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A exposição “A Ecologia de Monet”, em cartaz no Masp, em São Paulo, reúne 32 pinturas que revelam os diferentes momentos da relação do impressionista francês com a paisagem e o meio ambiente.

Transcrição
00:00A Expansão é composta de obras que vieram de empréstimos de 19 instituições internacionais,
00:23Estados Unidos, França, Suíça, Hungria, além de duas coleções particulares.
00:28É uma exposição que, apesar de não estar organizada cronologicamente,
00:33ela é bastante abrangente no período de produção do Monet.
00:36A gente tem obras desde 1870 até 1925, um ano antes do Monet falecer.
00:42A gente não traz essa exposição falando que o Monet se assumia como um ativista em causas ambientais,
00:49mas o que importa para a gente é que ele estava pintando a paisagem do século XIX,
00:53da passagem do século XIX para o século XX,
00:55e o momento em que a França passava por essas transformações com a modernização e a industrialização.
01:01Então ele representa essa mudança na paisagem, essas chaminés de fábrica que começam a se instalar ali
01:07como se fossem até uma parte integrada dessa natureza,
01:12mas ao mesmo tempo, em determinado momento, ele busca um refúgio em Giverny,
01:17criando os próprios jardins que se tornam também um refúgio escapista para ele frente a essa modernização.
01:23E o que ele falava muito era desse desejo de retratar a paisagem através das impressões que ele tem,
01:30através dessas sensações de ter esse olho muito sensível às mudanças climáticas, por exemplo,
01:37às mudanças na atmosfera, de um tempo chuvoso para um tempo mais solar.
01:43Ele falava que essas condições poderiam mudar a cada cinco minutos e ele tinha que sempre começar uma outra tela.
01:49Monet, então, atua muito com esse olhar muito atento para o meio ambiente.
02:03Essa é a ponte de Waterloo e ele pinta exaustivamente três composições quando ele está em Londres.
02:10A ponte de Waterloo, a ponte de Charing Cross e o Parlamento também.
02:14Ele pinta essas composições exaustivamente explorando diferentes percepções,
02:20diferentes efeitos atmosféricos que incidem sobre a paisagem ali naquele período.
02:25Londres é uma cidade muito úmida, mas além disso, muitas indústrias se instalaram nas margens do rio Thamesha nesse período
02:33e a poluição, essa fumaça liberada pelas indústrias, se somava a essa umidade natural da cidade,
02:40criando um efeito que se conhece como smoga, que é a junção em inglês de smoke, que é fumaça, e fogo, que é névoa.
02:47Então, o Monet está pintando, ao mesmo tempo, um efeito atmosférico natural,
02:51mas que é intensificado pela ação humana e pela ação humana predatória da natureza.
02:56A gente tem aqui na exposição três obras, que são as telas das nifeias, que se tornaram muito famosas na produção do Monet.
03:11Ele pinta essas nifeias nas três últimas décadas da vida dele, sobretudo depois que ele se muda para a Argenteia
03:17e ele desvia a água de um pequeno rio que passava pela propriedade para formar esse lago,
03:24que seria esse jardim aquático, onde ele introduz as nifeias e que se torna um grande motivo da vida dele.
03:31Bom, o fato de criar um lago de nifeias em um momento em que a França estava passando por essa transformação
03:37efervescente da modernização, da industrialização, também mostra uma vontade de criar um refúgio idílico também
03:44de uma natureza sempre viva e também sempre disponível para ser pintada.
03:54Legenda Adriana Zanotto

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