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  • 13/05/2025
Dos Andes ao México, uma viagem ao coração dos mistérios das antigas civilizações Maia, Inca e Asteca.
Transcrição
00:00Os Povos do Sol
00:25No coração da América Central,
00:27entre o Golfo do México e o Mar das Caraíbas,
00:30estende-se uma floresta inextricável,
00:33um ambiente hostil, luxuriente e excessivo.
00:39Os camponeses que aqui habitam hoje vivem uma luta constante
00:42para sobreviver com os magros recursos.
00:48No entanto, entre os séculos III e X,
00:51os maias, uma das civilizações mais brilhantes da história da humanidade,
00:54conseguiram dar-se bem aqui.
00:56Criaram uma sociedade refinada e construíram monumentos impressionantes.
01:02Mas quem foram eles?
01:04Como é que se organizavam para viver e ter sucesso nesta selva?
01:07Quem eram os seus reis e os seus deuses?
01:09Por que razão, depois de terem atingido um tal auge,
01:13caíram em desgraça tão abruptamente?
01:14O Mundo Perdido dos Maias
01:37No seu auge, no século VIII,
01:48a civilização maia estendia-se por uma área
01:50que abrangia toda a península do Yucatão,
01:52o estado de Chiapas, no México,
01:55e Belize, Guatemala.
01:56Quando os espanhóis chegaram no século XVI,
02:02viajaram muito por aqui,
02:03mas não sabiam nada dos maias.
02:08Os índios falavam de cidades na selva,
02:11a residência dos seus deuses,
02:13mas ninguém levou muito a sério as histórias deles.
02:15Os missionários foram os primeiros a interessar-se pela cultura maia.
02:38No final do século XVII,
02:40o monge franciscano explorou a região de Petan.
02:42Ao regressar desta missão perigosa,
02:46relatou que tinha visto uma cidade incrível.
02:50Andrés de Avendano e Loyola
02:51tinham provavelmente descoberto Tical.
02:57Só no século XIX,
02:59os exploradores começaram realmente a procurar as cidades perdidas.
03:03Iam ter uma surpresa.
03:06Após terem estado adormecidas durante mil anos,
03:09as esculturas, estelas, templos e palácios
03:12reapareceram à face da Terra,
03:13revelando os segredos de uma época passada.
03:16Os cientistas puderam finalmente juntar os pedaços de história
03:19por detrás da enigmática ascensão e queda
03:21de uma das civilizações mais originais de todos os tempos.
03:27Osvaldo Gomes é um arqueólogo.
03:29Trabalha nas escavações de Tical,
03:31uma das duas grandes capitais das terras baixas da região de Petan.
03:34Como vai a escavação?
03:37Está tudo bem?
03:40Pode mostrar-me aí essa peça.
03:45É bonita, não é?
03:48Deve ter sido grande.
03:50Os outros fragmentos também deviam pertencer-lhe.
03:52A pirâmide mais elevada atinge 64 metros.
03:59Uma obra colossal de construção.
04:02Os maias não tinham ferramentas de metal
04:03para trabalhar os blocos de pedra
04:05e mesmo assim conseguiram construir uma dúzia de templos na cidade.
04:12A construção de Tical é possivelmente a mais complexa
04:16de que temos conhecimento até agora.
04:18Aqui, por exemplo, vemos a última fase da construção da acrópole.
04:24A parede chegava até aqui acima.
04:35Aqui estão os limites de uma construção mais antiga.
04:39Com esta parede, forma aqui uma cornija.
04:44É uma construção típica do período clássico de Tical.
04:48Típica do período clássico temprano de Tical.
04:52Aqui na grande pirâmide de Tical,
04:54há três templos sucessivamente ligados e sobrepostos.
04:58Esta noção relaciona-se com a ambição de cada rei
05:00que queria ultrapassar os antecessores
05:02construindo uma pirâmide ainda mais alta.
05:05Nos anos 50 do século XX, no fundo deste túnel,
05:13os arqueólogos descobriram uma escadaria secreta.
05:16Conduzia a uma sala ababadada.
05:19Era um tumor real.
05:20No centro da sala estava um corpo,
05:31adornado com joias de jade,
05:32símbolo maia da vida e da imortalidade.
05:36As inscrições diziam
05:37Jassu Changkawil, rei de Tical até 734.
05:41Desde o ano 300 d.C.,
05:58e provavelmente até um pouco antes,
06:01foi introduzido um novo sistema sociopolítico
06:05em que muitas cidades designavam os chefes
06:09que iriam procurar perpetuar-se
06:12através dos seus descendentes.
06:16E assim, aqueles a quem nós chamaríamos reis ou soberanos
06:19auto-intitularam-se senhores sagrados ou senhores divinos.
06:27Vemo-los envolvidos em variadas atividades.
06:32Vemo-los como reis guerrares, por exemplo,
06:34subjugando os adversários.
