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Diversão
Transcrição
00:00:01Globo Rural, oferecimento Amidos Bancard, qualidade e segurança, sempre ao lado do produtor rural, Paranavaí.
00:00:10E Água da Pedra, Poços Artesianos.
00:00:22Olá, bom dia.
00:00:24Bom dia.
00:00:25Ao longo do tempo, muitos pequenos produtores, pressionados por margens de lucro apertadas, desistiram da produção de leite no Brasil.
00:00:34Na contramão desse movimento está Santa Catarina, que ganhou destaque no cenário nacional.
00:00:41Nos últimos dez anos, nenhum estado aumentou tanto a produção de leite quanto Santa Catarina.
00:00:47Você vai ver como funciona o sistema intensivo de produção de leite, a base de pasto.
00:00:52Ele ajudou a baixar os custos, melhorou a qualidade do produto e está fazendo sobrar dinheiro no bolso dos produtores familiares.
00:01:00A nossa propriedade é toda planejada, pensando na questão não de produzir mais, mas sim de sobrar mais dinheiro na nossa propriedade.
00:01:08E veja outros assuntos do programa de hoje.
00:01:12No Paraná, a segunda safra do milho já está sendo colhida.
00:01:17E apesar das perdas por conta do frio, a expectativa é de uma boa produção.
00:01:23No Rio Grande do Sul, o plantio de canola na safra deste ano está concluído.
00:01:28E quem plantou mais cedo, enfrentou algumas dificuldades com o excesso de frio.
00:01:33Com safras recordes nos cultivos de verão, Santa Catarina enfrenta um déficit em armazenagem.
00:01:41Falta espaço para guardar oitocentas mil toneladas de graus.
00:01:47Em Rondônia, a safra do café avança bem.
00:01:50As chuvas beneficiaram o florescimento dos cafezais e a formação dos frutos.
00:01:56A Júlia do Paraná quer saber por que um pé de limão plantado há quatro anos ainda não deu frutos.
00:02:02Faz alguns anos que Rondônia se destaca na produção de um tipo de café que se adaptou muito bem à região.
00:02:29O Robusta Amazônico.
00:02:31Depois de algumas temporadas difíceis, com perdas provocadas pela estiagem,
00:02:36São Pedro ajudou e as lavouras estão carregadas em ponto de colheita.
00:02:42O clima é de alegria nesta propriedade em Candeias do Jamari.
00:02:47A chuva que caiu no mês passado ajudou.
00:02:50E a expectativa é que a produção cresça 10% este ano.
00:02:55Quem diria que em final de julho nós teríamos essa chuva maravilhosa.
00:02:59Coisa que o ano passado a gente, nessa época, estava arrancando os cabelos.
00:03:04Porque no seco, seco, seco, esse ano está a beça de Deus.
00:03:09Otimismo também nas terras do João.
00:03:12Em Cacual, além da boa produção, o café está valorizado no mercado.
00:03:18Teve um preço bom, né?
00:03:19Agora deu uma queda.
00:03:21Mas eu acredito assim, que no preço que está ainda dá para trabalhar bem com o café.
00:03:25Então, para a gente que faz todo o processo aqui, né?
00:03:27De coleta, torre, embasamento, né?
00:03:29Tudo aqui na propriedade com água indústria.
00:03:31Dá um lucrozinho a mais, né?
00:03:33Em Rondônia, são aproximadamente 20 mil famílias que vivem da cafeicultura.
00:03:40A estimativa é que o Estado produza aproximadamente 2,5 bilhões de sacas de café.
00:03:47Crescimento de 9% na comparação com a temporada passada.
00:03:51Se a gente pega a média histórica, nós estávamos em patamares próximos a 3 milhões de sacas.
00:03:59Quando veio a seca histórica, nós reduzimos para 2 milhões de sacas.
00:04:03E vamos ver como ficaram os preços do café na sexta-feira.
00:04:07Em Cacoal, Rondônia, a saca do Robusta foi cotada a 980 reais.
00:04:13Preço estável na semana.
00:04:15Já em Poços de Caldas, Minas Gerais, o café arábica fechou em 1.850 reais.
00:04:21Uma queda de 7%.
00:04:23No Paraná, a movimentação em campo é para colher as lavouras de milho.
00:04:28Uma ou outra sofreu com o clima.
00:04:31Ainda assim, a previsão é de uma safra record.
00:04:34Silvão Ney plantou a lavoura cedo, entre os meses de janeiro e fevereiro, e conseguiu bons resultados.
00:04:41São 220 hectares na comunidade do Guerra, em Maringá.
00:04:45O tempo ajudou, o clima ajudou aqui no nosso caso.
00:04:50E o manejo, um bom manejo, feito o que é necessário para se obter um bom resultado.
00:04:56Mesmo com o frio que a gente teve aqui?
00:04:59Mesmo que essas lavouras foram plantadas mais cedo, então quando veio a geada, elas conseguiam, ela já estava pronta.
00:05:05Para uma pequena parte dos produtores que plantou mais tarde, a geada afetou o desenvolvimento das espigas.
00:05:12O Valmir, que é engenheiro agrônomo e acompanha as lavouras na região, explica que as perdas chegaram a 10%.
00:05:20Essa pequena parte de produtores que plantou a partir do início de março, eles vão ter uma perda razoável.
00:05:28Quanto mais tarde o estádio, vai ter perda total.
00:05:32Essa segunda safra de milho deve render mais de 16 milhões de toneladas.
00:05:37E mesmo com a previsão de perdas por conta do clima, deve ser a maior da história.
00:05:43A preocupação dos produtores agora é com o preço.
00:05:47Nos últimos dias, a saca de milho estava sendo vendida por 49 reais em uma cooperativa local.
00:05:53Se a gente conseguisse 60 reais, eu acho que daí, com uma produção dessa, fecharia com, como a gente costuma falar, com chave de ouro, né?
00:06:01O Paraná é o segundo maior produtor de milho do país, atrás só de Mato Grosso.
00:06:07No Rio Grande do Sul, a geada também provocou algum estrago nas plantações de canola, principalmente naquelas que já tinham lançado a flor.
00:06:15Mesmo a canola sendo uma cultura de inverno, o agricultor precisa ter alguns cuidados,
00:06:22porque temperaturas próximas de zero grau e geada prejudicam as plantas em determinadas fases.
00:06:29Que nem a fase vegetativa, né?
00:06:32Pode fazer frio agora na parte reprodutiva, quando está formando já a vaga, a sílica, daí não é interessante, né?
00:06:40Foi o que aconteceu com o Luciano. Este ano, ele semeou cerca de 150 hectares de canola em Giruá.
00:06:47Plantou bem cedo, mas agora, no período de floração e formação das vagens, a lavoura foi atingida com a formação de geada.
00:06:56Vai ter uma perda aí de 70% a 80% por causa dessa geada.
00:07:00Ela danifica muito a qualidade por dentro do seu grão, né?
00:07:03Não forma a quantidade de óleo necessária para a indústria, né?
00:07:06Ela vai ter um pouco menor o teor de óleo do que o recomendado, né?
00:07:11A canola é uma cultura que, ano após ano, vem ganhando mais espaço nas lavouras do Rio Grande do Sul.
00:07:17Em 2023, foram cultivados 67 mil hectares.
00:07:21No ano passado, quase 148 mil.
00:07:24E nesta safra, passa de 200 mil hectares semeados.
00:07:28Já nas lavouras que foram semeadas mais tarde e estão na fase de desenvolvimento vegetativo,
00:07:34O clima, até agora, tem contribuído.
00:07:37Se os números se confirmarem na hora de colher, o Estado deve ter uma produção recorde,
00:07:42chegando a 350 mil toneladas.
00:07:46Um aumento de quase 69% em relação à safra passada.
00:07:50O Jefferson plantou 23 hectares de canola em Santa Rosa.
00:07:54Depois de ficar o ano passado sem semear a cultura, resolveu retomar, mas de uma forma diferente.
00:08:00Antes plantava mais cedo e agora resolveu investir em cultivares mais tardias.
00:08:07Eu colhei ela, acredito que por outubro, novembro, então aí posterior eu entro com soja, né?
00:08:14Não entra com milho.
00:08:15Como ela é mais do tarde, ela tem um ciclo mais longo também, né?
00:08:18Teoricamente, o rendimento seria maior.
00:08:21Tomara que cora tudo certo e conseguimos colher uma safra boa, que estamos precisando, né?
00:08:26E a Cíntia Toledo já tá aqui com a gente pra dizer o que os agricultores podem esperar.
00:08:33Vem mais uma frente fria, uma onda de frio, Cíntia? Bom dia.
00:08:37Bom dia, Cíntia.
00:08:38Bom dia, Ellen, Cris.
00:08:39Um bom dia pra você que tá aqui com a gente também.
