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Pesquisas do Datafolha e do Instituto Paraná divulgadas nesta quinta-feira, 10, sobre a eleição municipal de São Paulo mostram o prefeito Ricardo Nunes (MDB) à frente de Guilherme Boulos (PSOL).

Depois que Pablo Marçal (PRTB) se recusou a apoiar Nunes no segundo turno, Boulos aproveitou e tentou atrair os eleitores do terceiro colocado na disputa.

Felipe Moura Brasil, Duda Teixeira e Ricardo Kertzman comentam:

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Transcrição
00:00Muito bem, a gente começa falando sobre o segundo turno da corrida eleitoral em São Paulo.
00:03Pesquisa do Instituto Paraná, divulgada nessa quinta, mostra Ricardo Nunes do MDB à frente de Guilherme Boulos do PSOL.
00:09O prefeito aparece com 52,8% das intenções de voto contra 39% de Boulos.
00:16Brancos e nulos somam 4,8% e os que não responderam 3,4%.
00:21A margem de erro é de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos.
00:25E na simulação de segundo turno da pesquisa anterior do Instituto Paraná, divulgada na sexta-feira 4,
00:31o Nunes tinha 50,6% ante 35,3% do candidato do PSOL.
00:36Portanto, o prefeito oscilou 2,2 pontos percentuais para cima, enquanto o Boulos cresceu 3,7 pontos percentuais.
00:44Isso em relação à projeção, mas obviamente você tem aí uma vantagem maior para o Ricardo Nunes
00:49do que havia entre eles no resultado final do primeiro turno.
00:52O levantamento também aponta que 48,1% dos entrevistados disseram que não votariam em Boulos de jeito nenhum.
01:00Olha a rejeição aí, 48,1%. É um número grande.
01:05Outros 33,1% responderam que não votariam em Nunes em nenhuma hipótese.
01:10O prefeito tem uma rejeição menor.
01:12Ainda em relação a Nunes, 37% afirmaram que com certeza votariam nele.
01:17E no caso de Boulos, 31,7% deram essa resposta.
01:21Foram ouvidos 1.200 eleitores entre os dias 7 e 9 de outubro.
01:26Portanto, 13,8 pontos de vantagem para o Nunes em relação ao Guilherme Boulos na pesquisa Paraná.
01:33Vamos também aqui dar os números do Datafolha.
01:36Em São Paulo, divulgados nesse mesmo dia,
01:38Ricardo Nunes aparece com 55% das intenções de voto contra 33% de Guilherme Boulos.
01:44Reparem que no Datafolha a vantagem do Nunes é maior.
01:48É uma vantagem de 22 pontos.
01:51É dizer, 22 pontos contra a outra vantagem de 13,8.
01:55Datafolha está dando aí uma folga ainda maior para o prefeito em relação ao candidato do PSOL.
02:00Brancos e nulos somam 10% e os que não souberam responder 2%.
02:04Margem de erro de 3 pontos percentuais.
02:07Na última pesquisa da Datafolha, antes do primeiro turno, que foi publicada no sábado 5,
02:10o prefeito tinha 52% ante 37% do candidato do PSOL.
02:15Significa que Nunes oscilou 3 pontos para cima e Boulos 3 para baixo.
02:21Duda Teixeira, começo por você aqui da cidade.
02:26Surpreende esse resultado?
02:28Porque a gente foi falando ao longo do primeiro turno que todas as projeções mostravam Nunes na frente,
02:33que a rejeição dele era menor, até a Tabata Amaral do PSB perguntava, na verdade, na sua propaganda,
02:41pregando voto útil nela mesmo, se alguém de fora do campo...
02:45Você acha que alguém de fora do campo da esquerda vai votar no Boulos?
02:48Quer dizer, existe uma dificuldade do Boulos de conseguir pontos percentuais,
02:53de conseguir votos fora daquela bolha que ele já tem,
02:56que é aquele voto afirmativo de primeiro turno do eleitorado mais ligado ao Lula, mais ligado ao PT.
03:02E agora? O Ricardo Nunes está herdando mais os votos dos outros candidatos?
03:08E você acredita que a tendência é essa?
03:09Claro, não surpreende ninguém.
03:12O Nunes, a gente já contava aqui que ele ia pegar os votos do Pablo Marçal.
03:18E vai ser muito difícil para o Boulos aumentar essa quantidade de votos, de intenção de voto dele.
03:28Ele teve 28% no primeiro turno.