06:36Vemo-los também como figuras religiosas,
06:39realizando uma série de ritos e rituais.
06:42Portanto, tinham uma esfera de ação
06:43que era tanto política como militar.
06:45E, ao mesmo tempo,
06:47especialmente durante o período clássico,
06:49eram os líderes espirituais da comunidade
06:52e de todo o território.
07:05em cada cidade importante o rei, igual a um deus,
07:11tinha a responsabilidade de manter a ordem
07:13no universo do seu povo.
07:17As estelas, baixos relevos nos templos
07:19e nas coberturas dos sarcófagos,
07:21diziam-nos mais destas figuras
07:22que organizaram o seu próprio culto de adoração.
07:25Eles chamavam os melhores artistas
07:30para ensinar as suas próprias lendas.
07:33A CIDADE NO BRASIL
07:36A CIDADE NO BRASIL
07:40Para impressionar os seus súbditos,
08:07bem como os seus rivais,
08:09cada rei procurava viver no palácio mais sombretuoso
08:12e construir os templos mais extravagantemente decorados
08:14para marcar o seu reinado
08:16da maneira mais deslumbrante.
08:19O mundo maia apresentava uma espécie de unidade cultural,
08:22não tanto de unidade política.
08:24Cada cidade importante era independente,
08:26desenvolvendo a sua própria identidade e características.
08:29Depois de ter sido inventado e desenvolvido
08:31o sistema de realeza sagrada,
08:34a tendência foi para a formação daquilo
08:36que, com as referências que temos
08:38na nossa terminologia ocidental,
08:41chamaríamos CIDADE-STADO.
08:43Mas estas CIDADE-STADO
08:45estavam longe de serem estáveis.
08:49Um certo número dessas cidades
08:51tinha ambições de cobrir territórios
08:53relativamente vastos,
08:55enquanto outras permaneciam
08:56num nível mais modesto.
08:58Algumas cidades-STADO
08:59dominavam apenas alguns quilómetros quadrados.
09:02Outras,
09:03e este era o caso especial
09:04de Tikal e Kalakmul,
09:06alimentavam maiores pretensões hegemónicas
09:09e, na verdade,
09:10entraram em conflito
09:11uma com a outra.
09:17O mundo maia clássico
09:19incluía cerca de 70 cidades independentes,
09:21talvez até mais,
09:22que lutavam entre si
09:23ou faziam alianças.
09:26Cada cidade-STADO
09:27tinha de organizar a sua vida interna
09:29de modo a suprir as suas necessidades.
09:36O que resta das cidades maias
09:37revela apenas o centro de cada cidade,
09:40com a residência do rei,
09:41da aristocracia,
09:42dos sacerdotes
09:43e dos soldados.
09:44De acordo com os especialistas,
09:46o centro de Tikal
09:46ocupava quase 9 quilómetros quadrados
09:48e alojava uns 8 mil habitantes.
09:51Abrangendo uma área muito mais vasta,
09:52a zona da Grande Tikal
09:53estendia-se por 120 quilómetros quadrados
09:56e alojava 60 mil habitantes.
10:01Osvaldo Gómez
10:01parte para explorar
10:03os subúrbios da cidade.
10:12As zonas residenciais
10:14estendiam-se por vários quilómetros
10:15na periferia das cidades,
10:16onde os camponeses
10:17viviam em casas simples.
10:26Há muitas estruturas,
10:31milhares de estruturas
10:32que mal se vêem.
10:37Temos de olhar atentamente
10:39porque têm apenas
10:4020 ou 30 centímetros de altura.
10:46É difícil hoje avaliar
10:48toda a extensão
10:49destas áreas suburbanas,
10:50onde os edifícios simples
10:51quase desapareceram totalmente.
10:56Uma reconstituição
11:03permite-nos descobrir
11:04esta habitação rudimentar
11:05reservada aos camponeses.
11:08Com paredes de lama
11:09e telhados feitos de ramos,
11:10oferecia as condições básicas
11:12mínimas para viver e trabalhar.
11:14A agricultura era
11:15de importância fundamental,
11:16tendo em conta
11:17o número de bocas a alimentar.
11:22As cidades maia
11:23levantam uma série de questões
11:24aos especialistas,
11:25sobretudo no que se refere
11:26à água.
11:28Tical não foi construída
11:29perto de um rio
11:30ou de um ribeiro.
11:32O problema acentuava-se
11:33devido à natureza geológica
11:34do solo.
11:35É feita de camadas
11:36de pedra calcária.
11:37A rocha é purosa
11:38e fraturada.
11:46As chuvas são abundantes
11:47nesta região tropical
11:48ao longo de vários meses
11:49durante a estação úmida.
11:55mas a água da chuva
12:07é imediatamente absorvida.
12:09Vernon Scarborough,
12:18professor na Universidade
12:19de Cincinnati,
12:20nos Estados Unidos,
12:21é um dos arqueólogos
12:22que estudam a relação
12:23entre a civilização
12:24e o ambiente natural.
