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O influenciador Pablo Marçal (PRTB) cresceu sete pontos em duas semanas e está empatado na liderança da disputa pela Prefeitura de São Paulo, segundo o Datafolha.
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NotíciasTranscrição
00:00Deixa eu começar essa rodada de eleições falando sobre São Paulo.
00:15São Paulo, gente, virou fogo no parquinho.
00:19Ontem o Datafolha divulgou o primeiro levantamento após as convenções partidárias e o cenário foi esse.
00:25Matheus, coloca na tela por gentileza.
00:27É o seguinte, vamos lá.
00:28Boulos, 23%.
00:31Pablo Marçal, essa foi a grande surpresa.
00:35Saiu de 14% no levantamento pré-convenções e agora ele aparece com 21%.
00:41Ricardo Nunes, pelo Datafolha, aparece com 19%.
00:44Datena, que tinha 14%, caiu para 10%.
00:48Tabatamarau manteve ali um patamar de 8% e Marina Helena, do Novo, com 4%.
00:55Traz para cá, gente?
00:57Porque o que ocorreu desde então?
01:03Depois que essa pesquisa foi divulgada, eu como, enfim, o ofício me determina, comecei a ligar para os comitês de campanha.
01:11Virou um baratavoa, principalmente no comitê do Ricardo Nunes.
01:16Porque a ala bolsonarista já falou, olha, isso é culpa do Duda Lima.
01:21Duda Lima é o marqueteiro do Ricardo Nunes.
01:25Porque o Ricardo Nunes quer fazer uma campanha muito limpinha, só apresentando entrega, só falando o que ele fez, fazendo proposta.
01:33E o Pablo Marçal já está demonstrando que a campanha em São Paulo vai ser dedo no olho e gritaria.
01:40Eu sei que o termo é outro, mas o horário não me permite utilizar o termo correto.
01:44É, não deixa de ser um olho, né?
01:46É, é, boa.
01:48Boa, boa, Ricardo.
01:51Beleza, é exatamente isso.
01:54Só que, enfim, não é aquele...
01:56É o olho inferior, pronto.
01:57Obrigado, Ricardo.
02:00Para a gente manter a ordem aqui nesse horário.
02:04Mas só me inclui fã na dessa, não fui eu o autor da frase, não fui o Alexandre.
02:08Obrigado, Alexandre.
02:11Não, é porque meu retorno aqui, estou sem óculos, então fica difícil.
02:15Então...
02:15Mas assim, mas...
02:16A culpa é sempre do careca.
02:20Sempre.
02:20E como temos dois, fica difícil de identificar, meu amigo.
02:24Complicado.
02:25Olha aqui, acabaram de usar óculos para fechar o programa.
02:28Só estou de óculos para...
02:29Eu só estou de óculos para...
02:31Eu só estou de óculos porque eu tenho que seguir a consultoria de estilo do Rodrigo Oliveira, entendeu?
02:36Então, não é porque eu vou botar de óculos, mas como o Rodrigo Oliveira, que é o galã
02:41aí do nosso meio-dia, está de óculos, aí eu arrumei um óculos para botar também,
02:45para seguir a tendência, né?
02:47Exatamente.
02:48Continuando aqui o bastidor.
02:51Houve uma reunião ontem na casa do Duda Lima.
02:54E aí, o que ele fez?
02:56Eu não quero saber de bolsonarista nessa campanha.
02:58Vou só me reunir com os integrantes do PSD, com o Baleia Rossi, com o Gilberto Kassab,
03:03para poder dar um rumo para a campanha do Ricardo Nunes.
03:08Hoje, já saiu um vídeo da Tabata Maral.
03:12Olha o nível.
03:14Da Tabata Maral associando o Pablo Marçal ao PCC.
03:20Matheus, solta o vídeo.
03:21Se você não viu, veja e observe como é que vai ser a tônica da campanha da Tabata Maral.
03:25Renato Cariani é muito amigo do Pablo Marçal.
