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  • 14/05/2025

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Transcrição
00:00Então eu me lembro de um impacto muito forte
00:04Nós batemos no chão
00:06Um voo doméstico cai em um bairro da Carolina do Norte
00:09O que é que aconteceu conosco?
00:12De alguma forma, a tripulação sobreviveu para explicar o que aconteceu
00:16O problema foi o tempo
00:18De repente eles entraram em uma zona de chuva
00:22Mas para os investigadores, apenas o tempo não pode explicar o impacto mortal
00:26A chuva não causou esse acidente
00:28Lopes, para 15
00:29Para baixo
00:30Vai para baixo
00:32Espera, para a fita
00:33Ele disse, vai para baixo
00:36Toca de novo
00:36Nós passamos aquela fita várias vezes
00:40Para baixo
00:41Vai para baixo
00:42Ele disse aquilo mesmo
00:44E o que ele quis dizer com aquilo
00:58Acidentes aéreos
01:02Esta é uma história real baseada em relatórios oficiais e relatos de testemunhas
01:09Tempestade à frente
01:14O voo US Air 1016 está fazendo o trajeto de Colômbia, Carolina do Sul, para Charlotte, Carolina do Norte
01:222 de julho de 1994
01:25US Air 1016, boa noite
01:27Sub e mantenha 12 mil pés
01:2912 mil pés, US Air 1016
01:32O comandante, Mike Greenlee, é um dos melhores pilotos da US Air
01:37Ele é um veterano da Força Aérea, que ainda pilota em caças como reservista
01:41Ele pilotou o F-4 e depois o F-16
01:4412 mil pés
01:4610 mil pés
01:48O copiloto Phil Reis
01:50É um aviador experiente
01:52Que desde criança tinha o sonho de voar
01:54Eu fui passear de avião
01:56Quando eu tinha cerca de
01:5815
01:59Uns 14, 15 anos
02:02E me apaixonei
02:04Depois disso, comecei a querer pilotar
02:06Então, qual é a sua idade, Mike?
02:0838
02:09Igual é a sua
02:10Eu vou completar 42 no dia 26 de julho
02:14É mesmo?
02:16Achei que tivesse uns 35
02:18Tá falando sério?
02:20É
02:20Eu sabia que tinha alguma coisa que eu gostava em você
02:24Essa foi a primeira vez em que os dois pilotos voaram juntos
02:28O Mike era um homem muito afável
02:30Um companheiro bastante simpático
02:33E nos demos bem imediatamente
02:35Muitos dos 52 passageiros estão viajando para as férias de verão
02:44Isso foi em um sábado, antes do dia 4 de julho
02:50Então muitos estavam viajando a lazer
02:53A senhora aceita um lanche?
02:55Sim
02:55O comissário Richard DeMerry está na empresa há dois anos
03:00Ele gosta tanto do que faz
03:02Que procura maneiras de trabalhar mais horas
03:05Eu escolhi esse voo
03:08Ele fazia parte de uma série de voos ao longo de vários dias
03:12Era um trabalho de 3 dias
03:14Com múltiplos voos todos os dias
03:16No voo de hoje, ele vai para Charlotte em um DC-9
03:21Um dos muitos tipos de aeronaves que Greenlee e Reis costumam pilotar
03:26Que aviões costuma pilotar?
03:28Ah, O'Lear
03:30Cessna Citation
03:31King Air, Beechcraft
03:33Ah, são aviões muito bons
03:35É, são muito bons
03:36As tripulações de voo na USR sempre foram muito profissionais
03:40E muitos bimotores, navarros e essas coisas
03:43É
03:44Tem muitas horas em navarros, asteques, cênecas
03:48Então por isso havia muita confiança nas pessoas com quem estávamos trabalhando
03:53Dos dois lados, tanto dos comissários de bordo quanto dos pilotos
03:57A tripulação da USR está na sua quarta viagem do dia
04:01Eles começaram essa manhã em Pittsburgh
04:05Voaram para Nova York
04:07Depois para Charlotte
04:09E logo após, Colúmbia
04:11Agora eles estão voltando para Charlotte
04:14O tempo não estava ruim
04:17Não tinha nenhuma trovoada
04:19Não, não tinha nada
04:21O tempo estava completamente bom
04:24Era um dia lindo de verão
04:27Faltam aproximadamente 15 minutos para o pouso do DC-9
04:33Senhoras e senhores, estamos a 64 quilômetros de Charlotte
04:39Nesse momento gostaríamos de pedir aos comissários de bordo que façam os preparativos para o pouso
04:43Eu posso limpar isso para a senhora?
04:47Pois não
04:48O voo entre Colúmbia e Charlotte foi normal
04:53Ele foi curto, sabe?
04:55Mesmo que fosse um voo de 50 minutos
04:57O tempo do voo propriamente dito era bem menos que isso
05:01Conforme eles se aproximam do aeroporto, o céu começa a escurecer
05:05Está chovendo mais do que eu imaginava lá fora
05:09Nós conseguimos ver um pouco de...
05:13O jeito que chamamos isso no ramo da aviação é cumulus
05:16Estava chovendo ali
05:18Mas aquilo não era nada para se preocupar
05:23Era só uma chuvinha
05:26O Mike continuou e ligou o radar
05:28Parece que está chovendo bem no limite da entrada do aeroporto
05:34O radar mostra que à frente está chovendo um pouco
05:37Charlotte, USR 1016
05:401016, prossiga
05:42Estamos vendo uma pequena formação aqui
05:44Parece que está situada na radial
05:46A que distância está vendo isso, 1016?