00:08:42Olha, nessa semana vem mais uma frente fria pra essa região do Rio Grande do Sul,
00:08:47trazendo instabilidade.
00:08:49Em Jiruá, que a gente viu na reportagem, até o fim do mês tem risco de temporal.
00:08:56O frio fica mais intenso a partir de terça, que é quando uma massa de ar polar se instala na região.
00:09:03Na quarta e na quinta pode, inclusive, gear, mas não deve ser nada tão intenso a ponto de prejudicar o plantio.
00:09:11Na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, nesse pontinho em destaque aqui no mapa,
00:09:18a temperatura fica negativa no comecinho do dia, até quinta-feira.
00:09:23E aí também pode ter uma geada mais fraca nos trechos de serra.
00:09:28Já nesses pontos em Lilás, ampliando também pro sul de Minas e parte de São Paulo,
00:09:34as mínimas ficam na casa dos nove graus.
00:09:37E a chuva, Cíntia?
00:09:38Ainda é aquela condição de chuva que se concentra nos extremos.
00:09:43Aqui no mapa, a gente vê que todo esse meio do Brasil tá em branco,
00:09:48ou seja, sem uma gota sequer até o fim do mês.
00:09:52Já aqui no norte e na região sul, predomina esse tom de azul,
00:09:57mostrando volumes que passam dos setenta a cem milímetros.
00:10:01Nesses pontos, a quantidade de água no solo fica na casa dos setenta por cento.
00:10:07Já entre São Paulo, Mato Grosso, Goiás e no sertão mineiro e nordestino,
00:10:13a umidade do solo não passa dos trinta por cento.
00:10:16Em toda essa área, em vermelho no mapa, já são dois meses sem uma boa chuva.
00:10:23Isso fez com que a vegetação ficasse muito seca,
00:10:27principalmente nesse pontinho aqui em vermelho, no sul do Piauí.
00:10:32Essa é a pior condição do país, seca extrema, segundo o CEMADEM,
00:10:38que é o centro que monitora os desastres naturais.
00:10:41E em toda essa área, em amarelo e bege aqui no mapa,
00:10:45tem uma condição preocupante, com seca moderada ou severa.
00:10:50Isso aumenta o risco de queimadas?
00:10:53Com certeza, Helen.
00:10:54O risco aumenta por causa da falta de chuva e também da temperatura,
00:10:59que já está mais alta em pontos do centro-oeste, em parte do sudeste e do nordeste.
00:11:04Do norte do Paraná até o Maranhão, em toda essa área aqui em vermelho,
00:11:09é alto risco de incêndios florestais, pelo menos até o fim desse mês.
00:11:16Tá certo, Cíntia. Obrigada. Boa semana.
00:11:18Até semana que vem, Cíntia.
00:11:19Combinado. Pra vocês também.
00:11:21E o fogo já chegou, principalmente nessas áreas mostradas pela Cíntia,
00:11:26onde a seca é mais severa.
00:11:28Veja essa e outras informações em nosso primeiro giro de notícias.
00:11:33No Piauí, um incêndio de grandes proporções atingiu áreas de cerrado na região sul do estado.
00:11:40O fogo se espalhou rapidamente e chegou a atingir propriedades rurais.
00:11:45O combate às chamas durou três dias.
00:11:47O tempo seco e as altas temperaturas dificultaram os trabalhos.
00:11:53Este ano, todos os municípios do Piauí estão em situação de emergência por conta da estiagem.
00:12:00Até o dia 22 de julho, o estado já registrou mais de 1.400 focos de incêndio.
00:12:0522% a mais do que no mesmo período de 2024.
00:12:11Na Bahia, a safra do algodão avança bem.
00:12:14O estado, segundo o maior produtor do Brasil, deve colher mais de 820 mil toneladas da pluma.
00:12:22Número 16% maior que o do ano anterior.
00:12:26Crescimento que acompanhou o aumento da área dedicada ao cultivo.
00:12:30Em Mato Grosso do Sul, começou a colheita do sorgo.
00:12:34A cultura tem ganhado espaço, principalmente como alternativa na segunda safra.
00:12:40De acordo com a Conab, a área plantada cresceu 63% este ano.
00:12:45A produção deve passar de 500 mil toneladas, mais que o dobro da temporada passada.
00:12:51O PIB da cadeia da soja, a soma de tudo o que o setor produz, deve crescer quase 11% este ano.
00:12:59Graças à estimativa de safra recorde e ao aumento do processamento interno dos grãos.
00:13:05Se o resultado se confirmar, a cadeia da soja e do biodiesel pode chegar a representar quase 22%
00:13:13de toda a riqueza gerada pelo agronegócio do país.
00:13:16O desempenho positivo dessas safras todas é uma boa notícia, mas evidencia um problema antigo.
00:13:24A falta de espaço para armazenar os grãos.
00:13:27Em Santa Catarina, já está tudo lotado.
00:13:31O Taylon entrega a produção de soja para uma cooperativa.
00:13:35São pelo menos 10 mil sacas.
00:13:37Para ele, o investimento em uma estrutura para armazenar e escolher o melhor momento de vender é muito alto.
00:13:44Hoje, para nós, é inviável.
00:13:47De acordo com o tamanho da propriedade, não é vantagem você ter.
00:13:51Você não tem uma lucratividade tão grande em ter isso e nem consegue.
00:13:55Talvez hoje, acho que nem conseguiria montar uma estrutura para armazenar e beneficiar o próprio grão.
00:14:01Em 2025, só em Santa Catarina, faltou espaço para armazenar em torno de 800 mil toneladas de grãos.
00:14:08Como o investimento em uma estrutura de armazenagem é bastante alto, é feito por parte das cooperativas agrícolas.
00:14:16Só em Santa Catarina, são 44 ativas, com mais de 80 mil cooperados.
00:14:21Mas até as cooperativas estão sentindo a falta de espaço para guardar as safras.
00:14:27Esta, localizada em Chapecó, no oeste catarinense, armazenou 2 milhões de sacas de grãos em silos bolsa, que ficam a céu aberto.
00:14:34Os cultivos de verão no estado bateram recordes históricos.
00:14:40Principalmente a soja, acima de 3 milhões de toneladas, com milho, 2,5 milhões de toneladas, e arroz, acima de 1 milhão de toneladas, sendo o segundo maior produtor nacional.
00:14:51Isto somou um total de 7,3 milhões de toneladas, o que nos mostrou um déficit importante de armazenagem no estado.
00:14:59O problema da falta de espaço para armazenagem não é exclusivo do estado catarinense.
00:15:04Enquanto a produção de grãos do país cresce em média 4% ao ano, a capacidade de armazenagem fica em 2%.
00:15:12De acordo com a Conab, existem linhas de crédito disponíveis que poderiam ser usadas por empresas e produtores para fazer novas estruturas.
00:15:20É preciso de um esforço governamental. O setor privado também precisa entrar.
00:15:26Há uma necessidade de que diversos atores participem desse incentivo à construção, ao aumento da capacidade dos armazéns existentes.
00:15:36Esse ano, o governo destinou pouco mais de 8 bilhões de reais no Plano Safra para financiar a construção de armazéns.
00:15:46Vamos para o intervalo e você vai ver já já.
00:15:50É tempo de colheita de gengibre no Espírito Santo. A queda nos preços preocupa produtores.
00:15:56A polícia de Goiás investiga um caso de maus-tratos contra 300 animais.
00:16:01Mais de 80 cabeças de gado já morreram nos últimos dois meses.
00:16:05Por que um pé de limão plantado há 4 anos ainda não deu frutos?
00:16:10Será que é possível cultivar tomates em canteiros com essas mantas plásticas?
00:16:14O gengibre não para de ganhar espaço no Espírito Santo e já se tornou um dos principais produtos de exportação no Estado.
00:16:30Esse ano, os produtores apostam em mais uma boa safra.
00:16:34Estamos em Santa Leopoldina, região serrana do Espírito Santo, maior produtor de gengibre do país.
00:16:41E nas terras do Alexandre, a colheita está avançando bem.
00:16:47Quando o gengibre sai do solo assim, fácil, é sinal que está no ponto ideal.
00:16:53Nessa safra, o cultivo se desenvolveu bem graças às chuvas moderadas e às altas temperaturas durante o plantio.
00:17:00A produção está com boa qualidade.
00:17:02Excelente, maravilhosa, boa produtividade, gengibre bonito.
00:17:07Neste ano, a expectativa é que sejam colhidas em todo o Estado mais de 80 mil toneladas de gengibre.
00:17:144% a mais do que na safra passada.
00:17:17Com o aumento da oferta, nem a boa qualidade está ajudando a segurar o preço.
00:17:22Na caixa de 15 quilos, que na mesma época do ano passado saía por 60 reais, agora está sendo vendida a 50.
