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  • 28/06/2025
Números do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) americano surpreenderam os economistas com pressão sobre os preços mais forte que as estimativas. O consenso dos especialistas era de que o indicador de março apresentaria uma desaceleração da inflação na comparação com fevereiro, que ficou em 0,4%.
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Transcrição
00:00Pois é, infelizmente, os dados do CPI americano, que é o índice de preços ao consumidor, é como se fosse o PCA deles, né?
00:11Saiu hoje cedo, às nove e meia da manhã, e saiu maior do que era a expectativa.
00:17Já havia uma expectativa meio temerosa de que fosse um pouco maior, e ela foi maior do que a expectativa que já não era muito auspiciosa.
00:26E isso traz consequências, não só nos Estados Unidos, como, por os Estados Unidos serem os Estados Unidos, no Brasil também.
00:32Como é que é isso, Oliveira?
00:34Então, Kiki, hoje foi até um dia interessante, né?
00:37Saiu o IPCA às nove horas da manhã, o IPCA é nosso, o índice de preços ao consumidor amplo aqui do IBGE veio bem melhor do que o esperado.
00:47A expectativa ali, o constante de mercado era 0,25%, se não me falha a memória, no mês contra mês, veio 0,16%.
00:54Em 2016, o mercado se animou, os juros caíram, a taxa de juros futura veio para baixo com força, bastante, 11, 12 pontos base.
01:03Para quem não sabe o que é um ponto base, 100 pontos base, 1 ponto percentual, 1%.
01:09Então, 12 pontos, mais ou menos, a expectativa, a precificação da taxa Selic nessa curva de cultura de juros caiu para baixo de 9,75%, coisa que não acontecia quase há uns 10 dias, pelo menos.
01:25Mas, logo em seguida, a 9,6% veio o CPI, que é o Consumer Price Index, ou índice de preços ao consumidor, lá nos Estados Unidos.
01:36E esse veio bem pior do que o esperado, ou veio um pouco pior do que o esperado, mas o mercado não perdoou.
01:43O juro passou a subir logo em seguida, o dólar disparou e o Ibovespa nem sei como é que anda nesse momento.
01:49Mas, o fato é que é o seguinte, existe aí um diferencial de juros, como a gente fala, entre os Estados Unidos e o Brasil.
01:57A expectativa é que os Estados Unidos comecem a baixar os juros, o que dá mais espaço para a gente baixar os juros.
02:04É mais ou menos, e aí bastante valuation freestyle aqui, mais ou menos o seguinte,
02:11imagina que, para você emprestar dinheiro para os Estados Unidos, você cobra 5% de juros, certo?
02:18Que é o que está hoje lá, o juro, o Fed Funds, né? 5,20, 5,50.
02:24E aqui no Brasil, para você emprestar dinheiro para o governo brasileiro, quanto você cobraria, certo?
02:29Hoje, o mercado está precificando ali nos 10,75, certo?
02:33É quanto o Banco Central colocou ali a Selic.
02:36Muito bem, vamos supor que essa distância fosse estanque, ela nunca mais se alterasse, certo?
02:41Você só poderia baixar o juro no Brasil se o juro nos Estados Unidos ficasse mais barato.
02:47ou ficasse menos confortável ou menos seguro investir nos Estados Unidos, o que justificaria uma diferença menor.
02:57O Brasil começa a ficar mais seguro, você pensa, não, o Brasil é o próximo foguete do Elon Musk que tem ré,
03:04que é o único que tem ré, mas o Brasil agora vai subir desesperadamente, está tudo ótimo,
03:09então vale a pena emprestar dinheiro para o Brasil mais barato do que eu emprestava antes.
03:14Eu empresto por 8%, por exemplo, porque nos Estados Unidos agora é que está perigoso,
03:19mas não é assim que funciona.
03:21Então, o mercado brasileiro e o mercado mundial vai sempre olhando para os juros norte-americanos,
03:27considerado ali o juro de menor risco no mundo, a moeda de menor risco no mundo,
03:32então você vai sempre se balizando por esse juro.
