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NotíciasTranscrição
00:00Muito bem, vamos falar dele, Celso Amorim, assessor especial de Lula para assuntos internacionais.
00:04Defendeu em entrevista à UOL a vinda do autocrata russo Vladimir Putin ao Brasil
00:09para a cúpula do G20, perdão, agendada para novembro de 2024.
00:13O Tribunal Penal Internacional, o TPI, expediu em março o mandado de prisão de Putin
00:18por crimes de guerra sob acusação de deportação ilegal e transferência ilegal
00:24de crianças de áreas ocupadas da Ucrânia.
00:26Sequestrou, na prática, milhares de crianças.
00:30Esse é o naipe do autocrata que o governo Lula quer trazer para o Brasil.
00:34Para Amorim, no entanto, isso não parece ser problema.
00:37Abre aspas.
00:38Nós queremos que Putin venha.
00:40Uma conferência do G20 sem a Rússia é uma conferência incompleta.
00:44Se formos falar de temas como reforma da governança global, como vai ignorar a Rússia?
00:49A Rússia é um ator necessário.
00:50Sua ausência vai contra o interesse do G20.
00:53Fecho aspas.
00:54Em seguida, o assessor de Lula questionou a condenação do TPI.
00:57Abre aspas.
00:58O TPI foi criado na época em que eu era embaixador na ONU e foi visto como um progresso.
01:04Mas o fato é que as grandes potências ficaram de fora.
01:06Só vale para os outros ou para um país declarado como inimigo pelo Ocidente?
01:11Onde estão os outros que cometeram os crimes de guerra?
01:14Fecho aspas.
01:16Duda, ele continua com o anti-americanismo acima de tudo?
01:19Esse é o Celso Bonin?
01:20Da diplomacia brasileira, que é sustentada pelo Celso Samorim, pelo Lula, é de completo desprezo pelo direito internacional.
01:33O Tribunal Penal Internacional foi criado para punir esses tiranos que cometem crimes contra a humanidade, crimes de guerra.
01:43Então, punindo esses sujeitos, você consegue evitar que outros tenham a mesma ideia e também peguem e reprimam a população, como eles fazem.
01:54E desprezo pelos direitos humanos, desprezo pelas instituições democráticas brasileiras.
02:04Porque o Brasil entra no TPI, o Brasil é parte dos países que elaboraram, que criaram o Estatuto de Roma, que criou o TPI.
02:13Isso é aprovado pelo Congresso Brasileiro, pelo STF.
02:19Então, não é uma decisão do Celso Samorim, ou do Lula, ou do Executivo, que permite o Lula entrar aqui, o Putin entrar aqui no país ou não.
02:28A Polícia Federal, o Judiciário, é obrigado, seria obrigado a prender o Putin e mandar lá para o Tribunal Penal Internacional de Haia.
02:36Mas o Celso Samorim e o Lula, eles não estão nem aí para isso.
02:40O importante para eles é fazer o que o Putin quer, e o que o Putin quer é poder viajar impunemente pelo mundo.
02:48E o Celso Samorim ainda deixou claro que não falou tudo o que pensa durante a entrevista.
02:53Imagina se falasse, abre aspas.
02:55No caso do Oriente Médio, onde o Brasil pode ter um papel, o momento não se presta a isso.
03:00Não podemos falar tudo o que pensamos, sob pena de colocar em risco os nossos brasileiros e seus parentes.
03:05Fecha aspas.
03:08Duda, vou até parar por aqui.
03:10O que quer dizer isso?
03:12Ele queria falar publicamente de um modo mais próximo do Hamas, mais alinhado ao discurso do Hamas,
03:20contra Israel, mas você ainda tem brasileiros sob risco de vida, de qualquer coisa que o Hamas possa fazer com eles.
03:29Então, não pega bem falar isso nesse momento?
03:31É isso?
03:32Porque ficou esquisito.
03:33Pois é, é muito esquisito.
03:35O que eles têm dito já tem pegado muito mal, gerado muita resistência, muita comoção.
03:43Toda hora que o Lula vai lá e fala Israel, faz coisas piores que o Hamas.