03:30Ele é réu por tráfico de drogas, suspeito de abastecer o PCC.
03:34O maior aliado político do Marçal é Leonardo Avalanche, presidente do partido dele.
03:39O cara que bancou o Marçal como candidato.
03:42O Avalanche foi gravado confessando que foi ele que soltou André do Rap, um dos líderes do PCC.
03:48Ele também admitiu que tem ligação com outro líder do PCC, o Piauí, que é irmão do Valkito.
03:57Que foi fotografado em Paraisópolis.
03:59Adivinha com quem?
04:00Pablo Marçal.
04:01Quem também anda junto com o Pablo?
04:06Escobar.
04:07Escobar e o sócio dele, Júlio César Pereira, vulgo gordão, estão sendo investigados por trocar carros de luxo por cocaína.
04:17Em um esquema com Francisco Chagas de Souza, conhecido como Coringa, preso por ligação com o PCC.
04:24Tem uma figura que liga todos esses elementos.
04:27Tem uma coisa que todos eles fazem.
04:33Eu não vou permitir que a nossa cidade caia na mão dessa gente.
04:41Rapaz, e olha que a propaganda na TV nem começou.
04:46Imagina o nível que vai ser a campanha.
04:49Rodolfo Borges, olha...
04:51Olha, ontem...
04:53Ontem, eu conversando em casa com a patroa, que é digníssima, eu falava o seguinte termo.
05:02Essa campanha implodiu a campanha...
05:06Essa pesquisa, melhor dizendo.
05:07Implodiu a campanha do Ricardo Nunes.
05:09Você acha também nessa linha, Rodolfo Borges? Boa tarde.
05:13Boa tarde, Wilson.
05:14Boa tarde para o chat, para os companheiros.
05:16É o que a gente tinha dito, né, Wilson?
05:18Quando saiu a pesquisa, a Atala já.
05:20E aí veio essa informação de bastidor, que a campanha do Nunes estava...
05:24Ah, o teto, chegou no teto, vamos ver e tal.
05:27Veio e o teto é muito mais em cima e, assim, nada indica, por enquanto, que esse teto foi alcançado também.
05:34Então, assim, é meio que uma pesquisa para cair na real, né?
05:37Ó, o jogo é esse.
05:38Quem está definindo as regras do jogo é o Pablo Marçal.
05:42Ele está ditando as regras.
05:44E a Tabata respondeu à altura, né?
05:47Até publiquei, está lá no Antagonista, uma análise.
05:50O antagonista.com.br, vamos lá ler.
05:54Que a Tabata, ela pegou o código do Marçal, né?
05:57Pegou o código é um jargão aí do Marçal que ele usava, né?
06:02Quando ele gostava de ser reconhecido como coach.
06:05Ele tem um livro dos códigos para ser milionário.
06:09E ela pegou esse código.
06:10Esse vídeo que ela fez é uma paródia, né?
06:13De um vídeo que o Marçal, de alguns, dois outros que ele tinha publicado já mostrando foto e tal.
06:18Ela está meio que emulando ele, né?
06:21E o que eu digo nessa análise, que é o que eu acho que eu vou dizer aqui,
06:24é que pode ser que não dêem nada a isso, né?
06:27Da Tabata.
06:27Porque a questão do Marçal é mais do que a retórica de rede social dele,
06:32que é muito boa, né?
06:33Que é muito eficiente.
06:34É a rede que ele criou.
06:36Então, enquanto a gente está falando aqui, tem um monte de gente falando
06:38volta no Marçal, volta no Marçal, faz o M.
06:41A Tabata não tem essa estrutura.
06:42Então, é uma batalha que ela não está só na retórica, né?
06:46Ela está também na rede de distribuição dessa mensagem.
06:51E a rede do Marçal é muito mais robusta, né?
06:53Agora, que a Tabata é a única, aparentemente, até agora, né?
06:58Eu digo até agora porque é isso.
06:59As campanhas estão revendo as estratégias.