03:31Que ele tenha subido para 33%, ele ganhou aí uns 5 pontos, provavelmente, da Tabata Amaral.
03:40Se subiu ali para 38%, 39%, ele ganhou os 10 pontos da Tabata.
03:45Mas ele dificilmente vai além disso.
03:48Com uma rejeição aí de 48%, isso é muito alto.
03:53Segundo turno, um candidato conseguir vitória com uma rejeição tão alta assim, é muito difícil.
04:00É porque os outros candidatos, a Marina Helena do Partido Novo, da direita, que já declarou apoio ao Ricardo Nunes no segundo turno.
04:08É José Luiz Datena, que tem ali uma bandeira mais forte na pauta de segurança pública.
04:12Embora fosse colocado no campo da esquerda pela Marina Helena e pelo Pablo Marçal,
04:17não é tão alinhado assim, vamos dizer, o eleitorado com o eleitorado do PT e do PSOL.
04:23Pode sair algum tipo de voto do Datena para o Boulos, mas também não é a transição mais fácil do mundo.
04:31E o outro candidato é o Pablo Marçal.
04:34Tinha mais alguém, que eu estou esquecendo, que além da Tabata, não.
04:38Então, assim, o voto do Marçal, mesmo que o Marçal não tenha apoiado,
04:41a gente mostrou ontem como ele se recusou a apoiar o Ricardo Nunes até o momento,
04:45está cobrando que o Nunes, o Bolsonaro e o Malafaia peçam desculpa a ele.
04:50A gente até ironizou aí que ele está à espera de um milagre, porque ele usou a expressão milagre.
04:55Mesmo que ele não declare, a tendência é que a maior parte do eleitorado dele vá para o prefeito Ricardo Nunes.
05:02Como é que você avalia esse segundo turno, Ricardo Kertzmann?
05:05Olha, eu acho que é mais uma vez, né?
05:06Infelizmente, a gente vai ter uma eleição em que as pessoas vão votar, não em quem elas querem,
05:12mas em quem elas não querem.
05:14Outro dia eu escrevi um artigo a respeito de voto útil e eu falava sobre isso.
05:19O voto útil tem que ter utilidade para o cidadão, para o eleitor.
05:22O único momento no Brasil em que um político não manda na gente é na hora do voto.
05:27Lá você faz o que quiser, lá a gente pode votar da maneira que a gente quiser.
05:31Quando a gente se deixa capturar pelo não voto, ou seja, por votar contra quem a gente não quer,
05:37nesse momento a gente perde essa autonomia, a gente perde essa capacidade de poder escolher
05:42e passa a optar por aquilo que a gente não gostaria.
05:46É uma pena, Felipe, porque eu acho que isso que se tornou comum,
05:49nas últimas eleições principalmente, a gente nunca vai ter um candidato ganhando uma eleição
05:54tendo o apoio da maioria do eleitorado.
05:57Ou ele vai ter o apoio da minoria, porque você vai ter que juntar os votos que o opositor recebeu
06:01com os votos nulos e brancos, ou ele vai ter o voto, ele vai ser eleito a partir do não voto
06:07do candidato rival.
06:08Eu lamento isso, sabe?
06:09Eu gostaria muito de ver um momento em que a sociedade brasileira pudesse votar
06:13naquele político que ela quer, naquele político em que ela confia.
06:16Agora, é interessante como o candidato mais ideologizado, ele ganha uma rejeição muito
06:23grande do lado contrário, ao passo que aquele que posa mais de gestor, mais ao centro,
06:28sem uma retórica ideológica tão agressiva, ele tem ficado com menos rejeição.
06:35Então, o desafio para esses candidatos, de uma maneira geral, é chegar ao segundo turno,
06:39porque quando chegam, eles conseguem absorver uma maior quantidade de votos.
06:44O Nunes, a preocupação na campanha dele era justamente se ia ficar à frente do Pablo
06:49Marçal.
06:49A gente lembra até que a pesquisa Atlas Intel deu que ele estava perdendo pontos, mas
06:53também teve o episódio do laudo, que muita gente acha que pesou.
06:57O Pablo Marçal publicou o lado falso sobre o uso de droga do Guilherme Boulos, mas o fato
07:03é que o Ricardo Nunes foi para o segundo turno, foi com uma rejeição mais baixa e, nesse
07:06momento, absorve uma maior quantidade de votos.
