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Transcrição
00:00O deputado Eduardo Bolsonaro entrou em uma nova polêmica ao comparar professores doutrinadores a traficantes de drogas.
00:06O filho 03 de Bolsonaro deu a declaração durante uma manifestação pró-armas na esplanada dos ministérios. Vamos acompanhar.
00:13Preste atenção na educação dos filhos. Tirem tempo para ver o que eles estão aprendendo nas escolas.
00:19Não vai ter espaço para professor doutrinador tentar sequestrar as novas crianças. Não tem diferença.
00:30Não tem diferença de professor doutrinador para o traficante de drogas que tenta sequestrar e levar os nossos filhos para o mundo do crime.
00:39Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando a pressão em todo tipo de relação.
00:49Depois do ocorrido, Flávio Dino disse em suas redes sociais que mandou a Polícia Federal investigar as declarações dadas no evento.
00:55Vamos acompanhar na tela o tweet do ministro da Justiça do governo Lula.
00:59Abre aspas.
01:00Determinei a Polícia Federal que faça análise dos discursos proferidos nesse domingo em ato armamentista realizado em Brasília.
01:07O objetivo é identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos. Fecha aspas.
01:16Muito bem, eu vou parar por aqui. Ainda tem algum desdobramento para dar o meu boa noite ao Wilson Lima,
01:23em meio a essas tretas e a tantos debates importantes no Brasil. Tudo bem, Wilson?
01:30Tudo bem, Felipe. Muito boa noite para você. Muito boa noite para você que nos acompanha no chat.
01:35Segundou, meu amigo. Deixa eu aproveitar também e mandar um abraço aqui para a nossa Maria Dariane Gonzalez.
01:41Obrigado pelos elogios. E é isso, meu amigo. Segundou. E como você fala, vamos com tudo.
01:46Vamos com tudo. Em primeiro lugar, a gente ainda vai ver o desdobramento do Flávio Bolsonaro,
01:52mas me chama já a atenção no comentário do Eduardo. Ele faz essa comparação para tentar turbinar,
01:59evidentemente, a sua retórica. Existe um público que é estimulado por esse tipo de comparação.
02:09E aí ele fala que vai provocar distúrbios na casa, etc. Só lembrando, porque já entrando aqui nessa analogia,
02:19que as drogas muitas vezes destroem as famílias. Elas também provocam distúrbios dentro de casa.
02:27Quer dizer, usuários de drogas que muitas vezes acabam gerando problemas para os seus familiares,
02:34muita preocupação a depender, evidentemente, do seu nível de dependência.
02:39Então, isso existe dentro de casa, esse problema familiar que ele está colocando, no caso,
02:47como resultado de doutrinação feita por professores nas escolas.
02:53Então, ele está fazendo uma avaliação de que isso causa problemas familiares.
02:57Eu só estou trazendo aqui, que é bom lembrar, para não perder de vista a gravidade do uso frequente de drogas,
03:06que as drogas também têm um potencial de destruição, evidentemente, a depender do grau, a depender da dependência.
03:13Agora, Wilson, depois eu vou trazer aqui a questão para o embate geral, mas vamos aqui para o específico.
03:20Essa declaração do Eduardo Bolsonaro, seja qual for o seu juízo a respeito dela,
03:26cada um vai poder valorar aqui essa declaração.
03:30Mas você acha que ela deveria render uma investigação de polícia federal?
03:37Não, não, não faz muito sentido.
03:40O que o Eduardo Bolsonaro tentou fazer hoje foi se comparar ao Luiz Fernando Veríssimo.
03:46Você deve lembrar daquele texto irônico do Luiz Fernando Veríssimo,
03:49aquele que ele fala, diga não às drogas,
03:52em que o autor gaúcho faz uma brincadeira ali com os discos de música sertaneja.
03:58Tudo começou aos 14 anos com o disco do Chitão de Chororó,
04:02experimenta e depois ele vai entrando em drogas mais pesadas com maché, etc.
04:07Ele tentou fazer isso, mas sem a classe,
04:10sem a capacidade cognitiva de um Luiz Fernando Veríssimo.
04:13Agora, a gente precisa separar muito bem esse tipo de discurso,
04:17porque o que o Eduardo Bolsonaro falou ali foi basicamente um discurso para sua claque,
04:23foi basicamente para incitar aquela clássica manifestação de direita versus esquerda,
04:33que é típica dessa ala um pouco mais radical ali da Câmara dos Deputados.
04:38Então, é bom a gente lembrar, e aí precisamos também separar algumas coisas.
04:45Que existem muitos professores que têm uma ligação com a esquerda?
04:49Tem.
04:50Que existe ali na academia uma predileção por autores como Karl Marx,
04:55como Engels, enfim,
04:58e que você, de certa forma, escanteia alguns autores de direita
05:03ou que têm uma ligação com o conservadorismo?
05:05De fato, isso existe.
05:06Agora, falar em doutrinação é um pouco demais, né?
05:09Pedir investigação para isso também é um pouco demais.
05:13O que o Dino está tentando fazer é, na verdade, mostrar ao governo Lula
05:16que ele, sim, pode ser uma pessoa confiável.
05:19É bom lembrar que o Dino também está de olho em uma vaguinha, né, Felipe?
05:22No Supremo Tribunal Federal.
05:24E é para essa segunda vaguinha, essa vaguinha da Carme e da Rosa Weber,
05:28é uma vaguinha que tem uma disputa ali acirrada, né?
05:31Enfim, tem Flávio Dino, tem Bruno Dantas,
05:33Enfim, a lista é longa.
05:35Então, meu amigo, nesse contexto de que vale tudo
05:38para uma vaguinha do Supremo, vale até investigar deputado federal
05:41por uma declaração tosca, mas que, sinceramente, não vale tanto.
