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  • 23/05/2025
Os convidados do Visão Crítica debateram sobre o impacto da “geração nem-nem” no futuro do Brasil. A doutora Luciana Freire Kurtz Kurtz avaliou que há um problema de capacitação dos jovens para o mercado de trabalho. A polêmica sobre a chamada ‘taxa das blusinhas’ também foi abordada no debate.

Assista ao programa completo: https://www.youtube.com/watch?v=4iw9DpECDRs

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Transcrição
00:00Deixa eu perguntar para a senhora, doutora Luciana.
00:03Bem, no caso brasileiro, números de estatísticas mostram
00:08a geração nem trabalha, nem estuda, nem nem.
00:11Que fica ali entre os 14 anos, até os 20 e poucos.
00:15E o número, são milhões o que nós estamos falando.
00:17Que, em certo momento, lá daqui umas três décadas,
00:20vão estar pressionando o Estado, no SUS, na aposentadoria, e assim por diante.
00:24Além de estar deslocado no mercado formal de trabalho, sem nenhuma qualificação.
00:28A senhora que presta assessoria jurídica ao Centro das Indústrias do Estado de São Paulo,
00:33que já tem 100 anos nessa história, e devemos a uma grande figura,
00:38que é o Roberto Simpsons, uma figura histórica, e como historiador também,
00:41além de grande empresário.
00:43Como é que fica essa questão de falar em jornada de trabalho?
00:46Tem essas questões que diminuem ou não o jornada de trabalho?
00:50Da qualificação, em certo momento foi falado,
00:53creio que pelo Pedro, sobre a qualificação da força de trabalho.
00:56Como é que isso fica, no fim, um bloco só de discussão?
01:00Porque a jornada de trabalho envolve sua diminuição de uma eventual melhoria da qualidade da produtividade.
01:06Se melhora a qualidade da produtividade, tem vinculado com o salário também.
01:09Em suma, as coisas se interligam.
01:10Como é que uma entidade tão importante e secular se posiciona?
01:14Eu sei que a senhora não está como representante da CIES,
01:18mas nas discussões que a senhora acompanha.
01:20O Patá falou muito bem.
01:22A gente tem um problema de escassez de mão de obra e de falta de capacitação.
01:27Embora a gente tenha serviços como o Senai, o Serviço Nacional da Aprendizagem Industrial,
01:33não dá conta de tudo.
01:35A gente tem aí essa juventude que você mencionou,
01:38que está carente de educação e de capacitação.
01:42E isso pode ser um grande problema em relação à redução de jornada.
01:45Porque se vamos trabalhar, por exemplo, como está na PEC 8, lá da Erika Hilton,
01:51que seria uma jornada de 4 por 3,
01:55não podemos fechar as farmácias, hospitais, os aeroportos na quinta-feira.
01:59Então, se vamos trabalhar somente 4 dias,
02:02teremos que contratar pessoas para suprir essa demanda,
02:06os escalistas ou os folguistas, como nós chamamos.
02:09E a gente vê que hoje, com a jornada que já existe,
02:12as jornadas negociadas para a indústria, para o comércio, para a agricultura,
02:16a gente já tem esse problema, já enfrenta essa escassez de mão de obra.
02:2140% dos ocupados hoje estão na informalidade.
02:25E a gente vê que esses jovens estão indo por esse caminho.
02:28Preferem um trabalho autônomo, preferem um trabalho em plataforma,
02:32preferem um trabalho nas mídias sociais.
02:34E essa juventude que não quer aquele contrato formal sob tutela da CLT.
02:40Então, é um grande desafio que nós enfrentamos hoje,
02:43é a escassez de mão de obra.
02:45Vou fazer um gancho para o doutor Pedro.
02:48O que a doutora Luciana está falando,
02:50e nós, de certa forma, discutimos ontem, aqui de passagem,
02:53a questão da formalização das relações do trabalho.
02:56A CLT, durante largo período,
02:58foi considerada uma conquista dos trabalhadores.
03:00Veio do Estado, nós estamos falando do Estado Novo,
03:04mas foi considerada uma conquista lá desde 1943.
03:08Mais recentemente, nos últimos anos,
03:11ela recebe ataques constantes,
03:13daqueles que dizem o seguinte,
03:15eu quero enriquecer, não quero ser celetista.
03:17A prece é uma oposição entre construir a sua vida e seu futuro,
03:21e a CLT, como se ela fosse uma marca que impedisse
03:25que o trabalhador, no futuro, pudesse construir uma família,
03:28educar seus filhos e assim por diante.