05:51Há cerca de 15 milhas
05:53O controlador explica que irá conduzir os pilotos para longe da chuva
05:57Quero que virem um pouco antes de chegarem a chuva a cerca de 8 quilômetros ao norte
06:02Ok
06:04Ele fez bem
06:06O voo USR 1016
06:11Agora está a menos de 10 minutos do seu destino
06:14USR 1016, Charlotte
06:18Se mantenham a 4 mil pés
06:19Pista 1, 8 à direita
06:214 mil, lado direito
06:23Isso é um 11, 3
06:26E um 81
06:29Os pilotos estão prontos para a aproximação final
06:31Cabine pronta
06:33Sinal do cinto de segurança está aceso
06:35Hidráulica ligada
06:36Altímetros
06:37Instrumentos de voo
06:3930-01 configurado
06:42Configurado
06:43Conforme prometido
06:45O controlador desvia o voo 1016 para longe da tempestade
06:48USR 1016, desvie 10 graus à direita
06:51Desse e se mantenha 701
06:52Vetores para aproximação visual
06:54Pista 1, 8 à direita
06:55O controlador disse
06:56Desçam até 701 metros
06:59Ele disse
07:00Vou posicionar vocês para o marcador
07:01Para fazer a aproximação visual
07:0310 à direita
07:04Descendo para 3.300
07:05USR 1016
07:07Outra confirmação
07:09De que não estava acontecendo absolutamente nada
07:11Naquele momento
07:15Na fase de aterrissagem
07:16A cabine estava preparada
07:18E estávamos em nossos lugares
07:19Preparados para o pouso
07:21Desc disputes
07:30Descobris
07:30Descobris
07:31Descobris
07:32Descobris
07:33Descobris
07:34Descobris
07:34Flaps em 40 graus, por favor.
07:45Flaps em 40.
07:50De repente, caiu uma chuva muito forte e parecia que estava vindo do nada.
07:55Não era uma chuva fraca, nem moderada e nem chuva pesada.
07:59Era muito pesada.
08:00Chuvas não caem assim de repente, como se estivéssemos embaixo de uma cachoeira.
08:03Ligando os para-brisas.
08:09São 10 nós ali.
08:12Então ficamos. O que aconteceu? O que é que mudou?
08:18Em outros eventos de chuva, você consegue ver pela janela.
08:23Você consegue entender as coisas.
08:27Aquela chuva obstruiu completamente qualquer visão da nossa janela.
08:31Ok, você está com 20 a mais.
08:35A visibilidade tinha sido reduzida e com aquela chuva pesada, eu e o Mike tomamos a mesma decisão.
08:41Praticamente ao mesmo tempo.
08:43Vamos arremeter.
08:44Vamos arremeter. Vai para a direita.
08:46Vamos apostar na segurança.
08:48Então, eu prossegui e aumentei a velocidade e comecei a fazer uma curva para a direita.
08:56E, nesse momento, o Mike pegou o microfone e disse...
09:01U.S.R. 1016 arremetendo.
09:09U.S.R. 1016 entendo o que vai arremeter.
09:12Vou em direção à pista, subo e se mantenho a três mil pés.
09:14Isso é o que os pilotos chamam de aproximação perdida.
09:20Nós ouvimos o barulho dos motores.
09:23Há a sensação no corpo de que o avião está subindo.
09:28Precisar arremeter não é tão incomum.
09:31Antes, eu já havia passado por isso.
09:33Mas essa arremetida não era comum.
09:41De repente, o avião não estava mais voando e começou a cair.
09:44E começamos a perder a velocidade muito rapidamente.
09:50Foi muito alarmante.
09:52Aquilo não fazia parte de uma arremetida.
09:58Potência máxima!
09:59Fio Reis, aciona os propulsores ao máximo.
10:06Estávamos caindo e...
10:08Eu estava me preparando.
10:14Eu me lembro da vibração do manche.
10:17E lembro que o sistema de aviso de proximidade do solo estava disparado.
10:19Eu dizia, sobe, sobe.
10:27Então, eu me lembro.
10:29De um impacto muito forte.
10:32Nós batemos no chão.
10:42Nós fomos deslizando no chão.
10:45E...
10:45Eu comecei a ouvir as árvores estalando.
10:48E a asa esquerda se soltou.
11:03E a cabine do piloto foi parar no meio de uma rua.
11:07O voo US Air 1016, com destino a Charlotte, Carolina do Norte, bateu no chão a menos de um quilômetro e meio do aeroporto.
11:26O comissário de bordo, Richard DeMerry, não tem ideia de como ele sobreviveu.
11:34Eu não...
11:35Estava acreditando e fiquei...
11:38Bem desorientado.
11:47E demorou alguns segundos...
11:50Para eu conseguir entender onde estava.
11:52E devo dizer que fiquei com medo.
11:57Sabe, fiquei muito, muito assustado.
12:00Por causa da fumaça e do calor que estavam saindo do avião.
12:04E eu lembro que me veio aquele pensamento...
12:08De que eu sobrevivi ao acidente.
12:10E que eu não queria morrer depois.
12:18O copiloto Phil Reis também sobreviveu ao acidente.
12:22Eu me lembro que olhei para a minha esquerda.
12:26E...
12:27Não tinha ninguém no...
12:28Assento do comandante.
12:30E...
12:31Na minha mente eu estava tentando entender as coisas...
12:34Como isso aconteceu conosco?
12:37E então...
12:39Eu soltei meu cinto de segurança.
12:41Rastejei para a abertura e...
12:43Encontrei o comandante Mike Greenlee...
12:46Cuidando de...
12:48Um dos comissários de bordo que tinha...
12:50Ferimentos.
12:52Tivemos a percepção total de que tínhamos sofrido um acidente.
12:56Nós entendemos.
12:58Então eu pensei...
12:59Eu preciso fazer alguma coisa para ajudar.
13:01Então eu comecei a gritar.
13:02Para soltarem do cinto de segurança.
13:04E saírem de lá.