03:48Como assim dizer esse tipo de coisa?
03:49O Amorim também.
03:52Mas, enfim, gostei do título que o antagonista deu de manhã na nota.
03:56Tipo, poxa, e se eles falassem tudo o que pensam, né?
03:59Se o que ele fala já é tão revoltante para a gente aqui, né?
04:04Pois é, e o ex-chanceler também voltou a criticar a reação de Israel aos ataques do grupo terrorista Hamas.
04:09Abre aspas.
04:10O número de mortes de crianças eu acho que não tem paralelo na história.
04:14Talvez na Segunda Guerra Mundial, nos bombardeios de Dresden ou Hiroshima, mas num ataque frontal nunca houve nada parecido na história.
04:22Fecha aspas.
04:22Ele nunca citou um nome e um sobrenome de uma dessas crianças.
04:26A gente não está dizendo aqui que não morrem civis inocentes.
04:29A gente sabe que morrem civis inocentes.
04:30Até o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, em entrevista aqui ao Papo Antagonista, admitiu que há mortos civis inocentes.
04:38O que não se sabe, em termos jornalísticos, em termos de investigação independente,
04:43é quantas pessoas efetivamente morreram que são civis inocentes.
04:48O que se tem são números que são disseminados pelo Hamas, Ministério da Saúde da Palestina,
04:55o Ministério da Saúde de Gaza.
04:57E isso é o Hamas, que tem o controle da região, que é o governo local.
05:03Então, esses números são propagandeados por eles.
05:06Lembrando que o Hamas, até antes desse conflito, era tido como um grupo de 40 mil pessoas.
05:13Então, não se sabe exatamente quantas pessoas morreram e quantas, entre aquelas que morreram,
05:18são terroristas ou seus apoiadores mais próximos, no sentido de participarem da articulação do terror.
05:25E quantos são civis inocentes, mulheres ou crianças.
05:31Então, a gente não tem essa informação no mundo nesse momento.
05:35O que se tem é muita gritaria, são milhares, são isso, aquilo.
05:39E elas são ecoadas pelas autoridades que têm interesse em macular Israel,
05:44em defender até o próprio grupo terrorista.
05:49Aqui, a gente defende a civilização, a gente tem uma postura anti-terrorista.
05:54Isso não quer dizer ser a favor de um governo, ser a favor de um país, quer dizer, ser a favor dos fatos.
06:00Então, a gente traz à tona aquilo que é fato e a gente informa sobre em que pé está a credibilidade de determinadas informações.
06:07Então, aqui se tem o contexto.
06:10Muita gente que se desenforma diariamente por redes sociais,
06:14que vive numa bolha de influenciadores alinhados às suas teses pré-concebidas,
06:20essas pessoas têm toda uma opinião e todo um ativismo a favor ou contra, de amor ou ódio,
06:28baseado em uma série de narrativas não confirmadas e, muitas vezes, já refutadas.
06:37A gente focou muito aqui na nossa análise no caso do Hospital Awali,
06:41em que a imprensa internacional divulgou que Israel bombardeou o hospital deixando 500 mortos.
06:47E não tinha sido nem Israel, o prédio não tinha sido derrubado e nem tinha havido centenas de mortos.
06:54Era um foguete errântico de rádio islâmica disparado da proximidade, como todas as investigações apontaram.
07:01Então, assim, a gente tem responsabilidade sobre a raiz da questão, que é a informação.
07:08Quem tem teses pré-concebidas usa a confusão a seu favor.
07:13E é isso que o Celso Amorim faz cada vez, de uma maneira mais ostensiva, né, Duda?
07:18E o Celso Amorim e o Lula, eles acreditam em qualquer número que venha do ramar sobre mortes,
07:24de palestinos na faixa de Gaza.
07:27Mas eles nunca falam sobre as mortes dos israelenses que morreram no dia 7 de outubro, né?
07:34E a comparação é que foi o maior pogrom desde a Segunda Guerra Mundial, né?
07:42Desde o Holocausto, que morreram 6 milhões de judeus.
07:45Mas isso a gente não escuta eles falarem sobre isso.
07:49A comparação que o Amorim faz daí é com os bombardeios de Dresden.