00:17:31Ano passado dava bem melhor, mas compensa vender ele assim ainda, do jeito que está.
00:17:35O Espírito Santo segue como destaque nacional no cultivo de gengibre.
00:17:40O Estado é responsável por 75% da produção do país e mais da metade do gengibre que é exportado tem origem capixaba.
00:17:49E todo esse protagonismo no mercado internacional tem explicação.
00:17:53Com as técnicas certas, os produtores conseguem desenvolver uma raiz maior do que a dos principais concorrentes, como a China e o Peru.
00:18:02Ele tem uma questão da casca, do brilho da casca e principalmente a quantidade de fibra e tamanho, né?
00:18:09Que os agricultores vão aprimorando e a tendência é que você cada vez tem um produto melhor.
00:18:14No Espírito Santo, o gengibre é cultivado em cerca de 1.300 pequenas propriedades.
00:18:20Para os técnicos agrícolas, no cultivo em menor escala, o agricultor consegue ser mais cuidadoso e assim ter melhor qualidade.
00:18:28O produtor tem o cuidado de fazer todo um processo produtivo manualmente.
00:18:33E isso garante que a gente tenha peças de gengibre com tamanho maior e adequado para o comércio no exterior.
00:18:39Apesar da Europa ser o principal destino do nosso gengibre, os agricultores também estão preocupados com as tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros,
00:18:49anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos.
00:18:52Isso pode ter ainda mais impacto nos preços.
00:18:55Quem exporta para os Estados Unidos, para a América do Norte, vai tentar conseguir entrar para a Europeia.
00:19:03Por isso, pode chegar um excesso de gengibre no mercado da Europa.
00:19:07Vai ter bastante gengibre e a gente tem que tentar ser melhor possível, questão de qualidade, para manter os clientes com a gente.
00:19:14O porto de Vitória registrou na última quarta-feira o cancelamento do primeiro navio dos Estados Unidos.
00:19:221.500 contêineres com gengibre, café, pimenta do reino e outros produtos deixaram de embarcar para o país norte-americano.
00:19:31O equivalente a 360 milhões de reais.
00:19:34Agora, uma notícia triste em Goiás.
00:19:38A polícia acompanha mais um caso de abandono e maus-tratos a animais numa fazenda de criação de gado.
00:19:46Uma situação desoladora.
00:19:48Nesta fazenda em Santa Helena de Goiás, no sudoeste do estado, carcaças de animais estão por toda parte.
00:19:5480 morreram de fome e sede nos últimos dois meses.
00:19:58E outros 200 estão assim, desnutridos e abandonados.
00:20:02Essa vaca morreu ao lado do coxo, vazio.
00:20:05Outra não conseguiu subir o barranco e morreu afogada.
00:20:08É triste demais você chegar num cenário daquilo.
00:20:12Trata-se do pior crime ambiental de maus-tratos registrado pela DEMBA durante toda a sua história.
00:20:20A fazenda tem uma sede, mas ninguém mora aqui.
00:20:22O vaqueiro disse que a dona visita o local uma vez por mês e que avisava a patroa sempre que um animal morria.
00:20:33E não é a primeira vez que a dona da fazenda é alvo de denúncia por maus-tratos dos animais.
00:20:44Em novembro do ano passado, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária fez um relatório
00:20:48indicando que os animais estavam com baixo peso e as condições das pastagens estavam precárias.
00:20:55Em março, foi a vez da Secretaria de Meio Ambiente do município receber denúncias das más condições dos animais da fazenda.
00:21:03E na semana passada, após novas denúncias de maus-tratos aos animais,
00:21:07os fiscais da Prefeitura repassaram o caso para a Agrodefesa, que acionou a Delegacia de Meio Ambiente.
00:21:14Na última terça-feira, policiais foram até a fazenda e intimaram a proprietária.
00:21:19No mesmo dia, ela prestou depoimento e negou que tenha faltado água e comida para o gado.
00:21:25Depois da operação, a Delegacia de Meio Ambiente determinou que a dona da fazenda
00:21:30providenciasse água e alimento proteinado para o gado e a visita de um zootecnista para avaliar os animais.
00:21:37Além disso, ela teria que retirar do pasto, com urgência, as carcaças dos animais mortos.
00:21:43Mas, até o momento, nada disso foi feito.
00:21:46O Fabiano é um zootecnista e, quando ficou sabendo da situação, se voluntariou para visitar a fazenda.
00:21:52Ele fez um relatório que foi repassado para a Delegacia de Meio Ambiente
00:21:56e criou um plano alimentar para ajudar na recuperação dos animais.
00:22:01A expectativa é que eles melhorem em até 20 dias.
00:22:04Muito provável, eles vão escapar, mas tem que ser feita uma ação imediata aqui,
00:22:10porque não pode deixar a situação piorar.
00:22:13Se condenada, a proprietária da fazenda pode até ser presa e vai pagar multa de quase um milhão de reais.
00:22:21Agora a gente confere os preços do BOI.
00:22:23Em Itapetinga, Bahia, a Arroba Vista foi negociada na sexta-feira por R$ 260,00.
00:22:29E está aberta a sessão de dúvidas do Globo Rural e a primeira pergunta vem de Curitiba.
00:22:50A Júlia Andrade tem um pé de limão de 4 anos de idade que ainda não dá frutos.
00:22:56Por que será?
00:22:57A Caroline Dulley foi buscar uma explicação para você.
00:23:01Neste pequeno pomar em cocauzinho de Goiás, os 20 pés de limão já estão em plena produção.
00:23:07A maioria carregada de frutos.
00:23:10Mas aqui, Júlia, a gente encontrou um pé de limão com o seu,
00:23:14plantado há 3 anos, quase 4, que ainda não produz frutos.
00:23:17Para explicar o que está acontecendo, a gente vai conversar com o Saulo Araújo,
00:23:22que é agrônomo do SENAR, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
00:23:26Saulo, em quanto tempo um limoeiro começa a produzir?
00:23:29Se ele for plantado por semente, de 5 a 8 anos ele já tem que estar produzindo.
00:23:34Bom, nesse caso é só uma questão de tempo.
00:23:37Esperar a árvore frutificar.
00:23:40Se for plantado por mudas enxertadas,
00:23:43esse limão deve ter produção a partir do segundo ou terceiro ano.
00:23:47As mudas enxertadas são produzidas a partir da junção de duas plantas.
00:23:52Na base, uma variedade mais resistente, o cavalo.
00:23:56Em cima, uma mais produtiva, que vai originar a copa, chamada de cavaleiro.
00:24:02Se o seu pé de limão foi plantado por enxertia,
00:24:06a falta de frutos pode estar associada a outros fatores.
00:24:09Um deles é a questão de sombreamento.
00:24:11Talvez lá na área dela esteja muita planta adensada.
00:24:16Então, pode ser feita também a poda, que vai arejar a copa dessa planta.
00:24:21A planta, para florescimento, ela necessita de pelo menos 6 horas de iluminação diária.
00:24:27O problema também pode estar na falta de nutrientes.
00:24:30O hidrogênio, fósforo e potássio são os elementos mais exigidos pelas plantas.
00:24:35Então, o correto seria fazer uma análise do solo,
00:24:38para verificar qual é a necessidade da planta e o que esse solo está oferecendo.
00:24:43Para você, Julie, que só tem um pé de limão,
00:24:46dá para usar uma adubação mais simples, como esterco bovino curtido.
00:24:50E logo, essa planta já responde, tanto em floração, quanto em pegamento desses frutos.
00:24:57E aí a produção é maior?
00:24:59Com certeza a produção aumenta.
00:25:01Um técnico aí da sua região pode te orientar na adubação desse limoeiro.
00:25:05Boa sorte!
00:25:06O Fábio e a Letícia, do município de Estiva, Minas Gerais, precisam de ajuda.
00:25:11A horta deles está sofrendo uma infestação de diabrótica especiosa.
00:25:16Esse inseto, popularmente chamado de vaquinha verde-amarela.
00:25:21Se vocês apontarem a câmera do celular para o código que aparece aqui na tela,
00:25:27vocês vão ter acesso a essa publicação do Ministério da Agricultura,
00:25:31que traz dicas para fazer o controle desses besouros,
00:25:34que na fase adulta se alimentam de folhas e flores,
00:25:38e na fase de larva atacam as raízes.
00:25:41A sugestão é usar uma solução feita a partir do próprio inseto e de plantas repelentes.
00:25:47Esse material também está disponível lá no nosso site g1.com.br barra Globo Rural.
00:25:53É de graça.
00:25:55A Tainara de Montes Claros, Minas Gerais, quer saber se é possível cultivar tomate
00:26:01utilizando uma técnica chamada malting.
