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Transcrição
00:00Ô Caio, conta pra gente direitinho essa história que ontem o FMI liberou-se 4,7 bilhões ao Haver Milley, justamente na sua primeira renegociação, né?
00:10Uma indicação importante de que o FMI trata o Milley com a seriedade com a qual a gente deve tratar o novo presidente da Argentina.
00:18Sim, é um feito importante e segue a linha que o FMI já tem demonstrado, já com publicações mesmo da própria diretora executiva do FMI e o próprio press release que o FMI lançou por conta dessa renegociação também tem elogios às medidas que o Haver Milley tenta implementar.
00:37Ainda tá no começo, ainda tá muito cedo pra ver qual será o resultado, né?
00:42Mas o mais importante de tudo pra falar sobre essa liberação de 4,7 bilhões de dólares é que não é dinheiro novo.
00:49O próprio ministro da Economia, Luiz Caputo, que foi quem fez o anúncio dessa renegociação, falou que não é dinheiro novo, não é um acordo novo.
00:57É uma revisão, renegociação, melhor o termo, eu acho, revisão mesmo, depois eu explico.
01:03É do acordo de renegociação da dívida que a Argentina tem com o FMI, porque vou ter que fazer uma recapitulação breve.
01:12Em 2018, o Maurício Macri, então presidente, contraiu, pegou um empréstimo no FMI de 45 bilhões de dólares, cerca de 45 bilhões de dólares.
01:22Aí vem o governo do Alberto Fernandes, em março de 2022, ele firma um acordo com o FMI pra renegociar a dívida.
01:30Ele vai, basicamente, rolar a dívida.
01:34O FMI vai dar empréstimos, vai dar desembolsos, né?
01:38Que é o termo que se usa à Argentina, em troca de cumprimento de metas de ajustes fiscais, né?
01:46Então, o FMI e o governo argentino se reúnem e fazem revisões a cada trimestre.
01:51São 10 trimestres no total, de acordo com esse plano.
01:54Então, nós estamos nessa reunião do Milay, do governo do Milay, com o FMI agora, nessa segunda semana de janeiro, foi a sétima revisão.
02:06Então, não é dinheiro novo, é um relançamento e tal, uma reorganização dos desembolsos do FMI para com a Argentina,
02:18com base naquele acordo que o Fernandes negociou em março de 2022.
02:24Lembrando que a Argentina tem que pagar vencimentos daquela dívida que o Macri contraiu lá em 2018, dos 45 bilhões,
02:31a cerca de cada trimestre.
02:33Nesse acordo de renegociação do Fernandes, o próprio FMI dá desembolsos para a Argentina se ela cumprir as metas,
02:40e a Argentina consegue usar esse dinheiro para pagar os vencimentos da dívida do Macri.
02:45E aí, depois, a Argentina ainda vai ter que pagar a dívida dos 45 bilhões por conta própria.
02:50E vai ter até o início dos anos 2030, 2032, até, para pagar essa dívida dos 45 bilhões para valer.
03:00Então, esses 4,7 bilhões de dólares que o FMI liberou dessa vez, tem parte que foi represada,
03:08cerca de 3 bilhões que estava represado, que era para ter sido enviado para a Argentina em novembro.
03:12Só que, como a Argentina não cumpriu as metas naquela ocasião, por conta da farra do uso da máquina pública
03:18para tentar ganhar a eleição, na época, o candidato peronista e, então, ministro da Economia, Sérgio Massa,
03:25fez uma série de políticas e tal, de responsabilidade fiscal para tentar ganhar a eleição.
03:29Não ganhou, desagradou o FMI, e o FMI reteve o desembolso de 3 bilhões em novembro do ano passado.
03:37Aí, a Argentina teve que até pedir ajuda para o Banco de Desenvolvimento na América Latina
03:42para pagar o vencimento que tinha com o FMI em dezembro.
03:45Então, esse dinheiro agora que o FMI liberou como um voto de confiança para o Milley
03:51é para pagar os vencimentos que a Argentina tem, lembrando, vencimentos da dívida lá do Macri,
03:56vencimentos que foram cobrados.
03:59O de dezembro, que já foi pago com a ajuda do Banco de Desenvolvimento da América Latina.
04:04E aí, vai agora pagar o CAF com isso.
04:08Vencimento agora de janeiro e vencimento de abril.
04:13Então, é um voto de confiança que a FMI dá.
04:15Não é novo dinheiro, não é novo acordo, mas é um voto de confiança da FMI
04:18nas políticas econômicas do Milley que ele tenta implementar, pelo menos, Wilson.
04:25Caio, agora, você que está na Argentina, deixa eu só fazer uma outra pergunta rapidamente
04:30para a gente poder seguir.