05:47Não vale você destacar, deslocar uma estrutura policial
05:50para, basicamente, se investigar uma verborragia parlamentar, não é?
05:54Pois é, Wilson.
05:56E aí, acontece exatamente aquilo que a gente aponta todo dia nesse programa.
06:01É bolsonarismo alimentando lulismo e lulismo alimentando bolsonarismo.
06:05Os dois alimentando essa polarização.
06:09Quer dizer, um diz uma platitude, faz uma comparação rasteira,
06:14uma analogia que nem muito sentido tem da maneira como ele colocou.
06:19Embora se possa colocar a questão sobre professores politizarem
06:24determinados assuntos na sala de aula, ou até partidarizarem, né?
06:28O que, eventualmente, pode ser até mais grave,
06:30fazendo campanha para um grupo político específico
06:32ou para um candidato específico.
06:34Tudo isso é discutido há muito tempo.
06:36Eu falo disso, aliás, muito antes de toda essa família
06:38que acabou encampando essa pauta
06:40e, muitas vezes, pregando soluções que foram debatidas também ao longo desse período
06:48e que acabaram não sendo emplacadas.
06:50Mas a discussão veio à tona.
06:52Então, você colocar a respeito dessa questão a sua avaliação,
06:56mesmo que com eventuais exageros aqui e ali,
06:59faz parte desse nível rasteiro da política brasileira.
07:04E eu entendo também que não demanda uma atitude de ministro de Estado
07:11de pedir investigação a respeito daquele tipo de declaração.
07:16E aí começa uma superproteção também
07:19que o PT tem com determinadas categorias.
07:22Porque a crítica que o Eduardo Bolsonaro está fazendo
07:26é, com toda a incapacidade cognitiva dele,
07:31com toda a incapacidade de você distinguir todas as nuances,
07:36é de professores que têm um comportamento
07:38de influenciar politicamente os alunos,
07:43em vez de ensinar a matéria.
07:44Porque o Brasil está precisando, sim,
07:46de aula de português, de matemática, das disciplinas,
07:50nas quais, inclusive, o Brasil fica nos últimos lugares
07:53nos exames internacionais.
07:55Então, você fazer isso com uma retórica mais ácida,
07:58mais estúpida, mais reacionária, etc.,
08:02está tudo dentro ali de um jogo político.
08:04Quando você começa a botar os órgãos de fiscalização e controle
08:08em razão de uma retórica, mesmo que exacerbada,
08:12mais política, aí já tem traços de um poder autoritário.
08:17Quer dizer, o Brasil parece que vive nessa dualidade
08:21de você tentar corrigir a estupidez com o autoritarismo.
08:25Então, o país fica preso entre o reacionarismo aloprado
08:30e um autoritarismo do bem, entre aspas.
08:34É isso que bolsonarismo e lulismo têm promovido no debate público.
08:39E depois da publicação no Twitter,
08:40o Flávio Dino foi criticado pelo senador Flávio Bolsonaro.
08:43Nas redes sociais, vamos acompanhar o que o filho 01 do Bolsonaro,
08:46como eles dizem, escreveu, abre aspas, está aí na tela.
08:50O ministro poderia usar o tempo e os recursos da Polícia Federal
08:52para investigar crimes reais, não para perseguir opositores
08:56e criar clima de censura no país.
08:58O Brasil, felizmente, ainda é uma democracia e a imunidade parlamentar
09:02permite que defendamos o ponto de vista de milhões de brasileiros.
09:05Ao invés de pegar bandido, a PF vai ser obrigada a ver vídeo no YouTube.
09:08E se brincar, vai concordar com o conteúdo dos discursos, fecho aspas.
09:14O que tem de curioso também, porque aqui a gente analisa todas as nuances,
09:18é o Flávio Bolsonaro falar que o pessoal lá
09:22devia estar investigando crimes de verdade, né?
09:25Quando ele foi investigado, foi denunciado como líder de organização criminosa,
09:30autor de crime de peculato, de lavagem de dinheiro
09:32pelo Ministério Público do Rio de Janeiro,
09:34entrou com um monte de recursos, houve os embargos auriculares,
09:37teve que um ministro do STJ, João Otávio de Noronha,
09:40que estava cotado para ser indicado pelo próprio Bolsonaro
09:43em caso de reeleição para o STF, anular a quebra de sigilo do Flávio,
09:47para ele ir escapando ali da mira da justiça.
09:51Agora, recentemente, chamei atenção nesse programa,
09:55foi o Mossed, agora me fugiu o primeiro nome, né?
10:00É aquele nome...
10:02Pois é, tem que lembrar exatamente quais são as vogais
10:04para eu não falar errado, mas o sobrenome dele é Azulay.
10:07É o ministro colocado no STJ pelo Jair Bolsonaro,
10:13que tomou uma decisão contra a retomada de investigação
10:16sobre o Flávio Bolsonaro.
10:17Então, só chamando a atenção para esse ponto curioso
10:20do Flávio Bolsonaro cobrar que os órgãos de fiscalização e controle
10:23vão investigar os crimes de verdade.
10:27Agora, em relação ao ponto de o Flávio Dino
10:31que ele não deva fazer isso, é verdade, não deve fazer isso.
10:38Essa retórica bolsonarista, ela pode fazer o agrado
10:43de determinados grupos do eleitorado e o desagrado de outros,
10:48mas isso vai ser definido conforme o juízo do cidadão brasileiro,
10:52que pode escolher votar num candidato assim ou não,
10:55mas está dentro daquele escopo que não é por si só criminoso.
11:01Pode ser de mau gosto, pode ser imoral,
11:03aí cada um faz o seu juízo.

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