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Exilado na Espanha, Edmundo González, opositor do ditador Nicolás Maduro, escreveu uma carta ao povo de seu país. Ele desembarcou em território espanhol no domingo, 8, depois de fugir da perseguição do regime chavista, que ordenou sua prisão.

Nicolás Maduro debochou do exílio de González. O ditador da Venezuela afirmou o seguinte em seu programa de televisão na segunda-feira, 9.

“Meu respeito pela sua decisão. Posso dizer ao embaixador González Urrutia, com quem tive um duro confronto depois de 29 de julho, que estive atento a tudo isso e compreendo o passo que deu e o respeito, espero que esteja bem no seu caminho e em sua nova vida.”

Felipe Moura Brasil e Carlos Graieb comentam:

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Transcrição
00:00Muito bem, vamos falar de Venezuela, que ontem a gente se estendeu aqui para analisar os escândalos nacionais.
00:05Exilado na Espanha, Edmundo Gonçalves, opositor do ditador Nicolás Maduro, escreveu uma carta ao povo de seu país.
00:12Ele desembarcou em território espanhol no domingo 8, depois de fugir da perseguição do regime chavista, que ordenou a sua prisão.
00:19Eu vou ler alguns trechos que a gente separou da carta.
00:22Abro aspas.
00:23Fiz isso pensando na minha família e em todas as famílias venezuelanas nesse momento de tanta tensão e angústia.
00:28Fiz isso para que as coisas mudem e possamos construir uma nova era para a Venezuela.
00:33O meu compromisso não se baseia na ambição pessoal.
00:36Esta decisão é um gesto que chega a todos e espero que, como tal, seja retribuído.
00:41Sou incompatível com o ressentimento.
00:43Só a política do diálogo pode reunir-nos como compatriotas.
00:47Só a democracia e a realização da vontade popular podem ser o caminho para o nosso futuro como país e continuarei empenhado nisso.
00:54Penso, sobretudo, nas pessoas privadas de liberdade que me apoiaram.
00:57Sua liberdade é para mim a grande prioridade, uma exigência inalienável.
01:02Quero expressar minha infinita gratidão a todos aqueles que me apoiaram na Venezuela e no mundo e, especialmente, a minha família.
01:08Fecho aspas.
01:09No final da carta, Edmundo Gonçalves destaca o esforço de Maria Corina Machado, que liderou esse processo eleitoral,
01:15e da plataforma unitária pelo seu trabalho e compromissos.
01:19Grebe, a gente vê aí o aumento da repressão a um nível absurdo, que é o ditador que fraudou as eleições,
01:29ele participar de um regime que manda prender o seu opositor, que apresentou as atas que a oposição conseguiu coletar e que apontavam a sua vitória.
01:39E o Edmundo Gonçalves, portanto, tendo que fugir do país, tendo que se exilar na Espanha, que, felizmente, o recebe, concede a ele um asilo político.
01:48E, quanto mais aumenta a repressão, quanto mais escancarada ela fica, mais escancarada fica também a cumplicidade de Lula,
01:59de todo o seu governo, principalmente ali de Celso Amorim, que é o seu assessor especial para assuntos internacionais,
02:04que, mesmo diante desse nível de autoritarismo, ainda continuam passando pano para usar o jargão popular, relativizando o autoritarismo.
02:14Quando é dentro do Brasil, quando envolve algum adversário, aí acusa de tudo, tudo que possa imaginar.
02:21Quando envolve um governo rival, considerado de extrema-direita, num outro país longínquo, como Israel, por exemplo,
02:28acusa de tudo que possa imaginar. Mas quando é um parceiro histórico, inclusive no compartilhamento de marqueteiros, de empreiteiras,
02:36aí fica escancarado também o rabo preso do Lula greve.
02:40Exato, Felipe. O Edmundo Gonzalez tem 75 anos, é um homem que se pôs à frente desse movimento
02:51quando o regime do Maduro impediu a candidata natural, que era a Maria Corina, de participar das eleições.
03:00Ele se pôs à frente do movimento e está pagando muito caro agora.
03:04Não é o primeiro político que decide enfrentar o Maduro em eleições e que é obrigado a sair do país.
03:13Isso já aconteceu mais de uma vez antes.
03:18E isso torna ainda mais grave essa condescendência que você apontou aí do governo Lula com esse regime.
03:27Porque não é de agora. Não é o primeiro que se vê forçado a deixar para trás a sua vida.
03:33Veja, aos 75 anos você é obrigado a fugir do seu país.
03:38Um país que você serviu como diplomata.
03:40Você é obrigado a deixar tudo o que você construiu para trás.
03:44Por quê? Porque você participou de eleições contra um ditador.
03:49E o governo Lula já deveria ter visto isso há muito tempo.
03:52Porque, repito, não foi a primeira vez.
03:55Já havia acontecido antes.
03:57Já teve muitas oportunidades para o Lula apontar o autoritarismo desse regime.
04:02E agora caiu a ficha?
04:04É claro que já tinha caído.
04:06Ele se recusava apenas a usar o bom português e chamar de ditadura o que é ditadura.
04:13E a disfarçatez, é um cinismo da declaração do Maduro também em relação a essa saída do Edmundo Gonzales.
04:24Ele disse que respeita o passo dado pelo Edmundo Gonzales.