00:26:04Antes de qualquer coisa, vamos entender o que é isso.
00:26:07A gente trouxe a pergunta da Tainara, de Minas Gerais,
00:26:11aqui para a Universidade Federal de Goiás,
00:26:14onde a professora Abadia Reis, a Reizinha, vai nos orientar.
00:26:18Primeiro, professora, nos explica o que é o malting.
00:26:22Então, Bruno, o malting, tecnicamente a gente chama ele de malting,
00:26:27ele é uma manta que molda o solo, ele protege ali o solo.
00:26:32Ele nada mais é do que uma das coberturas do solo.
00:26:36E em relação à pergunta da Tainara, dá para usar o malting no cultivo do tomate?
00:26:41Ah, Bruno, claro.
00:26:43Tainara, você pode sim estar utilizando aí o malte para a cultura do tomateiro.
00:26:50A técnica reduz o uso de pesticidas,
00:26:52uma vez que a cobertura dificulta o crescimento das ervas daninhas.
00:26:57Além disso, a manta plástica retém a umidade do canteiro
00:27:00e ainda evita que os frutos fiquem em contato direto com o solo.
00:27:04No setor de horticultura da UFG, a professora nos mostrou o passo a passo da instalação do malting.
00:27:12Tudo começa com o preparo do canteiro.
00:27:15O canteiro, ele tem que ser o mais uniforme possível.
00:27:20Aqui a gente nota, professora, o canteiro já está úmido,
00:27:23as mangueiras já foram passadas.
00:27:25Esse sistema de irrigação, ele é colocado antes da cobertura.
00:27:28Sim, ele tem que ser colocado antes da cobertura.
00:27:32E é uma irrigação por gotejo.
00:27:34A água traz também os nutrientes que vão ajudar no desenvolvimento das plantas.
00:27:40É a chamada fértil irrigação.
00:27:42Com as mangueiras posicionadas, é só cobrir com o plástico.
00:27:48E a instalação pode ser feita com o maquinário.
00:27:51Aqui a gente tem, por exemplo, acoplado a esse trator, um aplicador de malting.
00:27:56Mas nas propriedades menores, professora, dá para fazer manualmente?
00:28:00Sim, claro, dá para fazer manualmente.
00:28:02A aplicação do malting tem que ser em uma hora mais quente.
00:28:04Por quê?
00:28:05Como ele é um material aqui de polietileno,
00:28:08ele tem que ficar bastante esticadinho aqui no solo,
00:28:12que ele vai estar moldando aqui o solo.
00:28:14Dois trabalhadores vão à frente desenrolando o plástico,
00:28:18enquanto os outros dois usam os pés para firmar o malting sobre o canteiro
00:28:23e cobrir as laterais com terra.
00:28:26E olha, Tainara, uma dúvida comum entre os produtores
00:28:31é sobre o material que pode ser utilizado para o malting.
00:28:35Aqui a gente tem dois tipos.
00:28:37Esse aqui, que é bem mais fino,
00:28:40e esse aqui, mais espesso,
00:28:43que é muito usado para cobertura de silagem.
00:28:46Professora, qual dos dois é mais indicado para o malting?
00:28:49O recomendado é esse mais fino.
00:28:51É um material aqui que ele é mais em conta também, né?
00:28:56O da silagem, você tem uma ideia,
00:28:58ele chega a custar de três a quatro vezes mais caro
00:29:01do que esse material específico aqui para a cobertura do solo.
00:29:06Malting colocado, vem agora a última etapa,
00:29:09o transplantio das mudas.
00:29:10A professora Reizinha usa um tubo para facilitar o furo no plástico.
00:29:16No nosso caso aqui, nós vamos plantar de 70 centímetros.
00:29:20O espaçamento aqui, de uma planta na outra.
00:29:23Por fim, vem as mudinhas do tomate.
00:29:25Somente vir e plantar bem no centro.
00:29:29Aí é só esperar de 60 a 90 dias em média para fazer a colheita.
00:29:37O plástico usado no malting é biodegradável.
00:29:41E essa técnica serve também para o plantio de outros tipos de hortaliça,
00:29:45como alface, couve e pepino.
00:29:47Além de frutas como o morango.
00:29:50E daqui a pouco tem mais participação dos nossos telespectadores.
00:29:55A galinha parou de botar ovos.
00:29:57A gente buscou uma explicação em Taubaté, São Paulo.
00:30:01Você vai conhecer a história de um professor de música de Belo Horizonte,
00:30:05criador de instrumentos que reproduzem sons do cotidiano no campo.
00:30:19Dúvidas sobre criação de galinha.
00:30:21A Jane de Joinville, Santa Catarina, tem essa ave de dois anos
00:30:26que parou de botar ovo.
00:30:27Ela conta que oferece a ração para as galinhas poedeiras
00:30:31e quer saber o que pode estar acontecendo.
00:30:35Jane, eu conversei com uma especialista para te ajudar.
00:30:40Aqui na Unital, Universidade de Taubaté,
00:30:43o sistema de criação é o colonial, sem uso de gaiolas.
00:30:48As galinhas passam o dia soltas, com acesso livre ao galinheiro.
00:30:52As aves são da raça brownique, muito parecidas com a da foto que a Jane nos enviou.
00:30:58Essas galinhas estão em plena produção de ovos.
00:31:01E aqui ao meu lado está a Marisa França, que é zootecnista,
00:31:05e vai responder a dúvida da Jane.
00:31:08Marisa, por que a Jane está tendo problemas com a galinha que não bota ovos?
00:31:12Nós temos vários fatores que afetam a postura das aves.
00:31:15Então, no caso da ave da Jane, ela tem em torno de dois anos.
00:31:19Próximo de dois anos, essas aves começam a ter aí uma queda na postura.
00:31:23As nossas aves aqui, no caso, têm em torno de um ano e três meses.
00:31:26Então, por isso, elas estão em plena postura.
00:31:29A idade de início de produção varia de acordo com a raça.
00:31:34Mas, normalmente, a postura de ovos começa aos cinco meses.
00:31:38E aí, a plena postura pode ir até um ano e oito, quase dois anos.
00:31:43Mas, próximo dos dois anos, a gente tem uma queda significativa de postura.
00:31:47Jane, como sua galinha parou totalmente de botar ovos,
00:31:51ela pode também estar mal alimentada.
00:31:53Ela comenta que a ave está consumindo a ração comercial de postura.
00:31:58Essa ração, ela tem os minerais, as vitaminas, os nutrientes necessários.
00:32:02Mas, pode ser que essa ave esteja consumindo uma quantidade menor do que o exigido.
00:32:09As nossas aves aqui, nessa fase de postura,
00:32:11elas comem em torno de 115 gramas ao dia.
00:32:14Isso fracionado em três vezes ao dia.
00:32:16Então, de manhãzinha, na hora do almoço, e a tardezinha, antes delas serem recolhidas.
00:32:20Mais algum fator pode interferir?
00:32:22Temos também a questão do peso, né?
00:32:24Então, se uma ave está muito acima do peso, para o recomendado,
00:32:27ela pode fazer aí a interrupção da postura.
00:32:30As nossas aves, aqui no caso, elas pesam em torno de um quilo e oitocentos.
00:32:35O recomendado para essa fase de postura para a raça brownique é em torno de dois quilos.
00:32:39Mas, uma ave aí com dois quilos e meio, três quilos, já pode ser considerada uma ave obesa e pode começar a encerrar a sua postura.
00:32:46Será que a Jane vai ter que trocar a galinha?
00:32:49Muito provavelmente.
00:32:50O ideal seria ela comprar galinhas mais jovens, né?
00:32:53Para ela ter aí essa produção aí restabelecida.
00:32:56Jane, você viu aí que vários fatores influenciam a postura da galinha.
00:33:04Mas, infelizmente, não dá para adriblar o fator idade.
00:33:08O Carlos Santos de Itapevi, São Paulo, pegou papel e caneta e escreveu uma carta para a gente.
00:33:15Olha só.
00:33:16Ele pergunta o nome dessa fruta aqui.
00:33:19Carlos, o agrônomo Chuquite Curosawa, consultor do Globo Rural, disse que você tem aí a nonalisa, também chamada de coração de boi.
00:33:29Ela é da mesma família da temoia e da fruta do conde.
00:33:32Os frutos são adocicados e podem ser consumidos ao natural, mas não exagere.
00:33:38Se comer demais, pode dar dor de barriga, viu?
00:33:41A árvore de anonalisa chega aos 10 metros de altura e é bastante usada para recuperar matas degradadas.
00:33:49Tem uma pergunta para fazer para a gente?
00:33:51Mande a sua mensagem para o nosso WhatsApp.
00:33:54Anote o número 11988-95-5505.
00:34:00Pode enviar texto, foto e vídeo.