12:26Como é que os 60 mil
12:27habitantes desta cidade
12:28viviam quando o fornecimento
12:30de água parece ter sido
12:31um problema tão grande?
12:32Se olharmos para aqui
12:37do lado esquerdo
12:38vê-se estuque preservado.
12:45Analisando os monumentos
12:46e as habitações
12:47vemos vestígios de estuque
12:48quase por todo lado.
12:50Todos os edifícios
12:50parecem ter sido
12:51revestidos deste modo.
12:52A quantidade de estuque
13:02usada em Tikal
13:03é considerável.
13:05Penso que todos os edifícios
13:07que vemos aqui de pé
13:08foram cobertos
13:09com superfícies de estuque
13:10e depois pintados.
13:12Além disso,
13:13todas as praças,
13:14todos estes pátios
13:15e todas aquelas superfícies
13:16precisam de uma enorme
13:18quantidade de estuque
13:19para se obter
13:19uma superfície dura,
13:21impremiável,
13:21para evitar que a água
13:23se filtrasse
13:24e desaparecesse.
13:28Lembrem-se de que este
13:29é um país de pedra calcária,
13:31uma pedra calcária
13:32muito compacta
13:33e porosa.
13:35Estas camadas de estuque
13:36foram removidas
13:37recentemente.
13:39A sua espessura,
13:39cerca de 7 centímetros,
13:41terá constituído
13:41um revestimento
13:42completamente impermeável.
13:45Portanto,
13:45a sua utilização
13:46tornava os edifícios
13:47à prova de água
13:48e protegeu os habitantes
13:50de fugas de água
13:51e de infiltrações.
13:55Nota-se também
13:56a presença
13:56de pigmentos vermelhos.
13:58A maior parte
13:58das paredes
13:59e das fachadas
13:59eram pintadas
14:00desta cor.
14:10Não é fácil
14:11fazer uma ideia
14:12do esplendor de Tikal
14:13quando as pirâmides
14:14hoje têm
14:14uma cor cinzenta
14:15mortiça.
14:16Esta reconstrução
14:20revela uma imagem
14:21bastante diferente.
14:22A cidade
14:22há mil e duzentos anos.
14:24Uma cidade
14:25quase toda vermelha
14:26em que as pirâmides
14:27parecem flutuar
14:28sobre a floresta.
14:34É um desenho
14:35arquitetónico
14:35impressionante
14:36mas ainda nos deixa
14:37à questão da água.
14:39Como é que
14:39sessenta mil pessoas
14:40conseguiam viver?
14:41Vernon Scarborough
14:47suspeita que havia
14:48um sistema
14:48de recolha
14:49de água
14:49da chuva
14:50por toda a cidade.
14:53Graças a este aparelho
14:54ele está a medir
14:55a inclinação
14:55da praça principal.
14:57Ele pensa
14:58que deve ter sido usada
14:59como coletor
15:00de água gigante.
15:01As medições
15:06confirmam
15:06a sua intuição
15:07a praça
15:08é de facto
15:08ligeiramente inclinada.
15:15De facto
15:16desce
15:17e a descida
15:18é cada vez
15:18mais acentuada.
15:20Aqui parece
15:20que é perto
15:21de um metro.
15:31A inclinação
15:35é verdadeiramente
15:36significativa
15:37e foi preciso
15:38um grande esforço
15:38e grande inteligência
15:39para a fazer.
15:41Parece que é uma
15:42superfície muito plana
15:43mas na realidade
15:44descai.
15:49A inclinação
15:50permite que
15:51durante a estação úmida
15:52a água que cai
15:53escorra
15:54e se desloque
15:54pela superfície.
15:56É muito intencional
15:57e foi construído
15:58com grande precisão.
16:00A inclinação
16:01do revestimento
16:01da superfície
16:02encaminha água
16:03ao longo
16:03de 75 metros
16:04e leva
16:05até um reservatório
16:06enorme.
16:17Durante a época
16:18das chuvas
16:19os monumentos
16:20e as praças
16:20faziam de superfícies
16:21de encaminhamento
16:22das águas
16:23para os reservatórios
16:24por ação
16:24da força
16:25da gravidade.
16:31representam
16:32um verdadeiro feito
16:33em termos
16:34de construção
16:34urbana
16:35e adaptação
16:35ao meio.
16:37Mas o caráter
16:37engenhoso
16:38dos maias
16:38no que respeito
16:39ao aproveitamento
16:40das águas
16:40não se fica
16:41por aqui.
16:42Os arqueólogos
16:42vão ter mais
16:43surpresas.
16:52Yoshinori Yasuda
16:53é um arqueólogo
16:54japonês.
16:55Tal como
16:55o seu colega
16:56norte-americano
16:57também ele está
16:57interessado
16:58na relação
16:58entre a civilização
16:59maia
16:59e o seu
17:00meio natural.