07:09Então, vamos ver se isso vai ser uma tendência, inclusive, para o próprio futuro do Brasil,
07:12que candidatos com uma retórica menos ideológica, aliás, João Campos, lá em Recife, também
07:18não quis ter, levou no primeiro turno lá.
07:21E você tem outros exemplos aí que a gente citou ao longo dessa cobertura.
07:25A gente segue falando sobre a corrida eleitoral em São Paulo, eu sei que o Doutor Teixeira
07:27está doido para comentar mais, está me olhando com a cara de quem está pedindo
07:30a palavra, mas só trazer a informação, porque isso agrega, depois que o Pablo Marçal do
07:35PRTB se recusou a apoiar o prefeito Ricardo Nunes do MDB no segundo turno, o Guilherme
07:39Boulos do PSOL aproveitou e tentou atrair os eleitores do terceiro colocado na disputa,
07:44o que é bastante curioso.
07:46O Boulos disse à rádio CBN nessa quinta que uma parcela deles votou em Marçal por
07:50vontade de mudança e não por motivos ideológicos.
07:54Abro aspas, o compromisso que eu assumo com esses eleitores, inclusive, são compromissos
07:58de pautas.
07:59Um deles é de não governar de porta fechada em gabinete.
08:04Outra, de acordo com o Boulos, é o tema dos esportes, outra pauta, porque primeiro
08:09ele falou um no masculino em relação a compromisso, depois ele falou uma delas em relação a pauta,
08:15inclusive, é o tema dos esportes nas escolas, o que ele chamou, o Marçal chamou de escola
08:21olímpica.
08:22E o Boulos prosseguiu, o conceito, abro aspas, o conceito de você integrar o esporte como
08:27uma oportunidade para os jovens, para os adolescentes que estão nas escolas municipais, de ver o
08:31esporte como algo que dá um caminho para o jovem.
08:34O que estava no meu plano de governo é a educação integral com cultura e esporte.
08:37É uma coisa que eu vou assumir.
08:39Fecho aspas.
08:40Coisa linda, né?
08:42Os afagos aí entre Boulos e Marçal.
08:46E por que eu estou falando entre eles e não só do Boulos aqui para o eleitorado do
08:50Marçal?
08:51Porque na terça 8, antes de uma palestra em Alphaville, em Barueri, Marçal afirmou
08:55em coletiva que o candidato do PSOL vencerá o segundo turno.
08:59Vamos acompanhar porque a gente tem até o vídeo.
09:01Pode soltar.
09:01O Boulos, na minha visão, antes de entrar na disputa, venceria essa eleição.
09:05Agora eu tenho certeza que ele vence.
09:08Tenho certeza porque ele sabe sinalizar com o povo e o Ricardo não sabe.
09:13O Boulos e o Lula têm a língua do povo.
09:15Os outros estão só brigando.
09:17Eu não indo para o lado nenhum e liberando o eleitorado, que é o que eu acho que é
09:21justo, 45% dos meus votos, certamente o Lula vai com humildade tomar de volta.
09:28Bom, ele chamava de bananinha o prefeito Ricardo Nunes, agora chama de Ricardo, como
09:33eu apontei no programa de ontem.
09:35Chamava Guilherme Boulos de Boulos e agora já está chamando de Boulos, porque ele afinal
09:40não está escolhendo lado, ele está liberando o eleitorado.
09:43É impressionante a ascendência que ele próprio coloca.
09:46É como se fosse um líder partidário liberando a bancada, está liberando o eleitorado.
09:51Ninguém deve subserviência, cada um pode escolher conforme a sua consciência, mas
09:55quer dizer, na verdade, deve subserviência.
09:58Por essa formulação, há liberação que ele fez.
10:02Só pode porque ele liberou.
10:04E o Marçal acrescentou que mais de 45% dos votos são de pessoas que não são de direita
10:09e que existem seis regiões que ele conquistou com afinco, onde o Lula ganhou disparado em
10:142022.
10:15Então, eles fazem esses afagos entre si, mas no primeiro turno trocaram várias acusações,
10:21descrições, muitas vezes, que a gente separou aqui o que é ofensa e o que é verdade,
10:25que um estava falando sobre o outro, mas aquela verdade que o outro, obviamente, não
10:29gosta de ouvir.
10:31Ricardo Kertzmann, começando por você essa rodada, vou deixar o Doutor com muita vontade
10:35de falar para ele vir com toda a energia dele.
10:38O que você destaca desse bolinho de paz e amor de segundo turno e esse Marçal que
10:44não desce do pedestal?