13:05Soltem os cintos de segurança e saiam.
13:09Soltem os cintos de segurança e saiam daqui.
13:14Boa noite.
13:15Os trabalhadores da emergência de Charlotte...
13:17Na Carolina do Norte...
13:18Estão passando esse domingo tirando os corpos...
13:20Dos destroços de um jato da US Air...
13:22Que caiu lá a noite passada.
13:23O acidente do voo 10-16...
13:26É o primeiro envolvendo uma grande companhia aérea...
13:28Na Carolina do Norte em 20 anos.
13:33Os dois pilotos e o restante da tripulação sobreviveram.
13:37Mas dos 52 passageiros...
13:4037 estão mortos.
13:41Quando olhei para trás...
13:49E vi os destroços...
13:51Aquilo foi muito surreal.
13:54Como isso pode ter acontecido com a gente?
13:56O dia...
13:57Estava tão bom.
13:59Não estava fazendo um mau tempo.
14:00Não tinha nenhuma ameaça.
14:02Como isso pode ter acontecido?
14:06Greg Faith...
14:07Investigador sênior da National Transportation Safety Board...
14:10Vai liderar a investigação.
14:12Toda vez que vai para um local de acidente de avião...
14:15No local do acidente...
14:16Sempre...
14:17Sempre tem aquela onda de emoção...
14:19E não importa o tanto de experiência que um investigador tenha.
14:22Porque você sabe que as pessoas foram gravemente feridas...
14:25Ou estão mortas...
14:26Nesse evento em particular.
14:29E então como investigador responsável...
14:31Você tem que separar os sentimentos das ações...
14:33Porque não pode ficar emocionalmente ligado.
14:35E ainda conseguir fazer seu trabalho.
14:38Examinar os destroços é a primeira tarefa da equipe.
14:41E aí? O que temos?
14:43Eles devem determinar se uma perda de potência do motor...
14:46Foi um fator no acidente.
14:47Eles examinam os dois motores Pratt & Whitney.
14:51Tem uma variedade de coisas...
14:53Que esses especialistas em motores procuram...
14:56Para determinar se na verdade...
14:58Ali tem algum tipo de problema operacional...
15:00Algum mau funcionamento mecânico...
15:02Ou uma falha no motor...
15:04Ou então nos motores.
15:05De imediato...
15:06Eles percebem uma coisa inesperada.
15:10Olha só isso.
15:13O reversor de empuxo desse motor está acionado.
15:16O exame que eles fizeram do motor direito...
15:20Indicou que o reversor de empuxo estava na posição acionada...
15:24E que o reversor de empuxo do motor esquerdo...
15:28Estava na posição desligado.
15:29E é claro que isso sempre dá um sinal de alerta...
15:32E você fica pensando...
15:34Por que esse não está na mesma posição que aquele?
15:38Porque eles deveriam estar simétricos.
15:40Os reversores de empuxo são acionados na aterrissagem...
15:44Para ajudar a desacelerar o avião.
15:46Eles atuam redirecionando para a frente...
15:48Os gases de escape de alta potência dos motores.
15:51Caso isso aconteça em voo...
15:53É prejudicial.
15:54Porque se ocorrer...
15:55Em um motor de um avião multimotor...
15:57Você cria uma situação de impulso assimétrico.
16:01Talvez seja por isso que esse avião caiu.
16:03Como o Lauda Air 4.
16:09Três anos antes na Tailândia...
16:11O voo 4 da Lauda Air...
16:13Caiu matando 223 pessoas.
16:16Um reversor de empuxo foi o culpado.
16:21Tivemos reversores de empuxo acionados em voos.
16:24E dependendo da velocidade da aeronave...
16:26Você pode literalmente arrancar aquele motor dela.
16:29Uma investigação mais detalhada...
16:31Revela marcas de abrasão no metal do reversor do lado direito.
16:35Marcas que sugerem um impacto pesado com o solo.
16:39É uma pista importante.
16:43Uma análise posterior leva a uma resposta definitiva.
16:46Os investigadores sabem exatamente...
16:48Quando e como o reversor do lado direito foi acionado.
16:52Eles conseguiram determinar...
16:54Se o reversor do motor direito...
16:57Mesmo que estivesse acionado...
16:58A que isso aconteceu durante a sequência de impactos.
17:03E que não ocorreu durante o voo.
17:05Pelo menos sabemos que não foram os reversores.
17:09Eliminar uma causa potencial...
17:10É um passo adiante para os investigadores.
17:13Mas eles ainda estão longe de entender...
17:15O que derrubou o voo 1016 da US Air.
17:19Continue pesquisando nos destroços...
17:21Para ver se encontra alguma pista.
17:22Vou falar com a tripulação.
17:28Talvez os pilotos possam esclarecer o que aconteceu.
17:35O impacto quebrou meu pé e...
17:38Fez um corte na minha cabeça.
17:40Então eu fiquei no hospital cerca...
17:43De três dias, eu acho.
17:45E quando fomos liberados do hospital...
17:47Fomos levados para um hotel.
17:49O copiloto Phil Reis...
17:53Encontra-se com a NDSB.
17:55Muito obrigado por ter vindo até a frente.
17:56De nada.
17:58Vamos fazer algumas perguntas.
17:59Isso não vai demorar.
18:00Nós reconhecemos...
18:02Que...
18:03Aquele...
18:04Não era um momento agradável para eles.
18:06É provável...
18:07Que esse seja...
18:09O evento...
18:10Profissional...
18:11Mais difícil que tenha passado.
18:14No dia do acidente...
18:16Pode dizer o que aconteceu?
18:18O problema foi o tempo.
18:21E como é que estava o tempo?
18:23Flap em 40 graus, por favor.
18:28Flap em 40.
18:34E de repente...