17:00Estamos exatamente
17:06aqui neste local
17:07e vamos ver
17:08como a água
17:09flui
17:09à volta
17:10da acrópole
17:10central.
17:14Os dois cientistas
17:15decidiram explorar
17:16a zona
17:17que contém
17:17o gigantesco
17:18reservatório
17:18de água
17:19de Tikal.
17:30A análise
17:37do sol
17:37no local
17:37do reservatório
17:38fornece mais
17:39informações
17:40sobre o modo
17:40como era
17:41utilizado.
17:46Professor Yasuda,
17:47olha aqui.
17:48Isto deve ser...
17:50É possível
17:51que isto seja
17:51o fundo
17:52do reservatório
17:52e há pedaços
17:53de placas
17:54de estuque?
17:54Sim,
17:55acho que sim.
18:00As investigações
18:10recentes
18:10revelaram
18:11a presença
18:11não nenhum
18:12mas de três
18:13reservatórios
18:13à saída
18:14da cidade
18:14em planos
18:15inferiores
18:15alinhados
18:16com a praça
18:17principal.
18:30Os dois
18:30especialistas
18:31interrogam-se
18:32por que razão
18:32os maias
18:33construíram
18:33tanos
18:34e prosseguem
18:34as investigações
18:35um pouco
18:35mais abaixo.
18:46A cor do solo
18:48aqui é bastante
18:48diferente
18:49da que se vê
18:49no reservatório
18:50de cima.
18:51Aqui o solo
18:51é negro
18:52independentemente
18:52da profundidade
18:53a que escavamos.
18:55Olha, professor,
18:56asas de inseto.
19:00os insetos
19:10que vivem
19:11nas florestas
19:11são completamente
19:12diferentes
19:12dos que vivem
19:13nas casas
19:14ou nas cidades.
19:16Portanto,
19:17asas de inseto
19:18são uma das pistas
19:19que permitem
19:19reconstruir o ambiente
19:20naquela altura.
19:21as amostras
19:26de sol
19:27são enviadas
19:27para o Japão
19:28para serem analisadas
19:29quanto à qualidade
19:30de água
19:30em cada reservatório.
19:32Os resultados
19:32permitem apreciar
19:33os níveis
19:34de poluição.
19:44Os resultados
19:45são claros.
19:46O reservatório
19:47que fica mais próximo
19:48da cidade
19:48continha água limpa.
19:50Os dois mais abaixo
19:52continham
19:52águas usadas.
19:55Outro elemento
19:56interessante
19:56é que os restos
19:57do inseto
19:58pertencem
19:58a um gorgulho,
19:59um parasita
20:00que ataca
20:00as colheitas.
20:02Com água suja
20:03e a presença
20:03desse inseto,
20:05tudo leva a crer
20:05que este reservatório
20:06era usado
20:07para irrigar
20:08as plantações.
20:12Primeiro,
20:12as pessoas
20:13que vivem
20:13no topo da colina
20:14usavam água limpa
20:15e depois,
20:17as pessoas
20:18que vivem
20:18na zona mais abaixo
20:19reutilizavam-na
20:20para as suas plantações.
20:22Provavelmente,
20:23descarregavam
20:23as águas usadas
20:25pelo canal
20:25de drenagem
20:26abaixo
20:26e depois
20:27recolhiam-na.
20:29Recolhiam-na toda.
20:30Hoje,
20:31deitamos fora
20:32a água
20:33depois de a usar,
20:35mas os maias
20:35não o faziam.
20:37Recolhiam a água
20:38e reutilizavam-na.
20:40Era um sistema
20:40elementar
20:41de reciclagem
20:42da água.
20:42Graças a um sistema
20:46bem concebido
20:47e a uma utilização
20:48eficiente
20:48dos seus recursos,
20:49os maias
20:50conseguiram desenvolver-se
20:51por o esperar
20:52no meio
20:52que inicialmente
20:53era hostil
20:53em termos
20:54de recursos
20:54hídricos.
20:55Hoje,
21:14os descendentes
21:15dos antigos maias
21:16continuam a cultivar
21:17de um modo
21:17em parte semelhante
21:18ao dos seus antepassados.
21:21Em abril,
21:21com o aproximar
21:22do final
21:22da estação seca,
21:23fazem queimadas
21:24para limpar
21:25os terrenos
21:25onde vão semear.
21:44A técnica das queimadas
21:46adapta-se bem
21:46à agricultura
21:47no meio tropical
21:48com recursos limitados.
21:50O inconveniente
21:51é que são necessários
21:53períodos de pousio
21:53para permitir
21:54a recuperação
21:55da vegetação
21:55e garantir
21:56a renovação
21:57das substâncias
21:58nutritivas do solo.
22:00Esta regra
22:00é entendida
22:00perfeitamente
22:01pelos camponeses
22:02maias de hoje.
22:06As queimadas
22:07em demasia
22:07provocam a desflorestação
22:08e não podemos
22:09cultivar milho.
