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Exposição de Luiz Braga em São Paulo
Canal Arte1
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05/05/2025
O fotógrafo revisita seus arquivos para apresentar no IMS Paulista mais de 250 imagens, 190 delas inéditas, que reforçam sua obsessão pelo ordinário nos cenários superlativos de Belém do Pará.
Categoria
🦄
Criatividade
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Música
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Essa aqui é uma foto bem característica do que as pessoas conhecem da minha obra, né?
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Da cor, da brincadeira entre as temperaturas de cor, quer dizer, essa foto tecnicamente,
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né, by the book, né, ela é errada, porque ela foi feita com filme para a luz do dia,
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usado na luz artificial, de vapor de mercúrio, numa temperatura de cor que está tudo distorcida,
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mas foi isso que abriu um caminho e que me permitiu construir toda uma série de imagens,
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na verdade uma obra pela qual eu sou reconhecido, através de supostamente um erro que eu transformei
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numa coisa a meu favor, entendeu?
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Eu acho que o arquipélago imaginário, que eu acho que é um título perfeito para o que se construiu aqui,
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é exatamente fruto da possibilidade que a fotografia traz de você revisitá-la.
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Claro que para isso eu precisei guardar, e muito bem guardado, ao longo de quase cinco décadas.
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Então, ao revisitar essas imagens e com a maturidade que o tempo traz e que o próprio percurso traz,
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eu pude identificar diversas imagens que na época que eu fiz, seja pela pressa, pela sobrevivência,
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porque eu trabalhava muito como fotógrafo comercial, eu talvez não teria dado a devida atenção.
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Então, ao revisitar, eu comecei a fazer uma pasta, tipo assim, os achados, né?
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Quando surgiu o convite do Marcelo para fazer os meus 50 anos, celebrar os meus 50 anos aqui no IMS,
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eu de certa forma já tinha material sobre o qual o Bitu se debruçou e conseguiu montar esse grande arquipélago,
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com nove núcleos, que de certa forma são quase que uma cartografia da minha alma e dos meus afetos.
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Essa ideia do arquipélago vem bem da dimensão geográfica do território ao qual tratamos,
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o estado do Pará, em específico Belém e Marajó.
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Então, essa dimensão do território e a relação e o interesse de Luiz pela Amazônia Ribeirinha
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e a intimidade que vai se construindo nessa perspectiva entre esse corpo do fotógrafo,
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a paisagem e as relações construídas nessa ambiência,
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é que vão também conduzindo alguns momentos e a maioria dos núcleos.
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A exposição é dividida em dois pisos, formada por 258 imagens,
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desse conjunto, 190 são inéditas e a maioria em preto e branco.
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Então, o público é convidado a desbravar outras perspectivas na imagem de Luiz Braga
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a partir de pesquisas iniciais do seu processo.
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Uma quase que obsessão pelo ordinário,
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pelas coisas simples, pelas coisas que, em geral, as pessoas passam e não veem,
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aquelas atividades pequenas, aquelas ações que estão à margem do olhar normal
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que as pessoas fazem no seu vai e vem para o trabalho.
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Então, eu sempre procurei olhar,
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eu acho que é uma tendência minha mesmo,
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de procurar olhar para esse universo do cotidiano,
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das coisas simples e, neles, através da fotografia,
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transformar em algo extraordinário,
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carregado de afeto e de significado, principalmente.
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Então, a exposição, ela convida o público a espiar
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para essa obra tão instigante do fotógrafo paraense.
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No percurso da espografia,
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muitos espaços são cortados por janelas
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em que o público consegue atravessar ou espiar o outro lugar.
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E Luiz utiliza muito espiar como metodologia poética
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nessa aproximação com o outro e nessa construção com o outro,
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que é um lugar bonito e potente na construção dessas imagens.
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Fiquei super feliz quando eu, de fato, descobri essa foto
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que estava no meu arquivo desde 1976,
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feitas com a Rasselblad, no cílio de Nazaré,
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e que estava guardadinha e eu nunca tinha visto ela ampliada.
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Para mim, foi um prazer imenso ver essa foto
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aparecendo na banheira do laboratório do IMS lá no Rio.
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Porque ela foi feita, aliás,
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todas as fotos pretas e brancas que estão aqui
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foram feitas no modo analógico,
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com o ampliador, na banheira de revelador, fixador.
