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NotíciasTranscrição
00:00Rodrigo, vamos trazer o Rodrigo de novo porque essa entrevista tem dois pontos que são importantes e aqui eu já falei isso no programa. Economia e política estão ali, é uma simbiose, uma depende da outra. E essa entrevista com o Haddad, pelo menos eu tiro essa interpretação, Rodrigo, ela tem esse caráter.
00:20Ela juntou ali o Haddad político e o Haddad ministro da Fazenda, o matemático Haddad. Do ponto de vista da economia, Rodrigo, quais foram os recados que o Haddad deu nessa entrevista? Eu, pelo menos, não fiquei muito otimista com o que eu li. Eu estou sendo pessimista ou o cenário não é dos melhores?
00:43Você sabe que, para quem trabalha com economia e mercado financeiro, ser otimista é sempre uma tarefa muito difícil, né? Mas nesse caso do Haddad, assim, tem várias coisas. Tem uma coisa que você falou aí que eu não cheguei a comentar isso com ninguém, mas vou falar aqui agora.
01:01Eu acho que pareceu uma tentativa de agradar o chefe, sabe? Falou várias coisas que o Lula fala, mas as coisas não fazem muito sentido. Ele fala uma coisa, depois fala outra.
01:13É uma entrevista um pouco confusa do Haddad, nesse sentido, tá? Tem uma coisa, por exemplo, que ele já começa esquecendo da reforma tributária sobre a renda, que é o tal do colocar o rico no imposto de renda.
01:27Aí o Globo insiste, o repórter, eu não lembro o nome, insiste, né? Falou, mas você não falou no calendário, você não falou da reforma tributária sobre a renda?
01:36Ele falou, ah, sim, mas isso também é importante. No entanto, tem as eleições municipais, o calendário vai ficar meio apertado, precisa regulamentar a tributária sobre o consumo.
01:46Então, ele meio que indica que, olha, colocar o rico no imposto de renda só no ano que vem, né, amigo?
01:53Mas é assim que funciona. É difícil mesmo, tributar a renda é complicado.
01:58E aí o Haddad meio que dá aquele, que era de João sem braço, né, pra poder livrar aí o pessoal, porque sabe que as eleições municipais, né, fazem com que a atividade legislativa fique aí pra seis meses apenas.
02:15O Haddad já contratou aquele problema pro primeiro semestre, que é a reoneração da folha de pagamentos, o fim do PERS, né, que é aquele programa de incentivo aí às empresas do setor de eventos, e também o limite pro abatimento de crédito tributário, né?
02:37Foram as três medidas que ele anunciou lá no finalzinho do ano passado, na quinta-feira pela manhã, e que ficou uma coisa, ele estava nitidamente sem saber direito quais eram as medidas.
02:53Tanto que ele falava, logo em seguida o Barreirinhas, o secretário da Receita Federal ia lá e falava, bom, né, bem nisso, e aí desmontava tudo, e as coisas ficavam bem estranhas, né?
03:04Depois saiu a MP, meio que ajeitando tudo, pra vocês terem uma ideia de como isso foi confuso, a assessoria de imprensa mesmo, não soltou o release junto com a entrevista coletiva,
03:16porque no meio da coletiva eles sacaram que o Haddad estava falando coisas que não estavam no release, e aí tiveram que corrigir, né, o documento, obviamente.
03:27Mas, muito bem, além disso, lá na entrevista ele fala algumas coisas que são, que deixam uma pulga atrás da orelha aqui do pessoal.
03:37Uma, vai criar um instrumento pra segurar a volatilidade do dólar, né, uma intervenção cambial um pouco mais visível ou sensível, né?
03:50Mas ele diz que isso vai ser feito por meio de tarifas, de papéis ligados à transição energética ecológica, né?
03:59Se for do mesmo estilo do vamos taxar o carro elétrico pra poder financiar o programa verde, né, de transporte verde,
04:14que vai ajudar a produção de carros a combustão, né, as coisas não fazem muito sentido, você fala uma coisa e faz outra.
04:23Você tem aqui o carro elétrico, que polui quase nada, você tem aqui o carro a combustão, vamos taxar o elétrico pra ajudar a combustão,
04:33e dessa forma a gente tá fazendo uma transição verde.