22:11Por isso,
22:11mudamos de área
22:12todos os anos.
22:13Então,
22:13as florestas
22:14recuperam
22:15e nós podemos
22:15cultivar milho.
22:17Qualquer modo,
22:18temos de ter cuidado
22:19para não
22:20queimar
22:20demasiado.
22:27Um simples
22:28pau para plantar.
22:30Os instrumentos
22:31e os gestos
22:31espelham
22:32um passado distante.
22:33O cultivo
22:33do milho
22:34começou aqui
22:34provavelmente
22:35pelo menos
22:36há 5 mil anos.
22:37ao princípio
22:58a planta
22:59tinha apenas
22:59algumas espigas
23:00mal dava
23:00uma dúzia
23:01de grãos.
23:03Ao selecionar
23:04os grãos maiores
23:04e com melhor forma
23:06e através
23:06da hibridação
23:07os camponeses
23:08desta zona
23:08gradualmente
23:09conseguiram
23:09produzir milho
23:10tal como
23:11o conhecemos
23:11hoje.
23:11O milho
23:40é a base
23:40da alimentação
23:41nestas regiões
23:42meso-americanas
23:43há milhares
23:43de anos.
23:45As maçarocas
23:46podem ser comidas
23:47inteiras
23:47durante as poucas
23:48semanas
23:48em que são
23:49tendras.
23:57Mas a maioria
23:58das vezes
23:58os grãos
23:59são moídos
23:59e transformados
24:00em farinha
24:01e é preparada
24:02numa espécie
24:02de pasta
24:03para ser cozida
24:03ou transformada
24:04em forma
24:05de bolacha.
24:14O milho
24:15foi trazido
24:15para a Europa
24:16pelos conquistadores
24:17espanhóis
24:17que lhe chamaram
24:18trigo índio.
24:19Em breve
24:20se espalhou
24:20por cinco continentes
24:21e hoje
24:21é o cereal
24:22mais consumido
24:23no mundo.
24:23O milho
24:29é sagrado
24:29para os maias.
24:31Diz a lenda
24:31que a deusa
24:32Xismucane
24:33moeu alguns grãos
24:34de milho
24:34nove vezes.
24:35Depois
24:36misturou a farinha
24:37com água
24:37para fazer uma pasta.
24:39Os deuses
24:40então usaram
24:41esta pasta
24:41para fazer
24:42os primeiros homens.
25:11O milho
25:13é a nossa mãe
25:14é a nossa fonte
25:14de vida.
25:15Por isso
25:16trabalhamos juntos
25:16fazemos queimadas
25:18para cultivar milho.
25:21É importante
25:21cultivar a terra
25:23é mais do que
25:23simples trabalho
25:24é toda
25:25a nossa vida.
25:29A mesma história
25:30o mesmo desejo
25:31de viver
25:32nesta floresta.
25:34Os maias
25:34de hoje
25:35e de ontem
25:35parecem estar ligados
25:37no entanto
25:37restam apenas
25:38algumas pequenas
25:39comunidades aqui.
25:40A brilhante
25:41civilização
25:42que floresceu
25:42no século
25:43oitavo
25:43desapareceu.
25:53Yoshinori Yasuda
25:54está a tentar
25:55determinar
25:55as causas
25:56desse declínio
25:57convencido
25:57que o ambiente
25:58preservou
25:59evidências
25:59do que aconteceu.
26:10Como vêem
26:26há diferentes cores
26:27no solo.
26:30Neste período
26:31há detritos
26:31grosseiros
26:32a entranhar-se
26:33no solo.
26:34Talvez chovesse muito.
26:35este é de novo
26:39um período
26:39de detritos
26:40grosseiros.
26:43As mudanças
26:44no meio
26:44circundante
26:45ficam claramente
26:46gravadas no solo.
26:56A intuição
26:57de Yoshinori Yasuda
26:59estava certa.
26:59no século
27:05oitavo
27:06numerosas
27:06variedades
27:07de polen
27:07desapareceram
27:08principalmente
27:08de diversas
27:09árvores.
27:13Esse período
27:13foi pois
27:13marcado
27:14por enorme
27:14desforestação
27:15à volta
27:15de Tikal
27:16para alimentar
27:17uma população
27:17em crescimento
27:18constante.
27:19A destruição
27:29das florestas
27:29diminui
27:30a fertilidade
27:31do solo
27:31e a retenção
27:32de água.
27:33No século VIII
27:34esta zona
27:34tinha muita chuva
27:35e as chuvas fortes
27:37arrastaram
27:37o sol fértil.
27:40Então
27:40o solo
27:41deteriora-se
27:42até chegar
27:42a um ponto
27:43em que não
27:44se pode
27:44plantar milho.
27:49portanto
27:52na civilização
27:53maia
27:53que tinha
27:54gozado
27:54de prosperidade
27:55a produção
27:56de alimentos
27:57diminuiu
27:57rapidamente
27:58após um certo
27:59período
27:59de tempo.
