A candidata do PSB à prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral, criticou a gestão de Ricardo Nunes e disse que a candidatura de Guilherme Boulos era sectária em sabatina concedida em O Antagonista. - Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Apoie o jornalismo Vigilante:
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00:07Estreou ontem, né, meu caro Rodolfo Sabatinas, de O Antagonista, com os candidatos a prefeito em São Paulo
00:21e a primeira pessoa ouvida, a primeira candidata ouvida foi ela, Tabata Amaral.
00:26Mateus, como o tempo está me apertando, né, porque tivemos esse caso da CCJ, vamos reduzir os vídeos em dois.
00:34Vamos falar, vamos, eu quero começar essa batina, você pode conferir essa batina na íntegra aqui, em O Antagonista,
00:41mas eu quero pegar dois trechos, em que ela fala diretamente dos seus principais concorrentes.
00:45Primeiro, Mateus, solta na tela o trecho em que ela fala sobre o Pablo Massal e a correlação dele com outros episódios de corrupção aqui no Brasil.
00:54A senhora tem apontado a condenação do Pablo Massal, aliás, a senhora citou indiretamente, é ele que arrotula daquela maneira,
01:02por furto qualificado, por ter ajudado uma quadrilha de fraudes bancárias e tem sido muito incisiva,
01:08até com momentos de irreverência, de ironia, para tratar a respeito desse candidato,
01:13que tem tido uma ascensão aí no campo da direita, nessa leva bolsonarista, com algumas tretas aí nos últimos dias.
01:20Muitas.
01:21Muitas com a família Bolsonaro.
01:23E há uma dúvida que me parece bastante legítima, inclusive no nosso público, de O Antagonista e da Cruzoé,
01:29em razão de algo que a gente critica muitas vezes, que é o corporativismo ideológico,
01:33que é o nós contra eles, desse discurso populista, em que as pessoas parecem passar pano para membros do seu próprio grupo,
01:40como se diz nas redes sociais, enquanto acusam a sujeira dos grupos adversários.
01:44Então, se vê agora a sua postura bastante incisiva, fazendo um embate moral,
01:50até que outros candidatos não estão fazendo, em relação ao Pablo Marçal, e vem aquela questão.
01:55Mas a senhora foi incisiva, assim, em relação à corrupção petista, por exemplo,
01:59nos escândalos do Mensalão, nos escândalos do Petrolão?
02:02Faltou incisividade em relação a isso?
02:04Felipe, as pessoas falam muito da minha idade, né?
02:07Vou ter que usar essa carta agora.
02:08No auge do Mensalão, eu estava no terceiro ano do Ensino Fundamental.
02:15Então, de fato, não existe um posicionamento meu sobre os anões do orçamento do PSDB,
02:21sobre o Mensalão, quando eu estava no Ensino Fundamental.
02:25E eu brinco aqui, obviamente, porque eu não estou brincando.
02:28Tem muita gente que vira na rede social e fala,
02:30mas no Mensalão você não falou nada?
02:32E eu respondo, mas eu estava no Ensino Fundamental, na escola pública.
02:37Mas, brincadeiras à parte, tem inúmeras falas minhas condenando.
02:40Condenando de anões do orçamento, condenando o que foi o Mensalão,
02:44condenando o que foi o Petrolão.
02:46Inclusive, falas minhas dizendo que é um absurdo.
02:49Eu entendo e que não é meu papel ficar opinando sobre processo jurídico.
02:54Deixo isso para os juristas.
02:56Mas não dá para dizer que o Petrolão não aconteceu.
02:59Inclusive, o dinheiro que foi pago de indenização, ele saiu de algum lugar.
03:03E ele saiu de dinheiro que foi desviado.
03:05E acho que essa independência, ela choca algumas pessoas.
03:09Alguém que tem coragem de apontar o dedo para o Mensalão, para o Petrolão,
03:13mas também para o orçamento secreto que foi criado no governo Bolsonaro.
03:16E é aqui o que eu acho que a gente tem que pontuar.
