A ex-candidata à Prefeitura de São Paulo, Marina Helena (Novo), classificou – em entrevista ao programa Meio-Dia em Brasília – como incoerente a decisão do ex-coach Pablo Marçal (PRTB) de não apoiar a candidatura de Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno. - Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Apoie o jornalismo Vigilante:
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00:00E o seguinte, vamos falar sobre eleições de 2024 com uma entrevista que fiz mais cedo com a ex-candidata à Prefeitura de São Paulo, Marina Helena.
00:10Matheus, pode soltar a entrevista, por gentileza.
00:15O Antagonista nas Eleições 2024
00:18Então, hora de falar de eleições 2024.
00:30E sem mais delongas, eu quero trazer com muita fidalguia, com muita alegria, a candidata do novo, a Prefeitura de São Paulo, a Marina Helena, que topou conversar com a gente sobre esse segundo turno.
00:43Marina, seja muito bem-vinda ao Meio Dia em Brasília.
00:45Muito obrigada, Wilson, e principalmente a todos que nos acompanham aqui, é um prazer.
00:52Marina, desde de cara, né, a senhora declarou voto para o Ricardo Nunes. Por quê?
01:03Porque bolos não dá. Simples assim.
01:05Eu já tinha avisado, né, em todas as entrevistas que eu dei, de que eu tinha um compromisso grande de não tolerar a esquerda aqui em São Paulo.
01:15Então, já tinha dito que eu declararia no segundo turno, caso não fosse o segundo turno, que eu declararia apoio a algum candidato que fosse contra a esquerda, principalmente contra o Guilherme Boulos.
01:28Então, eu tenho esse compromisso.
01:30Vocês podem ver, eu acho que isso significa coerência, né?
01:34A minha coerência, por vários motivos, Wilson.
01:37Primeiro, por tudo que eu defendo a vida inteira.
01:40Ideologicamente, eu estou no espectro oposto do Guilherme Boulos e da esquerda no Brasil.
01:46Tem uma questão também do partido que eu represento, o Partido Novo.
01:50O Partido Novo, quando vocês veem as votações que a gente tem dentro do Congresso,
01:54as ações que a gente colocou aí no Supremo, a gente é um partido de oposição ao governo Lula, de oposição à esquerda.
02:04E a gente vota, sim, né?
02:06Nas nossas votações, nós votamos ao contrário de como vota o PSOL e o PT.
02:13Então, não faria nenhum sentido, num momento tão crucial aqui na cidade de São Paulo,
02:17eu não me mostrar ao lado de quem vai estar contra o Boulos nessa reta final.
02:25Marina, ontem, o Paulo Marçal, terceiro colocado, ele fez uma manifestação pública dizendo o seguinte,
02:33olha, eu não declaro voto no Ricardo Nunes.
02:37Mas, ao mesmo tempo, também, obviamente, pela questão de posicionamento político do próprio Pablo Marçal,
02:45ele também não declarou voto para o Guilherme Boulos.
02:48Então, assim, temos aí um milhão e setecentos mil eleitores de São Paulo que estão órfãos.
02:56Na sua visão, a senhora acredita que esses votos vão automaticamente migrar para o Ricardo Nunes
03:04ou o Nunes vai ter que criar um trabalho para incentivar esse eleitor a ir para a urna nesse segundo turno?
03:11Porque o eleitor do Pablo Marçal, ele é muito engajado.
03:13Isso ficou muito claro no primeiro turno.
03:17Então, eu imagino que esse eleitor está órfão.
03:22Não tem Nunes, não tem Marçal, não tem Marina, ele não tem uma opção para ele.
03:28Então, vai ser uma missão complicada para o Nunes para atrair, melhor dizendo, esse eleitor?
03:34Wilson, olha, não existe eleição ganha, né?
03:39Aliás, esse tipo de comportamento, assim, dizer que uma eleição está ganha é o primeiro passo para perder uma eleição.
03:46Então, me preocupa bastante isso.
03:48O risco bolos aqui na cidade, ele é real.
03:51E eu vejo que sim, o Nunes vai ter que trabalhar para convencer esse eleitor a ir para as urnas e garantir que a gente não vai ter bolos no poder.
04:00Foi uma grande surpresa para mim a não declaração de apoio do Pablo Marçal ao atual prefeito,
04:07pelo fator, ele mesmo disse, né?
04:09Que entrou na política para evitar que o bolos governasse a nossa cidade, para combater a esquerda.
04:16Em toda a sua campanha, ele foi muito coerente nesse sentido, dizendo ser contrário à esquerda.
04:24Inclusive, até, eu acho que um dos fatores aí decisivos ali no final da eleição foi o laudo dele, né?
04:30Em relação ao bolos, que depois foi comprovadamente, foi comprovado que era um laudo falso,
04:36mas o tempo inteiro ele veio muito, de maneira muito pesada, combatendo a esquerda.
04:41E agora que a gente tem um risco bolos no segundo turno, ele não se mostrar como,
04:48não precisava nem declarar apoio, eu digo, ao Nunes, mas ele poderia continuar no mesmo discurso de que a esquerda não, né?
04:55E nesse cenário, conclamar os seus eleitores a, de fato, não votarem no bolos, né?
05:01Irem votar para a gente evitar esse mal aqui na capital.
05:05Não foi isso que ele fez, né?
05:06Ele já até se colocou aí que iria pleitear algum cargo em 2026,
05:12mas me mostrou uma certa, sinceramente, uma certa incoerência.