28:01Como a população
28:02maia
28:02aumentava
28:02tão rapidamente
28:03os alimentos
28:04começaram
28:04a escassear.
28:13Os dados
28:14arqueológicos
28:14recolhidos
28:15no local
28:15confirmam
28:16este contexto
28:17difícil.
28:19as cidades
28:19caíram
28:20em declínio.
28:21A atividade
28:21arquitetónica
28:22parou
28:22e não mais
28:23foram erigidas
28:24estelas.
28:25Um outro
28:26fenómeno
28:26surpreendente
28:27foi que os
28:27habitantes
28:27começaram
28:28a abandonar
28:28as cidades
28:29progressivamente.
28:31O sistema
28:32era sem dúvida
28:33muito ativo
28:34muito inteligente
28:36e eficaz
28:37mas era um sistema
28:38que em certos
28:38casos
28:39era suscetível
28:40de uma fragilidade
28:41significativa
28:42fragilidade talvez
28:44devido a razões
28:45ecológicas
28:45ou talvez
28:46a agricultura
28:47excessiva.
28:47temos vestígios
28:49em alguns
28:49sítios
28:49de dificuldades
28:50ecológicas
28:51provocadas
28:52pela agricultura
28:53como a erosão
28:55do solo
28:55por exemplo.
29:01Havia também
29:02dificuldades
29:03inteiramente
29:03entrópicas
29:04relacionadas
29:05com a insegurança
29:06a guerra
29:07e a competição.
29:12Não há dúvida
29:13de que certos locais
29:14desapareceram
29:15porque se eliminaram
29:16uns aos outros.
29:17Eles se entretuam.
29:39A rivalidade entre estados
29:41só piorou a situação.
29:42ao contrário
29:44do que os cientistas
29:45pensavam
29:45quando começaram
29:46a sua pesquisa
29:46os maias
29:47estavam em guerra
29:48permanente.
29:58Bonampak
29:59no estado
29:59de Chiapas
30:00foi descoberto
30:01em 1946
30:02e demonstra isso
30:03irrefutavelmente.
30:06Tianman
30:06um rei
30:06considerado
30:07um chefe
30:07de guerra
30:08enfrentou
30:09e subjugou
30:09outros grupos
30:10dos maias.
30:12A diminuição
30:12dos recursos
30:13viria a aumentar
30:14as tensões existentes.
30:15Os reis pensavam
30:16que a guerra
30:17daria uma solução
30:17aumentando os tributos
30:19suplementares
30:19de um inimigo vencido
30:20assegurando assim
30:21a sua sobrevivência.
30:23Os arqueólogos
30:24procuram vestígios
30:25do conflito
30:25entre as duas
30:26maiores cidades
30:26das planícies
30:27Tikal e Calakmul.
30:30Nesta casa
30:30que pertencia
30:31a uma família nobre
30:32foram encontrados
30:33vasos,
30:33peças de cerâmica
30:34e outros artigos
30:35preciosos.
30:36É óbvio
30:37que os ocupantes
30:38fugiram
30:38deixando ficar tudo.
30:40O que é estranho
30:51nesta escavação
30:52é o tamanho
30:53dos detritos.
30:54Vê-se que andaram
30:54em cima.
30:56Se as pessoas
30:57tivessem continuado
30:58a viver neste prédio
30:59é muito pouco provável
31:00que tivessem andado
31:00assim a espesenhar
31:01os seus próprios
31:02vasos de cerâmica.
31:04É uma pena
31:05que uma parte
31:06substancial
31:06da memória
31:07de uma cidade
31:07como Tikal
31:08se tenha perdido.
31:09é muito frustrante
31:11ver que uma cidade
31:12desta dimensão
31:13e desta importância
31:14tenha tido um fim
31:15tão abrupto
31:16como aconteceu
31:17provavelmente
31:18com Tikal.
31:23Em algumas cidades
31:24a situação foi tal
31:25que os líderes
31:26fugiram mesmo
31:27deixando os habitantes
31:28entregues à sua sorte.
31:30O mundo maia
31:31caiu gradualmente
31:32no caos.
31:33em última instância
31:36os líderes
31:37foram muito responsáveis
31:38pela manutenção
31:39de um sistema
31:39eficiente
31:40e pela fertilidade.
31:42Seriam a primeira vítima
31:43pois já não eram capazes
31:44de assegurar
31:44a sobrevivência
31:45do seu grupo.
31:47Não ficamos muito
31:47surpreendidos
31:48por ver o colapso
31:49dos maias.
31:50Acima de tudo
31:51e em primeiro lugar
31:52foi o colapso
31:53das suas elites
31:54das pessoas
31:54que os dirigiam
31:55e que eram responsáveis
31:56por todos os projetos
31:57importantes.
32:00Entre 760
32:01e 909
32:02depois de Cristo
32:03a maior parte
32:04das cidades maias
32:05foram abandonadas.