10:45Bom, primeiro é que é impressionante como essa gente se concede uma espécie de divindade.
10:51Ele olha para todos os fiéis e fala, ok, você pode votar em quem eu permito.
10:56Eu deixo.
10:57Eu deixo.
10:58Você não vai ter que pagar nada porque eu estou te liberando.
11:02É impressionante porque eles realmente tratam esses eleitores fiéis como posse.
11:08Vocês têm que fazer o que eu quero e pronto, acabou.
11:10Como rebanho.
11:11Como rebanho.
11:12Quando a gente fala desse tipo de coisa, ah, mas você está ofendendo o eleitorado.
11:16Bom, eu acho que o eleitorado às vezes se deixa ser ofendido a partir do momento que
11:21você segue de forma fiel a um pastor e isso acaba acontecendo.
11:26É, mas é só para deixar claro aqui para o público que a gente não está ofendendo
11:28o eleitorado, a gente está tratando a maneira pela qual o candidato se referiu ao próprio
11:33eleitorado.
11:34Quer dizer, como ele se estivesse liberando e obviamente ninguém precisa da ordem de
11:40um político, mesmo que tenha votado nele no segundo turno, para escolher candidato
11:42no segundo.
11:43No primeiro para escolher no segundo.
11:44O ponto é que uma parte desses eleitores se deixa capturar por esse discurso.
11:49Aí é que vem a grande questão.
11:51Agora, sobre o Boulos ou Boulis, a depender de quem chama paz e amor, não me surpreende,
11:57porque é muito comum também.
11:59A gente comentou isso, se eu não me engano, no Papo Antagonista de dois dias atrás, falando
12:02que na hora da eleição o cara que nunca apareceu na igreja começa a rezar, o cara
12:07que nunca comeu pastel vai à feira, quem nunca comeu buchada come.
12:11Então é isso que vai fazer.
12:12se a esquerda ou a direita, nessa hora, Felipe, não tem ideologia.
12:17O cara abraça a causa e vai atrás de voto.
12:19Erra o sinal da cruz, queima a língua na hora de comer o pastel.
12:22Ah, beleza.
12:23Duda Teixeira, vai com tudo.
12:24Bom, o Boulos bateu no teto, sabe que agora tirou essa mágica aí, né, da cartola, achando
12:34que vai pegar os votos do Pablo Marçal.
12:36Não vai pegar.
12:37Ele diz ali, ah, as pessoas votaram na mudança, pela mudança.
12:42Eu fui ver a pesquisa de aprovação do Ricardo Nunes, dá 30% aprovando, 40% está regular
12:52e 20% acha que a gestão é negativa, né, tem uma percepção negativa.
12:58Então, assim, não é que as pessoas estão super querendo uma mudança aqui em São Paulo.
13:03E tem uma outra particularidade do voto que foi para o Pablo Marçal, que é um voto muito
13:11em cima do carisma dele.
13:14É muito da personalidade, dessa conexão que o Marçal conseguiu ter com os seus eleitores.
13:20E essa coisa, isso daí é muito difícil de transferir para outro.
13:26Então, os eleitores do Marçal votaram no Marçal e votaram porque não gostam do comunismo,
13:32não gostam do Boulos.
13:34Para essa gente, eles já decidiram, essas pesquisas já mostraram, né, que eles já pegaram
13:38e já estão agora declarando intenção de votos no Nunes.
13:43Em relação à escola olímpica, o Marçal falou bastante a respeito de esporte.
13:47Ele, como um cara que, enfim, pratica esporte, vai lá os seus exercícios,
13:51debochou muito da própria fisionomia, da forma até dos outros candidatos ao longo do primeiro turno
13:58para mostrar a importância de se fazer exercícios, de estar bem fisicamente,
14:02estar bem com a saúde física e mental também.
14:06Então, ele defende que as pessoas tenham acesso aos esportes,
14:11que isso tira da criminalidade, que isso afasta das drogas,
14:14é que isso eventualmente dá oportunidade até de ascensão social para aqueles que se destacam
14:18e que isso deveria ser incentivado desde o começo nas escolas.
14:21Então, assim, é uma pauta muito óbvia e muito fácil de ser absorvida num plano de governo.
14:26O Ricardo Nunes já tinha feito esse aceno para o eleitorado do Marçal
14:30e agora o Boulos fez o mesmo.
14:31Quer dizer, ah, isso aí já está no meu plano também, etc.
14:34Então, eles estão tentando atrair cada um, os eleitores do Marçal.
