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A oposição reagiu duramente após a Advocacia-Geral da União (AGU) confirmar ação no STF para reverter a derrubada do aumento do IOF pelo Congresso. A medida eleva a tensão, configurando uma nova tensão entre os poderes.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/xo6Z8fJs71k

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Transcrição
00:00A Advocacia-Geral da União oficializou nesta terça-feira uma ação do governo que contesta a derrubada do imposto sobre operações financeiras, o IOF.
00:10Segundo a AGU, a decisão do Congresso em vetar a alta desse tributo viola o princípio da separação de poderes.
00:18A judicialização do caso foi vista, foi interpretada como uma afronta do Planalto ao Legislativo,
00:24com diversos parlamentares da oposição e do Centrão alertando sobre a escalada da crise e o rompimento de relações.
00:33O líder da oposição na Câmara, o deputado Coronel Zucco, publicou na rede social X uma nota do bloco dizendo que,
00:41ao acionar o judiciário, o governo declara uma guerra ao Congresso Nacional e atenta contra a democracia.
00:47O texto diz ainda que o Planalto utilizou a alta do IOF de forma abusiva para tentar aumentar a arrecadação para cobrir o rombo fiscal que ele mesmo causou.
00:59Por fim, Zucco seguiu a mesma linha de outras lideranças do Congresso e afirmou que a resposta ao governo será firme e o parlamento saberá reagir à altura.
01:09Enfim, alguns elementos para a gente destacar e discutir em relação ao episódio do IOF.
01:16Vamos ao Rio de Janeiro, Roberto Mota já conectado ao vivo.
01:20Mota, seja bem-vindo, ótima noite a você.
01:23Mais um dia, mais um capítulo que envolve esse episódio do IOF, a derrubada do aumento do imposto
01:29e agora, entre aspas, o contra-golpe do governo, que já protocolou essa ação, vai judicializar.
01:37Agora é esperar para ver. Bem-vindo.
01:40O governo vai recorrer mais uma vez ao tapetão. Mais uma vez não é surpresa nenhuma.
01:48Boa noite, Caniato. Boa noite aos meus colegas de bancada. Boa noite à nossa audiência.
01:53Já faz algum tempo que esse é o jogo. É difícil tentar convencer o governo a reduzir os gastos.
02:02É praticamente uma tarefa impossível. Mas, de qualquer forma, vai aqui de novo a minha contribuição
02:10para um pacote de corte de gastos para que o governo não precise aumentar imposto.
02:17É simples. Basta reduzir o número de ministérios para seis.
02:23Cortar pela metade o número de cargos comissionados em todos os poderes.
02:29Suspender as viagens internacionais e os eventos durante dois anos.
02:35Suspender também durante dois anos toda a publicidade oficial.
02:40Vender metade dos carros oficiais e todos os jatinhos da FAB.
02:46Suspender a contratação de novos servidores durante dois anos.
02:52Privatizar todas as estatais.
02:55E limitar em dois anos o recebimento do Bolsa Família.
03:01A exceção de doentes e idosos.
03:05Os congressistas podem ficar à vontade para batizar esse pacote de lei Pingos nos Is.
03:12Luiz Felipe Dávila também com a gente.
03:15Vai trazer suas reflexões para mais esse episódio que envolve a derrubada da alta do IOF.
03:23A insatisfação do governo.
03:25A Advocacia Geral da União anunciando que o governo vai recorrer contra essa derrubada.
03:30E aí a oposição dizendo o governo declarou guerra contra o Congresso.
03:36Quais podem ser as consequências desse cenário, hein Dávila?
03:39Bem-vindo.
03:41Boa noite, Caniato.
03:42Boa noite, meus amigos de bancada.
03:44E boa noite à nossa querida audiência.
03:47Caniato, este é mais um episódio que mostra a Advocacia Geral da União
03:52desvirtuando o seu papel e tomando uma postura política na defesa de um ato arbitrário do governo
04:02em usar um imposto regulatório, que é o IOF, para arrecadar mais imposto.