04:37É, fica parecendo aquele cara, fica parecendo aquele camaradinha que vai pra academia no início do ano e pensa assim,
04:44não, vamos lá, eu vou comer um prato de lasanha logo de cara antes do treino, como pré-treino,
04:50eu vou fazer um pré-treino com lasanha, porque lasanha tem muito carboidrato, carboidrato dá muita energia,
04:55logo eu vou gastar muita energia no treino e vai dar tudo certo.
04:58É isso.
04:59É o camaradinha que faz lasanha como pré-treino pra malher, pra ficar bombadão.
05:04Inclusive, falando em bombadão, até falei isso no meu Twitter ontem, né?
05:09Inclusive, Rodrigo Oliveira, dica pra você em 2024, tá?
05:12Esse é o ano, segundo os fitness, que é o ano em que a moda vai ser homem ter bunda grande,
05:18ou seja, dá pra chamar de bundão aquele malhado da academia e o cara ainda vai te dar um joinha,
05:24vai ficar feliz com você.
05:27Ô, Rodrigo, só pra gente fazer justiça aqui, olha, piada de tiozão aqui, o Rodrigo sempre fica bem.
05:33Não, mas ainda fala, ainda tem um negocinho sobre o Haddad que eu acho interessante,
05:37que é o negócio, ele explicou aí qual é o problema do Lula com o Roberto Campos Neto, mas diga lá.
05:43É, não, exato. Só pra gente fazer justiça aqui, a entrevista foi dada ao colega Álvaro Gribel, de São Paulo,
05:50e especificamente na parte do imposto de renda, Rodrigo, que você falava,
05:53só pra gente recuperar a frase do Haddad, o repórter questionou justamente isso, né?
06:00O senhor não falou da reforma do imposto de renda.
06:03Isso também tá na agenda, né? O trecho que você fez a referência.
06:07E aí a resposta do Haddad foi, é, está lá pela reforma tributária, que colocou um prazo pra gente apresentar essa proposta.
06:14Temos uma carga tributária sobre o consumo desproporcionalmente maior do que sobre a renda e o patrimônio.
06:20E aí ele começa naquele processo, né, de rolando o lero, né, enfim, dando aquele enroleixo, né,
06:25aquele clássico enroleixo, enroleixo, e assim, ele arremata com a seguinte frase, né,
06:32do meu ponto de vista, essa reforma deve viabilizar a redução da carga sobre o consumo,
06:36que permitiria uma alíquota de IVA menor. E por aí vai.
06:40É, depois ele vai, depois, logo na pergunta seguinte, que ele fala que tem um calendário apertado por causa das eleições.
06:47É, que o desafio de aprovar em 2024 a reforma do imposto de renda é que,
06:51como temos eleições municipais, há um problema de janela que deve ser avaliado pela política.
06:57E aí tem um detalhe engraçado sobre aquela, tem um detalhe importante sobre essa questão do time político,
07:02é que, assim, ao mesmo tempo, de novo, entra nas contradições, é por isso que eu falo,
07:06política e economia andam juntos.
07:08Quando o Haddad fala, ah, há um problema de time político, né,
07:12então ele já tem esse pepino pra descascar, que ele precisa resolver a regulamentação da reforma tributária até julho,
07:18porque depois de julho já não tem mais ninguém em Brasília, e Brasília vira um faroeste,
07:21não tem absolutamente, vira um deserto, né, vira uma cidade fantasma.
07:25Ao mesmo tempo que ele faz isso, ele e o governo Lula encaminham, ali na virada do ano,
07:32uma medida provisória, né, pra esvaziar a desoneração da folha de pagamento,
07:37que foi uma atitude que caiu como uma bomba, eu não gosto do clichê,
07:42mas caiu como uma bomba no colo de vários parlamentares.
07:45Inclusive, o Rodrigo Pacheco tem sido pressionado a não instalar uma comissão mista sobre o tempo.
07:50Mas, enfim, isso é um tema que a gente vai tratar mais pra frente, Rodrigo.
07:53Só queria fazer esses parênteses, porque são os sinais trocados, como você falou,
07:57só ratificando aquilo que você falou no teu comentário.