18:35Eles entraram na zona de chuva.
18:37Nós perdemos toda a visibilidade.
18:40Arremete.
18:41Vai para a direita.
18:41Foi quando o comandante falou para o copiloto...
18:44Que nesse caso...
18:45Era o piloto do voo.
18:47No momento...
18:47Para remeter o voo...
18:49Eles iam subir para 914 metros...
18:51Tombar a direita...
18:52Para fazer a curva pela direita.
18:54E é claro que nesse caso...
18:55Está aumentando a potência ao mesmo tempo.
18:56A próxima coisa que eu ouvi...
19:00Foi o avião cair.
19:02É uma...
19:03Sensação terrível...
19:05Sentir a queda do avião...
19:07E...
19:08Perceber que ele não está voando mais.
19:10Antes de mais nada...
19:14Por que decidiu voar na tempestade?
19:19Os pilotos costumam evitar tempestades...
19:22Porque podem produzir correntes de ar violentas...
19:25Que causam turbulência...
19:26Ou até mesmo danificam a aeronave.
19:29Você sempre respeita as trovoadas.
19:31O tempo lá estava piorando...
19:32E isso era uma grande coisa.
19:33E foi piorando rapidamente.
19:35E isso é uma indicação importante...
19:37De que a situação estava se deteriorando muito rápido.
19:39O controlador de tráfego aéreo...
19:42Diz para nós que o clima...
19:43Não era nada demais para se preocupar.
19:44E os controladores de tráfego aéreo...
19:46Não disseram nada sobre o clima para nós.
19:50É o seguinte, o SR-1016...
19:53Você pode pegar um pouco de chuva do seu lado sul.
19:55Pode ter um pouco de chuva vindo do norte.
19:59Na verdade, um pouco de chuva...
20:01Era um engano.
20:02Não era um pouco de chuva.
20:03Era uma tempestade muito forte.
20:06Os investigadores descobriram...
20:08Que o controle de tráfego aéreo...
20:09Não conseguiu avisar...
20:10A tripulação do voo 1016...
20:12Que tinha uma forte tempestade no caminho.
20:15Eles acreditaram erroneamente...
20:17Que seria seguro o avião a aterrissar.
20:20A questão agora é...
20:22Por quê?
20:26Os investigadores precisam entender...
20:29Por que o controlador de tráfego aéreo em Charlotte...
20:31Não avisou ao voo USR-1016...
20:34A respeito de uma tempestade feroz...
20:36Sobre o aeroporto?
20:38Olá.
20:38Oi, como vai?
20:40Os controladores de tráfego aéreo...
20:42Tinham mais informações...
20:43E eles conseguiam ver...
20:44E estavam observando essa tempestade...
20:47Há muito mais tempo...
20:48Que a tripulação do voo.
20:49Então, nós sabíamos desde o início...
20:52Que essa seria uma das áreas centrais...
20:54Que devíamos nos focar para entender isso.
20:56Por que disse para os pilotos...
20:58Que o tempo estava bom para aterrissar?
21:00Os relatórios meteorológicos...
21:01Nos disseram que estava.
21:03O controlador revela...
21:05Que se baseou em um boletim...
21:06Do Serviço Meteorológico Nacional.
21:08O boletim mostrava...
21:09Que as condições estavam boas...
21:11Dentro dos limites...
21:12Para uma aterrissagem segura.
21:13Os relatórios...
21:14Eram de ventos fracos na área.
21:16Tinha chovido um pouco...
21:17E depois parou.
21:18Não havia...
21:19Nada sendo mostrado a eles...
21:20Que se tratava de uma condição insegura...
21:22E que eles não deveriam...
21:24Continuar pilotando naquelas condições.
21:26Perguntei para o piloto...
21:27Que tinha aterrissado quatro minutos antes.
21:29E o SR-983...
21:30Como foi para você na aproximação final?
21:32E o SR-983 tranquilo.
21:36E o SR-1016...
21:37O voo anterior acabou de sair da pista.
21:40Ele disse que foi uma aterrissagem tranquila.
21:42Estava tudo bem.
21:48Sem problemas.
21:49Isso é bastante significativo.
21:51E...
21:52Todas as informações...
21:54Que as tripulações têm...
21:55São informações em tempo real...
21:56Das pessoas que estavam pilotando...
21:58Para as companhias aéreas delas.
21:59E isso tem um peso muito grande.
22:01O boletim meteorológico emitido às 18h36...
22:04Estava correto.
22:05As condições estavam boas para o pouso.
22:07Mas minutos depois...
22:11O tempo no aeroporto fechou.
22:14E caiu uma forte chuva no local.
22:21Arremete.
22:22Vai para a direita.
22:22E o SR-1016...
22:26Arremetendo.
22:28E o SR-1016...
22:29Entendo que vai arremeter.
22:31Vou em direção à pista.
22:32Subo e se mantenha.
22:323 mil pés.
22:34Ao mesmo tempo...
22:35O controlador reconhece...
22:36A aproximação perdida da tripulação.
22:39E o SR-1016...
22:40Entendo que está virando à direita.
22:43Vá em frente, 1016.
22:46Ele não recebe uma resposta.
22:47Quando eu recebi o próximo boletim...
22:59Era tarde demais.
23:02Olha só.
23:03Eu agradeço a sua ajuda.
23:04Se eu tiver mais dúvidas...
23:06Tudo bem se eu te ligar?
23:07Pode ser?
23:07Claro.
23:07Obrigado.
23:08Agora está claro para os investigadores...
23:10Que as condições meteorológicas...
23:12No aeroporto de Charlotte...
23:13Mudaram muito rapidamente.
23:17O que não está claro...
23:19É porque o relatório meteorológico...
23:21Do controlador...
23:22Falhou na previsão dessa mudança.