14:40Agora, tem um detalhe, Kertzmann, para a gente comentar rapidamente
14:44antes do primeiro comercial, na fala do Marçal, que ele fala assim,
14:47eu não indo para lado nenhum e liberando o eleitorado,
14:51que é o que eu acho que é justo,
14:5345% dos meus votos, certamente, o Lula vai, com humildade, tomar de volta.
15:00Eu achei bastante curioso, porque ele falou aí que 45% não são votos ideológicos, etc.
15:07Que ele, enfim, pegou ali parte do eleitorado, até de periferia, que votava no PT.
15:14E agora está dizendo que o Lula vai, com humildade, tomar de volta.
15:17O que você acha dessa declaração?
15:19Bom, eu acho que, em primeiro lugar, é o data Marçal, né?
15:21Quando ele estipula 45%, ele é o novo instituto.
15:25E, novamente, é a divindade dizendo o seguinte, né?
15:2845% dos meus votos, aquilo ali é dele, é cativo, né?
15:33Vão ser tomados com humildade pelo presidente Lula.
15:36Olha, eu tenho medo do Pablo Marçal se filiar ao PT e disputar as próximas eleições ao lado do Lula.
15:42A gente citou agora há pouco a fala de Guilherme Boulos na Rádio CBN,
15:45e esse evento era para ter sido o primeiro debate do segundo turno em São Paulo,
15:49mas Ricardo Nunes não compareceu.
15:51Ao comentar a ausência de Nunes, Boulos afirmou que o MDBista fugiu do debate
15:56e que isso é ruim para a democracia.
15:58O prefeito afirmou, em evento, que não sabia do encontro, acrescentando que recebeu 12 convites para debates.
16:04Em nota, a campanha do prefeito defendeu a realização de debates conjuntos por parte de veículos de imprensa,
16:11limitando os encontros entre Nunes e Boulos a, no máximo, três.
16:14Aliás, já tinha defendido isso ali perto da virada do primeiro turno para o segundo.
16:19Esse pool, que já foi tema de muitos debates eleitorais ao longo da história recente do Brasil.
16:25A equipe do MDBista argumentou que ele precisa conciliar a campanha com seus deveres à frente da prefeitura de São Paulo.
16:34Aliás, mais cedo, eu vi no X um comentário que eu até printei.
16:38Está aqui, ó.
16:40O nosso leitor Edson foi lá na postagem do Guilherme Boulos e escreveu o seguinte.
16:45Teve cadeira vazia sua no Antagonista.
16:50Todos os outros candidatos foram e você ficou com medinho de responder os jornalistas de verdade,
16:55como o Felipe Moura Brasil publicou lá na própria postagem do Boulos.
17:00Pois é, a gente fez aqui a sabatina O.A.
17:02Vieram os candidatos.
17:04Faz a pena que acabou tendo um problema e tal, deixou para adiar e quando viu mais na frente já estava sem chance,
17:10estava indo menos, participar menos, não veio.
17:13Mas vieram a Tabata Amaral, o prefeito Ricardo Nunes, o Pablo Marçal e a Marina Helena do Partido Novo.
17:20O Boulos, no dia seguinte, repito, da nossa sabatina com a Tabata, deve a equipe de campanha ter visto,
17:27sentido que íamos tocar ali em pontos sensíveis para o campo dele e mandar um recado dizendo que decidiram não participar.
17:35E agora, Ricardo Kertzmann, esse Boulos aqui que fugiu do Antagonista está dizendo que o Ricardo Nunes é fujão.
17:41São todos fujões?
17:42Felipe, tem dois tipos de fujões nos debates.
17:45O primeiro fujão desse tipo é aquele que lidera as pesquisas, principalmente se estiver com folga.
17:52Para não dar nenhuma escorregada e não perder voto, ele se ausenta dos debates.
17:56E o outro tipo de fujão é aquele que não performa bem, é aquele cara que não sabe desempenhar um bom papel no debate.
18:01Então ele costuma evitar.
18:03Eu não vejo, da mesma maneira que tem muita gente que vê o excesso de debates como algo positivo,
18:08porque isso faz com que os políticos esclareçam melhor as suas ideias à população,
18:13nesses formatos de debates que a gente vem assistindo e dada a qualidade dos políticos,
18:19eu não vejo grande serventia em ter tanto debate assim, não.
18:22Realmente, essa eleição municipal de São Paulo, especificamente, talvez até pelo que o Pablo Massal causou
18:29e por toda a sua força nas redes sociais, teve muito debate.