08:00A Haddad deu muito sinal trocado nessa entrevista, quer dizer, ele quer uma coisa,
08:03mas no final das contas faz outra.
08:06É, e ele fala, quer ver, eu vou pegar a frase aqui exatamente pra não deixar...
08:11Pra não deixar dúvida, né, o pessoal fala, não, mas aí você falou, você entendeu,
08:20então vamos ao que ele fala sobre o Roberto Campos Neto.
08:24Porque a conversa do repórter é, olha, o pessoal criticou o Roberto Campos Neto,
08:30mas depois vocês colocaram dois diretores lá,
08:32e os dois diretores votaram com o Roberto Campos Neto todas as vezes.
08:36Nas quatro reuniões do Copom, que aconteceram após a indicação do Gabriel Galípulo e do Ailton Aquino,
08:45o Gabriel Galípulo e o Ailton Aquino votaram da mesma forma que Roberto Campos Neto.
08:52O Haddad falava que tinha uma questão técnica.
08:55Mas que questão técnica é essa que, no fim das contas, era a mesma?
09:02Então, a questão não era técnica, a questão era outra.
09:08E aí ele diz o seguinte, olha, quando teve o problema com o presidente, ele diz o seguinte,
09:17ele diz que havia uma divergência técnica sobre quando iniciaram os cortes,
09:21aí ele diz que não, a Selic podia estar em 11,75,
09:24e ele diz, olha, a transição foi atípica e delicada
09:28e foi a primeira vez que um presidente do Banco Central foi indicado pelo governo anterior.
09:32Houve episódios que afastaram um pouco os atores envolvidos
09:35na minha relação com o Roberto sempre foi profissional.
09:38A do Lula assistia ao primeiro encontro em dezembro de 1922
09:42e não foi um bom encontro, mas não quero entrar em detalhes.
09:46Quer dizer, o presidente da República ficou queimando Judas de Roberto Campos Neto
09:52durante seis meses causando horroroso no mercado, deixando todo mundo inseguro,
09:57porque eles tiveram um probleminha qualquer aí na primeira conversa deles.
10:03Era algo pessoal que foi transferido para o mercado financeiro
10:09via falas do Lula, que nem sempre são exatamente as mais responsáveis
10:15quando a gente está tratando desse negócio.
10:18Então, assim, não era algo que a gente esperava.
10:23O Haddad tenta agradar o Lula quando fala essas coisas,
10:27mas, no fim das contas, mostra que toda essa conversa de que a técnica,
10:31que tinha um probleminha técnico, uma diferença técnica,
10:34era papo furado, uma vez que nada mudou.
10:37E o próprio Gabriel Galípolo, desde que entrou,
10:40Gabriel Galípolo, para quem lembra, secretário executivo do Ministério da Fazenda,
10:43número 02 do Ministério da Fazenda, ministro, secretário executivo.
10:49O Gabriel Galípolo tem dito em todas as falas dele,
10:52depois que entrou no Banco Central,
10:54que as decisões são iminentemente técnicas.
10:58Então, toda aquela conversa sobre o Bolsonaro,
11:01que não sei o quê, que indicou o Roberto Campos Neto,
11:03que está lá para quebrar o governo, etc.,
11:05é uma grande balela.
11:07E aí, o que o Haddad fala?
11:09Faz esse meia-culpa aí, dessa conversa do Lula,
11:12e depois fala, não, mas eu defendo que o mandato seja reduzido,
11:16porque esse mandato muito longo acaba podendo atrapalhar o outro governo.
11:22Ora, o mandato fica dois anos no governo seguinte,
11:26justamente para que a política monetária,
11:30o combate à inflação não seja alterado de forma bruta
11:35e até irresponsável por alguns governos.
11:37Não estou dizendo que o governo Lula faria isso.
11:40Estou dizendo que é por isso que existe esse mandato
11:43e ele fica um pedacinho num governo e um pedacinho no outro governo,
11:50justamente para não ter esse tipo de intervenção.