04:29É para chorar, não é para rir.
04:32A gente tem essas aspas do Maduro.
04:34Vamos colocar aí na tela, produção?
04:35Meu respeito pela sua decisão.
04:39Posso dizer ao embaixador Gonzales Urrutia, com quem tive um duro confronto.
04:46A gente tem aí a arte com as aspas, está aí.
04:48Com quem tive um duro confronto depois de 29 de julho.
04:52Que estive atento a tudo isso e compreendo o passo que deu e o respeito.
04:56Espero que esteja bem no seu caminho e em sua nova vida.
05:00Fecho aspas.
05:01Graeli, que me deu sociopático de cinismo.
05:08Ele afetando fofura a uma altura dessa, como se não fosse a ditadura dele.
05:12Que estivesse reprimindo, que estivesse obrigando o seu rival a se exilar do país.
05:18Não, nós compreendemos.
05:19Quer dizer, fique aí distante.
05:21Onde o senhor não ameaça o meu poder.
05:23Exato.
05:24De onde o senhor não pode fazer nada para me tirar aqui do poder.
05:28Não pode nem sequer disputar uma eleição que já foi completamente desvirtuada desde o começo.
05:34Com o impedimento de candidatura.
05:36Eu entendo, senhor.
05:38Eu entendo.
05:38É, na credção.
05:39Eu diria o seguinte para o Maduro.
05:41Olha, o mundo entenderá, Maduro.
05:43Se você fugir para Cuba, por exemplo, com uma mala cheia de dinheiro.
05:49A gente sabe, né?
05:50Leva lá, transfere recursos para Cuba.
05:52O mundo vai entender o seu passo.
05:55Mas deixe a Venezuela viver.
05:59Liberte este país da sua presença.
06:01Isso sim será entendido pelo mundo.
06:04E a Maria Corina Machado afirmou em evento ontem que vai permanecer na Venezuela.
06:08Aspas para a Corina.
06:10Se a saída do Edmundo muda alguma coisa, em uma perspectiva que possa aumentar o risco para mim, não sei.
06:16Mas de qualquer forma, decidi ficar na Venezuela e acompanhar a luta daqui enquanto ele acompanha de fora.
06:21Fecho aspas.
06:22É um risco.
06:24É um perigo.
06:25É uma dificuldade muito grande pela qual a oposição na Venezuela passa.
06:30Isso envolve dilemas, evidentemente.
06:32Está aí o Edmundo, diante de uma ordem de prisão, preferiu se exilar.
06:36E a Corina sabe que ela é a próxima.
06:38Já houve iniciativas do Procurador-Geral da República, nomeado pela ditadura, para pedir a sua prisão.
06:46Desde que eles alegaram naquela narrativa inteiramente falseada sobre um ataque ao sistema eleitoral, que teria paralisado as máquinas no momento da apuração.
06:58Na verdade, era o regime tentando burlar a votação dos venezuelanos.
07:04Então, há uma iniciativa para prender a Corina.
07:07Acontece que há uma pressão internacional enorme.
07:10Eles já foram atrás do Edmundo Gonçalves.
07:14Se forem atrás da Corina, pode aumentar ainda mais essa pressão.
07:17E ela está desafiando até o limite do perigo.
07:23Ela pode ser enjaulada, ela pode ser colocada numa cela e tudo, evidentemente, pode acontecer com ela, longe das câmeras.
07:30E depois se dá qualquer tipo de alegação, como o Vladimir Putin fez lá na Rússia, na colônia penal lá da Sibéria, que é gelada.
07:38Morreu lá o Navalny, o Alexei Navalny.
07:41Lembra, Greve?
07:41E aí você fala, não, estamos esperando aqui o laudo oficial dos peritos, etc., para saber exatamente qual foi a causa da morte.
07:49Ora, foi o regime que o aprisionou lá, simplesmente por ser crítico, por ser opositor.
07:55Então, a gente fica com essa preocupação em relação ao que pode acontecer na Venezuela e um país que tem um poder de influenciar o que acontece num país vizinho,
08:06como o Brasil, que é grande, que tem negócios com a Venezuela, aliás, negócios agora retomados pelos irmãos Batista junto ao governo Lula.
08:14E fica aí passando todo esse pano, Greve.
08:17É, e ainda tem um fator a mais, né, Felipe, e que também envergonha o Brasil.
08:22Parece que é uma coisa boa que o Brasil está fazendo, mas o fato é que o Brasil não deveria ter deixado chegar a esse ponto.
08:29Não, né, teve chances de influir antes, agora só está lidando com os danos.
08:35Eu estou me referindo a seis pessoas ligadas à campanha da Maria Corina, quatro assessores diretos e dois políticos que se aproximaram do grupo da Maria Corina,
08:47que estão presos na Embaixada Argentina, que está sob guarda, vamos dizer assim, né, ou sob cuidado do Brasil.
08:57Por que a Venezuela e a Argentina romperam relações?
09:02Então o Brasil está cuidando do prédio que era a Embaixada Argentina.
09:06E tem lá essas seis pessoas da oposição presas.
09:11A Embaixada esteve cercada por vários dias, agora saíram, daqui a pouco voltam,
09:17porque eles estão sendo usados pelo regime como reféns também.
09:21São reféns do regime, o regime não pretende dar o salvo conduto que deu ao Rúthia para que eles saiam da Venezuela.
09:30Eles querem usar esses caras, essas pessoas, como iscas para ver se pegam a Maria Corina.
09:36Então é tudo de uma perversidade, assim, estarrecedora.
09:41E o Brasil, lá, impotente, humilhado, ridículo.
09:45A cumplicidade com o regime ditatorial que prende seus opositores também é perversa.

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