07:01Até agora, ela é a única que está se mostrando disposta a bater de frente com o Marçal.
07:07E eu imagino, calculo e prevejo que ela vai ganhar alguma coisa disso.
07:12Pode não ser o bastante para ir para o segundo turno.
07:14Pode não ser.
07:15Mas assim, ela vai se destacar porque os principais adversários, até agora,
07:20adotaram uma postura covardada.
07:24Sob o argumento de, ah, vamos jogar limpo, não podemos tratar com esse cara.
07:28O negócio é que esse cara está aí.
07:30E ele vai continuar até que, e se a justiça eleitoral disser que ele tem que sair.
07:36Esse é o ponto, né, Rodolfo?
07:37Porque o que acontece?
07:39Depois eu vou até colocar um vídeo que eu pedi para o Matheus
07:41para a gente fazer um retrospecto das campanhas eleitoras nos últimos anos.
07:44E aí, de novo, né, para mim é uma honra dividir aqui o meio-dia com o Alexandre e com o Ricardo,
07:51que são dois expertos em análise de campanha eleitoral.
07:54Por exemplo, o Alexandre Borges já foi marqueteiro político.
07:57Então, assim, é bom que a gente consegue trazer um pouco essa análise da mudança das campanhas.
08:03Porque é o seguinte, o que se percebe é que o Pablo Marçal estabeleceu uma linguagem nessa campanha.
08:09E olha que ela nem começou.
08:10Tudo bem, o Pablo Marçal não vai ter direito ao tempo de TV, mas nas redes sociais ele já é muito eficiente.
08:17O Pablo Marçal estabeleceu um estilo anárquico para essa campanha eleitoral.
08:22É quase um jogo de vale tudo.
08:24E se você, amigo espectador, se você imaginava que a campanha de 2018,
08:30que a campanha de 22, por exemplo, as campanhas presidenciais,
08:33eram campanhas baixas, de baixo nível, sem proposta, basicamente calcada no ataque,
08:38o Pablo Marçal mostrou o seguinte, não chegamos no fundo do poço.
08:44Depois do fundo do poço tem um alçapão e olha, ele pode ser bem profundo, não é, Alexandre?
08:49É isso.
08:50Você sabe que é engraçado você lembrar do meu passado marqueteiro político,
08:54porque o meu cérebro, o marqueteiro político, vendo essas discussões,
08:57ele fica realmente um pouco mais aceso, ele acorda do seu sorno profundo.
09:02Enfim, vamos lá, vou tentar sintetizar o que está acontecendo na minha visão.
09:10A gente vive um momento histórico, mundial, a coisa de 25 anos, pelo menos,
09:17de você ter, desde o surgimento da força dos meios digitais, das redes sociais,
09:22você tem uma parte da população muito grande que ganhou voz.
09:25E quando você tem uma parte da população irritada, uma parte da população que está com raiva do sistema,
09:35com raiva das elites, com raiva dos oligopólios, blá, blá, blá,
09:39essas pessoas tendem a buscar candidatos que elas sentem, que têm essa indignação que elas têm,
09:49que fariam o que elas fariam.
09:51Por exemplo, você vai lembrar do 6 de janeiro, 5 mil pessoas tiveram uma oportunidade,
09:57invadiram os principais prédios públicos do Brasil, quebraram tudo.
10:01Então, assim, aquilo ali é o quê? É uma irritação, aquilo ali é uma raiva,
10:05aquilo ali é alguma coisa incontida, que algumas pessoas têm coragem de ir,
10:09coragem não é o termo, mas têm a falta de limite de ir até o fim
10:14e quebrar prédio público, obra de arte, etc.
10:17Mas tem outras pessoas que esse mesmo ressentimento guardado, ele é colocado para fora com um candidato
10:27onde você se imagina essa coisa da elite do sistema, você pensa assim,
10:34quem é o cara que vai irritar o sistema?
10:37Quem é o cara que, se eu votar, eu vou tirar do sério todo mundo que eu não gosto?