11:53E tem um detalhe, Rodrigo,
11:55só para ratificar aquilo que você falou,
11:58quando o projeto de lei que determinou o mandato
12:02para presidente do Banco Central tramitou na Câmara e no Senado,
12:06e posso falar isso porque eu acompanhei isso de perto,
12:09uma das discussões centrais desse projeto
12:12era justamente essa não coincidência do mandato
12:17do presidente do Banco Central com do presidente da República.
12:19Essa brecha de você deixar que um presidente escolha
12:25um presidente do Banco Central
12:26e o outro presidente não possa interferir,
12:30isso foi proposital ali durante as discussões.
12:34Justamente para que não acontecesse o que em 2023 a gente viu ao longo.
12:39Nós acompanhamos aqui ao longo do meio-dia e ao longo do nosso noticiário.
12:44Temos um presidente da República
12:45que ficou o tempo todo ali pressionando o presidente do Banco Central
12:49a fazer a sua vontade, sem qualquer tipo de critério técnico,
12:53simplesmente porque ele partiu de uma premissa
12:55que ele teve uma ideia ali genial,
12:59apareceu do nada um gênio da lâmpada que disse para ele,
13:02não, Lula, pressione o Roberto Campos Neto
13:04a baixar os juros na marra,
13:05porque vai dar certo,
13:07eu não tenho nenhuma base científica,
13:09não tenho nenhuma base técnica,
13:11mas vai dar certo,
13:12faça do jeito que você achar melhor.
13:14E aí, nesse ponto,
13:16o Roberto Campos Neto conseguiu segurar ali
13:18o ímpeto do presidente da República.
13:20Então é isso,
13:21a lei foi criada com esse intuito,
13:25para evitar esse tipo de pressão
13:27ou para que o presidente do Banco Central
13:29consiga conter esse tipo de pressão
13:32sem sofrer qualquer tipo de retaliação.
13:34E no final do ano,
13:35o Lula ainda chamou o Roberto Campos Neto
13:38para um churrasco,
13:39fizeram ali quase que as pazes,
13:41pazes, mas me parece que
13:43pazes só ali para o grande público,
13:47parece aquela coisa,
13:48quase como,
13:49vamos fazer aqui um...
13:50Eu vou aqui na festa da firma
13:51só para não dizer que eu sou mal educado,
13:53não é?
13:54Mas o que é outra excrescência,
13:57o Roberto Campos Neto,
13:58já tendo passado pelo que passou,
14:00não devia ter ido a essa festa.
14:02Aliás, não é de independência
14:06você estar emiscuído
14:07em outros momentos da vida pública
14:11que não as que você é obrigatoriamente
14:14em estado a estar.
14:17Por exemplo,
14:18não é para o ministro da STF
14:21ou para o presidente do Banco Central,
14:23que são independentes,
14:25ou até do Congresso Nacional,
14:28estarem numa festa do Palácio do Planalto,
14:31que é uma festa do presidente da República.
14:34E, aliás, não é nem do presidente da República,
14:35não é de Luiz Inácio Lula da Silva.
14:37Então, as coisas vão sempre se misturando
14:39de uma forma estranha.
14:41Amigo, dá para você ficar dois aninhos,
14:44quatro aninhos sem ir à festa
14:45no Palácio do Planalto?
14:46Dá.
14:47Então, você assume esse cargo aqui.
14:49Depois, a gente fica reclamando
14:51que não, o fulaninho fica essa coisa pessoal.
14:55Ninguém consegue trabalhar
14:56porque tem que ir lá recebendo,
14:58tem que ir lá receber
15:00tem que ir para o beijamão,
15:03como a gente chama aí em Brasil,
15:05esses momentos e esses movimentos.
15:11É, o clássico beijamão e aí, enfim,
15:13o churrasco teve alguns momentos
15:14meio constrangedores, né?
15:16Como Margareth Menezes cantando
15:17com um trio de forró, pé de serra.
15:20Enfim, depois eu...
15:21Se eu puder depois...
15:22Agora já passou a história passada,
15:24eu falei já na última semana do ano,
15:26então...
15:27depois eu confesso que eu quero depois,
15:29se eu conseguir algum bastidor mais apimentado,
15:33eu trago para vocês.
15:33E aí
15:39E aí
15:39E aí
15:39E aí
15:39E aí
15:39E aí
15:40E aí