03:36Como o juro americano parece que não vai cair tão cedo,
03:40essa foi a leitura em função da inflação um pouquinho mais alta ali do que o esperado,
03:46o juro no Brasil também não teria tanto espaço para cair.
03:50Isso sem contar o nosso probleminha fiscal aí, que a gente não sabe se fecha a conta, se não fecha a conta.
03:56Ontem o Congresso, inclusive, aprovou uma medida para que o governo,
04:02o Congresso não, a Câmara dos Deputados, para que o governo possa, numa canetada,
04:06abrir o crédito extraordinário de 15 bilhões de reais,
04:10com base no resultado do primeiro bimestre,
04:14porque no segundo bimestre a gente já sabe que não vai ser tão bom.
04:17Se fosse esperar como a lei previa, não ia acontecer.
04:21Então, está todo mundo querendo meter a mão nesse dinheiro logo,
04:24antes que fique claro que não se pode usar esse dinheiro para aumentar a despesa
04:29se não tem receita para cobrir.
04:31Mas esse é um dos problemas.
04:33O problema de hoje foi mercado internacional, foi Estados Unidos,
04:37inflação lá mais aquecida do que a gente esperava, do que o mercado esperava.
04:43E assim, os juros também subiram.
04:46O juros subindo agora, dólar também, a gente já vai fazer aqui.
04:50Posso já engatar aqui no juros dos mercados, meu querido?
04:53Manda bala, meu cara, e depois eu tenho uma perguntinha para fazer.
04:57Mas manda bala.
04:58Eu queria saber se esse dado do CPI americano,
05:02mesmo com o nosso IPCA favorável,
05:04se ele pode fazer com que a próxima reunião do nosso COPOM,
05:08o nosso Comitê de Política Monetária,
05:10que define a nossa taxa de juros brasileira,
05:13se isso pode interferir no sentido de uma queda menor.
05:20Se espera, claro, ainda falta tempo,
05:22novos dados vão sair ao longo desse período,
05:25mas se espera um corte de 0,50.
05:28Como tem sido os últimos cortes aqui do COPOM?
05:32Você acha que existe a chance de reduzir para 0,25?
05:36Ou que seja 0,50, mas aí já há uma sinalização mais clara
05:40de que as próximas reduções serão mais curtas
05:44ou pode até estacionar?
05:48Então, pode influenciar.
05:51Eu não acredito que seja definitivo.
05:52O Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central,
05:55sempre lembra isso.
05:57Essas coisas não são mecânicas,
05:58não é uma coisa contra a outra,
06:00são sempre muitas variáveis.
06:02A variável Fed Funds,
06:04ou taxa básica de juros norte-americana,
06:07talvez seja uma das menos importantes,
06:09mas ela, obviamente, conta.
06:12Então, ainda a impressão que todo mundo tem,
06:17eu compartilho dessa ideia,
06:19é que na próxima reunião do COPOM,
06:24do Comitê de Política Monetária,
06:25o corte vai ser de 0,50,
06:27mas eu tenho dito desde o começo do ano
06:28que eu esperava que agora, em maio,
06:31o Banco Central já indicasse
06:33que o ritmo de corte deve ser reduzido para 0,25,
06:37eu continuo com a mesma posição,
06:38não tem nada que tenha mudado aqui
06:40o que eu vinha vendo antes
06:43e o que eu vejo hoje.
06:47Então, não tem muita mudança,
06:49acredito que isso pode, sim, alterar,
06:53ajuda a influenciar em prol de uma redução no ritmo.
06:58Se a gente vai conseguir chegar a ficar abaixo de 10%,
07:02ainda é uma questão difícil
07:05de a gente precificar nesse exato momento.
07:09Mas esse é o cenário nessa hora.
07:15Por enquanto, tem mais dados para aparecer
07:16e os bancos centrais estão trabalhando sempre
07:18com os dados de momento,
07:20porque tem ficado bastante difícil
07:23de você olhar muito mais para frente,
07:25fazer previsões muito longas.
07:28E aí
07:29E aí
07:30E aí
07:30E aí
07:34E aí
07:34Obrigado.

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