10:42Na política, no jornalismo, nas artes, na cultura pop, etc.
10:48Então, a gente vê isso, isso não é só um fenômeno brasileiro.
10:51Eu acho que até começou muito na Itália com um cara chamado Beppe Grillo,
10:56que é um comediante, que ele montou um movimento, o Partido Cinco Estrelas,
11:01e o movimento dele lá na Itália há mais de 20 anos, há uns 15 anos pelo menos.
11:06E ele era muito isso, ele inclusive criou um dia na Itália, que se comemora agora,
11:14que eu vou falar o termo em italiano que não dá para traduzir,
11:18em italiano é vaffanculo, e ele bota o V, e ele criou o dia do vaffanculo,
11:26que uma vez por ano as pessoas vão para a rua fazer isso, entendeu?
11:30O que é o que é? Vão, né? Vão tomar naquele lugar, né?
11:34Enfim. Então, assim, você vê esse tipo de reação onde o eleitor gosta de alguém que bota isso pra fora.
11:44O Bolsonaro, evidentemente, explorou isso.
11:47O Bolsonaro é um fenômeno que, em grande parte, pega esse sentimento de muita gente.
11:53desde 2018, onde, claro, eu sei que os bolsonaristas ficam irritados quando eu falo isso,
11:58mas é claro que ele só foi eleito porque o Lula foi preso.
12:02O Lula tinha o dobro das intenções de voto dele, e quatro anos depois, quando eles disputaram, o Lula ganhou.
12:08Então, assim, é óbvio que o Bolsonaro só foi presidente porque o Lula foi preso.
12:14Mas, mesmo assim, ele foi o segundo colocado, venceu do Haddad, foi muito bem votado.
12:20Por quê? Porque ele botou pra fora esse sentimento de muita gente.
12:26O que o Pablo Marçal tá fazendo? O Pablo Marçal tá multiplicando isso por dez.
12:30O Pablo Marçal pegou uma carteira de trabalho, eu acho que isso é um...
12:35Eu queria que todo mundo tivesse essa imagem na cabeça.
12:37O Pablo Marçal pegou...
12:38Olha, deixa eu aproveitar já. Inclusive, tua conexão não tá tão boa.
12:43Deixa eu até aproveitar, se a gente puder fazer uma reconexão do Alexandre,
12:46que eu acho que é boa, assim, pra gente continuar o comentário.
12:49O Matheus, coloca na tela essa imagem que o Alê se refere,
12:53que é a carteira de trabalho do Pablo Marçal, exorcizando a outra.
12:58Tá aí. Exorcizando. Pronto, Alê, pode comentar aí em cima.
13:02Isso. Então, assim, enquanto o Bolsonaro fazia essas maluquices,
13:06mostrava remédio pra EMA, o Pablo Marçal fez uma coisa
13:10que era uma coisa que todo mundo que é meio de direita,
13:13que não gosta da esquerda, fala.
13:14Ah, o esquerdista morre de medo de uma carteira de trabalho.
13:18Isso é uma história que todo mundo já ouviu isso cem vezes.
13:21Ele fez isso de verdade. Ele chegou na cara do Guilherme Boulos
13:24e botou uma carteira de trabalho na cara dele.
13:27Isso que eu acho uma baixaria vulgar, óbvio.
13:30Eu não gostaria que isso acontecesse na política,
13:32mas isso encanta muita gente, tá?
13:36Então, assim, só pra terminar essa primeira intervenção,
13:39pra dizer o seguinte, o Pablo Marçal, ele pegou a cartilha
13:44da indignação bolsonarista, multiplicou por 10,
13:47é um cara jovem, é um cara que não tem muito do passado do Bolsonaro,
13:52é um cara que tá livre pra falar o que dá na telha.
13:55Ele me lembra até o Joaquim Fênix, aquele papel do Joker,
13:58do Coringa, que cria aquele movimento todo mundo com cara de palhaço,
14:03dá um tiro no...
14:04É, exatamente.
