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Transcrição
00:00O STF formou maioria para autorizar de novo a cobrança de contribuição sindical.
00:08Eles não estão mais chamando de contribuição sindical, estão chamando de contribuição assistencial.
00:14Então ele voltou a autorizar essa cobrança, mesmo de trabalhadores que não são sindicalizados.
00:21Essa discussão estava lá no Supremo, eles estavam votando por voto eletrônico, não era no plenário,
00:28os juízes vão depositando o seu voto ali no site, e agora se formou a maioria para o retorno dessa cobrança,
00:37mesmo dos não sindicalizados, só que com um nominho trocado.
00:41Agora é contribuição assistencial, mas imposto sindical, como era antes.
00:47O valor vai ter que ser discutido em acordo ou convenção coletiva,
00:53e pelo menos isso o Supremo não tirou dos trabalhadores.
00:59Eles terão o direito de se opor ao pagamento da contribuição.
01:06Ou seja, eles não caçaram aquilo que já ficou conhecido como direito de oposição.
01:11É o seguinte, o sindicato estabeleceu o valor, você vai lá, apresenta uma carta,
01:19se manifesta de alguma maneira, e fala,
01:22eu me oponho a que vocês descontem essa grana do meu salário.
01:27O problema é que os sindicatos costumam criar dificuldades para que esse direito de oposição seja exercido.
01:34Só pode ser das dez da manhã às dez e doze, às terças e quintas de anos bissextos,
01:44e se você vier vestido com a roupa do ajudante do Papai Noel.
01:52É patético, é patético, o Graeber.
01:55Realmente é o tipo da decisão que é o tigre de papel.
02:01Você agrada a representação sindical, que tem muita força no governo do PT,
02:11a Central Única dos Trabalhadores e a própria CGT, enfim,
02:16tem o apoio das centrais que sofreram um impacto financeiro tremendo
02:21quando a contribuição sindical passou a ser voluntária.
02:26E agora você tem essa solução aí que não tem nada de salomônica do Supremo,
02:33é uma solução que agrada gregos e desagrada troianos.
02:39Os troianos, no caso, somos nós, trabalhadores,
02:42e como você falou muito bem, vamos ter que preencher um formulário em 15 vias,
02:47pagar uma taxa.
02:49A grande intenção vai ser essa.
02:51Para você dar entrada no processo do sindicato,
02:55você vai ter que pagar uma taxa que vai ser mais cara
02:57do que a contribuição assistencial, como foi dito agora.
03:03Então, mais vale você pagar a contribuição assistencial
03:07do que pagar a taxa para correr a papelada dentro do sindicato,
03:12que é de 10 às 10h12, como você falou,
03:16e tem que vir com a roupa lá adequada e tem que pegar a senha
03:21e tem que não sei o que, não sei o que lá.
03:23É o tipo da coisa que me engana que eu gosto, me engana que eu gosto.
03:29Eu acho que cada vez mais nós que estamos aqui,
03:33vocês que estamos assistindo, nós vamos ficando cada vez mais indignados,
03:37indignados, porque a resposta para isso tudo está num livro
03:43de um grande jurista brasileiro chamado Raimundo Faor, já falecido,
03:48que em 1958 escreveu um livro chamado Os Donos do Poder.
03:53Esse livro agora foi recentemente relançado, uma edição comemorativa.
03:58É um livro muito bom, é um livro meio chato de ler, eu devo dizer isso.
04:02Mas é um livro valioso, porque lá ele explica exatamente todas essas historinhas aqui
04:09que o Carlos Graiebe, que o Felipe Moura Brasil trazem aqui
04:14no cotidiano da política brasileira e que a gente fica intrigado.
04:19E que ele lá, já em 1958, ele já explicava.
04:23E para explicar isso, ele vai na formação do reino português.
04:28Lá em 1492, Dom Sancho, Dom Diniz,
04:33isso está impregnado na nossa história.
04:36Isso é uma coisa medieval.
04:39O Estado brasileiro, ele é medieval.
04:42A conclusão do Raimundo Faoro, no livro dele,
04:45é que o Brasil não é sequer ainda um país absolutista.
04:50O rei sou eu, o Estado sou eu.
04:55Não é nem, é pior do que isso.
04:56É pior do que isso.
04:58Agora, nós continuamos aqui, malhando, dia e noite,
05:03criticando e sublinhando, mostrando esses absurdos que acontecem, né, Graiebe?
05:11E é isso.
05:13Se depois você deixar eu também fazer aqui a minha propagandazinha,
05:18do artigo do Agamemnon Mendes Pedreira,
05:22que eu escrevo de parceria com o meu amigo Hubert,
05:24que é publicada na Cruzoé hoje, todas as sextas-feiras,
05:29hoje nós falamos um pouco dos militares no poder no Brasil,
05:34em função aí dos acontecimentos.
05:36E eu quero já deixar bem claro que ali trata-se primeiro de uma matéria humorística, né?
05:42É sempre bom deixar bem claro.
05:44E que, evidentemente, ela não cabe,
05:47ela não pode ser atribuída a todos os membros das nossas forças armadas.
05:51Mas existe um e outro ali que se enquadra direitinho
05:55nessa questão do poder castrense e o Brasil, não é isso?
06:02É isso.
06:03Unidos e engatados em torno do mesmo ideal.
06:06É uma beleza o artigo.
06:07Ah, beleza.
06:08O Agamemnon Mendes Pedreira é esse canalha.
06:11Assinem o Acruzoé, vale muito a pena,
06:15porque, além do Agamemnon, você tem artigos substantivos,
06:20é uma leitura preciosa para o final de semana,
06:23que a gente tem mais tempo, né?
06:25Para ler artigos mais profundos.
06:27E nos prestigiem aqui também, no Antagonista,
06:32porque aqui nós estamos 24 horas no ar,
06:34sete dias por semana,
06:36correndo atrás de barbaridades na greve.
06:38Legenda Adriana Zanotto

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