03:18Não é que houve um entendimento, no caso do Pablo Marçal,
03:21de que o juiz foi equivocado.
03:23O juiz não tinha competência.
03:25O juiz era partidário.
03:27O Pablo Marçal só não ficou preso.
03:30Ele foi preso.
03:30Mas ele entregou os seus comparsas, X9, delatou.
03:35E por conta disso, pagando advogado,
03:38ele conseguiu fazer com que o processo se arrastasse por oito anos e prescrevesse.
03:43E nada desse processo altera o processo legal.
03:46Ou questiona o juiz que o julgou.
03:49Ou muda a condenação que ele recebeu.
03:51O que está acontecendo com a Lava Jato, etc. e tal, é outra coisa.
03:55As pessoas estão questionando, corretamente ou não, o processo.
03:59O juiz que julgou.
04:00E me assusta essa relativação do que acontece com o Pablo Marçal.
04:05Deixa eu lhe perguntar...
04:06Mas enfim, só uma linha.
04:08A gente tem uma operação mostrando a infiltração do crime organizado na região metropolitana de São Paulo.
04:13Eu cresci na periferia.
04:15Eu cansei de ver gente entrando em facção e ser assassinada com 13, 14 anos de idade.
04:20É disso que a gente está falando.
04:22É da possibilidade de a gente ter uma pessoa que tem inúmeras conexões com o crime organizado,
04:27assumindo a prefeitura da maior cidade do país.
04:30Eu não acho que a gente pode relativizar nada nos processos de investigação dele de lavagem de dinheiro,
04:36de falsidade ideológica, de apropriação indébita, de homicídio.
04:40A gente está falando de um cara muito complicado e me assusta muito quando a gente não trata como criminoso.
04:46Mas não há uma relativação.
04:47Ela fala basicamente sobre o Pablo Marçal também, que é complicado quando você não trata criminoso como criminoso.
04:55Tem um trecho que ela fala também sobre o PSOL, sobre a candidatura de Guilherme Boulos,
04:59dizendo que a candidatura de Boulos é uma candidatura sectária.
05:03Matheus, solta esse trecho também, por gentileza.
05:04Candidata, falando um pouquinho sobre a campanha, a senhora no direito de resposta ao Pablo Marçal
05:10acabou fazendo uma pergunta mais ou menos assim, não vou lembrar a formulação exata,
05:15mas você acha que alguém que não é de esquerda vai votar no Guilherme Boulos?
05:19Quer dizer, a senhora está se colocando ali como uma alternativa mais viável para derrotar o Pablo Marçal
05:24num eventual segundo turno do que o Boulos, que falaria ali só para um nicho muito específico.
05:30Por que a senhora considera que o Boulos não consegue furar a bolha de um segmento da esquerda?
05:37Acho que ele tem que responder essa pergunta, porque conseguir ele não consegue.
05:40Mas é um argumento seu.
05:41Não, é um fato. O Boulos representa uma candidatura sectária.
05:47Se essa é a convicção dele, o que o leva a ser assim, ele que responda.
05:51Mas, de fato, você tem uma candidatura que representa uma visão à esquerda que não dialoga com o centro.
05:58E em questões muito elementares. Você pega o que acontece na Venezuela.
06:03A gente está falando de uma ditadura, de uma fraude eleitoral.
06:06O Boulos não consegue dizer isso.
06:08Porque tem uma base que o pune, porque ser expulso do seu partido.
06:13Mas fato é que são posições sectárias que não dialogam com quem é de centro.
06:17Não dialogam com o todo da sociedade.
06:20Nem o Lula diz isso.
06:21Oi?
06:21Nem o Lula chama de ditadura.
06:23Ele chamou no máximo de rolo.
06:24E o Lula, em parte, é presidente da República porque foi dialogando mais ao centro.
06:30Se goste ou não se goste do que ele fala.
06:33Porque no Executivo, gente, uma coisa é você levantar uma placa num protesto.
06:38É você ter uma posição na rede social que dá like.
06:40Outra coisa é você dialogar com uma Câmara de Vereadores, que tem 55 vereadores.