18:34No final, a gente não aguentava mais.
18:36Essa aqui é a verdade.
18:37E agora, o segundo turno, claro, tem muita repetição daquilo que foi dito no primeiro turno.
18:42Mas, fica sempre essa questão.
18:46É o líder das pesquisas que está falando por uma conveniência eleitoral?
18:50Duda Teixeira.
18:52Bom, o Bolo, ele gostaria de ter debate todo dia, né?
18:57Ele está desesperado.
18:58Ele precisa arrumar um jeito de conseguir crescer e não vai conseguir.
19:04E concordo com o Ricardo aqui que o debate já não tem mais serventia, né?
19:10As pessoas já viram esses dois, já teve debate o suficiente para entender como é, o que pensa o Nunes, o que pensa o Bolo.
19:18A gente podia até antecipar esse segundo turno já para esse domingo, que ia dar na mesma.
19:23O Felipe, me permite um breve comentário?
19:25Claro.
19:26Um breve comentário.
19:27Lá em Belo Horizonte está acontecendo a mesma coisa.
19:29O prefeito Fuad também solicitou que não tivesse no máximo dois debates restritos a pools de emissoras, justamente para não ter esse excesso.
19:39Mas o Bruno Engler não aceitou.
19:41Lá em Belo Horizonte, o Engler liderava, né?
19:44Essa é a primeira pesquisa.
19:45E a do PL é o candidato bolsonarista.
19:47Isso, mas a razão dele, sabe qual que era?
19:49Porque ele tem desempenhado bem, muito bem nos debates.
19:51E o Fuad, ele não quer aparecer tanto porque ele não desempenha bem em debate.
19:56É, daqui a pouco a gente dá o Datafolha, né?
19:58Produção de BH também, para o Ricardo comentar aqui.
20:02Mas só para a gente concluir o bloco de São Paulo, porque essa eleição realmente está nacionalizada,
20:06Jair Bolsonaro afirmou em entrevista à rádio Áurea Verde que votar em Ricardo Nunes é a única maneira de evitar a volta do PT em São Paulo.
20:14Mesmo, claro, o Guilherme Bolson do PSOL.
20:17O ex-presidente comparou o prefeito a uma carne de pescoço ao afirmar que eleição é um self-service.
20:23Vamos assistir a análise de Bolsonaro.
20:26Pode colocar.
20:27Caso São Paulo agora, até quem não gosta do Nunes, é um direito não gostar do Nunes,
20:32quem está apaixonado pelo Marçal, tudo bem, direito teu,
20:36aquele amor rápido que apareceu, de repente descobrindo a nova liderança intergaláctica, né?
20:41E se apaixonaram, tudo bem.
20:42E eleições eu sempre digo, ou você escolhe o melhor ou o menos ruim.
20:48O critério é teu.
20:50É o que você tem na frente.
20:51Eleições, não é que você vai no restaurante e pede uma comida.
20:55Aqui, eleições é um self-service.
20:58Tem na mesa ali.
20:59Você vai pedir uma rabada?
21:01Não tem rabada, malandro.
21:03Ali tem carne de pescoço e a picanha do Lula.
21:06Você pode escolher.
21:07Não foge disso daí.
21:07E São Paulo, não me entender, eu escolheria como melhor o atual prefeito pela reeleição,
21:14até porque o vice é o vice de responsabilidade.
21:17É o coronel Mello Araújo.
21:21Sim.
21:21Dei exemplo aqui, em 2014, votei no Aécio, porque o outro lado era Dilma.
21:30Mostrei também a eleição da mesa da Câmara.
21:33Severino Cavalcante, que, se não me engano, faleceu há pouco tempo, tinha um montão de defeitos naquela época,
21:39de nepotismo, etc.
21:40Mas, entre Luiz Eduardo Grinhal, eu fiquei com Severino e fomos vitoriosos.
21:45Imagina o Lula presidente com a mesa, com a Câmara, Luiz Eduardo Grinhal,
21:51que é uma espécie de Flávio Dino que está no Supremo.
21:55É 100% ligado às causas de esquerda, ao comunismo, ao socialismo,
22:01a quanto mais pobre, melhor no Brasil, quanto menos educação, melhor para o Brasil,
22:06porque são pessoas que, lamentavelmente, não aprendem muita coisa ou quase nada
22:12e não têm discernimento para decidir muitas vezes.
22:18Ele falou que votou no Aécio, porque do outro lado era Dilma.
