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Inspirada nos modelos de Lisboa e Madri, o evento literário paulistano organizado desde 2022 reúne neste ano mais de 150 editoras e 200 autores na Praça Charles Miller, com debates temáticos, rodas de conversas e lançamentos.
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00:04Bom, a Feira do Livro começou em 2022, ali naquela reabertura da pandemia,
00:27era um momento em que todo o setor cultural ainda estava penando para conseguir voltar,
00:32para conseguir fazer os eventos, né?
00:33Embora já fosse o momento da abertura, o distanciamento social tivesse já terminado,
00:40as políticas culturais estavam bloqueadas, estava um ambiente muito difícil, né?
00:44Então foi uma espécie de um mutirão entre editores, né?
00:46A gente se juntou, convidou os editores para fazer uma feira nesse espaço magnífico, né?
00:51Que é a Praça Charles Miller.
00:52E aí foi no ano seguinte, já tivemos um pouco mais de estrutura,
00:55a parceria com a Prefeitura, tivemos o primeiro patrocínio, o Lei Rouanet, né?
00:59Ano passado esticamos a duração para nove dias, né?
01:02Nos aproximando mais do modelo de inspiração da feira, que são as feiras ibéricas, né?
01:07Que duram várias semanas.
01:08Lá em Lisboa é quase um mês, né? De feira de rua, em Madrid também.
01:13E agora, esse ano, a gente está aqui com uma estrutura melhor.
01:17A Praça Charles Miller, ela é um exemplo do que a gente chama em arquitetura de um recinto arquitetônico.
01:24Então você tem um espaço que é constituído pelo edifício ali atrás do estádio e os dois taludes laterais.
01:31Isso dá uma sensação para o público de acolhimento, porque você consegue ler o espaço rapidamente.
01:37E a gente, logo na segunda edição, pensou em fazer essa ocupação radial, criando uma grande praça central,
01:46mas essa ocupação permeada por vielas, assim, sempre com acontecimentos nesse anel exterior, assim.
01:55Então isso te dá uma sensação de acolhimento e também de fácil compreensão.
02:00E você consegue se movimentar no espaço facilmente.
02:03O que a gente faz a cada ano é ampliar, qualificar melhor as tendas.
02:09Esse ano, por exemplo, tem a Tenda das Ilhas, que é uma ocupação coletiva, um pouco maior do que a Tenda das Bancadas.
02:15E tem o Espaço Rebentos, que é uma área especializada para o público infantil.
02:22Então isso vai criando essas novidades.
02:24Além disso, a gente ampliou a quantidade dos tablados literários,
02:28que é uma espécie de programação paralela que é incorporada à feira.
02:32Então você tem acontecimentos literários, conversas, praticamente em todos os lugares da feira.
02:39São esses lugares que formam o olhar.
02:43Eu estou falando de uma coisa chamada o olhar.
02:47Quando iremos nos despir deste olhar eurocentrado?
02:55Está na hora.
02:56Essa feira do livro tem sido muito importante para o mercado editorial.
03:00E a cada ano a gente sente que essa feira tem conquistado mais público,
03:08mais pessoas circulando, mais editoras participando,
03:12editoras de portes diferentes convivendo no mesmo espaço.
03:16Então a gente tem editoras muito recentes,
03:20pequenas editoras, que por exemplo estão nas bancadas,
03:24editoras maiores, grandes grupos editoriais, editoras independentes.
03:28Então realmente é um sentido verdadeiro do que significa uma praça,
03:34onde a diversidade convive.
03:37A programação da feira está riquíssima.
03:40Eu acho que são mais de 200 convidados.
03:43Tem a programação principal, que tem a curadoria da feira,
03:49e tem a programação paralela também, onde tem os tablados literários.
03:53E a Relicário está com programação com autores nesses dois lugares.
04:01Então tem sido...
04:04Essa feira é uma oportunidade de a gente colocar os nossos autores na roda
04:08para dialogarem, para conversarem.
04:11Para o público que já os conhece,
04:14ter a oportunidade também de debater,
04:18e, enfim, de sair da página do livro e ir para a conversa cara a cara.
04:26A feira do livro foi criada pela revista 451,
04:30a mesma equipe um pouco que...
04:32Então ela é pensada como uma revista, as editorias.