14:06Mateus sempre em cima da pinta, né?
14:08Então, assim, ele me lembra o Joaquim Fênix de Coringa, entendeu?
14:15Ele tá brincando, ele tá solto, ele tá afim de fazer o que ele tiver vontade.
14:18Então, nesse sentido, a estratégia da Tabata tá correta,
14:22de jogar o jogo que a Tabata é uma menina jovem,
14:25conhece essa linguagem de redes sociais, ela foi com tudo.
14:29Diferente do Ricardo Nunes, que é um sujeito careta.
14:32Última coisa que eu vou falar, juro.
14:34O Ricardo Nunes, ele...
14:36Quer dizer, nessa intervenção.
14:39O Ricardo Nunes, palavra de quem já foi marqueteiro político,
14:44você não reinventa um candidato, você melhora ele na medida do possível.
14:49Agora, o Ricardo Nunes, ele não...
14:51Você não vai transformar ele num cara engraçado, carismático,
14:54um cara que dá essas mitadas,
14:56porque não é ele, não combina com ele, não está dentro dele, entendeu?
15:01Então, o Pablo Marcelo é um cara que se adapta a isso.
15:03A Tabata não vai chegar no ponto do Pablo,
15:06mas ela consegue fazer essa cara da menina severa,
15:11da sua sala do colégio, que senta na primeira fila,
15:14com as canetas bonitinhas e que é sempre a primeira a entregar o trabalho.
15:18E ela consegue, dentro dessa severidade que ela consegue ter,
15:23ela pode entrar nessa briga de frente com o Pablo.
15:28Agora, o Ricardo Nunes, que foi uma escolha pessoal do Bolsonaro,
15:31ele não pode reclamar com ninguém.
15:33Ele escolheu o Ricardo Nunes,
15:35ele que se vire agora com um cara sem carisma,
15:37numa disputa, onde você tem pessoas que estão aí
15:40usando as mesmas táticas dele,
15:43só que com cem vezes mais força,
15:45porque é assim que é.
15:46Deixa eu aproveitar e colocar o nosso Ricardo em full screen.
15:51Alê, tenta dar uma saídinha da conexão e voltar.
15:53Deixa eu colocar enquanto isso,
15:54deixa eu trazer o nosso Ricardo em full screen,
15:56porque tem um detalhe interessante nessa pesquisa,
16:00aí o Rodolfo pode me ajudar a corroborar essa tese,
16:02porque é o seguinte,
16:03se você for pegar os números do Datafolha do dia 8 de agosto,
16:06esses divulgados ontem, dia 22,
16:07tem um detalhe que eu acho que ele...
16:12Naquela pesquisa, eu acho que inclusive nós já comentávamos aqui, Rodolfo,
16:16Boa, obrigado, Matheus.
16:20Eu quero chamar a atenção para o Datena.
16:23Ele tinha 14%, caiu para 10%,
16:26e o Pablo Marçal tinha 14% e pulou para 21%.
16:30Na primeira pesquisa,
16:33se você for somar 14% do Marçal com 14% do Datena,
16:39naquele primeiro levantamento, nós já tínhamos um cenário
16:43de que pelo menos 28%, traz para cá, Matheus,
16:47pelo menos 28% dos moradores de São Paulo
16:52já sinalizavam que queriam votar em alguém fora da política,
16:58queriam um outsider.
16:59Agora, se você pega 10% do Datena e 21% do Pablo,
17:05eu tenho aí praticamente um terço da população paulistana
17:08apostando no outsider.
17:11E antes que você imagine,
17:13você, meu caro ouvinte,
17:15antes que você imagine que isso é algo novo,
17:18isso não é algo novo, não.
17:19Isso não é novidade.
17:22Matheus,
17:23solta por gentileza um vídeo
17:25que eu resgatei de 2010
17:27de um outsider
17:28que abalou a política
17:31com uma propaganda um tanto quanto debochada.
17:35Adivinha quem está falando?
17:38Duvido vocês adivinarem.