07:54Na cabeça deles, Felipe, é como se o que estivesse acontecendo agora na faixa de Gaza
08:00fosse simplesmente um bombardeio de uma população, de uma cidade, que foi o que aconteceu em Dresden.
08:05Isso, eles tratam assim a questão.
08:07Eles tratam assim.
08:07Eles tiram completamente o contexto da reação militar a um ataque terrorista
08:12que matou 1.200 pessoas e que levou para Gaza sequestradas 239.
08:18Então é como se Israel tivesse sido alvo daquele ataque e tivesse que ficar parado depois daquilo.
08:24Porque assim, ah, já passou.
08:26Não vamos provocar novas mortes.
08:28Aquilo já passou.
08:28Aceita.
08:29Aceita que dói menos.
08:31Aí, obviamente, a gente sabe que não é assim que um país funciona.
08:34Existem prestação de contas às famílias.
08:36Existe uma preocupação com ataques futuros.
08:39Se você não faz nada, eles podem voltar e no dia seguinte matar mais 1.200.
08:43A questão é como deve ser feita essa reação militar.
08:45E aí a gente analisa ponto a ponto, episódio a episódio.
08:48Sem essas generalizações que são feitas num discurso mais militante.
08:53E essa generalização, que entende que a guerra é simplesmente um bombardeio de uma cidade,
09:00e essa comparação com Dresden, na verdade, a guerra é uma guerra que está sendo disputada
09:05quarteirão a quarteirão, prédio a prédio.
09:08Você tem soldados israelenses lá no campo, sendo alvo de tiros de soldados do Hamas.
09:16Tanto que morreram já mais de 115 soldados nessa guerra.
09:21Então, assim, é uma comparação meio pueril do Celso Morim falar que é como se fosse bombardeio em Dresden.
09:29Não é nada disso.
09:30Tem uma guerra acontecendo e ele está completamente cego para o que está acontecendo.
09:35E questionado por ter falado em genocídio em Gaza, o assessor de Lula disse que não gostaria
09:40de entrar no debate técnico, mas destacou que o sentimento é parecido àquele que é provocado
09:47por um genocídio.
09:47Olha só o contorcionismo que ele faz, Greg, para tentar legitimar a narrativa.
09:53Eu não vou entrar no debate técnico, quer dizer, a gente ventila isso e tal, mas quando
09:57é confrontado diretamente, a gente faz aqui uma manobrinha, né?
10:00Esse é o raciocínio do Celso Amorim.
10:04Eles continuam falseando bastante a realidade.
10:07O Celso Amorim, se existe uma pessoa no Brasil que tem o dever de falar em termos técnicos,
10:13é o Celso Amorim, ao lado do Mauro Vieira, que é o chanceler de fato, né?
10:19O Celso Amorim...
10:20Não, o Celso Amorim é o chanceler de fato, o Mauro Vieira é o chanceler de ofício.
10:26É o chanceler de...
10:26Eu entendo a confusão.
10:29É que eu digo que o Celso Amorim é o chanceler das sombras também, né?
10:34Mas esses dois caras, que são diplomatas de carreira e que representam o papel, representam
10:41o Brasil em encontros com autoridades fora daqui, eles têm o dever de falar em termos técnicos.
10:48Eles não são políticos que têm a liberdade de usar as palavras de maneira até mais solta.
10:56Não deveriam, mas é até compreensível que um político faça isso.
11:00Não é aceitável que um diplomata que tem um papel de representação do país faça essa asneira, certo?
11:10Use as palavras de maneira tão desonesta.
11:14Isso é um uso desonesto das palavras.
11:16Genocídio não é qualquer coisa.
11:20Genocídio tem definição legal.
11:22E você deveria usar essa palavra apenas nos casos em que ela se aplica.
11:28Justamente porque o estigma é gigantesco.
11:46E você deveria usar essa palavra apenas nos casos em que ela se aplica.
11:49Mas você deveria usar essa palavra.
11:50Então, a palavra é a palavra.
11:51Deixa eu ver.
11:52Deixa eu ver.
11:52E você deveria usar essa palavra.
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