06:45Trabalhar com o governo do Estado de direita.
06:48Trabalhar com o presidente da República de esquerda.
06:50Trabalhar com o Ministério Público.
06:52Com diálogo e transparência com a imprensa.
06:54Trabalhar com lideranças religiosas.
06:56Acho que o último lugar que convida a posição sectária é a Prefeitura de São Paulo.
07:01Qual é a ideologia para cuidar de calçada?
07:04Eu sei qual é a visão.
07:05Qual é o princípio que guia.
07:06Então, eu estou há seis anos sofrendo críticas muito duras.
07:11Tanto à esquerda quanto à direita.
07:13Mas me parece que na Prefeitura eu estou bem localizada.
07:16Porque no dia a dia cabem posições que vão além das caixinhas ideológicas.
07:21Cabe alguém que defende a escola pública, defende a saúde pública, mas tem uma visão de combate ao crime.
07:28Tem uma visão de combate à corrupção.
07:30Alguém que entende que as pessoas têm que mesmo é que prosperar.
07:34E que essa burocracia, essa corrupção toda, mata os pequenos negócios em São Paulo.
07:38Essas visões não são incompatíveis na vida real.
07:41Elas só são incompatíveis na rede social.
07:44Elas só são incompatíveis nesse Brasil polarizado que a gente tem.
07:47Então, eu custo acreditar que um candidato com uma visão tão extremada como o Marçal.
07:54Ou com uma visão tão à esquerda como o Boulos.
07:57Serão prefeitos de São Paulo.
07:59Não é o que a gente fez até aqui.
08:03Tá aí.
08:03Nessa ótima, ela também falou sobre educação.
08:06Também falou sobre orçamento do Ricardo Nunes.
08:08Falou sobre tecnologia.
08:09Enfim, a Sabatina foi bem boa.
08:12Como a gente já não tinha como esperar nada, a menos que isso.
08:17Ela foi conduzida muito bem pelo Felipe Moro Brasil e pelo nosso Carlos Greb.
08:22Meu caro Rodolfo, em 30 segundos, qual é a tua avaliação da Sabatina da Tabata?
08:27É, rapidinho.
08:28Ela marcou posição com o Boulos, que é o adversário à esquerda dela.
08:31Marcou bem, porque falou sobre isso.
08:33Destacou que ele tem meio rabo preso com o PT, né?
08:37Não pode falar do...
08:39Não especificamente do Mensalão, porque ela era muito jovem.
08:42Destacou isso na época.
08:42Mas no Petrolão e tal, marcou contra a corrupção.
08:45E apresentou...
08:46Vamos combinar que você é uma bela de uma cascata, vai.
08:49Tudo bem, você não pode falar com profundidade e tal.
08:51Eu tinha, se não me engano, acho que eu tinha 9 anos de idade quando o Collor sofreu impeachment.
08:55Então, assim, depois eu fui procurar, fui procurar no livro de história, fui estudar um pouquinho
08:59e eu consigo falar sobre o impeachment do Collor.
09:01Então, assim, também isso é...
09:03A Tabata estuda muito, né?
09:04Então, dizer que se me sair com essa também é desnecessário.
09:07Desculpa.
09:08O que ela disse é o seguinte...
09:09O que ela disse é o seguinte, que não se pode cobrar a declaração dela à época.
09:13Agora, pode-se cobrar dela a avaliação sobre o que ocorreu.
09:16Aí sim, né?
09:18Mas apresentou bem, demonstrou muito preparo, né?
09:21A gente sabe que ela é uma candidata, realmente preparou bem o seu plano, explicou bem.
09:26Então, vão lá assistir quem tem curiosidade.
09:29Agora, o desafio dela não é esse.
09:30O desafio dela é convencer as pessoas e, pelo menos, a ouvirem o que ela tem a dizer.
09:37E esse é o desafio dos outros candidatos todos, tirando o Pablo Marçal.
09:42Tá certo.
09:42Meu caro Rodolfo Borges, e temos hoje Sabatina com o Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo.