
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que foi um professor super importante, que é o Nelson Lerner.
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E o Nelson Lerner fez um trabalho que se chamava Projeto Aula,
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em que ele pedia para várias pessoas fazerem um desenho de uma flor com caneta bique.
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Uns eram artistas, outros não.
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E o que ele queria era ver como que esse trabalho,
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se você põe todo mundo um do lado do outro, você não consegue identificar,
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quer dizer, o que configura o trabalho de um artista.
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A gente ficou muito animado e achou um gesto de super generosidade dela,
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porque ela podia ter escolhido um artista único,
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e ela trouxe um grupo de 23 pessoas para a Arpa,
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que para a gente, como artista iniciante, para a gente é muito legal estar em um espaço como esse.
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A gente fez 330 desenhos de caneta bique,
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todas as folhas são cobertas 100% com caneta bique.
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A gente chegou nesse valor de R$ 51,83,
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a partir do valor do salário mínimo,
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porque a ideia é reverberar a história da classe trabalhadora,
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não só como trabalho, não só como não autoria,
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porque aqui não tem autora, aqui não faz diferença um desenho do outro,
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e da questão também da baixa remuneração que essa classe recebe pelo trabalho.
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Ela é uma espécie de mimetismo do trabalho industrial,
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feito de uma maneira artesanal.
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Então a gente tem essa tensão muito interessante
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entre a dimensão artesanal, criativa, individual,
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da produção artística, que normalmente é própria da produção artística,
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e o anonimato, a produção em série,
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o apagamento do gesto individual,
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que são próprios da produção industrial do capitalismo.
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Essas aqui são umas guachas, né,
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que eu venho fazendo recentemente, faz uns dois anos.
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É uma experimentação de materialidade de cor,
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porque eu acho que a guacha é um trabalho que, de certo modo,
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ele é mais convidativo ao olhar,
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de certo modo, talvez um pouco mais imantado do que a gravura,
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no sentido visual mesmo.
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Porque a gravura é feita a parte de tinta óleo, né, a xilogravura.
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Então ela tem uma relação visual com quem olha,
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e a guacha tem outra relação completamente distinta.
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Então é o mesmo assunto, tratado as bromélias,
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mas em duas materialidades de cor e de tinta diferente.
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São duas xilogravuras em grande formato,
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eu trabalho com papel coso,
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e são xilogravuras que têm um caráter pictórico também,
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pela sobreposição e anulação de planos, né, pela cor.
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Então são duas matrizes perdidas,
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que é esse processo onde você grava uma madeira,
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imprime sobre menos papel sucessivas vezes,
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então é uma matriz de redução.
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E uma outra xilogravura aqui,
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de uma série intitulada Budas da Varze,
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que é uma homenagem a um mestre da xilogravura japonesa,
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que é o Shiko Munakata.
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São trabalhos impressos em papel,
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mas eles são colados numa superfície rígida.
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Então o Fabrício, ele lida com o assunto,
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por exemplo, da serra, do mar,
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ou da poética dele, de uma maneira.
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Várias memórias sobrepostas que organizam a ideia.
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O meu é uma coisa mais chapada,
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eu acho que tem uma coisa assim de complementar mesmo.
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Eu acho que tem uma origem que é o gosto pela madeira mesmo,
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o gosto pela materialidade, o gosto pelo corte,
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essa relação com o material,
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que ele é responsivo, vamos dizer assim.
07:36
E aí
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