23:24Vamos ver o que temos aqui.
23:27Eles estudam os relatórios...
23:28Que o Serviço Nacional de Meteorologia...
23:30Emitiu para o aeroporto de Charlotte...
23:32Naquele dia.
23:3618h36.
23:41Pancadas de chuva leve.
23:4518h40.
23:45Pancadas de chuva forte.
23:47Parece que o Serviço de Meteorologia...
23:50Identificou corretamente as mudanças nas condições.
23:53Mas então eles fazem uma descoberta importante.
23:56Demorou dois minutos para o Serviço de Meteorologia...
23:59Transmitir as novas informações...
24:00Em um boletim atualizado.
24:02O problema veio do controle de tráfego aéreo...
24:05Não possuir...
24:07Todas as informações...
24:09Do Serviço Meteorológico Nacional.
24:11Flaps em 40, por favor.
24:18Então eles não estavam fornecendo as informações...
24:20Em tempo real...
24:21Para a tripulação do voo.
24:23Flaps em 40.
24:29Eles estavam muito atrasados...
24:31No fornecimento das informações essenciais...
24:33O que teria ajudado essa tripulação a tomar as decisões...
24:36Conforme se aproximavam do aeroporto.
24:39As imagens do radar meteorológico...
24:41Logo levam os investigadores a outra descoberta.
24:44Que loucura.
24:45Olha só.
24:46Dois focos de tempestade se movimentando para cá.
24:49Conforme os pilotos do US Air...
24:50Estavam tentando evitar uma formação de tempestade.
24:5418h40.
24:55Outro foco de tempestade.
24:5718h42.
24:58De repente aumentou de intensidade.
25:00Eles foram surpreendidos.
25:02Ligando os parabrisas.
25:04O relatório meteorológico atrasado...
25:06Deixou a tripulação despreparada...
25:08Para a tempestade repentina.
25:10A questão crítica agora era...
25:12A chuva forte...
25:13Foi suficiente para fazer o voo 1016 cair?
25:17Tivemos que pesquisar...
25:19Para poder saber se essa chuva pesada...
25:22Tinha de algum jeito sido o fator que causou...
25:24Ou contribuiu para esse acidente.
25:25A NASA já estudou isso.
25:30Os investigadores analisam a pesquisa da NASA...
25:33Que mostra que a chuva pesada...
25:35Pode cair em uma asa...
25:36Aumentando o arrasto...
25:38E também a chance de um estol aerodinâmico.
25:41Se o volume de chuva que bate na aeronave...
25:44For muito...
25:45Isso vai interromper o fluxo de ar regular...
25:47E diminuir a eficiência...
25:48A capacidade da asa de se manter no ar.
25:52Os testes mostram...
25:54A quantidade de chuva necessária...
25:55Para a asa perder a sustentação...
25:57E causar um acidente...
25:58É enorme.
25:59De 762...
26:01Até 1016 milímetros por hora.
26:06Os investigadores examinam os dados...
26:08De precipitação do dia do acidente.
26:10Eles querem saber o quanto a chuva estava forte.
26:13O que eles descobrem é surpreendente.
26:17A taxa de precipitação durante a chuva...
26:19Era só de 254 milímetros por hora.
26:22Não seria o suficiente para derrubar o avião.
26:25Conseguimos determinar...
26:26Que havia um efeito insignificante...
26:29Dessa forte chuva pesada...
26:31Sobre o desempenho do avião.
26:34A chuva não causou o acidente.
26:36Se não foi a tempestade repentina...
26:41Que causou a queda do voo 1016...
26:44O que foi?
26:51Pode trazer a caixa preta?
26:54As evidências recuperadas...
26:56Da caixa preta do voo USR 1016...
26:58Agora estão prontas para serem examinadas.
27:01Deixa eu ver o que temos aqui.
27:03A caixa preta grava informações importantes...
27:07Como a velocidade aerodinâmica...
27:09Altitude e posição de controles fundamentais do voo.
27:12Dá para aumentar a tela?
27:14Quase imediatamente...
27:16Eles se deparam com uma coisa intrigante.
27:18Olha isso.
27:20Os dados mostram que...
27:21Segundos antes do impacto...
27:23A velocidade aerodinâmica...
27:24Inexplicavelmente começa a variar.
27:27A velocidade aerodinâmica está variando muito.
27:33Agora 10 nós.
27:37Primeiro o avião cai para 10 nós.
27:41Depois ele aumenta para 30 nós.
27:44Ok, você está com 20 a mais.
27:45Dá para ver uma mudança no avião...
27:47Porque a velocidade aerodinâmica começou a variar.
27:50A velocidade aerodinâmica...
27:51É a velocidade de um avião...
27:53Em relação à massa de ar...
27:54Pela qual ele está passando.
27:56Se o avião encontra um vento a favor...
27:57A velocidade aerodinâmica cai...
27:59Porque diminui a taxa de fluxo de ar...
28:01Sobre as asas.
28:02O vento contrário tem um efeito oposto.
28:05Aumentando a velocidade aerodinâmica...
28:07E acelerando o fluxo de ar sobre as asas.
28:10O que acontece é que você tem um desempenho...
28:11Que vai aumentando...
28:12Porque está voando em um vento contrário.
28:15Talvez o vento tenha derrubado o avião.
28:18Ventos fortes seriam os culpados?
28:21Para responder a essa questão...
28:23Os investigadores vão precisar dos dados precisos de vento...
28:26No momento do acidente.
28:29É, obrigado.
28:30Como em dezenas de outros aeroportos dos Estados Unidos...
28:34Um aqui.
28:34O aeroporto de Charlotte...
28:36Está equipado com um sistema especial de sensores de vento.
28:39Outro aqui.
28:40Um aqui.
28:41Outro aqui.
28:42Aqui.
28:43E...