32:07Os templos
32:07e os palácios
32:08foram invadidos
32:09por ervas daninhas
32:09e a vegetação
32:10cobriu também
32:11as velhas estradas.
32:12Uma boa parte
32:13do mundo antigo
32:13foi reclamada
32:14pela floresta.
32:33Águateca,
32:35a 150 km
32:36da distância
32:36de Tikal
32:37conservou vestígios
32:38da violência
32:39e do conflito.
32:40Esta pirâmide
32:41que estava a ser construída
32:42não chegou a ser acabada.
32:50Os objetos
32:51encontrados aqui no sol
32:52formam uma coleção
32:53sinistra
32:54composta de peças
32:55de cerâmica
32:55calcinadas.
32:56A cidade
32:57foi atacada
32:58de surpresa
32:59e quase certamente
33:00foi destruída
33:00pelo fogo.
33:01No século IX e X
33:30os maias das Terras Baixas estavam em grave declínio.
33:34Foi o fim do chamado período clássico.
34:00As cidades da península do Yucatán, no entanto, floresciam, coincidindo com o aparecimento
34:08de alguns novos elementos.
34:11Por volta do ano 1000, apareceu uma nova civilização com influência quer dos maias, quer dos toltecos.
34:17Os recém-chegados, chamados Itzas, em alguns textos maias, estabeleceram a capital na cidade
34:23de Chichen, agora conhecida pelo nome de Chichen Itza.
34:30Os edifícios e monumentos de Chichen Itza testemunham a nova cultura que se tornou dominante.
34:48Com 30 metros de altura, o castilho é o monumento mais importante em Chichen Itza.
34:54É uma pirâmide com nove níveis, tipicamente maia, com um templo retangular no topo.
35:00No seio da nova sociedade que se desenvolveu, confirmou-se a influência de alguns grupos
35:07de guerreiros que, anteriormente, não era tão marcada e havia novas práticas de culto.
35:13A noção de sacrifício tornou-se mais importante e houve mais representações de sacrifícios.
35:19Talvez tenha havido mudanças nas crenças relacionadas com a morte e, acima de tudo, há uma série de imagens
35:28que retratam novas personagens e novos cultos.
35:31Dentre eles destaca-se, certamente, a serpente emplumada.
35:34Tornaram-se predominantes os cultos de novas crenças.
35:40O culto de Quetzalcoatl, o deus serpente com penas, que os maias traduziam por Kukulkan,
35:46e que, de acordo com uma velha lenda conhecida de todos os povos da região,
35:49um dia regressaria do mar após um longo período de exílio.
35:53O castilho foi construído em homenagem a certos elementos astronómicos e do calendário.
35:58Tinha 91 degraus de cada lado, perfazendo 364 ao todo.
36:02Se lhe juntarmos a plataforma superior, temos 365, o número de dias do calendário solar.
36:13Durante os equinócios da primavera e do outono, a sombra projetada nos degraus
36:17parece dar vida à serpente dos degraus da vertente norte.
36:28A construção não é orientada alinhada com as direções cardeais.
36:48Se esta regra tivesse sido respeitada, não teríamos o fenómeno da animação da serpente emplumada.
36:54A pirâmide sofreu uma rotação de 17 graus.
37:02No momento preciso do solstício, a sombra dos degraus provoca a aparição.
37:11Durante mais de mil anos, este monumento evocou os ciclos do tempo associados a uma divindade.
37:24A região do Yucatán é conhecida pela presença de cenotes, poços e cavernas
37:37que constituem reservas naturais de água potável.
37:41Chichen Itza foi construída perto destes poços.
37:44São muitíssimo importantes.
37:46O terreno no Yucatán é calcário e árido e tem muita falta de água.
37:50Hoje estes cenotes formam piscinas naturais que são muito apreciadas para atividades de lazer.
38:00Mas há vários séculos atrás eram temidos.
38:02Uma equipa de arqueólogos dirigidos por Carmen Rojas prepara-se para explorar um cenote situado perto de Chichen Itza.
38:32O mundo subterrâneo, o submundo, era sagrado para os maias.
38:46Morada de vários deuses, as cavernas eram veneradas.
38:50Este cenote foi cenário de várias cerimónias.
38:53O que me faziaükatória aos maias?
39:19O que me faziaükatória aos maias?
39:21Dezenas de esqueletos jazem no fundo do poço.
39:25A equipa de mergulhador já descobriu cerca de uma centena.
39:29O que significa a presença destes ossos?
39:33Os dentes limados e aguçados demonstram que esta caveira pertence a um maio antigo.
39:50Carmen Rojas traz uma caveira para tentar compreender o acontecimento dramático que pode ter ocorrido.
40:16Não se vê nada nesta caveira.
40:19Devíamos poder ver marcas de descarnação como encontraram em Chichen Itza.
40:24Não, não há vestígios nenhuns de decapitação.