00:34:02E lembre de escrever o seu nome e o do seu município.
00:34:06Agora, a programação do campo.
00:34:09Tem congresso sobre tecnologia e energias renováveis em Passo Fundo, Rio Grande do Sul.
00:34:15Seminário sobre algodão em Missão Velha, Ceará.
00:34:18Em São Paulo, evento sobre educação sanitária no campo em Santa Isabel e feira agropecuária em Mojimirim.
00:34:26Em Minas Gerais, torneio leiteiro em Taparuba.
00:34:29E semana da agricultura familiar em Engenheiro Navarro.
00:34:33Tem também festa agropecuária em Abaetetuba, Pará.
00:34:37E feira de sementes em Juti, Mato Grosso do Sul.
00:34:40E a Embrapa Soja comemorou seus 50 anos essa semana num congresso em São Paulo sobre os avanços no cultivo do grão.
00:34:50Debates, mostras de produtos e tecnologias e resultados de pesquisas atraíram milhares de pessoas durante os três dias de evento em Campinas.
00:34:59A décima edição do Congresso Brasileiro da Soja comemorou os 50 anos da unidade da Embrapa dedicada à pesquisa e ao desenvolvimento do grão.
00:35:09A Embrapa Soja tem sede em Londrina, no norte do Paraná.
00:35:12Nesses 50 anos da Embrapa Soja, nós ajudamos a guiar o desenvolvimento tecnológico.
00:35:20Nós só chegamos a nos tornar uma potência agrícola, principalmente na produção de grãos, com muita ciência e tecnologia.
00:35:27E produzindo de uma maneira sustentável.
00:35:30O Congresso também celebrou os 100 anos da presença da soja no Brasil.
00:35:33Em um século, o plantio do grão cresceu e se tornou base importante do agronegócio e da economia.
00:35:40A edição deste ano recebeu a visita de uma delegação da China, incluindo integrantes de empresas chinesas.
00:35:46Em uma sessão com representantes do Mercosul, o Congresso promoveu debates sobre a logística de escoamento das safras nos países vizinhos.
00:35:55Não é fácil a gente fazer a logística da nossa soja, não só em termos de armazenagem, mas em termos de escoamento mesmo de safra,
00:36:01quando a gente pensa no Brasil. E a mesma coisa ocorre na Argentina.
00:36:05Só que tem cases, por exemplo, que eles estão desenvolvendo lá, principalmente na parte de hidrovias,
00:36:10que é importante a gente trazer, porque são coisas positivas.
00:36:14Então nós temos que trazer isso também ao público, para que haja essa interação e a promoção,
00:36:19de que juntos a gente pode aprender também uns com os outros.
00:36:23E tem mais eventos em nosso Giro de Notícias.
00:36:26O presidente Prudente em São Paulo recebe a sexta edição da Batatec, um dos maiores eventos do país,
00:36:34dedicados ao cultivo da batata doce.
00:36:37Além de expositores que trazem equipamentos e serviços aos agricultores,
00:36:42a feira oferece palestras e discussões voltadas para desenvolver ainda mais a cultura da batata doce.
00:36:50A expectativa da organização é que cerca de 80 mil visitantes passem pela Batatec.
00:36:57Em São Paulo foi realizada esta semana a 26ª edição da Copercitrus Expo.
00:37:03A feira contou com mais de 160 expositores, que trouxeram tecnologias como esse drone,
00:37:09que usa câmeras e inteligência artificial para mapear a propriedade.
00:37:13E esse robô, que dá orientações sobre os produtos mais adequados para cada tipo de lavoura.
00:37:20Destaque também para os defensivos biológicos, que combatem pragas e doenças sem produtos químicos.
00:37:27Esta semana, integrantes do movimento Sem Terra ocuparam as sedes do INCRA em diversos estados do país.
00:37:33As ações visavam cobrar do governo federal medidas concretas pelo avanço na reforma agrária
00:37:39e valorização da agricultura familiar.
00:37:41As manifestações aconteceram na semana em que foi celebrado o Dia do Trabalhador e Trabalhadora Rural.
00:37:49As exportações brasileiras de ovos dispararam no primeiro semestre deste ano
00:37:53e quase triplicaram na comparação com o mesmo período do ano passado.
00:37:58Crescimento puxado pelos Estados Unidos, que sofrem com um enorme número de casos da gripe aviária.
00:38:03As vendas pra lá cresceram 12 vezes e superaram as 15 mil toneladas.
00:38:08A preocupação do setor agora é que as tarifas impostas pelos Estados Unidos comprometam os embarques a partir de agosto.
00:38:15Um fruto, uma semente, um pedaço de madeira.
00:38:19Elementos da natureza que nas mãos de um artista mineiro se transformam em instrumentos que recriam os sons do campo.
00:38:27O artista é Mário Lúcio, que escreveu pra gente, nos convidando pra conhecer esse trabalho.
00:38:32O repórter Fabiano Vilela aceitou o convite.
00:38:41Neste homem da cidade, habita uma alma do campo.
00:38:47O professor de música Mário Lúcio vive em Belo Horizonte há 25 anos.
00:38:53E um dos lugares favoritos dele na capital é a floresta que abriga o Museu de História Natural da Universidade Federal de Minas Gerais.
00:39:02O ambiente alimenta um projeto que reúne trabalho e memórias de vida.
00:39:07Eu sou do interior de Minas Gerais, Três Pontas.
00:39:11Fui criado e nascido lá, né?
00:39:14E aí vim pra Belo Horizonte e aí trouxe essas raízes do interior, né?
00:39:19Que eu encontro num lugar desses aqui.
00:39:21Porque esse trabalho que eu faço de construção de instrumentos tem esse vínculo com os materiais da natureza.
00:39:26Aqui tem uma região que tem uma espécie de sapucaia, né?
00:39:31Esses frutos aqui que caem da árvore, né?
00:39:33É uma espécie de oriço, né?
00:39:35Exatamente.
00:39:36Ela tem essa tampinha que desprende lá.
00:39:41E aqui tem as castanhas que caem, bichos comem, né?
00:39:45E essa é a parte que me interessa.
00:39:46A gente bate um no outro, vai dar um ótimo agogô, ó.
00:39:51Um grave, um agudo.
00:39:54Agora a gente tá se aproximando da árvore conhecida como o gigante da Mata Atlântica.
00:40:00O jequitibá, que pode chegar a até 50 metros de altura.
00:40:05E é essa árvore majestosa que proporciona pro Mário mais uma matéria-prima pra fabricação dos instrumentos.
00:40:13No caso, é o fruto do jequitibá.
00:40:15Tem uma dureza, né?
00:40:17E esse aspecto dele de cilíndrico, né?
00:40:20Já dá uma sonoridade.
00:40:29Depois de recolher os frutos, é hora de voltar pra casa.
00:40:32Aqui, o Mário faz a limpeza do material antes de começar a produção nesta oficina.
00:40:41Onde ele dá forma aos instrumentos.
00:40:46É um trabalho artesanal.
00:40:50Um simples corte no meio da peça faz toda a diferença na sonoridade.
00:40:55Os ouriços de sapucaia se transformam em agogô.
00:41:02Instrumento de percussão de origem africana e presente em vários ritmos brasileiros.
00:41:10Já os frutos do jequitibá viraram chocalho.
00:41:14Remetem ao barulho do riacho.
00:41:16Depois de prontos, os instrumentos são trazidos pra esta sala, onde fica o estúdio musical do Mário.
00:41:25Aqui nesta parede também estão chocalhos feitos com outros elementos naturais,
00:41:31como sementes, conchas e até cascas de nozes.
00:41:35Já aqui nesse cantinho, estão instrumentos ainda mais criativos,
00:41:40que produzem um repertório de memórias afetivas,
00:41:44inspirado na infância vivida no campo.
00:41:52As lembranças vêm da fazenda do seu Geraldo, avô do Mário, no sul de Minas.
00:41:57Meu avô morava numa cidade próxima que eu morava, né?
00:42:01Então eu passava os finais de semana, os feriados e férias passavam com meu avô.
00:42:06Lá eu tinha contato com esse mundo rural, com gado, com cavalo, andava com ele muito a cavalo, né?
00:42:13Então isso tudo traz essa cultura da roça.
00:42:17A partir dos sons do carro de boi, o Mário inventou esse instrumento,
00:42:22feito com madeira e uma lata de leite em pó, pra reproduzir o mesmo som.
00:42:27O carro de boi tem aquele zoado que faz nas rodas,
00:42:30que é produzido aqui por essa latinha e um atrito aqui.
00:42:36O Mário fez o mesmo com o monjolo, ou monjolo.
00:42:46É um tipo de pilão movido pela força da água e utilizado pra moer grãos.
00:42:54Pra imitar esse som, o Mário criou essa engenhoca.