28:44Aqui.
28:45Seis no total.
28:46O sistema de alerta de tesoura de vento...
28:52Próximo ao solo...
28:53São vários anemômetros...
28:55Que são sensores de velocidade e de direção...
28:58Colocados em vários lugares...
29:00Ao redor e perto do aeroporto.
29:01E eles comparam...
29:02Os ventos de toda a parte do aeroporto.
29:06Tudo bem.
29:06Vamos ver.
29:07Os investigadores esperam que os dados...
29:09Combinados de todos os seis sensores...
29:11No aeroporto de Charlotte...
29:13Expliquem para eles...
29:14O quanto os ventos estavam perigosos...
29:16No dia do acidente.
29:17Tinha um vento leve...
29:19Que não era nada grave.
29:21Eles descobrem que a velocidade do vento máxima...
29:23Não estava muito alta naquele dia.
29:25Espera um pouco.
29:27Olha esse vento.
29:28Ele sopra para todos os lados.
29:30Mas as mudanças na velocidade do vento...
29:32E na direção...
29:33Eram extremas.
29:34Olha só isso.
29:36Menos de dois minutos antes do acidente...
29:39Quatro dos seis sensores...
29:40Estavam mostrando um evento meteorológico...
29:43Conhecido como...
29:43Tesoura de vento.
29:46Tesoura de vento...
29:48É uma mudança súbita...
29:49Na direção do vento e na velocidade...
29:51Que pode fazer com que a velocidade aerodinâmica do avião...
29:54Se torne perigosamente instável.
29:56O que torna perigoso a tesoura de vento...
29:59Perto das pistas de pouso...
30:01É porque o avião chega para aterrissar...
30:03Em velocidades aerodinâmicas muito baixas...
30:06E ele está próximo ao solo.
30:09Então...
30:09Não há muito espaço...
30:11Para conseguir gerenciar...
30:13A sustentação da aeronave.
30:15Os investigadores podem finalmente estar próximos de uma descoberta.
30:19Vamos mandar esses dados para a NASA...
30:21E ver o que eles dizem.
30:23Mas eles não vão saber se foi esta tesoura de vento...
30:25Que derrubou o DC-9...
30:27Até os especialistas analisarem os dados meteorológicos em detalhes.
30:31O meteorologista da NASA...
30:37Freddy Proctor...
30:38Recebe esta tarefa.
30:44A NTSB...
30:46Me pediu para que eu ajudasse a entender...
30:48O que aconteceu neste evento.
30:50Se a tesoura de vento...
30:52Foi ou não...
30:53Um fator para o acidente.
30:56Está bem.
30:57Vamos ver o que os dados nos dizem.
30:59Adicionando temperatura...
31:01Umidade...
31:03Usando um simulador de clima...
31:05Proctor joga no sistema os dados dos ventos do aeroporto...
31:08Junto com outras variáveis importantes.
31:10Eu usei um modelo que tinha desenvolvido...
31:13Em estudos de tesoura de vento...
31:16Anteriores...
31:17Para recriar este tipo de tempestade...
31:20Que ocorreu naquele dia.
31:23Isso deve dar.
31:25Vamos ver esta simulação.
31:27E então...
31:29A partir daí...
31:30Comecei a juntar as peças...
31:33Ou a reconstruir o evento do acidente.
31:35A simulação mostra as forças dentro da tempestade...
31:38Em detalhes precisos.
31:39Isso é incrível.
31:40Proctor faz uma descoberta surpreendente.
31:43O DC-9...
31:44Não encontrou apenas a tesoura de vento.
31:46Ele voou dentro de uma coisa ainda mais mortal.
31:49O meteorologista da NASA...
31:53Fred Proctor...
31:54Agora tem o quadro completo do evento de clima violento...
31:57Que pegou o US Air 1016 de surpresa.
32:00Aquilo não era uma tesoura de vento.
32:01É um microburst.
32:03Microburst é uma forte coluna de ar descendente...
32:06Próximo ao solo...
32:07Que se espalha no chão...
32:09E cria uma forte tesoura de vento...
32:11Próximo ao solo.
32:12O ar descendente do microburst...
32:15Bate no chão com uma força tremenda.
32:17Se espalhando em todas as direções...
32:19E criando a tesoura de vento.
32:20Imagine que isso é igual a suspender...
32:23Um bloco frio de ar...
32:24Como se fosse uma bigorna...
32:26E depois tirar...
32:27O apoio de baixo dela...
32:28Quando ela começa a cair...
32:30Tem uma enorme força.
32:32Quando você entra na tesoura de vento...
32:35É igual a quando chega ao alto de uma montanha russa.
32:38E então você despenca de lá.
32:41Já se sabe há muito tempo...
32:42Que esses ventos descendentes poderosos...
32:44Podem ser letais para as aeronaves...
32:46Durante a decolagem ou a aterrissagem...
32:49Houve inúmeros acidentes...
32:50Nos anos 60 e 70...
32:52Que foram atribuídos a um ambiente de microburst...
32:55Ou atribuídos a tesoura de vento.
32:57Na época só não sabíamos classificar.
32:59Não tínhamos muita informação...
33:00Ninguém de fato havia estudado aquilo.
33:02Em 1985...
33:06Um microburst causou o acidente do voo Delta Air Lines 191...
33:11No aeroporto Fort Worth, em Dallas.
33:13135 pessoas morreram...
33:15Estimulando um grande esforço para encontrar maneiras de reduzir a ameaça.
33:19Depois do Delta 191...
33:23A NASA e a indústria especializada...
33:26Começaram a estudar tempestades e esse microburst...
33:30E então descobriram que estes fenômenos...
33:33Eram muito mais dominantes e numerosos do que se pensava.
33:38A simulação da NASA não só confirma que o DC-9 foi atingido por um microburst...