40:32Os maias praticavam sacrifícios humanos.
40:35Em Chichen Itza, sob a influência dos toltecos, esses sacrifícios assumiam uma natureza muito mais sistemática.
40:43A análise das ossadas permite-nos saber mais sobre estes sacrifícios, rituais.
40:47Os esqueletos são em geral de crianças pequenas e adolescentes considerados oferendas puras aos deuses.
40:53As marcas mostram que foram atingidos violentamente antes de serem atirados ao poço.
41:03Este cenote sagrado recebeu cerimónias em honra de Chak, o deus da chuva.
41:07A população atirava às águas objetos preciosos e vítimas humanas para o apaziguar.
41:13Pensamos que os sacrifícios humanos estavam relacionados com a água
41:20e que eram feitos para pedir chuva durante grandes períodos de seca.
41:27Em especial para os maias do norte da península do Lucatão,
41:31que tinham secas muito frequentes.
41:34Para eles o facto de chover ou não dependia dos deuses.
41:37O bispo espanhol Diego de Landa relata que os habitantes de Chichen Itza
41:55atiravam crianças para o cenote ao nascer do dia.
42:00Se alguns deles estivessem ainda vivos ao meio-dia, eram puxados para fora.
42:03Eram mensageiros dos deuses, tornavam-se oráculos
42:06e as pessoas confiavam nas suas previsões.
42:21Chichen Itza tem outro monumento notável construído no século XI.
42:26Este edifício é um laboratório astronómico.
42:28É usado para observar o céu graças a uma panorâmica de 360 graus.
42:33O arqueólogo Ed Barnard, da Universidade de Austin,
42:45especialista na civilização maia, está a estudá-lo.
42:52Este canto interior aqui alinha-se com o canto exterior da janela.
42:58Alinhando aqui com a nossa linha de visão, vê-se apenas o Sol.
43:05É exatamente este oeste no equinócio moderno.
43:09Deste lado, afastamos-nos 27 graus,
43:14diretamente para o local onde Vênus aparece,
43:17no seu ponto norte mais longínquo no horizonte.
43:20Este não é um mero sistema de observação.
43:42O que está em jogo é observar acontecimentos atuais e do passado.
43:54De modo a imaginar aquilo que o amanhã poderá trazer.
44:02E a integração de todos estes acontecimentos em ciclos.
44:12Porque a visão do tempo para eles, tal como para outros povos da América Central,
44:21é inteiramente cíclica.
44:22Alguns ciclos têm tendência a repetir-se.
44:24É provável que o tempo um dia seja interrompido.
44:27Por isso, é preciso ter uma visão clara, em especial à noite,
44:33de todos os acontecimentos que nos podem remeter
44:36para o nosso futuro possível.
44:39Que nos ensinam sobre o futuro possível.
44:57Os sacerdotes maias tentavam antecipar os incidentes e acidentes históricos
45:04através das conjunções estelares e planetárias.
45:08Quando viam condições adversas, pediam misericórdia aos deuses,
45:11organizando sacrifícios.
45:14Mas os deuses nem sempre os ouviam.
45:17E a história repetir-se-ia inexoravelmente.
45:21Alguns séculos após a queda do Império Maia das Terras Baixas,
45:23Chichen Itza e toda a península do Yucatán cairiam também em profundo declínio.
45:30No final do século XV, no Yucatán reinava o caos.
45:35Um grande número de pequenos reinos estava constantemente envolvido em guerras.
45:39A maior parte das cidades jaziam em ruínas
45:41e os seus habitantes procuraram refúgio nas aldeias vizinhas.
45:45Tal como nas cidades das Terras Baixas centrais,
45:47os exploradores do século XV chegaram e descobriram cidades magníficas, esplêndidas.
45:52Invadidas pela vegetação, abandonadas e sem um nome sequer.
45:59No período clássico havia um calendário maia que era algo parecido com o nosso,
46:04em que o tempo era calculado a partir de uma determinada data.
46:08Essa data original que se perde nas profundezas do tempo era 3113 a.C.
46:14Houve uma sucessão de períodos que estavam todos interrelacionados,
46:18porque eram todos múltiplos uns dos outros.
46:20E essa sucessão teria um fim.
46:27Aliás, quando transpomos isto para o nosso calendário,
46:30é de facto muito semelhante.
46:32O ciclo que os maias clássicos experienciaram
46:35supõe-se que termina em 2012.
46:37Portanto, estamos muito perto do provável fim do mundo
46:40para os maias do período clássico.
46:42Por enquanto, o mundo maia parece imergir no esquecimento.
47:12No México e na Guatemala há comunidades que revivem as suas tradições e crenças ancestrais.
47:19Com a ajuda dos antigos deuses, esforçam-se à sua maneira
47:25por redescobrir os elementos da sua própria história,
47:29dispersos e gastos pelo tempo.
47:49Tradução e locução. Dialectos.
47:59O que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que é o que
48:29Música

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