17:42Joel!
17:44O Tiririca!
17:47Candidato a deputado federal!
17:5022!
17:52Não esqueça!
17:54Peguei vocês,
17:55enganei vocês,
17:56vocês pensam que fosse outra pessoa!
17:59Sou eu, abestado!
18:01Vote!
18:0222, 22!
18:04Pessoal de casa,
18:06tive que apelhar.
18:08Tive que trazer minha família,
18:10meu pai, minha mãe
18:10para pedir o voto a vocês.
18:13Todo mundo está mostrando sua família.
18:15As pessoas se comovem com família na televisão.
18:19Pede, pai, voto!
18:20Vote, meu filho Tiririca!
18:2222, 22!
18:2322, 22!
18:23Pede, mãe!
18:24Vote no meu filho Tiririca!
18:2622, 22!
18:27Não esqueça de votar no dia!
18:28Está chegando!
18:2922, 22!
18:30E pai, e pai, e mãe!
18:37Tiririca foi eleito em 2010
18:38com 1 milhão e 300 mil votos em São Paulo.
18:41Na época, ele foi o deputado federal mais votado do país.
18:44Ricardo, ou seja, essa história de outsider não é novidade na política.
18:49Mas, assim, você vê que, de fato, o Paulo Stanley, ele realmente está com a ideia de que, olha, a política, do jeito que está, para a frase do Tiririca.
18:57Ela precisa mudar, porque pior que está, não fica.
18:59O problema é que essa frase do Tiririca parece que, assim, foi uma profecia do mal, né?
19:04Porque quanto mais o tempo passa, parece que pior a política fica.
19:07Boa tarde, amigo.
19:08Boa tarde.
19:09Interessante que eu escrevi uma coluna recentemente aí para um antagonista em que eu citei justamente o Tiririca,
19:16que, à época, foi um case.
19:18Eu acho que é um tipo de outsider diferente, sabe?
19:21E o senhor não colocaria no mesmo baralho um Tiririca e um Pablo Marçal, de maneira alguma.
19:28O Tiririca, verdadeiramente, era um personagem, era um palhaço,
19:32que se propunha, aí, para o Congresso Nacional, fazer o papel de palhaço.
19:36Ele nunca se pretendeu ser político, ele nunca se pretendeu ser legislador.
19:41O Marçal é um pouco diferente.
19:43Ele realmente acredita, se é que também não é apenas um personagem,
19:46ele realmente acredita que tem algo de útil a oferecer para a cidade de São Paulo e para os cidadãos.
19:52O que me chama muito a atenção nessa história toda, e isso é uma coisa que eu não consigo compreender,
19:58eu faço exercícios mentais, eu mesmo, né?
20:01Vou lá de noite, fico pensando a respeito disso, converso com analistas políticos,
20:05conversa com cientistas políticos, para tentar compreender o que que efetivamente move um cidadão
20:11no sentido de votar no Marçal.
20:14Tudo que o Alexandre falou é verdadeiro, e a gente vem acompanhando isso já há alguns anos,
20:19no Brasil e no exterior também.
20:22Essa ira, essa frustração represada no eleitor,
20:25ela acaba sendo despejada, né, sob a forma desses políticos, entre aspas, na hora de votar.
20:32Mas se você perguntar, e é isso que realmente eu não consigo compreender,
20:37se você perguntar a qualquer pessoa, gente,
20:40eu vou dar só o exemplo desses candidatos de São Paulo,
20:43não significa que eu prefira um ou outro, até porque eu não voto em São Paulo,
20:48mas se você perguntar para o eleitor mais desinformado,
20:51ou o menos desinformado, para o mais pobre ou mais rico,
20:55se você chegar e apresentar a Tabata Amaral, por exemplo, e o Pablo Marçal,
21:02e perguntar para esse eleitor a quem eles confiariam a tutela de um filho,
21:08caso morressem, ou a quem eles confiariam a gestão do próprio negócio,
21:14caso eles não pudessem tocar adiante.