00:42:57Uma manivela faz girar este tubo preenchido por sementes
00:43:02e ao mesmo tempo aciona as baquetas sobre os frutos de Jequitibá.
00:43:07E isso tinha na fazenda do teu avô?
00:43:08Tinha.
00:43:09E as invenções não param por aí.
00:43:19Tem os sons da Maria Fumaça
00:43:21e dos bichos no meio da roça.
00:43:31Capal fêmea.
00:43:34Capal macho.
00:43:37Casal.
00:43:40Esse instrumento é o Binsasara, um instrumento de origem japonesa que eu construí.
00:43:45E ele faz o som parecido de uma cigarra.
00:43:54Tem demais na região de Três Pontos que a cigarra é uma praga que ataca o cafeiro, né?
00:43:59Então ela enterrou pros cafeicultores lá e tem demais cigarras, né?
00:44:03Mário também guarda a lembrança do avô assistindo ao programa favorito dele nas manhãs de domingo.
00:44:15Você me contou que teu avô gostava muito de assistir ao Globo Rural.
00:44:19Ia pra frente à televisão e ficava assistindo ao Globo Rural.
00:44:22Não gostava que ninguém atrapalhasse ele ouvir.
00:44:25E a partir de então eu criei também esse hábito.
00:44:28O Mário guardou uma surpresa pro final.
00:44:40Reconhece a trilha sonora?
00:44:53Obrigada, Mário, pela homenagem e por compartilhar sua história com a gente.
00:44:58O músico vende os tambores e chocalhos sob encomenda.
00:45:02Já os instrumentos que imitam os sons do campo são feitos só pra matar a saudade das origens da família.
00:45:09E você vai ver a seguir.
00:45:12Vacas que produzem mais leite, de melhor qualidade, a baixo custo e com alta rentabilidade para os produtores familiares do oeste de Santa Catarina.
00:45:21Ter pastagem em abundância, com quantidade e qualidade, né?
00:45:28Nos últimos anos, Santa Catarina se consolidou como um dos principais estados produtores de leite do país.
00:45:41E a base desse sucesso está na agricultura familiar.
00:45:45Pequenos criadores apostam em técnicas eficientes para melhorar o pasto e na genética das vacas.
00:45:52O resultado é um salto de produtividade.
00:45:56Veja na reportagem do Ricardo Waldorf e do Douglas Campos.
00:46:00Um rebanho de vacas leiteiras com boa genética.
00:46:08Pasto rico e farto à disposição dos animais.
00:46:12A combinação tem enchido xícaras de rentabilidade e mudou a vida da família Girardi.
00:46:19Mais que uma história de sucessão, um legado para a pequena Agatha.
00:46:24Ele trabalha para isso, né?
00:46:25Ele quer mostrar para ela que a vida no campo é boa, né?
00:46:29E que se souber viver, é bem aproveitável, né?
00:46:33Mas nem sempre foi assim, lembram os avós, seu Osvaldo e Dona Olinda.
00:46:39Chegaram aqui no começo dos anos 70.
00:46:41Isso mesmo.
00:46:42Com tudo para fazer.
00:46:43Tudo para fazer.
00:46:44O que que tinham aqui quando começaram?
00:46:47O casal trabalhou duro na fazenda, uma típica propriedade familiar de 15 hectares no município de Concórdia, oeste de Santa Catarina.
00:47:06A suínocultura deu certo por um tempo, mas no começo dos anos 2000 veio a crise do setor.
00:47:13Com a queda do preço da carne de porco e o aumento dos custos de produção.
00:47:19Então nós partimos com uma vaquia de leite, planta pasto e um sapo da vaquia, mas era pouca, né?
00:47:24Mas dava para sobreviver na época, né?
00:47:26Porque a gente não tinha muita tecnologia na época, né?
00:47:29Também não tinha muita raça de gado.
00:47:31Era um gado mais comum, então a gente trabalhava do jeito que dava na época, né?
00:47:35O cenário começou a mudar quando o filho, Odir, assumiu os negócios, em 2008.
00:47:44Deixamos ele tocar, que ele sabia mais, né?
00:47:47E a gente seguiu, até que a gente pôde ajudar, a gente ajudou.
00:47:52Nós iniciamos, deu o primeiro pontapé, e quem está fazendo os bolos é ele, né?
00:47:58Havia uma propriedade que os meus pais trabalhavam bastante, e mal é mal lá para pagar as contas, né?
00:48:03Não sobrava dinheiro.
00:48:04Na época, ele era um adolescente de 17 anos, com muitos planos na cabeça.
00:48:11Percebeu que o problema estava no jeito de manejar os animais.
00:48:15A criação era extensiva, com o rebanho solto no campo, comendo pasto de baixa qualidade.
00:48:22A gente largava as vacas para elas buscarem o alimento.
00:48:25Era distante da água, né?
00:48:27Elas tinham que caminhar muito, né?
00:48:28Para comer pouco alimento, e produziam menos, né?
00:48:31Ficou claro que era preciso mudar.
00:48:36Foi quando ele resolveu procurar a EPAGRE, a empresa de pesquisa agropecuária e extensão rural de Santa Catarina,
00:48:44ligada ao governo do estado.
00:48:46A partir dali, a propriedade começou a passar por uma revolução produtiva.
00:48:52A gente vai mostrar agora o passo a passo dessa transformação que tem nome.
00:48:58Sistema Intensivo de Produção de Leite à Base de Pasto.
00:49:02A primeira questão fundamental é a substituição das pastagens que o produtor tem na sua propriedade.
00:49:10Por pastagens perenes de alto potencial produtivo.
00:49:15Pastagens perenes são aquelas que duram muito tempo, sem a necessidade de serem semeadas todo ano.
00:49:22Característica de alta produtividade, característica de resistência ao estresse hídrico, característica de alto consumo pelos animais.
00:49:33Quem define a pastagem que nós temos que recomendar são as vacas.
00:49:37Não adianta nada eu ter um pasto luxuriante se as vacas não comem.
00:49:41As vacas têm que ter alto consumo forrageiro para manifestar o seu potencial leiteiro.
00:49:48Uma recomendação que o Odir seguiu a risca.
00:49:51Ter pastagem em abundância, com quantidade e qualidade.
00:49:57Com isso a gente consegue extrair o máximo das nossas vacas.
00:50:02Foram cinco anos para cobrir toda a fazenda com as chamadas pastagens perenes de verão.
00:50:08As variedades que melhor se adaptaram foram os capins Tifton 85 e o Estrela Africana.
00:50:15Eles são bem parecidos, mas além de ter folhas mais largas,
00:50:20o Tifton tem mais proteína, é mais nutritivo.
00:50:25Mas esses capins não resistem ao frio do sul.
00:50:29Por isso, todo ano, a partir de abril, é preciso semear o pasto de inverno.
00:50:35E aí que entra o que, Odir?
00:50:39Entra a veia e o azevem.
00:50:40São pastagens de inverno tolerante à geada.
00:50:45As gramíneas, a geada vai matar e a gente já tem a sobresemiadura da veia
00:50:49para ela ser existente, para não faltar comida para as vacas.
00:50:53As mudanças climáticas trouxeram estiagens mais longas e frequentes para o oeste de Santa Catarina.
00:51:02Dois açudes garantem a água necessária para a irrigação do pasto,
00:51:07que hoje é automatizada.
00:51:10O Odir também usa a fertirrigação, técnica que dissolve o adubo na água.
00:51:15Ele reaproveita os dejetos suínos de uma propriedade vizinha.
00:51:23Hoje, o pasto oferece 80% de todos os nutrientes que as vacas precisam para produzir leite.
00:51:31A segunda etapa da implantação do sistema à base de pasto foi a instalação de piquetes,
00:51:38que são estes espaços cercados com arame.
00:51:41Eles servem para delimitar a área de alimentação do rebanho.
00:51:46Lembram?
00:51:46Vacas soltas gastam muita energia e produzem menos leite.
00:51:51Uma vaca caminha por dia 10 quilômetros.
00:51:55Esses 10 quilômetros que ela caminha,
00:51:59ela deixa de produzir em torno de 3,5 a 4 litros de leite por dia.
00:52:04Quando eu faço um sistema de piquetes, a vaca não vai caminhar tanto.
00:52:09Ela vai ter uma área necessária para ela consumir um pasto de alta qualidade naquele momento.
00:52:16A consequência disso é que eu vou ter mais produção de leite lá no estábulo, lá na sala de ordenha.
00:52:21Os piquetes também melhoraram a fertilidade do solo.
00:52:25Enquanto pastam, as vacas adubam a terra com esterco e urina.
00:52:3084, 85% daquilo que a vaca consumiu...
00:52:34Ela devolveu.
00:52:35...de alimentos, ela devolveu no piquete.