03:30No campo seu, direito do trabalho.
03:33Nós temos toda essa tradição do Brasil,
03:36que marcou o século XX e o século XXI.
03:38Como é que fica?
03:39Por que a CLT é tão mal vista hoje,
03:42se, na minha leitura,
03:43eu sei que ela tem a sua importância histórica,
03:46mas não me esqueço que, em certo momento,
03:48o presidente Lula, quando era líder sindicalista,
03:51disse que a CLT era o AI-5 dos trabalhadores,
03:53o que é, convenhamos, um absurdo.
03:55Conheço essa frase.
04:00A CLT, como o próprio nome diz, é uma consolidação de leis.
04:04Não é uma criação que foi ali em 43,
04:07o Estado Novo chegou a vamos, criaram do nada isso.
04:10A lei de férias, a primeira lei de férias é de 1925.
04:13Essas leis da jornada, que colocam um limite de oito horas
04:18de trabalho diário e era 48, semanal,
04:24são de 32, 33.
04:26Isso vai ser consolidado na CLT.
04:29Ali foi um momento de criação de um mercado de trabalho.
04:33Com a crise de 1929, precisou se voltar para o mercado interno
04:38e a CLT faz parte desse momento.
04:42E é uma lei que, eu não vejo ela,
04:46eu disse que ela é muito caduca, que ela é ultrapassada.
04:51Ela não é.
04:52Se for analisar a legislação de outros países,
04:56a legislação trabalhista de outros países,
04:58em que você tem o sistema capitalista de produção,
05:01que você tem trabalho subordinado, trabalho assalariado,
05:04são muito semelhantes.
05:05As definições de empregador e empregado são muito semelhantes.
05:09Mesmo legislações novas, que passaram por reformas novas.
05:13O que me parece que há é que a CLT,
05:17do ponto de vista do empresário,
05:20do ponto de vista de quem produz,
05:23a concorrência impele a que se reduzam os fatores de produção.
05:27O trabalho é um deles.
05:29E a redução do fator de produção-trabalho,
05:31ela se passa também pela demonização da CLT.
05:34A CLT, a constituição de um padrão mínimo,
05:39ele tem um custo.
05:40Mas é como o Patá colocou,
05:42que tipo de sociedade queremos.
05:46E para reduzir esse custo,
05:47é preciso desconstruir uma parte da legislação social.
05:52E isso não se faz sem muita luta ideológica,
05:55sem uma pressão.
05:57O exemplo que foi dado ontem no programa
05:59foi dos influenciadores digitais,
06:02que demonizam a CLT.
06:04Hoje, isso foi progressivo.
06:07Isso veio progressivamente.
06:09Agora, com as plataformas digitais,
06:10então, se torna quase um lugar comum
06:14falar que a CLT vai ficar empoeirada,
06:18a carteira de trabalho vai virar uma peça de museu.
06:20Isso, mas é um aspecto da disputa
06:23entre empregadores e trabalhadores,
06:26com uma grande carga ideológica.
06:28Eu vou te perguntar uma questão para você,
06:30Patá, como líder aí,
06:32tanto tempo dos comerciários especificamente.
06:35Com a abertura, a partir já dos anos 90,
06:38e mais recentemente, com a presença da China no Brasil,
06:41houve uma polêmica recente
06:43sobre a taxa das blusinhas.
06:44E eu não sou um especialista do assunto,
06:48longe disso,
06:49mas sei, por muita gente que eu converso,
06:51que naquelas áreas comerciais das grandes cidades,
06:54como São Paulo é 25 de março,
06:56São Bernardo é a rua Marechal de Eudoro,
06:58que é onde a minha família nasceu,
07:00é de lá,
07:01aquilo impactou muito aquela abertura,
07:04porque foi destruindo muitos empregos.
07:06Como é que isso realmente ocorreu,
07:08no caso dos comerciários,
07:10e criou prejuízos ao número de contratações,
07:15aumentou o número de demissões,
07:16diminuiu em média os salários ou não?
07:19Porque isso coloca uma questão que envolve a globalização.
07:23E alguns falam,
07:24defender o mercado nacional
07:26é defender aqueles que são ineficientes.
07:28É uma leitura também ideológica.
07:31No seu caso, Patá, dos comerciários,
07:33especialmente aqui de São Paulo,
07:35o que aconteceu?