21:16Eu fazia muito essa figura de linguagem,
21:19a época em que a gente tinha o Henrique Meirelles e o Bolsonaro disputando a eleição,
21:23eu tenho certeza que todo mundo, né, ou 99% dessas pessoas,
21:29acabaria optando pela Tabata.
21:31Ora, para eu deixar um filho sob guarda,
21:37logicamente eu vou deixar com a Tabata.
21:39Mas na hora de votar, por alguma razão,
21:42eu volto a dizer que para mim é incompreensível,
21:44ainda que eu entenda as questões de ira, de frustração,
21:47por que que se escolhe esse tipo de personagem?
21:50Porque no final do dia, a conta que eu, Ricardo, como eleitor, faço é o seguinte,
21:55o que que eu vou ganhar votando nessa pessoa?
21:58O Alexandre citou muito bem o fato, aquela cena,
22:03que foi maravilhosa.
22:04Eu, Ricardo, gostei daquela cena.
22:07Eu me considero uma pessoa, ou um eleitor,
22:09de centro, centro-direita.
22:12Eu, Ricardo, não gosto,
22:13e aí não é uma questão de não gostar da política,
22:16não gostar dos políticos, ou não gostar de pessoas.
22:19Eu não gosto da maioria dos dogmas,
22:22da maioria dos preceitos
22:24que são ligados às esquerdas.
22:28Por isso que eu me posiciono como uma pessoa de centro,
22:31a centro-direita.
22:32Quando eu assisti àquela cena
22:33da carteira de trabalho
22:35sendo mostrada para o Boulos,
22:37aquilo ali me tocou,
22:39porque aquilo é o que eu penso há muito tempo
22:42de boa parte desses políticos de esquerda.
22:45E não que seja necessariamente verdade.
22:48Quando eu vejo Pablo Marçal
22:49fazendo algo que eu mesmo gostaria de fazer,
22:53é óbvio que há uma conexão minha.
22:56Mas é diferente de eu ir à urna
22:58e votar no Pablo Marçal,
22:59porque se eu fosse eleitor em São Paulo,
23:01eu pensaria o seguinte,
23:02ok, ele mostrou a carteira de trabalho para o Boulos,
23:07achei aquilo maravilhoso,
23:08mas aquilo vai resolver o meu problema?
23:10Uma vez eleito,
23:12o transporte que eu utilizo vai melhorar?
23:14A segurança da minha cidade,
23:15ainda que não seja uma prerrogativa da prefeitura,
23:19vai melhorar?
23:20O sistema de saúde público vai melhorar?
23:22Porque eu acho que é esse olhar crítico
23:24que falta na hora de votar.
23:26da mesma maneira que eu...
23:28Esse é que é o ponto, né, Ricardo?
23:29Da mesma maneira de cortar.
23:31Mas esse é que é o ponto, né, Ricardo?
23:32Quer dizer,
23:34para a gente, o brasileiro,
23:37ele ainda sofre com essa falta de consciência política, né?
23:40E você sabe muito bem, né?
23:42Quer dizer, em política,
23:43a emoção,
23:45ela se sobrepõe à razão
23:47ali para o eleitor médio, né?
23:49Infelizmente, essa é uma realidade do país, né, amigo?
23:51Então, eu ia caminhar nesse sentido mesmo
23:55para encerrar,
23:55houve um tempo,
23:57e isso aí não é novo,
23:58por isso que essa história
23:59de não políticos,
24:00de personagens,
24:01eu acho que hoje está muito mais em voga,
24:04até por questões de comunicação,
24:05a gente tem internet,
24:06a gente tem rede social,
24:08a informação circula muito rápido
24:09e de forma muito ativa.
24:11Mas a gente teve, há algum tempo,
24:13lá na terra do Alexandre,
24:14o rinoceronte cacareco, né?
24:16A gente teve um macacutião
24:18bem antes do tiririca.