33:43Como também revela que foi um dos mais poderosos que os pesquisadores já viram.
33:48Esse evento, tesoura de vento...
33:50Faz parte dos 1% dos microbursts mais intensos que nós já pesquisamos.
33:56Só vi talvez um ou dois casos...
33:59Onde a tesoura de vento causada pelo microburst...
34:03Foi de fato mais forte.
34:04Os investigadores agora sabem que foi um microburst extremo...
34:08Que atrapalhou o voo Delta Air Lines 16.
34:10Mas o questionamento deles não termina aí.
34:20Potência máxima!
34:21Eles também sabem que os pilotos são treinados para lidar com esses tipos de eventos.
34:26Se você se encontra em um microburst...
34:28O que você faz?
34:29Usa a potência máxima.
34:31Consegue o máximo de sustentação das asas que puder.
34:34Tenta se manter voando.
34:36Porque vai passar pelo microburst muito rápido.
34:38Por que os pilotos do voo Delta Air Lines 16 não conseguiram se recuperar e evitar o desastre?
34:45A NTSB recolhe os materiais de treinamento dos pilotos da US Air...
34:50Na esperança de responder a essa pergunta.
34:53Esses pilotos tinham sido treinados no simulador...
34:56Para uma variedade de diferentes tipos de cenários...
34:58Que foram baseados em acidentes e incidentes do passado.
35:02Naquela questão as tripulações tinham sido treinadas.
35:07E no caso deles encontrarem um microburst...
35:09Eles foram treinados para atravessar com segurança e saírem de lá.
35:13Os investigadores descobrem que a US Air treina seus pilotos para fazer duas coisas no caso de um microburst.
35:21Aplicar a potência máxima...
35:22E levantar o nariz em posição de decolagem.
35:27Se vai fazer essa manobra de fuga do ambiente de tesoura de vento...
35:30Você coloca a potência máxima e empina o nariz para cima.
35:33Deve usar o máximo de desempenho para voar através desse ambiente.
35:37Mas será que os pilotos sequer sabiam que havia o risco de tesoura de vento?
35:41Temos que saber o que estava acontecendo na cabine do piloto.
35:45Pronto?
35:45Tá, vamos ouvir.
35:48Senhoras e senhores, estamos a 64 quilômetros de Charlotte.
35:52A gravação de voz da cabine do voo 1016...
35:54É a maior esperança dos investigadores encontrarem uma resposta.
35:58Está chovendo mais do que eu imaginava lá fora.
36:00Parece que está chovendo bem no limite da entrada do aeroporto.
36:02A gravação revela que a tripulação viu a tempestade se formando sobre o aeroporto.
36:07Os pilotos estavam confiantes de que poderiam lidar com ela.
36:10Se tivermos que arremeter, parece que vamos arremeter para a direita.
36:14Amém.
36:14Então acho que vai dar tudo certo.
36:19Chance de tesoura de vento.
36:22Entendido.
36:23O comandante Greenlee não apenas sabia que a tesoura de vento era possível...
36:27...como estava pronto com um plano de ação.
36:29E estavam totalmente preparados para abortar o pouso...
36:32...realizar o que é chamado uma aproximação perdida.
36:35Se o tempo piorasse a qualquer momento antes deles aterrissarem.
36:39Os investigadores também descobrem que quando a tesoura de vento apareceu...
36:45...e os pilotos inicialmente fizeram a coisa certa.
36:47Potência máxima.
36:49Potência máxima.
36:50Eles iniciaram uma aproximação normal e...
36:53Começaram a acelerar, posicionaram o nariz para cima...
36:56...aumentaram a potência dos motores...
36:58...uma arremetida normal e rotineira.
37:00Potência máxima.
37:01Mas conforme eles continuam ouvindo...
37:03...eles escutam uma coisa completamente inesperada.
37:06Para baixo.
37:08Vai para baixo.
37:09Espera aí, para a fita.
37:11Ele acabou de dizer...
37:12...vai para baixo.
37:14Toca de novo.
37:16Quando ouvimos o comandante dizer...
37:18...para baixo, vai para baixo...
37:20...nós tocamos de novo...
37:21...aquela afirmação uma dúzia de vezes...
37:24...tentando compreender o contexto.
37:25Será que ele disse isso mesmo?
37:28E o que ele quis dizer com isso?
37:31Lopes, para 15.
37:34Para baixo.
37:36Vai para baixo.
37:38Com base na formação deles...
37:39...eles devem elevar o nariz do avião...
37:41...como se fosse uma decolagem.
37:43Mas o comandante diz para seu copiloto...
37:45...apontar o nariz para baixo.
37:47Para baixo.
37:48Vai para baixo.
37:50Fomos todos surpreendidos ao ouvir aquilo.
37:52Nenhum de nós estava esperando.
37:54Vai contra...
37:55...o que os pilotos devem fazer...
37:58...numa manobra de fuga da tesoura de vento.
38:01Se ele não tivesse apontado o nariz para baixo...
38:04...eles não teriam ido para o chão.
38:05O que ele estava pensando?
38:20Os investigadores voltam a falar com os pilotos da USR...
38:28...na esperança de descobrir por que...
38:30...eles não elevaram o nariz do avião para a decolagem...
38:32...como foram treinados para fazer.
38:34Oi.
38:34Oi.
38:35É um prazer te ver.
38:36Olha, eu preciso da sua ajuda...
38:38...com uma coisa que não consigo entender.
38:39Por que o comandante decidiu abaixar o nariz?
38:42Eu...
38:44...não me lembro do que aconteceu.
38:47Eu não estou certo se eu tenho uma lembrança clara...
38:50...disso...
38:52...dele dizendo isso...
38:54...ou se só me lembro de ouvir isso no gravador de voz...