07:36Olha, eu vou dizer,
07:36eu agradeço muito essa pergunta,
07:38porque eu tive uma influência,
07:41sem falsa modéstia,
07:43na alteração da legislação com relação a esse tema.
07:47Eu fiquei sabendo,
07:48eu tenho uma relação muito boa com a área empresarial,
07:50porque nós negociamos.
07:51Se você não tem uma boa relação,
07:53você não faz acordo,
07:54tem que estar sentado na mesa, conversando.
07:58E eu tenho esse meu estilo,
07:59que a Luciana conhece bem,
08:01um pouco às vezes aguerrido,
08:02mas bastante,
08:05vamos dizer,
08:06bem leve.
08:07Aí eu fui procurado,
08:10por incrível que pareça,
08:11pelo dono da Havan,
08:13Luciano.
08:13Luciano me ligou,
08:15me convidou,
08:16fui conhecer a empresa dele,
08:17lá em Brusque,
08:19me apresentou um projeto,
08:20falou,
08:20olha, Patá,
08:21olha o que está acontecendo.
08:21Eu realmente não sabia,
08:23isso faz uns três anos.
08:25Eu desconhecia.
08:26Olha o que está acontecendo.
08:28Está chegando
08:28dezenas de aviões,
08:31lá em Cumbica,
08:32em Viracopos,
08:34com produtos da China,
08:35que eram isentos na época
08:37até 50 dólares,
08:39mas tinha o tal do dumping,
08:40porque custava com certeza
08:41uns 100 dólares na China
08:42e vendia aqui por 50 dólares.
08:44Isso estava quebrando as empresas.
08:46E nós fizemos uma reunião
08:47com Flávio Rocha,
08:49com vários empresários,
08:50e eu me dispus,
08:51porque na época
08:52eu fui viajar com Lula
08:53para a China.
08:54Coincidentemente,
08:54eu fui para a China
08:55em 2023.
08:57Levei o projeto,
08:57só que eu não falei
08:58para o Lula
08:58que era do Luciano Davan,
09:00porque senão
09:00ele rasgava o projeto.
09:02Aí,
09:04o Haddad gostou
09:06e ele já,
09:07na hora,
09:08já queria iniciar
09:09um processo de taxar.
09:11Mas aí houve alguns problemas,
09:12vai taxar o povo que compra,
09:14vai ser prejudicado
09:16e assim por diante.
09:17Aí demorou mais um tempo
09:19e aí veio a taxação
09:20que foi em 20.
09:21Mas mesmo assim,
09:23eu acho que ainda
09:23há prejuízo.
09:25Lógico,
09:26a concorrência,
09:27a importação,
09:27a exportação,
09:29o mercado,
09:30ele deve ser obedecido.
09:31Mas quando existem situações
09:33como no caso específico dessa,
09:35estava quebrando empresas,
09:36empresas pequenas,
09:38mas não estavam conseguindo concorrer,
09:39porque vinha aí
09:40blusa de 10 reais
09:42e a loja não conseguia vender
09:44por menos de 50,
09:46quebrando indústrias pequenas
09:47e assim por diante.
09:49Eu acho que se restabeleceu
09:50essa questão
09:52e esse debate é importante
09:54para mostrar
09:55que trabalhadores e empresários,
09:57nós estamos buscando
09:59a mesma coisa.
09:59Nós queremos empresas fortes,
10:01brasileiras, solidificadas,
10:03que empregam,
10:04que paguem,
10:05reduzem a jornada
10:06e que, na realidade,
10:07dê ao nosso país,
10:08uma condição,
10:09um país rico como o nosso,
10:11dê condições satisfatórias
10:13para o consumidor.
10:14Não há dúvida
10:15que o consumidor
10:15estava recebendo
10:17um benefício,
10:19mas um benefício
10:20que estava trazendo
10:21prejuízo para a sociedade.
10:22Eu acho que isso depois
10:23também foi compreendido,
10:25o que foi explicado
10:26e eu acho que foi compreendido,
10:27mas eu acho que
10:28todas essas questões,
10:29o aço da China também,
10:31criando problema
10:32para as indústrias automobilísticas
10:34brasileiras e assim por diante,
10:35eu acho que essas questões
10:36têm que ser vistas,
10:38o Brasil tem que,
10:39lógico,
10:40não pode fechar as fronteiras,
10:41mas ao mesmo tempo
10:42não pode permitir
10:43que tenha um prejuízo
10:45extraordinário
10:46por dumping social.
10:47O Brasil tem que ser

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