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Então, isso também é muito bom para as pessoas
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que gostam de fotografia, que apreciam a fotografia,
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virem ver como é que a fotografia em preto e branco
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pode ser feita.
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Porque hoje tudo é digital,
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a captura digital, impressão em jato de tinta.
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Então, aqui não.
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Aqui é filme, revelado como filme,
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ampliado no ampliador
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e mostrando um Luiz Braga
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que muita gente não conhecia.
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As pessoas, às vezes, pensam que você já nasce feito,
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que você já nasce pronto,
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já nasce famoso, rico, célebre.
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E eu acho que tudo é uma construção.
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É uma construção onde cada tijolinho desses
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vem de um lugar.
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Às vezes, vem até de onde você não espera.
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Mas, por exemplo, no meu caso,
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vem da poesia de Fernando Pessoa,
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de Walt Whitman,
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vem do cinema de Fellini,
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vem da fotografia de Maureen Visiliar.
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Saúl Leiter é um puta fotógrafo americano
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que pouca gente ainda conhece.
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O Joe Mayrovitz,
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que trabalha com aquela mistura
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de temperaturas de cor.
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O José Medeiros, maravilhoso no Brasil,
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que ainda precisa ser mais divulgado.
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Bário Cravo Neto,
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que nos deixou tão cedo.
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Então, são diversas influências
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que vão te moldando
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e fazendo que você, inclusive,
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entenda, às vezes,
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que o que você está fazendo tem sentido.
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Eu vejo, às vezes, que talvez,
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talvez as redes sociais
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tenham banalizado a imagem.
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Talvez.
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Tem uma coisa aqui,
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até uma brincadeira
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que eu já vi a respeito dos escritores.
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Todo mundo sabe escrever,
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mas nem todo mundo realmente consegue,
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através da escrita,
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ser um poeta,
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um romancista,
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um ensaísta.
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E eu acho que a fotografia é isso aí.
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Uma outra coisa que eu tenho refletido muito
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é essa questão do tempo.
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As pessoas têm,
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por norma,
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historicamente,
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sempre querer saber
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essa fotografia,
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onde foi?
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Quando foi?
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Quem foi?
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E cada vez mais eu estou tentando
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me afastar disso,
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porque eu acho que a fotografia,
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quando ela passa a ser fotografia
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como poesia,
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como expressão de um artista
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sobre uma determinada coisa,
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ela não precisa mais disso.
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Eu sei que a gente sempre está fotografando
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alguma coisa que existe ou existiu,
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mas quando ela passa a ser fotografia,
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ela já não é mais a realidade,
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ela já é fotografia.
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Então, por exemplo,
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aqui,
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essa imagem aqui,
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se a gente for falar no tempo cronológico,
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ela é uma imagem de 2004.
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Essa imagem aqui é de 2023.
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esse díptico já é parte
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de uma construção posterior,
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onde o tempo cronológico
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não interessa mais,
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interessa o que a gente quer falar.
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Aqui é religião,
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aqui é uma igreja,
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aqui é a coroação de Maria,
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em lugares diferentes,
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em tempos diferentes,
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cronologicamente falando.
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Mas aí vira uma outra coisa,
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aqui já é um outro planeta,
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já não é mais onde foi feito.
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Eu poderia dizer assim,
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ah, você tem mais de 500 mil fotos
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no seu acervo.
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Por que você ainda continua fotografando?
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Porque eu preciso.
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A fotografia, para mim,
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é o que me aproxima da vida,
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é o que me faz vivo,
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é o que me mostra caminhos,
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é o que me faz entender a mim mesmo.
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Então, é por isso que eu continuo fotografando.
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Eu tenho consciência de que,
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obviamente,
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tudo que eu produzi,
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eu não vou conseguir ver
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nessa vida,
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mas pelo menos as pessoas
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vão ver o meu rastro.
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Eu não vou conseguir ver o meu rastro.
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Eu não vou conseguir ver o meu rastro.
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Eu não vou conseguir ver o meu rastro.
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Eu não vou conseguir ver o meu rastro.
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Eu não vou conseguir ver o meu rastro.
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Eu não vou conseguir ver o meu rastro.
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Eu não vou conseguir ver o meu rastro.
08:53
Eu não vou conseguir ver o meu rastro.
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