22:21É uma conversa bem enfiada de Jair Bolsonaro.
22:24Ele gostava do Aécio, ele queria ser vice do Aécio.
22:28É só pesquisar aí nas matérias antigas.
22:30Já escrevi vários artigos a respeito disso, inclusive.
22:32Jair Bolsonaro com seu filho Carlos fez campanha na rua pelo Aécio,
22:37com adesivo colado na camiseta, distribuindo panfleto.
22:43Pois é, outros tempos que o bolsonarismo não gosta de lembrar.
22:46Eu senti, Duda Teixeira, um ciuminho ali do Jair Bolsonaro quando falou do Pablo Marçal.
22:52Descobriram aí uma nova liderança intergaláctica e se apaixonaram.
22:56Tudo bem, tudo bem.
22:57Tem um ciuminho do Bolsonaro diante de qualquer pessoa que cresça com um eleitorado mais à direita.
23:05E ele compara o Ricardo Nunes à carne de pescoço.
23:09É muito sabão do Bolsonaro.
23:11Isso é apoio?
23:12Imagina se não fosse.
23:13Pois é, que apoio desastroso.
23:17Porque você vai acompanhando o raciocínio dele.
23:19Você vai no serve-serve, aí tem na carne de pescoço ou tem a picanha do Lula.
23:23Aí em São Paulo é a carne de pescoço do Nunes.
23:28Ele só não fala, mas ele fala o Nunes e ele não fala a carne de pescoço.
23:32Mas o raciocínio está ali fácil.
23:34E aí, essa é a coisa do Pablo Marçal de achar que é tipo um amor passageiro.
23:39Uma paixão de verão, que não sobe a serra.
23:42O pessoal fala que em São Paulo...
23:45Ele adora essas analogias com o amor, o casamento, a paixão.
23:48A fidelidade também, ele fala muito disso.
23:52Mas sim, ele deve estar super enciumado com o Marçal.
23:55Ele não sabia como lidar com essa coisa do Marçal.
23:58Se o Marçal tivesse ido para o segundo turno, ele provavelmente estaria apoiando o Marçal.
24:05E isso foi um problemaço para ele depois.
24:08Vai ser também no futuro.
24:10O Marçal ameaça tomar o lugar do Bolsonaro.
24:14Mas, enfim, é coisa para a gente ver mais para frente.
24:16Ricardo, o que você destaca?
24:17Olha, eu acho, Duda, ele não ameaça tomar o lugar do Bolsonaro, não.
24:21Para uma boa parte dos bolsonaristas, ele já tomou o lugar.
24:25Eu me recordo que até ser definida as eleições, o Bolsonaro ficava com o pé numa canoa e o pé em outra.
24:32Parecia um verdadeiro tucano.
24:33Ele lembrou do Aécio Neves.
24:34No próprio dia da eleição ele ficou.
24:36Agora sim, ele teve que descer.
24:38Deve que descer do muro.
24:40Felipe, eu não acho que eu não estou enganado, não.
24:43Mas eu lembro, eu acho que naquele cantinho da tela, quando estava mostrando o ex-presidente falando, eu vi o prefeito Ricardo Nunes ali no cantinho.
24:49Não estava lá, não?
24:51Estava o Eduardo Bolsonaro.
24:52É o Bananinha.
24:53É, o mesmo apelido.
24:56Pois é.
24:56Aliás, deve ter agradecido.
24:58Freud explica.
24:58Ao Pablo Marçal, por ter usado o apelido dele contra o atual prefeito.
25:04De repente o pessoal esqueceu.
25:06Mas a gente aqui não esquece, não.
25:07Todos os apelidos e codinomes são lembrados.
25:10E o vereador Carlos Bolsonaro do PL disse ao UOL que não é correto atribuir o resultado de Nunes no primeiro turno, prestem atenção, somente a Tarcísio de Freitas, o governador, que é do Republicanos, governador de São Paulo, e ignorar o papel de Jair Bolsonaro na disputa.
25:24Então, abre aspas para o Carlos.
25:26Esse programa é muito generoso, hein?
25:27Vou repetir, vamos abrir aspas para o Carlos.
25:31Acredito que os votos que foram para o Nunes tenham vindo do meu pai, não do Tarcísio.
25:36Até porque se meu pai apontasse e falasse, ninguém escuta Tarcísio, o Tarcísio não ia ter poder.
25:42A diferença de votos ali entre os candidatos que passaram o segundo turno na eleição para prefeito foi muito pouca de um para o outro.