04:10Isto é inconstitucional.
04:12Você não pode transformar um imposto regulatório do setor financeiro para aumentar a arrecadação.
04:21E veja só a argumentação da Advocacia Geral da União, que diz que isso pode provocar
04:28riscos fiscais graves ao Estado brasileiro.
04:32Ora, esse é um problema político.
04:33Não tem nada a ver com a constitucionalidade do dado.
04:37Aliás, Caniato, o artigo 153 da Constituição, ele dá sim poder ao Executivo para regular impostos regulatórios.
04:48Ou seja, para pegar o IOF, por exemplo, acha que agora teve um problema, um descasamento de câmbio
04:55ou alguma coisa com entrada de importação e exportação, você pode usar para regular,
05:00moderar, evitar que determinado fluxo saia com uma rapidez muito indevida e tal.
05:06Mas você não pode usar um imposto regulatório para aumentar a arrecadação.
05:11Isso é inconstitucional.
05:13Isso é uma barbaridade.
05:14É uma violação clara da Constituição.
05:17E a AGU está endossando essa inconstitucionalidade.
05:22Então, o que o governo, o que o Congresso Nacional fez?
05:25Usou o seu poder constitucional do artigo 49 para declarar que transformar um imposto
05:34imposto regulatório em imposto de arrecadação é abuso de poder.
05:39E é exatamente isso que foi esse aumento indevido do IOF.
05:44Porque se você quer aumentar a arrecadação, você precisa respeitar o princípio da anterioridade.
05:54Ou seja, você tem que planejar este ano para arrecadar no próximo ano.
05:58Não pode criar um imposto e arrecadar no mesmo ano que ele é criado.
06:02Ou que é modificada a alíquota.
06:04Então, é uma barbaridade a inconstitucionalidade.
06:07Agora, tudo virou político.
06:08A AGU atua de forma política.
06:10O PSOL atua como uma guarda pretoriana do governo
06:16e entra com a ação de constitucionalidade no Supremo Tribunal Federal
06:19para provocar o Supremo a se manifestar sobre um assunto
06:22que a questão constitucional é clara.
06:25Só não olha quem quer transformar tudo num jogo político e de poder.
06:32E isso só cria mais instabilidade política,
06:36só cria mais desconfiança em relação às instituições
06:39e só demonstra esse poder insano de arrecadação do governo federal.
06:46E quem gosta de se debruçar sobre questões constitucionalistas
06:50é o Acácio Miranda, está com a gente nesta edição.
06:52Acácio, seja muito bem-vindo.
06:54Ótima noite a você.
06:55O Acácio, claro, participa dos programas e telejornais da Jovem Pan,
06:59mas também é professor, advogado.
07:00O Acácio também já atuou na esfera política.
07:05E eu queria pedir sua reflexão sobre esse episódio,
07:08mas exatamente a decisão tomada pelo Executivo por meio da AGU
07:12anunciando a judicialização.
07:14E aí eu até destaco, viu, Acácio, a manifestação do ministro Jorge Messias da AGU,
07:21dizendo o seguinte, a medida adotada pelo Congresso Nacional
07:24acabou por violar o princípio da separação de poderes.
07:29E é justamente o que fala também a outra parte,
07:31porque a oposição também, quando analisa esse episódio,
07:36fala em interferência do Executivo em uma decisão que teria sido tomada pelo Congresso Nacional.
07:43Enfim, o que estamos observando e quais são as projeções que a gente pode fazer?
07:49Boa noite, Caniato, boa noite, Dávila, boa noite, Mota,
07:54e um boa noite especial à nossa audiência.
07:57Caniato, essa história toda me faz lembrar um ditado que meu avô usava sempre.
08:03Em casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão.
08:08É um pouco que nós temos acompanhado neste momento,
08:12nessa disputa entre Congresso Nacional e Poder Executivo.
08:16Porque é fato, em primeiro lugar, que há necessidade de nós cortarmos gastos.