38:57...da cabine do piloto.
38:58Só me lembro que estávamos perdendo velocidade.
39:01Nós poderíamos ter estolado.
39:03Eles foram interrogados de novo...
39:04...do por que o comandante dar aquela ordem.
39:07Mas eu acredito que não tivemos uma resposta que...
39:10...que explicasse.
39:12E quando mostramos a eles a fita...
39:14...e deixamos o comandante, o copiloto ouvirem...
39:17...o gravador de voz da cabine do piloto...
39:19...e dissemos...
39:20...é você, por que falou isso?
39:21Eu não sei.
39:23Tudo bem.
39:25Obrigado de novo.
39:26Tentar obter informações precisas...
39:28...em um interrogatório com eles...
39:30...acabou sendo muito difícil.
39:32Não porque eles estavam escondendo nada...
39:35...mas porque os humanos nem sempre...
39:37...lembram dos detalhes de eventos de alto estresse.
39:40Próximo, por favor.
39:42Os investigadores só podem especular...
39:44...sobre por que o comandante reagiu daquela forma.
39:47Próximo slide, por favor.
39:49Isso sugere que ele pode ter sofrido um fenômeno mortal...
39:52...que os aviadores chamam de desorientação espacial.
39:56Mantemos nossa orientação no espaço...
39:58...com os pés no chão.
40:01Basicamente, pela força da gravidade...
40:04...e pelo fluido no nosso ouvido interno...
40:06...e principalmente pelos nossos olhos.
40:07De forma que quando você olha para o horizonte...
40:09...sabe o que está em cima e o que está embaixo.
40:11Ok, você está com 20 a mais.
40:14Arremete, vai para a direita.
40:17E o ECE 1016 arremetendo.
40:20Durante um voo, mudanças extremas de velocidade, direção e altitude...
40:24...criam forças físicas no corpo que podem confundir os sentidos.
40:29Isso pode fazer com que o piloto perca o controle da orientação do avião.
40:33O que acontece com os pilotos é que...
40:36...durante o curso da aceleração e da desaceleração...
40:39...o fluido no ouvido interno deles começa a se mover.
40:43Para baixo!
40:44Vai para baixo!
40:44E então seu corpo te engana...
40:46...porque tudo que tem é basicamente a sensação corporal.
40:50Ele chega para o pouso e é atingido pela tempestade.
40:56Então o piloto decide fazer uma aproximação perdida.
40:59Mas conforme eles estão subindo, o microburst empurra o avião para baixo.
41:03Isso diminui a velocidade aerodinâmica.
41:04Então o comandante acredita que o avião está entrando em stall...
41:08...e que o avião está apontando para cima.
41:10Em um stall tão perto assim do chão, teria sido catastrófico.
41:14Mas na realidade...
41:16...estão quase nivelados.
41:19Então ele manda o copiloto apontar o avião para baixo.
41:24Para baixo!
41:26Vai para baixo!
41:29Para o comandante Greenlee...
41:31Potência máxima!
41:32...houve a sensação de que o DC-9 estava em uma subida perigosamente íngreme.
41:36Uma sensação falsa, chamada ilusão somatográfica.
41:41A ilusão somatográfica é...
41:43...é...
41:44...uma ilusão muito desconcertante.
41:47Porque as sensações do corpo podem enganar você.
41:50Ele pensou que eles estavam subindo muito rápido...
41:52...quando na verdade estavam perfeitos.
41:55Se eles tivessem conseguido sustentar o voo por mais 30 segundos apenas...
41:59...teriam saído completamente da tempestade.
42:01No relatório final...
42:07...os investigadores destacam a necessidade de alertas meteorológicos atualizados...
42:12...sempre que houver um risco de tempestades.
42:14Eles também sugerem...
42:16...que a Agência Nacional de Aviação se certifique...
42:18...de que os controladores...
42:20...estejam vendo o maior nível de intensidade de precipitação...
42:22...nas telas de radar deles...
42:24...e que transmitam essa informação para as tripulações de voo.
42:28Finalmente...
42:29...desde a tragédia do voo 10-16...
42:31...um tipo mais sofisticado de radar...
42:33...chamado radar Doppler...
42:35...se tornou o equipamento padrão na maioria dos aeroportos...
42:38...e a bordo de muitos aviões.
42:40Você pode ver as intensidades do vento...
42:43...as velocidades horizontais e verticais.
42:45E isso é muita informação.
42:48Eles têm a previsão da tesoura de vento...
42:50...e então o radar pode...
42:51...de fato...
42:52...olhar e prever antes do avião chegar...
42:55...para que recebam um aviso muito antes.
42:57Por causa do nosso aumento de compreensão de tesoura de vento...
43:02...e do desenvolvimento de novas tecnologias...
43:05...não houve um caso nos Estados Unidos...
43:08...de um acidente com tesoura de vento...
43:10...desde o evento de Charlotte.
43:12Nenhum.
43:12Tanto Mike Grimley...
43:17...como Phil Reis...
43:18...retomaram suas carreiras de pilotos...
43:20...e acabaram se tornando pilotos da American Airlines...
43:23...quando a American se fundiu com a US Airways em 2013.
43:28Quanto ao comissário de bordo Richard DeMerry...
43:30...suas ações corajosas no atendimento imediato...
43:33...do acidente do voo 1016...
43:35...renderam a ele nada menos do que cinco prêmios...
43:38...incluindo o de heroísmo...
43:40...do departamento de transportes.
43:41Eu acredito...
43:45...como indivíduo participante do evento...
43:47...que os prêmios representam muito...
43:49...um reconhecimento da profissão de comissário de bordo...
43:53...e que...
43:54...os comissários...
43:55...desempenham um papel de extrema importância em cada voo.
44:11...
44:25Legenda Adriana Zanotto

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