00:52:37Agora o rebanho está trocando o piquete da manhã para pastar no piquete da tarde.
00:52:43E ainda tem o piquete da noite.
00:52:45São três por dia.
00:52:46Essa rotação do espaço alimentar é fundamental para a conservação do espaço.
00:52:52Para que ele tenha tempo de rebrotar, vicuso e nutritivo.
00:52:56A fazenda tem 53 piquetes para rodízio.
00:53:02Em média, cada área de pastagem só é usada pelas vacas uma vez a cada 15 dias.
00:53:10O bem-estar animal também é um dos fundamentos do sistema base de pasto.
00:53:15O rebanho do Odir tem sempre água fresca à disposição.
00:53:20Uma vaca consome cerca de 100 litros por dia.
00:53:23Para amenizar o estresse dos animais nos dias de calor, sombra e água fresca.
00:53:30Simples e eficiente.
00:53:32Que nem tudo é dinheiro.
00:53:34Também a gente gosta de ter os animais, de ver eles, né?
00:53:37E ver uma coisa que dá certo.
00:53:39Falando neles, a escolha da raça também conta muito.
00:53:45A que mais se adequou ao sistema base de pasto foi a gérsei.
00:53:50A primeira grande vantagem do gérsei, ela é uma espécie forrageira.
00:53:54Gosta de pastar.
00:53:55Aceita uma variação de tempo e clima.
00:53:58Ela é muito mais russa que as outras raças.
00:54:00A vida útil dela dentro dos rebanhos é maior.
00:54:03E no meu modo de ver, por último, está relacionada à qualidade do leite.
00:54:07O leite da gérsei é mais gorduroso.
00:54:10Ideal para a produção de queijo.
00:54:12Por isso, custa mais caro.
00:54:16Só depois de investir em pasto, irrigação, piquetes e na melhoria genética do rebanho,
00:54:24Odir deu o último passo.
00:54:26Foi a vez de modernizar a sala de ordem.
00:54:31E a praça de alimentação.
00:54:33Aqui as vacas recebem aqueles nutrientes que faltaram no pasto.
00:54:39Tudo calculado para não haver desperdício.
00:54:44Proteína, eles vão tirar ela no pasto, né?
00:54:46Que para mim me custa barata.
00:54:47Aqui eu só complemento com um pouco de energia a proteína que falta.
00:54:50Pesamos a ração e demos exatamente o que ela precisa.
00:54:54A ração, ela custa um valor alto.
00:54:57Então nós temos que dar conforme a produção delas.
00:54:59Todas essas ações fazem parte do caminho das pedras que pequenos produtores têm percorrido
00:55:07para tornar Santa Catarina uma das principais bacias leiteiras do país.
00:55:12Em dez anos, o estado pulou da sexta para a terceira posição no ranking nacional.
00:55:18Atrás apenas de Minas Gerais e Paraná.
00:55:22Nesse período, a produção catarinense de leite teve um salto de 37%.
00:55:28Dado que vai na contramão da média nacional, que foi de queda.
00:55:34Quase 80% da produção do estado está concentrada na região oeste.
00:55:40E praticamente tudo vem da agricultura familiar.
00:55:44Ao todo, são 22 mil propriedades.
00:55:47No caso do Odir, graças ao sistema à base de pasto, ele atingiu o objetivo fundamental para um pequeno produtor.
00:55:56Fazer o chamado adensamento da propriedade.
00:56:00Quer dizer, aumentar o número de vacas usando a mesmíssima área.
00:56:06Aquela fazenda dos pais que mal pagava as contas virou um negócio lucrativo.
00:56:12Faz 15 anos que a família Girardi adotou o sistema.
00:56:16E de lá para cá, muita coisa mudou.
00:56:18Os números mostram.
00:56:20Antes, a área de 15 hectares comportava 30 vacas.
00:56:25Hoje, em função desse pasto rico, são 90 animais.
00:56:29A produtividade também aumentou.
00:56:32No passado, cada vaca produzia de 8 a 10 litros por dia.
00:56:36Hoje, são de 18 a 20 litros.
00:56:39E como o sistema baixou o custo de produção, a rentabilidade subiu.
00:56:44E chegou a 50%.
00:56:46São 54 mil litros de leite vendidos todo mês para um laticínio que produz queijos.
00:56:55Antes, eu entregava o leite.
00:56:58Hoje, eu consigo vender o meu leite.
00:57:00Pelo fato da qualidade, né?
00:57:02O laticínio paga mais para isso, porque tem bastante gordura.
00:57:07E graças ao lucro que passou a ter, o Adir conseguiu comprar uma terra vizinha.
00:57:13Nós vamos ampliar mais 30 vacas.
00:57:15Então, a gente vai aí para 120 vacas produzindo leite, né?
00:57:19É, e assim como os Girardi, muitas outras famílias estão fazendo história com o leite em Santa Catarina.
00:57:30Elas transformaram suas propriedades numa espécie de vitrine para outros produtores.
00:57:36Mas isso é assunto para daqui a pouco.
00:57:39Até já.
00:57:39Viver do campo exige muito trabalho e nem sempre o retorno financeiro vem.
00:57:51Em Santa Catarina, pequenos produtores de leite encontraram um caminho para produzir e ganhar mais.
00:57:58Com o apoio da ciência e da assistência técnica, propriedades viraram referência na região.
00:58:04É o que vamos ver na segunda parte da nossa reportagem especial.
00:58:09A realização de quem escolheu o campo para viver.
00:58:28Eu fui criado na cidade e sempre o sonho de um dia ser um agricultor.
00:58:32E trabalhar com a atividade deleiteira.
00:58:34Foram 20 anos juntando as economias, até o seu natalino e a dona Claudete conseguirem comprar um pedaço de terra.
00:58:43Eu tenho uma imagem que a gente na agricultura não ganha, que sofre, que não tem renda.
00:58:46E nós pensamos sempre diferente.
00:58:48Isso aqui não é por exclusão, porque a gente não serviu para outra coisa.
00:58:51A gente trabalha com amor isso aqui.
00:58:52Um amor que foi passado para o filho, Matheus.
00:58:59O principal é a motivação, né?
00:59:01Falando que aqui é um lugar bom de se viver, falando que aqui tem renda.
00:59:05E o principal é estar junto com a família.
00:59:07Essa não tem preço que pague, né?
00:59:09A terra é esta aí.
00:59:1316 hectares em Concórdia, no oeste de Santa Catarina.
00:59:18A fazenda é uma URT, Unidade de Referência Técnica.
00:59:23Uma espécie de vitrine do sistema de produção de leite à base de pasto, desenvolvido pela EPAGRE.
00:59:31A empresa de pesquisa agropecuária do estado.
00:59:34Já são mais de 230 URTs.
00:59:37Esse é o grande objetivo, que as pessoas visitem aqui e consigam perceber os componentes do sistema produtivo
00:59:45e vejam, não, se aqui deu certo, por que não vai dar certo na minha propriedade?
00:59:50A evolução dos pequenos produtores que adotaram o sistema à base de pasto impressiona.
00:59:57Dez anos atrás, a produção de leite em Santa Catarina era de 6 mil litros por hectare no ano.
01:00:04Agora, nas URTs, esse número, em média, chega a 14 mil litros.
01:00:12Na fazenda dos Volozim, fica perto dos 18 mil.
01:00:16Se nós adotarmos, em 60, 70% das propriedades catarinenses, este sistema aqui, nós podemos triplicar a produção de leite no estado, em 10 anos.
01:00:30Triplicar essa produção com um custo mais baixo, com um retorno econômico muito maior para os nossos produtores, dando maior competitividade para as nossas agroindústrias.
01:00:39O Matheus está sempre pensando num jeito de fazer sobrar mais dinheiro no bolso da família.
01:00:47Quanto é que custaria para te comprar uma fábrica de ração?
01:00:50Oito anos atrás, era em torno de 60 mil.
01:00:54Aí eu decidi fazer, com equipamentos usados, fui fazendo e saiu por 12 mil.
01:01:01Qual é a economia?
01:01:03Em torno de 90 centavos por quilo de ração.
01:01:05Dá em torno de 5 mil por mês, que fica no bolso, né?
01:01:08A família se organizou para dar conta do trabalho.
01:01:13A ordenha das vacas é com a dona Claudete.
01:01:17São duas por dia.
01:01:19O seu natalino é o responsável por calcular e dar a ração que complementa a alimentação dos animais.
01:01:27O Matheus fica com a parte do campo.
01:01:30Muda as vacas de piquete para que elas tenham acesso sempre a melhor pastagem.
01:01:38O rebanho dos rolosinho tem 44 vacas da raça Jersey.
01:01:43E aqui as bezerras são ensinadas a fazer melhor o que, por natureza, já nascem sabendo.