08:23E é fato também que o Legislativo abocanhou uma parte do orçamento
08:29através das emendas parlamentares.
08:32Então, ninguém tem razão nessa confusão.
08:37E no momento em que dois poderes brigam entre si,
08:40essa disputa acaba, infelizmente, batendo as portas de um terceiro poder.
08:47Que, neste momento, já é um poder empoderado no Brasil.
08:51É dúbio o que eu estou dizendo, mas já é um poder que tem muito protagonismo no Brasil,
08:58que é o poder judiciário.
09:01Essa questão será decidida pelo poder judiciário.
09:05Verdade seja dita, todo mundo tem um pouco de razão nessa confusão.
09:11E por quê?
09:12Primeiro, a rigor, o IOF é uma prerrogativa do poder executivo.
09:18E o Dávila bem disse.
09:20É um imposto que tem um viés mais regulatório do que arrecadatório.
09:25Mas o Legislativo também tem razão ao afirmar que alguns mecanismos foram atropelados.
09:34Especialmente o princípio da noventena,
09:37que diz que os impostos devem ser estabelecidos 90 dias antes da sua vigência.
09:44E o princípio da anualidade,
09:46que, a rigor, o imposto precisa vigorar no ano subsequente.
09:51Então, são estes os aspectos que se tem em consideração.
09:57Há uma tendência muito grande
10:00que essa discussão só venha a ser tratada efetivamente
10:04a partir do mês de agosto,
10:06mas, como é uma questão que demanda uma certa celeridade,
10:12caberá ao presidente do Supremo Tribunal Federal,
10:15durante este recesso,
10:17através de eliminar, determinar se o imposto continuará vigendo
10:23ou não continuará vigendo.
10:25E aí eu aponto a bizarrice.
10:27Um imposto que afetará todos os brasileiros
10:31será determinada a sua existência ou não,
10:35menos que, mesmo que temporariamente,
10:38pela canetada de uma única pessoa.
10:41Isso é muito importante destacar para quem nos acompanha,
10:45porque nós estamos acompanhando um discurso
10:48de que o aumento desse imposto retiraria recursos
10:52ou, na verdade, penalizaria aqueles que ganham mais
10:55ou que têm dinheiro investido,
10:58sob o argumento de que é importante transferir recursos
11:03dos mais ricos para os mais pobres,
11:04olhando para aquele projeto de isentar as pessoas
11:08que ganham até R$ 5 mil, o imposto de renda.
11:11Mas, se a gente analisar friamente,
11:14todos acabam sendo impactados com o aumento de IOF.
11:16Todos, sem exceção.
11:18Deixa eu passar para o Mota,
11:19porque tem essa projeção, Mota,
11:21em relação ao que a Suprema Corte poderia decidir,
11:26uma vez ajuizada, essa ação.
11:28Qual seria a decisão?
11:30Alguns já têm uma noção do que poderia acontecer.
11:33Outras pessoas, não.
11:34Mas, trabalhando com uma hipótese,
11:37imagine que a manifestação seja favorável ao Poder Executivo.
11:41Qual seria o papel do Congresso Nacional?
11:44Você acha que, de imediato,
11:46é possível pensar, talvez, em um novo projeto de lei,
11:50uma medida que poderia assustar,
11:52ou, na verdade, criar um novo arcabouço
11:55que inviabilizaria a cobrança desse imposto?
11:58De alguma maneira, o Congresso vai precisar se mexer, né, Mota?
12:01Ou não, Caniato.
12:04Eu, sinceramente, não tenho a mínima ideia
12:07do que o Congresso vai fazer
12:09ou o que ele poderia fazer.
12:11O que a gente está vendo já há algum tempo
12:14é a criação de uma situação
12:18na qual os tribunais têm a última palavra
12:22sobre qualquer coisa.
12:25Esse é um jogo impossível de ser jogado
12:27pelo Congresso.
12:29Se o Executivo está aliado com o Judiciário,
12:33os tribunais têm a última palavra,
12:35acabou o jogo.