04:34Como é que está o clima na Argentina nesse início de gestão Milley?
04:39Porque o que chega para nós, no geral,
04:43o Milley é, enfim, é um maluco, é um personagem caricato, etc., etc.,
04:52que o argentino já estaria, hashtag, arrependido de ter colocado o Milley no poder.
04:59Mas você que está aí, qual é o sentimento que você percebe do argentino?
05:04Já há um descontentamento ou isso ainda é narrativo?
05:09Descontentamento, acho que é um termo muito forte ainda para dizer com menos de um...
05:14Não, agora fez um mês de governo, a posse foi em 10 de dezembro, né?
05:19Então, ainda acho que é um pouco cedo para isso.
05:21Mas, sem dúvida, há um susto da forma como o Milley tenta implementar pacotes de medidas
05:27demasiado grandes, porque o Milley, como a gente trouxe aqui,
05:32ele fez três coisas importantes que ele fez.
05:35Desvalorizou o peso no câmbio oficial e foi de 365 para o dólar para 800.
05:45É uma mudança bem drástica que afeta a inflação e é o que os argentinos até poderiam dizer que esperavam,
05:50mas foi uma mudança que nunca teve uma mudança tão forte assim, digamos, no câmbio oficial.
05:56Que os argentinos também já não têm muito acesso, porque é um câmbio que maquia a economia,
06:01porque os dólares têm restrições de dólares, então nem todo mundo consegue ter acesso a esse câmbio.
06:05Vai no mercado paralelo, que é mil pesos o dólar, então é bem complicada a situação,
06:12mas chamou a atenção dos argentinos essa mudança no câmbio oficial,
06:16porque de qualquer jeito afeta nos preços dos produtos.
06:19Também o decreto de necessidade e urgência, que ele implementou ainda em dezembro, né?
06:28Entrou em vigor em 29 de dezembro e é como uma medida provisória, só que ela não caduca.
06:33Então, se o Congresso não rejeitar, se as duas casas não rejeitarem esse decreto,
06:42até um determinado período, ele vai entrar em vigor e não tem o que fazer.
06:45E tem medidas muito fortes de ajustes fiscais, liberalização da economia, encolhimento do Estado.
06:52Algumas questões já estão até... A principal questão controversa desse decreto
06:57é a questão de mudança na reforma, na legislação trabalhista.
07:01A reforma trabalhista do Milen, sem dúvida, é a política que está mais chamando a atenção dos argentinos
07:06de uma maneira negativa, porque limita direitos de greves para alguns setores.
07:11Então, isso assusta as pessoas e é compreensível que isso assuste.
07:15E da maneira como ele faz, a partir de um decreto tão extenso,
07:18que os governos argentinos sempre começam com esses decretos de DNU, que se chama,
07:23o decreto de necessidade e urgência, que é a medida provisória que não caduca, como expliquei.
07:27Mas esse do Milen foi maior do que normalmente é.
07:32Além disso, tem a lei Omnibus, que é o pacotão que ele enviou para o Congresso,
07:36que esse não entra em vigor enquanto não for aprovado pelo Legislativo.
07:41E também envolve várias medidas de vários cortes do Estado e liberalização da economia,
07:50que chamam a atenção dos argentinos e causam um certo receio,
07:54que ainda é difícil de avaliar o impacto mesmo que virá na economia e nas pessoas.
08:02Porque depende muito de quanto as pessoas e os investidores estrangeiros,
08:06a sociedade argentina e os investidores estrangeiros acreditam que essas medidas venham a ajustar a economia argentina
08:12e que vale a pena investir na Argentina para reorganizar a economia.
08:19Uma coisa importante é que o decreto de necessidade e urgência já gerou protestos e panelaços, cacerolaços,
08:26e a perspectiva de um grande protesto organizado pelas principais centrais sindicais aqui da Argentina
08:32para o dia 24 de janeiro, que é um dia antes do que está previsto para se votar no plenário da Câmara dos Deputados
08:41a lei Omnibus, que é o pacotão legislativo do Milley.
08:44Então, dia 24, essa semana do 24 vai ser muito importante também para medir o quanto os argentinos estão receosos
08:52ou nem tanto em relação ao governo Milley.
08:56Wilson?
08:56Onde você está, Matheus? Matheus simplesmente some, de vez em quando ele dá uma sumida.
09:07Caio Matos, diretamente da Argentina, muito obrigado pela atenção, querido, fique com Deus
09:11e até as próximas participações aqui no meio-dia em Brasília.
09:15Obrigado, Wilson, obrigado, gente. Tchau, tchau.
09:26Tchau, tchau.

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