24:20Então, eu acho que a saída,
24:21essa revolta popular,
24:22ela sempre se fez presente
24:23na hora do voto.
24:25é que, de alguma forma,
24:26eu acho que tem a ver com a internet,
24:28com as redes sociais,
24:30isso se intensificou bastante ultimamente,
24:32infelizmente, para o país.
24:35Wilson, deixa eu dar um pitaco rapidinho
24:36para finalizar.
24:37Por favor, Rodolfo.
24:37A história que é o seguinte,
24:38sem discordar do Alexandre,
24:40e nem do Ricardo,
24:41que eu acho que faz sentido,
24:43as duas análises fazem sentido,
24:45eu acho que tem essa coisa
24:46que o Alexandre destacou,
24:47que é a revolta contra a política,
24:49isso é parte do bolsonarismo,
24:51e o Marçal é o grande expoente
24:53nessa campanha.
24:55Mas eu acho que tem uma grande distinção
24:57do Marçal para todos os outros candidatos,
24:58que é,
24:59as pessoas estão ouvindo
25:01o que ele tem para dizer.
25:02E as pessoas estão ouvindo
25:03porque ele sabe comunicar,
25:04ele sabe cativar,
25:05ele sabe chamar a atenção.
25:06E, no final das contas,
25:07o que está em disputa
25:08é a atenção.
25:10O que disse o Ricardo Nunes
25:12nessa campanha?
25:13Ninguém sabe.
25:14O que disse Boulos?
25:15Poucos sabem.
25:17Não tantos quanto o Marçal.
25:19O que disse o Madá Atena?
25:21A Tabata, eu acho que agora,
25:22está começando a se aproximar um pouco
25:24dessa conexão possível
25:27com o eleitor.
25:30Então, o desafio
25:30é a disputa por atenção.
25:33O Marçal consegue chamar a atenção.
25:35Se você não consegue chamar a atenção,
25:37por que alguém vai votar em você?
25:39Ele não sabe quem você é.
25:40Ele não sabe o que você quer.
25:42As pessoas sabem,
25:43estão sabendo, né?
25:44O que o Marçal quer.
25:46É verdade o que ele está dizendo?
25:48Aí, assim,
25:48pode não ser verdade, né?
25:51Ele vai ser capaz
25:52de fazer o que ele promete?
25:54Também tanto faz nesse sentido,
25:56porque o primeiro ponto é
25:57parar para ouvir.
25:59e ele consegue que as pessoas ouçam.
26:01Então,
26:02e eu estou preparando
26:03uma análise sobre isso,
26:03inclusive,
26:04para o Antagonista,
26:04para publicar no final de semana.
26:07Nesse sábado,
26:07vou publicar,
26:08porque, assim,
26:09a batalha é por atenção.
26:10A primeira batalha.
26:12Para conseguir fazer
26:13a sua proposta,
26:14apresentar e convencer as pessoas,
26:16antes de tudo,
26:17você tem que chamar a atenção.
26:18Se você não conseguir chamar a atenção,
26:19você pode ser o melhor candidato
26:20do mundo.
26:20Você pode ser o mais qualificado.
26:23Ninguém vai te ouvir.
26:23E você vai perder.
26:24Ninguém vai te ouvir.
26:25Ninguém vai te ouvir.
26:26Ninguém vai te ouvir.
26:27Ninguém vai te ouvir.
26:27Ninguém vai te ouvir.
26:28Ninguém vai te ouvir.
26:28Ninguém vai te ouvir.
26:29Ninguém vai te ouvir.
26:29Ninguém vai te ouvir.
26:30Ninguém vai te ouvir.
26:31Ninguém vai te ouvir.
26:32Ninguém vai te ouvir.
26:33Ninguém vai te ouvir.
26:34Ninguém vai te ouvir.
26:35Ninguém vai te ouvir.
26:36Ninguém vai te ouvir.
26:37Ninguém vai te ouvir.
26:38Ninguém vai te ouvir.
26:39Ninguém vai te ouvir.
26:40Obrigado.
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