12:36Qualquer coisa que o Congresso produza ou faça
12:40pode ser declarada inconstitucional.
12:44Os argumentos podem ser virados de cabeça para baixo,
12:47como a gente está vendo nessa situação.
12:49O governo, em resposta a um movimento legítimo
12:54e constitucional do Congresso,
12:56recorre à Justiça.
12:57provavelmente esperando que a Justiça declare
13:01a ação do Congresso como inconstitucional.
13:04Mas a ação do Congresso é constitucional.
13:07Só que o governo usa como argumento
13:10justamente que o Congresso estaria ferindo
13:13a separação dos poderes,
13:15o que o próprio governo está fazendo
13:16quando pede a um outro poder
13:18que invalide...
13:20É impossível você explicar para uma pessoa
13:25essa realidade bizarra que se criou aqui no Brasil.
13:29Na verdade, é um novo tipo de direito
13:32no qual qualquer coisa pode significar qualquer coisa.
13:38Lembra aquele romance do George Orwell,
13:41em 1984,
13:41onde o Estado daquele romance dizia
13:47que guerra é paz, liberdade é escravidão.
13:50É isso.
13:51Você protestar contra a violação da separação de poderes
13:56é violar a separação de poderes.
13:58É um jogo de palavras
14:00onde significado, lei, direito
14:05já deixou de ter qualquer importância.
14:08Eu não acho que aqui tem qualquer relevância
14:10a gente ter uma discussão técnica.
14:12O que eu acho até interessante
14:14nessa história do imposto arrecadatório
14:18é como você chegar para o imposto
14:21que não tem caráter arrecadatório.
14:23Muita gente diz, o Dávila disse agora,
14:26segundo os especialistas,
14:28o IOF é o imposto com caráter regulatório.
14:31Para mim, que não sou especialista,
14:33isso é a mesma coisa que você chegar para um alcoólatra
14:36e dizer assim, olha, esse drink aqui
14:38ele não tem caráter viciante.
14:42É só para você dar uma relaxada.
14:44Imagine chegar para um governo na vibe
14:46que esse governo atual está
14:47e dizer, esse imposto aqui é só regulatório,
14:50não é para arrecadar.
14:52Mas eu acho realmente que essas discussões
14:54são todas superficiais.
14:55o que está em jogo aqui
14:57é efetivamente a separação de poderes.
15:00Aquela pergunta que eu fiz,
15:02acho que foi ontem aqui no programa.
15:04Quem dá a última palavra?
15:06Porque se a última palavra
15:07for sempre dada por um poder,
15:10manda o Congresso para casa
15:12e vamos deixar que a última palavra
15:15já seja dada imediatamente.
15:18Pois é, quero até compartilhar mais uma manifestação
15:20do ministro da AGU, Jorge Messias,
15:23abrindo aspas para ele.
15:24Eu gostaria de lembrar que essa decisão
15:26do presidente da República
15:28de judicializar e também de aumentar o IOF
15:31foi precedida de um amplo estudo técnico e jurídico
15:35solicitado a mim na semana passada,
15:38fecho aspas.
15:39Ou seja, dizendo que para aumentar o IOF
15:43fizeram estudos e se debruçaram sobre essa questão.
15:47O Dávila não concorda.
15:48E aí, Dávila, eu queria, além de, talvez,
15:51contribuir e compartilhar alguma informação
15:54a respeito dos questionamentos feitos pelo Mota,
15:56queria que você também nos dissesse sobre quais podem ser
15:59as respostas do Congresso Nacional,
16:02uma vez que a Justiça dê aval para o governo aumentar o IOF.
16:08Primeiro, tem fenômenos na política brasileira
16:13que é difícil explicar para alguém que não é brasileiro.
16:17Você explicar o que é jabuti é difícil explicar assim.
16:21Como é que tem uma emenda que você vai aprovar um projeto,
16:24aí você coloca 200 outros projetos dentro da emenda
16:28que não tem nada a ver com o projeto inicial.