04:34A gente pensa um pouco como quem está folheando uma revista
04:37e muda de assunto a cada virada de página.
04:39Então assim, vai ter um debate de literatura,
04:41logo em seguida vai ser sobre história.
04:42Então em seguida vai ser sobre jornalismo,
04:44depois vai ser sobre artes visuais.
04:45de modo que a gente tem uma dinâmica de mudança de assunto
04:49e sempre um interesse grande numa coisa, às vezes, surpreendente
04:54ou um encontro com um grande autor.
04:57Enfim, é por aí que a gente vai construindo.
05:06A Fósforo começou em 2021, em maio de 2021,
05:09que era uma época que a gente ainda estava,
05:11muitos de nós confinados, em plena pandemia.
05:13Então a gente sentiu muita falta nessa época
05:16de fazer eventos de lançamento.
05:19Os nossos primeiros eventos são todos virtuais.
05:21Então pra gente é muito bom, é muito bem-vindo.
05:24Passar, enfim, ter a oportunidade de vir a feiras como essa,
05:29voltar para festivais que já existiam,
05:30mas sobretudo as coisas novas são muito animadoras,
05:33são novas oportunidades.
05:35Eu acho que a gente está vivendo um momento super interessante
05:37do mercado editorial.
05:38Muita coisa nova acontecendo.
05:42Tem muitas editoras novas, editoras pequenas, independentes,
05:45muitas delas lideradas por mulheres.
05:48E tem muita coisa boa sendo produzida tanto no Brasil,
05:50tanto com autores brasileiros, quanto títulos estrangeiros.
05:54Acho que a gente tem excelentes tradutores,
05:57um trabalho editorial muito sério sendo feito.
05:59Em vários sentidos, eu acho que a gente não deve nada
06:01a outros mercados.
06:02Agora a gente tem um problema, na minha identificação de muita gente,
06:08ainda de vendas.
06:09Eu acho que a gente precisa aumentar o nosso público bastante.
06:12A gente tem pra onde crescer, essa é a boa notícia.
06:15Mas a gente ainda tem que ter mais leitores.
06:16Por isso que também feiras como essa,
06:19gratuitas, acessíveis, são uma oportunidade de, enfim,
06:22conquistar e formar novos leitores.
06:25Eu acho que essa feira está crescendo de uma forma tão bonita,
06:27orgânica e também rápida.
06:29É como se São Paulo realmente estivesse carente de uma feira como essa.
06:33E agora que ela nasceu, ainda que seja jovem,
06:36ela já tem uma maturidade de presença na cidade muito grande.
06:40Eu acho que nós, autoras, estamos cada vez mais publicadas,
06:43lidas e também debatidas em eventos como esse,
06:48que têm priorizado, protagonizado os livros escritos por mulheres.
06:53Isso é uma coisa maravilhosa.
06:55Eu, no meu caso, além de tudo, além de ser uma escritora,
06:57eu também sou editada por duas mulheres na Companhia das Letras,
07:01a Stephanie e a Camila.
07:02O meu texto todo foi preparado por mulheres.
07:05Então, tem uma corrente de artistas e profissionais das letras
07:09unidas pensando todas essas questões.
07:13Então, fico muito feliz de estar vivendo num tempo
07:15onde me parece que tem alguma coisa mudando,
07:19uma mudança em curso.
07:20É uma maravilha ver essa praça cheia de gente para falar de literatura,
07:32para falar de política, de história da democracia brasileira.
07:35A gente está celebrando esse ano, os 40 anos da democracia.
07:39Então, eu acho que tem aí, assim, essa ideologia que a gente ouve.
07:43Ah, acabou o livro, é o fim do livro.
07:45Agora é tudo digital.
07:48Agora, a gente, quando vê uma praça cheia,
07:50um auditório cheio, pessoas vidradas num autor,
07:54falando coisas que não são nem sempre simples, né?
07:57Então, isso dá um alento, sim, com certeza.
08:00Mas a gente tem que fazer isso,
08:02contagiar o país com isso, né?
08:04Nesse sentido, a concomitância da Bienal do Rio
08:07com a Feira do Livro é muito legal,
08:09porque obriga o país inteiro,
08:11as duas maiores cidades do país,
08:12a falar de livros durante pelo menos 10 dias,
08:14vai ser um grande assunto para o país, né?
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