Na estreia do programa Meio-Dia em Brasília, com Kiss Vasconcelos, o debate é sobre a atuação da Polícia Federal no caso Roberto Jefferson -- Cadastre-se para receber nossa newsletter: https://bit.ly/2Gl9AdL
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00:00Deputado, só interrompendo a sua fala, falando um pouquinho sobre a questão da afirmação do Shoa sobre o porte de arma talvez fragilizar as forças armadas de alguma forma, a polícia. Qual a sua visão sobre isso? Você acha que é isso mesmo? Você acha que o porte de arma pode vir a isso?
00:16Não, de maneira nenhuma, de maneira nenhuma. Você tem hoje algumas centenas de milhares de pessoas que têm acesso a armas de fogo, além disso você tem mais alguns milhares que têm acesso a porte funcional e nem por isso essas pessoas saem atirando nas forças de segurança.
00:34Todas as pessoas que cumprem a lei veem na força de segurança aqueles que são responsáveis pela manutenção da lei e da ordem e como regra absoluta, a grande maioria é composta por pessoas cumpridoras da lei, pessoas pacíficas e ordeiras.
00:51Não fosse assim, hoje nós teríamos um cenário bem diferente. Como eu disse a você, são quase um milhão de pessoas que têm acesso a esse tipo de armamento e a gente não vê.
01:00Ao contrário, o crime organizado, ele tem sim se fortalecido, ele tem sim criado o seu rastro de terror e é o crime organizado que tem que ser combatido veementemente com políticas públicas adequadas e com a legislação mais rigorosa.
01:13Bom, Cris, como eu falei para você, eu tinha um deadline no meio de 15, eu agradeço muito a oportunidade, agradeço ao Roberto e me foi...
01:22Só a última palavra para a gente finalizar o debate aqui e a gente já encerrar esse bate-papo aqui que já está chegando ao fim mesmo.
01:29Qual a sua avaliação sobre o tabuleiro político a partir de agora? Esse episódio vai ter algum impacto nas eleições presidenciais?
01:37Qual a sua avaliação sobre isso para a gente finalizar esse debate aqui agora?
01:39Bom, o presidente foi cirúrgico e preciso em respaldar as forças da segurança pública, em rechaçar esse comportamento desarrasoado e isso mostra que há muito tempo o Roberto infelizmente vem atuado como lobo solitário, tendo esses rompantes e vai responder por isso.
02:00Então, acredito que isso não tem de maneira nenhuma como prejudicar o presidente, está completamente descolado disso, o eleitor tem a capacidade de entender que não existe essa relação, uma vez que nós defendemos a lei, nós defendemos a justiça e nós defendemos as forças da segurança pública.
02:16Perfeito. Muitíssimo obrigada, deputado, por sua participação aqui no nosso programa, na estreia do nosso programa, muitíssimo obrigada por suas palavras e por debater, quando a gente está aberta a debater, a discutir o tema que é tão importante para a sociedade e tão importante também para o quadro das eleições presidenciais de 2022.
02:33Obrigada pela participação e eu continuo aqui com o Roberto Schoer para as palavras finais.
02:39Roberto Schoer, você é especialista em segurança pública, trouxe para a gente esse panorama de que talvez o porte de arma venha a trazer uma fragilidade, venha a fragilizar as forças de segurança.
02:52Só para a gente finalizar, sua percepção real, o porte de arma pode representar sim um vínculo, talvez aí, para a sociedade e também para os próprios policiais?
03:01Eu achei até interessante a fala do deputado quando ele diz que caques não atiram em policiais.
03:11A gente acabou de ver isso ontem.
03:13Ontem, uma pessoa com uma arma legal disparou o fuzil contra a viatura da Polícia Federal.
03:20Isso ocorreu com policiais federais também no início do ano.
03:23A gente tem visto, qualquer pesquisa em buscador de internet, se você jogar caque, arma, crime, você vai ver o número de ocorrências que tem crescido de forma vertiginosa por todo o país.
03:38Criança pegando arma legal, acertando criança.
03:42Adolescente pegando arma legal, todas de caques, em casa, levando para a escola para atirar em outros adolescentes.
03:49Criança pegando arma de caques no banco de trás e acertando o parente que está dirigindo.
03:54Casos, por exemplo, no Rio de Janeiro, em que caques compravam armas para repassar diretamente para facções criminosas.
04:00Em São Paulo, caques comprando armas para serem utilizados por criminosos.
04:06No Rio Grande do Sul, caques comprando armas para alugar para criminosos.
04:10Na Paraíba também.
04:12Em Minas Gerais, caques.
04:14Criminosos se tornando caques, mesmo com fichas extensas, respondendo a processos criminais, comprando fuzis.
04:22O próprio criminoso comprando.
04:24A verdade é que a gente tem um cenário de terra arrasada no mercado legal de armas de fogo.
04:31O exército tem falhado de forma gritante no controle desse mercado.
04:36E o que tem acontecido é que na festa das armas, quem tem feito uma incrível festa são os criminosos.
04:44Porque estão conseguindo comprar armas de fogo dentro do Brasil, armas que anteriormente eles precisavam trazer do exterior.
04:50E essas armas também serão utilizadas contra as forças de segurança pública.
04:56E hoje, só para o nosso telespectador ou ouvinte ter uma noção,
05:01hoje nas ruas nós temos agora três tipos de pessoas circulando armadas.
05:06Policiais, criminosos e os cidadãos.
05:10É mais um ator no cenário.
05:12É mais armas de fogo em circulação.
05:14E isso traz o temor também para a sociedade.
05:17Porque discussões banais e circunstanciais, como brigas de vizinho, brigas de trânsito,
05:23coisas simples, que dificilmente levariam para uma letalidade,
05:26com a simples presença de uma arma de fogo,
05:28podem encaminhar, infelizmente, para um desfecho letal.
05:32Então, sim, armas de fogo em grande quantidade em circulação fragilizam.
05:38Os profissionais de segurança pública, como ficou comprovado ontem,
05:42mas também fragilizam a sociedade como um todo.