16:30Não, mas é assim que funciona.
16:32O governo tentou usar o IOF como um jabuti
16:35para aumentar a arrecadação.
16:36Não, o pior, que isso é falado aos quatro ventos
16:41por todo mundo, pelo ministro da Fazenda.
16:43O presidente da República, hoje, foi lá curar o Plano Safra,
16:46disse que precisa aumentar a arrecadação
16:48para fazer justiça social.
16:49O próprio Jorge Messias, da AGU, o que ele disse?
16:53Que isso pode trazer riscos fiscais graves ao Estado brasileiro.
16:57Traduzindo, é aumentar a arrecadação mesmo.
17:00Ou seja, todo mundo diz que vai usar um imposto regulatório
17:03para aumentar a arrecadação
17:05e todo mundo acha que isso é constitucional.
17:07Não é constitucional, não está na lei
17:09que você pode usar um imposto regulatório
17:12para aumentar a arrecadação, ponto.
17:14Isso não tem interpretação, veja bem, não tem.
17:19Isso é, não pode, isso é inconstitucional.
17:22É que no Brasil, como bem disse o Mota,
17:24as leis se tornaram coisas relativas, subjetivas.
17:27Cada um tem a interpretação que quer, é pessoal.
17:30Então, assim, é pessoal, é isso mesmo.
17:32Não se respeita os limites do poder,
17:34a autonomia dos poderes.
17:36Então, o que o governo vai acontecer com essa judicialização?
17:42Eu espero que o Congresso Nacional
17:45reaja à altura deste desafio.
17:49E eu já fiz aqui a proposição.
17:50O Congresso tem que aprovar uma PEC
17:53para acabar, extinguir o IOF a partir de 2026.
17:58A extinção do IOF já estava planejada
18:02desde o governo anterior,
18:05porque é uma excrescência tão grande,
18:07esse imposto regulatório,
18:10que o Brasil não poderia ingressar na OCDE,
18:13tendo esse imposto em vigor.
18:15Então, isso já estava planejado
18:18para ser extinto em 2029.
18:21Já que isso se tornou uma aberração tão grande,
18:24o Congresso Nacional deveria reagir
18:27aprovando uma PEC
18:28para acabar imediatamente com o IOF.
18:31É isso que tem que fazer.
18:32E entrar em vigor a partir do próximo ano,
18:34de novo, como é feito o regulador,
18:36tem que dar um tempo para se adaptar ao jogo.
18:38É a única resposta à altura
18:41de uma violação crassa
18:44de um princípio constitucional.
18:46Mais um vem sendo relativizado,
18:50vem criando tensão entre os poderes
18:52e vem quebrando completamente
18:56a independência e autonomia dos poderes.
19:00Agora, Cássio, e essa narrativa,
19:02essa tese de que o aumento do IOF
19:04atingiria somente os ricos,
19:07as pessoas que investem,
19:08quem viaja ao exterior.
19:11Muita gente abraçou essa ideia.
19:13Só que não é bem assim, né?
19:16Não é nem um pouco assim.
19:18Eu acho que essa talvez seja
19:20a grande falha do governo
19:21em termos de comunicação.
19:24Quisesse o governo efetivamente
19:26taxar os mais ricos,
19:28ele poderia ter usado outro imposto
19:31que está estabelecido na Constituição,
19:34que é o imposto sobre grandes fortunas.
19:37Esse sim, sem exceção alguma,
19:40taxaria só os mais ricos.
19:43O IOF, ele incide sobre operações financeiras.
19:47Todas as vezes que alguém usar
19:49o cartão de crédito,
19:51há incidência do IOF.
19:53No Brasil, não são só os ricos
19:55que usam cartão de crédito.
19:57Inclusive, para os mais pobres,
19:59a taxa do cartão de crédito,
20:02o crédito que se tem,
20:03faz parte, inclusive, do orçamento.
20:06As pessoas usam fazendo conta
20:09para estabelecerem quais são
20:11os seus limites.