01:01:51Pastar.
01:01:52A genética é muito importante, mas sozinha não faz milagre.
01:01:56É preciso oferecer as condições para que a vaquinha expresse todo o seu potencial leiteiro.
01:02:01E isso começa já logo depois do nascimento.
01:02:04Se ela já é colocada aqui nesse ambiente com pastagem, ela já vai se acostumar com o ambiente desde que ela é pequena, porque é o ambiente que ela vai passar a vida inteira dela.
01:02:13A primeira fase vai até os três meses de idade.
01:02:17Neste tempo, a bezerra fica isolada e recebe muito leite e ração.
01:02:22O objetivo é que ela desenvolva um rumen eficiente.
01:02:27O rumen é o maior compartimento do estômago dos bovinos.
01:02:32É uma espécie de tanque de fermentação, onde a comida começa a ser digerida.
01:02:38Estimular o bom funcionamento do rumen, para que ele ganhe força e volume, é essencial para o bom aproveitamento alimentar do animal.
01:02:48A segunda fase começa com 90 dias de vida.
01:02:51A bezerra ganha um novo espaço, ainda só para ela, para que nada atrapalhe a alimentação.
01:02:59É quando o pasto entra na dieta.
01:03:01Aqui ela vai comer pasto e feno, que vai fazer que quando ela for adulta, ela seja uma vaca com uma grande capacidade de comer pasto e transformar esse pasto em leite.
01:03:11A terceira e última fase começa aos nove meses.
01:03:15É hora de aprender a viver em rebanho e começar a produzir.
01:03:19Basicamente a alimentação delas é pasto de alta qualidade, mais ou menos aos 15 meses elas são emprenhadas e aos dois anos elas vão ter o primeiro parto, onde elas vão passar a produzir leite.
01:03:31Vão entrar no lote de vacas em lactação e aí você fecha o ciclo.
01:03:36O sistema base de pasto está sempre evoluindo.
01:03:40A novidade agora é a adoção da chamada temporada de monta, fazer com que todas as vacas fiquem prenhes ao mesmo tempo.
01:03:50O melhor da produção de uma vaca é logo após o parto.
01:03:53Também isso tem que casar com a melhor época de produção de pastagem na propriedade.
01:03:58Com isso nós reduzimos o custo de produção, gastamentos com ração, com silagem e aí nós conseguimos também afinar a viola, né?
01:04:06Baixar o custo, ter o melhor lucro na produção.
01:04:08No caso do Matheus, afinar a viola também é ter qualidade de vida.
01:04:21Tempo para aprender a tocar acordeon e participar das provas de laço de que tanto gosta.
01:04:29Para a família, a chance de melhorar o que já está bom.
01:04:34Há dois anos, os Volozim compraram nove hectares de uma terra vizinha.
01:04:40Trabalhar no que é da gente, né?
01:04:42E continuar o sonho do meu pai e da minha mãe, eu dar sequência agora.
01:04:46Enquanto para o Matheus a sucessão aconteceu de forma natural, para a Glaucia foi no susto.
01:04:55Ela morava na cidade quando a mãe sofreu um acidente doméstico na fazenda da família.
01:05:01Na época, a dona Fátima e o seu Nadir quase abriram mão do gado.
01:05:06Causou um problema de coluna, aí eu não tinha mais capacidade de trabalho para cuidar das vacas, né?
01:05:12Então a gente decidiu desistir das vacas, porque se tornava muito trabalho para ele.
01:05:18Isso mudou a vida da Glaucia.
01:05:20Não, não pode, né?
01:05:22Eu disse, não, não vamos deixar o pai se desfazer dos animais.
01:05:25Já tinha um investimento, eram animais bons, o meu pai já fazia o melhoramento genético.
01:05:29Aí o meu marido disse, não, nós vamos lá, nós vamos dar continuada nessa atividade.
01:05:35O ano era 2017.
01:05:38Ela e o marido Javan se mudaram para a propriedade em Coronel Freitas, oeste de Santa Catarina.
01:05:46E passaram a cuidar das 60 vacas leiteiras, também criadas no sistema à base de pasto.
01:05:54Quatro anos depois, nasceu a Isis.
01:05:57Mas a bebê passava mal toda vez que tomava leite.
01:06:01Chorava muito, muito, muito.
01:06:03Ela ficava toda vermelha.
01:06:04Aí tinha muito desconforto, né?
01:06:06Quando a família buscou ajuda médica, veio o diagnóstico.
01:06:10Existem intolerância a uma proteína do leite.
01:06:14Foi meio por acaso que os pais descobriram que o que a menina precisava já estava ali, na própria fazenda.
01:06:22Foi através de um vendedor de sêmen.
01:06:24Quem vendia sêmen aqui para o nosso rebanho, ele me disse, ó, tem a possibilidade na genotipagem dos animais que você consegue descobrir.
01:06:31Vai que você tem animal que todos os leites que não causa tolerância.
01:06:34É, que tem um animal. Exatamente.
01:06:35E tinha?
01:06:36E tinha.
01:06:36Os testes genéticos mostraram que dez vacas do rebanho tinham o genótipo A2-A2.
01:06:44O leite que elas produzem contém apenas a proteína beta-caseína A2.
01:06:50Uma alternativa para pessoas que têm dificuldade em digerir a beta-caseína A1, presente no leite comum e responsável por causar cólicas e má digestão.
01:07:02A descoberta, além de resolver o problema da filha, rendeu uma oportunidade de negócio.
01:07:11Hoje, das 60 vacas do rebanho, 21 produzem o leite A2-A2.
01:07:17A ideia inicial da família era apenas envasar o leite na própria propriedade, agregando valor ao produto.
01:07:24E com o estudo, a gente percebeu que só o leite envasado não seria viável economicamente à atividade.
01:07:31Então, a gente sugeriu que tivesse um valor agregado maior através da produção de queijos, além do leite envasado.
01:07:38A fábrica de laticínios começou a funcionar em outubro do ano passado.
01:07:46Desde então, o casal processa 10 mil litros de leite por mês.
01:07:513.500 litros são do tipo A2-A2, que vale mais.
01:07:56A Glaucio e o Javan trabalham 8 horas por dia, 6 dias da semana, no pasto, a sala de produção, para fazer os queijos.
01:08:07Essa é a realidade da agricultura familiar, mas está valendo muito a pena.
01:08:11Olha só como está bonita a produção.
01:08:15São 1.100 peças de 1 quilo todo mês.
01:08:18E os queijos estão sendo vendidos em 10 cidades da região.
01:08:23Qual é a rentabilidade que vocês têm hoje?
01:08:25Hoje, 50%, né?
01:08:27Quer dizer, de cada 10 litros de leite que vocês produzem, 5 ficam no bolso de vocês.
01:08:33Fica com nós.
01:08:33Qual é a ideia de vocês para continuar crescendo?
01:08:36É transformar todo o nosso orebanho em 100% A2 e trazer esse leite para cá.
01:08:44Ser transformado em queijos e, quem sabe, em outros produtos, né?
01:08:48É essa determinação da agricultura familiar que tem feito Santa Catarina ganhar protagonismo na pecuária leiteira no país,
01:09:02como o estado em que a produção mais cresceu na última década.
01:09:07Resultado da parceria com a ciência.
01:09:09E buscar conhecimento, uma coisa que a gente sempre fez, né?
01:09:15Curso, excursão, dia de campo, seminário.
01:09:18Tudo nós participamos.
01:09:19Sozinho eu não ia chegar, o menos chegamos.
01:09:23E as novas gerações aprendem, desde cedo, que essa prosperidade tem a ver com o jeito de encarar as dificuldades da vida.
01:09:32A gente não reclama das coisas, né?
01:09:34Eu aprecio meu pai e passo isso para ela.
01:09:38Já que estamos meio caminho andado, vamos mais para o crente.
01:09:42Não pode parar, né?
01:09:43Tem que sempre almejar mais.
01:09:45Nós temos muito orgulho de ter uma família como nós temos.
01:09:48Isso aí.
01:09:49A família é unida e vamos em frente.
01:09:51Viva o lugar do eleite, viva o lugar do eleite.
01:09:54Viva nós aqui, viva a nossa família.
01:09:56O estado de Santa Catarina produz três vezes mais leite do que a média nacional.
01:10:13Nas fazendas que viraram referência, essa produção chega a ser cinco vezes maior.
01:10:19O Globo Rural termina aqui.
01:10:21Sábado que vem, às seis da manhã, tem a nossa reprise.
01:10:24E domingo, às oito e meia, esperamos você com um programa inédito.
01:10:28Um ótimo dia.
01:10:29Um bom domingo e até semana que vem.
01:10:54E aí
01:10:59E aí
01:11:01E aí
01:11:03E aí
01:11:03Tchau, tchau.