25:48Fecho aspas.
25:50O Carlos Bolsonaro disse ainda que há uma estrutura montada para destruir o Bolsonaro e para jogar Tarcísio contra o ex-presidente.
25:57O tempo passa e a conversa é sempre a mesma.
26:00Abroaspe, há uma tentativa gigantesca de fazer com que o Tarcísio se sinta um cara mais uma vez para se afastar do meu pai e as pessoas desconfiam disso.
26:09Mas acredito que no final alguma coisa pode mudar e o sistema quebrar a cara de novo.
26:13Ele e meu pai se dão muito bem.
26:15Fecho aspas.
26:16Duda Teixeira, o Carluxo, obviamente, ele tenta associar tudo ao pai, ao Jair Bolsonaro.
26:24O Jair Bolsonaro pós ali como a liderança, como o verdadeiro representante.
26:29É como se ninguém tivesse qualquer desejo, qualquer posição, qualquer ideia à direita antes do Bolsonaro.
26:36E, no entanto, as pesquisas ao longo das últimas décadas mostraram que há posições majoritárias na população brasileira contra a legalização das drogas, contra a legalização do aborto, a favor de penas mais duras para criminosos.
26:46Quer dizer, tudo isso é anterior à ascensão político-eleitoral do Bolsonaro.
26:51Claro. Então, o que acontece, e em razão de... a gente vai comentar isso com mais calma no próximo bloco, e em razão de todo um movimento intelectual e jornalístico, de críticas, em parte, aos governos do PT,
27:06é que agora há políticos que se colocam como de direita e representantes desses valores, que tinham uma lacuna de representatividade na arena política.
27:15Estava refletindo aqui sobre a posição majoritária na população brasileira, à direita, em diversos temas, e como o Bolsonaro usou isso, na verdade, que era anterior a ele, na eleição de 2018, para crescer eleitoralmente.
27:28Duda Teixeira, quer comentar?
27:29Acho que havia mesmo um movimento mais conservador, mais de direita. Também havia um movimento liberal na economia crescendo.
27:39O Bolsonaro se aproveita disso tudo lá em 2018, mas, principalmente, Felipe, eu acho que também havia um movimento contra o PT e contra a corrupção.
27:55A Lava Jato ali estava no seu auge. Então, eu acho que o Bolsonaro, além de se aproveitar dessas correntes que estavam no Brasil,
28:02ele também conseguiu cacifar essa rejeição que havia aos corruptos e ao PT, e nisso ele foi muito bom.
28:11Agora, o momento, talvez, que esteja aparecido agora, seja um momento diferente daquele de 2018, né? Já se passaram aí vários anos.
28:18Exatamente. Ele capitalizou isso tudo e, depois, essa parte que você citou, ele jogou no lixo, quando estava no poder,
28:25justamente porque um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro atingiu a família dele,
28:29mostrando ali os esquemas de funcionalismo fantasma no gabinete do Flávio Bolsonaro.
28:34E aí, na prática, não no discurso, porque tem muito Bolsonaro que seguia por discurso.
28:39Aqui a gente trata do mundo real, prático.
28:41Na prática, ele foi se alinhando a Dias Toffoli, ele foi integrando aquilo que eu chamei lá atrás de frente ampla pela impunidade.
28:48Foi o mesmo movimento, e isso está na minha carta ao leitor, publicada hoje em um antagonista.com.br,
28:54do PSDB, que rivalizava com o PT, e aí, quando a Lava Jato atingiu o Aécio, principalmente em maio de 2017,
29:01já estava investigando antes, mas ali teve uma operação bastante divisora de águas,
29:05aí os tucanos, principalmente o seu apaniguado no Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes,
29:11se voltaram contra a operação.
29:13Então, aos poucos, aqueles que só foram atingidos depois pela Lava Jato,
29:19foram se alinhando àqueles que foram atingidos antes.
29:22e o resultado está aí com um monte de anulação de condenações e muita hipocrisia.
29:28Ricardo Kertzmann.
29:29Felipe, eu só tenho que assinar embaixo, sabe, do que falou, porque não está resumido.
29:33É exatamente isso que aconteceu.
29:35Esse é o retrato da história dos últimos anos recentes da política do Brasil.
29:39Perfeito.
29:40O que é o retrato do Brasil?
29:43O que é o retrato da história dos últimos anos recentes da política?
29:49O que é o retrato da história dos últimos anos recentes da política?

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