20:13Envio de recursos para o exterior.
20:15Existem pessoas que têm parentes
20:17tentando fazer a vida lá fora.
20:19Não são ricos.
20:20Estariam taxados por isso.
20:23Então, essa falsa narrativa
20:25também é um dos aspectos
20:28combatidos pelo Congresso Nacional
20:30com muita razão.
20:33Se o governo quer, efetivamente,
20:35disse no começo e direi agora no final,
20:38taxar as grandes fortunas,
20:40que use um imposto que tem
20:42exatamente esse nome.
20:44E há um último aspecto, o PIX.
20:46Ficou meio nebulosa a taxação
20:49ou não do PIX.
20:50Acho que ninguém tem dúvidas
20:52que, em sendo aprovado o IOF,
20:56ele seria inserido
20:57nesta taxação também.
21:00Então, o principal mecanismo
21:02de circulação econômica
21:04no nosso país
21:05estaria abarcado por este tributo.
21:09E eu pergunto,
21:10são só os ricos
21:11que usam o PIX no dia a dia?
21:13Então, toda essa complexidade
21:16precisa ser levada
21:18em consideração.
21:20O governo federal
21:21tem usado uma narrativa
21:24que o IOF,
21:25a incidência do IOF,
21:27serviria para custear
21:29a isenção
21:30do imposto de renda
21:32daqueles que ganham
21:33até R$ 5 mil.
21:35Eu acho que a justiça social
21:37da isenção do imposto de renda
21:39é correta.
21:40Mas, repito,
21:41existem mecanismos
21:42mais efetivos
21:44para que seja estabelecida
21:46essa justiça tributária
21:48e não o IOF.
21:50Até porque o IOF,
21:51da forma como foi colocado,
21:54parece muito mais
21:55o ressuscitar a CPMF
21:58do que a instituição do IOF
22:00propriamente.
22:02Pois é.
22:02Agora, diante dessa situação,
22:04Mota,
22:05com parte do Congresso
22:06ameaçando romper com o governo
22:09e possivelmente sinalizando
22:11para a imposição de derrotas
22:13aquelas medidas
22:15que são estrategicamente
22:17importantes
22:18para a atual administração,
22:20a gente não corre o risco
22:21de se deparar
22:23com a paralisação completa
22:25da agenda parlamentar.
22:28Não lhe parece
22:29uma aposta arriscada
22:31do governo
22:31em adotar
22:32essa estratégia
22:34de judicializar
22:36ao invés de, sei lá,
22:38atribuir alguém
22:39ao articulador do governo,
22:42fazer aquele trabalho
22:43que normalmente
22:44a gente costuma
22:45acompanhar
22:46em toda a administração,
22:47tem aquela figura
22:48forte do governo
22:49que conversa
22:50com as lideranças partidárias,
22:52acordo,
22:53gastar a sua lado de sapato,
22:54muito cafezinho,
22:55conversar,
22:56negociar,
22:57faz parte.
22:58O executivo precisa
22:59negociar
23:00com o Congresso Nacional,
23:02com as lideranças partidárias,
23:03faz parte.
23:04abrir mão
23:05desse mecanismo
23:07e eu volto
23:08ao seu primeiro comentário
23:09e apostar tudo
23:11no tapetão
23:11me parece
23:12arriscado demais.
23:15É,
23:15eu acho que
23:16você tem razão,
23:19mas esse mundo
23:20que você descreve,
23:21Caniato,
23:22me parece que é um mundo
23:23que está desaparecendo
23:24e está sendo substituído
23:26por um outro mundo
23:27onde o tapetão
23:28é muito menos arriscado.
23:30Eu acho que o que a gente
23:31está vendo hoje
23:32no Brasil
23:33é
23:34a
23:35hegemonia
23:37de um tipo
23:37de mentalidade
23:38que é resumido
23:39nessa expressão
23:40justiça social.