05:16E eu vejo que o Nunes vai precisar trabalhar, não existe eleição ganha, não existe mesmo, né?
05:24Eu acho que a cidade de São Paulo, aliás, é importante dizer que o que aconteceu aqui, né?
05:30Que a gente teve ali praticamente um empate triplo, né?
05:34Entre Boulos, Nunes e Marçal, mostra que tem uma população aqui, vamos dizer assim,
05:42um pedaço relevante da nossa população, que também está descontente com o atual prefeito, né?
05:49Se não fosse assim, os votos teriam ido diretamente para ele.
05:53Então, não foram, né?
05:56Então, no fundo, isso mostra que tem um trabalho aí que precisa ser feito
06:00para a gente não cair nas mãos das garras do Boulos, com certeza.
06:05É, tem um detalhe, se a gente for analisar os números até com mais afinco,
06:10eu até iria além, Marina, porque
06:14temos o Boulos teve 1,8 milhão de votos, o Marçal teve 1,7 milhão de votos,
06:20o Nunes 1,8 milhão de votos, perdão, o Marçal 1,7 milhão de votos e o Boulos 1,7 milhão de votos.
06:30Só que temos os votos da candidata Marina e temos os votos do candidato da Atena, né?
06:39Que também representa um pouco isso, um pouco, é também esse sentimento de mudança,
06:42mas os votos, né?
06:44Que não foram computados, que foram aqueles votos brancos, nulos, indecisos, enfim,
06:48e também toda a abstenção.
06:49Aí dá tábata, né?
06:50E tem tábata.
06:52Então, quer dizer, vejam que, de fato, não é um cenário, de fato, muito avissareiro
06:57para o prefeito de São Paulo.
07:00Assim, eu vejo que não dá para dizer que o Marçal era qualquer coisa que não um candidato
07:05da direita, eu também não.
07:07Então, assim, ao somar isso, acho que eram os candidatos mais à direita,
07:11eu sempre falei que o Nunes era um candidato central, mantenho isso,
07:14não acho que ele seja um candidato de direita, depois de tudo,
07:17inclusive com posição do secretariado e todo o resto,
07:20mas ele tá, sem dúvida, mais, assim, bem à direita da extrema esquerda,
07:25que é o Guilherme Boulos, né?
07:27Então, tudo é questão comparativa.
07:29A gente não tem nessas outras opções agora, né?
07:32Então, entre essas duas opções, óbvio que o Nunes tá bem à direita da extrema esquerda,
07:38que é o Guilherme Boulos.
07:39Não tem dúvida contra isso.
07:41Agora, então, assim, seria um cenário mais fácil, sem dúvida alguma,
07:48se o Marçal tivesse declarado apoio ao Nunes.
07:51Ao não declarar, não dá pra saber muito bem o que aquele eleitor dele vai fazer, né?
07:56Eu acho que tem uma parte importante desse eleitor,
08:00que é, de fato, um eleitor de direita,
08:02que é um eleitor que foi ali do Bolsonaro,
08:06que é um eleitor que costuma votar na direita,
08:09e que via o Marçal como candidato, vamos dizer assim,
08:13à direita do Nunes, e queria uma mudança,
08:16e não estava satisfeito com, de fato, a nossa política hoje, né, Wilson?
08:21A nossa política tão descolada do cidadão ali na ponta.
08:25Então, acho que tiveram vários recados ali, né?
08:29Então, eu via, gostava do posicionamento dele,
08:32da forma como ele, de certa forma, mostrava
08:36que a nossa imprensa, boa parte dela é uma imprensa de esquerda,
08:40mostrava, né, mostrava essa, enfim, o caráter também que a gente tem aí
08:45de certos candidatos.
08:47Então, eu vejo que tem uma parte do eleitor que foi por isso, né?
08:51E esse eleitor tende a ir pro Nunes.
08:54Mas não é claro pra mim, de novo, que vai ser assim, né?
08:58Ainda mais se ele, até o final, de fato,
09:01se mantiver com essa postura que ele adotou, né?
09:04Que é meio que uma postura de tudo a mesma coisa,
09:07que é complicada.
09:10É, imagina, pro eleitor não deve ser nada fácil.
09:12Marina Helena, te agradeço muito pela atenção,
09:16muito obrigado pela sua participação aqui
09:18no nosso Meio Dia em Brasília. Grande abraço.
09:21Eu quero só deixar uma palavra final aqui pra todos
09:24que estão nos acompanhando, se eu puder.
09:26Lógico, por favor, o espaço é seu.
09:28O risco bônus é um risco real, por isso,
09:31votem no segundo turno, o meu voto, assim, o meu apoio
09:35não é algo que eu faço, eu fui pra guerra,
09:40né? Eu fui pra guerra, de fato, me apresentar
09:42como a candidata da direita, fui com o melhor plano
09:45pra nossa cidade, de fato, pra gente combater a esquerda
09:49que tá aí, mas é muito importante essa eleição,
09:52inclusive pra 26.
09:53A gente não pode deixar a esquerda dominar a maior cidade da América Latina.
09:59Guilherme Boulos não tem condições de governar a nossa cidade
10:02por todo o seu perfil, né?
10:04De não ter trabalhado, invadir propriedade pública e privada,
10:10como eu já falei tantas vezes,
10:11e tantas outras coisas, isso não combina com a cidade de São Paulo.
10:15Então, eu peço que a gente, de fato,
10:18não permita que a nossa cidade caia nas mãos de Guilherme Boulos.