23:43Essa semana,
23:44o grande economista
23:45e pensador
23:46Thomas Sowell
23:46fez 95 anos
23:48e ele explica
23:50o absurdo
23:51que é
23:52essa expressão
23:53justiça social.
23:54Essa expressão
23:56ela é usada
23:57para significar
23:58o seguinte,
23:59existe um grupo
24:00de pessoas iluminadas.
24:02Essas pessoas
24:03sabem
24:04quanto dinheiro
24:06cada um de nós
24:07deve ter,
24:08quanta renda
24:09cada um de nós
24:10deve ter.
24:11Então,
24:11a justiça social
24:12é tirar dinheiro
24:14de alguns de nós
24:15e dar para os outros
24:17até que essa
24:18combinação
24:20perfeita
24:21seja atingida.
24:22Agora,
24:23presta atenção,
24:24as pessoas
24:26que sempre
24:27estão encarregadas
24:28de fazer
24:29essa justiça social
24:30sempre têm
24:31muito dinheiro.
24:32Elas sempre
24:33estão em cima.
24:35É uma coisa curiosa.
24:36A justiça social
24:37nunca começa
24:38por elas.
24:40Thomas Sowell
24:41explica
24:41esse absurdo.
24:42E aí,
24:43a gente vê
24:43essa mentalidade
24:45que é uma mentalidade
24:47de demonização
24:48da prosperidade.
24:49Eu sempre falo aqui
24:50que predomina
24:51no Brasil
24:52o que a gente
24:52ensina
24:53as nossas crianças
24:53é o preconceito
24:55contra quem
24:56trabalhou
24:57e conseguiu
24:58bons resultados
24:59na vida.
25:00Essas pessoas
25:01no Brasil
25:01são perseguidas.
25:03O empresário
25:03no Brasil
25:04é um vilão.
25:06E essas...
25:07Existe um cestinho
25:08de maldades
25:09esperando
25:11a vez de ser aberto
25:12e as maldades
25:13serem tiradas de lá.
25:15Uma delas
25:15é esse imposto
25:16sobre grandes fortunas.
25:18Imagina isso.
25:19Quem vai dizer
25:20o que é uma grande fortuna?
25:22Não vão ser
25:22nenhum de nós quatro
25:24aqui.
25:24Eu aposto.
25:26Vai ser algum burocrata
25:27sentado em algum escritório,
25:30aconselhado por algum
25:31lobista,
25:33algum escritório,
25:35e aí ele vai resolver
25:36o que é grande fortuna.
25:37E aí nós
25:38trabalhamos a vida inteira
25:40para acumular um patrimônio,
25:43para deixar
25:44para os nossos filhos
25:45patrimônio esse
25:46que hoje,
25:47sem imposto
25:48de grandes fortunas.
25:49Já sofre
25:50uma tributação
25:52imensa.
25:53Você paga imposto
25:55sobre tudo
25:55que você ganha,
25:56sobre tudo
25:56que você tem,
25:57sobre tudo
25:58que você compra.
25:59Quando você morre,
26:00os seus herdeiros
26:01têm que pagar imposto
26:02para receber aquilo
26:03pelo qual você
26:04trabalhou a vida inteira.
26:06E no dia que vier
26:06o imposto
26:07sobre grandes fortunas,
26:08tchau, tchau,
26:09vai ser
26:10o prego
26:12no caixão
26:13desse país.
26:14Porque todo mundo
26:15que tiver qualquer
26:16perspectiva de vida
26:17vai pegar o seu patrimônio
26:19e vai embora daqui,
26:20como já aconteceu
26:21em vários outros países.
26:22Então,
26:23só para fechar
26:23o meu comentário,
26:25o que a gente está vendo aqui
26:26não é uma situação
26:27pontual,
26:29é mais um passo
26:31na concretização
26:32de um projeto de poder.
26:34Eu acho
26:35que se o governo
26:36resolveu
26:36optar pelo tapetão,
26:39é porque ele sabe
26:40que, pelo menos
26:41nesse caso,
26:42não é uma aposta
26:43arriscada.

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