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Com uma mistura de balé clássico e dança urbana, a obra do coreógrafo envolveu sete bailarinos e transformou o vão livre do Masp em palco.
Transcrição
00:00Música
00:30O Crônicas do Corpo foi feito para o vão, para esse espaço aqui, que tem esse contraste de ter Monet aqui em cima, exibindo, e pessoas caminhando, gente indo para o trabalho, voltando, pessoas aqui comendo sanduíches, pessoas trocando ideia.
00:57Está nesse lugar entre o clássico e o urbano, e o repertório que eu trouxe exatamente tem essa linguagem.
01:04A maioria dos bailarinos que o público vai assistir hoje são artistas que fazem aula de balé todos os dias, fazem aulas de dança contemporânea, mas eu tenho um artista que é um cara das danças urbanas, e que ele traz uma outra linguagem.
01:21E eu queria que tivesse essa fusão, eu queria que o trabalho tivesse essa mescla de conteúdo do corpo.
01:32A obra é dividida em oito atos, em oito pedacinhos, e cada um tem uma narrativa.
01:37A gente tem, por exemplo, encontros e desencontros da vida moderna.
01:42A gente tem um ato sobre o processo, onde a gente abre para o público entender como é que o Tiago faz isso acontecer.
01:47São historinhas que se completam no final com uma grande marujada, uma grande batucada, um grande tudo junto e misturado, que é um pouco o que a gente é e o que esse espaço é.
02:02E ela tem um espaço que é uma espécie de instalação de arte através do corpo, onde eles vão transitar, onde eles vão interagir, em especial com as gangorras do Ivan Argote.
02:16Elas foram trazidas para cá, justamente no período onde eu estava comentando, fomentando, a gente estava começando a criar a ideia da companhia se apresentar aqui.
02:29E casou perfeito, porque em algum momento da conversa, o próprio Adriano Pedrosa me perguntou, você acha que teria espaço para um diálogo com as gangorras?
02:39E quando eu vim ver as gangorras, a primeira coisa que eu senti uma sinergia gigante é que são obras de arte que têm movimento, movimento próprio, e são uma dança.
02:49E elas brincam com esse lugar da democracia de um lugar, de dois pesos e duas medidas, quem está em cima e quem está embaixo,
02:58um pouco o que conversa com o que Crônicas do Corpo fala, que é mundo moderno, as coisas mudam muito rápido, de que lado você está.
03:05E eu acho que tem uma ironia e uma dramaturgia que conversa com a obra.
03:10Estar aqui nesse espaço é uma ocasião.
03:14Aqui é um lugar de diálogo, é um lugar de reivindicar coisas, de dividir arte, de dança, de música, de tudo isso.
03:22Que é abrir para vocês um pouco como acontece esse nosso trabalho de coreografar, de ajustar, de corrigir e de ajustar coisas da obra que vocês vão ver depois na forma completa.
03:34Eu queria fazer o próximo salto, aquele que você pula no pescoço dele no final.
03:38Marcou a tesoura, vem andando.
03:51Oh! Ok, ok. Legal, legal. Tem coisa aí. Tá lindo, tá lindo.
03:56Esses bailarinos são um grupo de artistas que eu audicionei, eu chamei eles para uma audição, fiz uma seletiva.
04:05E eu tenho alguns outros que também foram artistas que já trabalharam no projeto em outras ocasiões.
04:11E alguns que a gente identificou que foram artistas que não entraram em companhias,
04:17que estavam num lugar ali meio em espera de oportunidades, não estavam integrados no campo profissional.
04:25Então a gente convidou porque a gente percebeu, eu percebi que eu podia talvez ser o link para ajudá-los a ingressar no campo profissional.
04:34E aqui nós somos intérpretes criadores.
04:37É diferente de um coreógrafo que vem e passa a coreografia para o bailarino e o bailarino executa.
04:44Passa o estilo, passa o que é necessário e o bailarino executa, como o Thiago não.
04:48Ele busca o nosso artístico, a nossa individualidade, a nossa subjetividade para montar junto com ele.
04:57A rampa por si só, ela já é um monumento, já é um espetáculo.
05:02Podemos já extrair muita coisa dela.
05:04E agora quando inclui a dança junto, eu acredito que potencializa.
05:08Então é apenas potencializar a obra, a dança, a dança, a obra.
05:16E é interessantíssima essa mistura, essa mistura de artes, de diferentes artes.
05:22A gente teve um processo bem longo de estudo, de movimentações.
05:26É a primeira vez vindo aqui no MASP e ainda mais fazer uma apresentação como essa, né?
05:32Muito grande, uma produção bem legal, assim, que toca e dá um nervosismo.
05:38Tem desafios.
05:54Aqui a gente tem o vento, a gente tem talvez chuva, a gente tem talvez buzinas,
06:00a gente tem talvez passeatas, coisas, causas, coisas importantes que estão acontecendo também.
06:06Então a gente divide esse protagonismo, mas eu acho que a ideia mais potente de estar aqui
06:11é dialogar com a cidade.
06:13Essa ideia dessa política pública cultural, aonde a gente possa criar esse diálogo,
06:19talvez despertar o interesse em pessoas que nunca viram dança, nunca viram um espetáculo,
06:25e elas questionarem e virem e estarem com a gente e sentirem o que é esse ofício de dançar profissionalmente,
06:32eu acho que é o grande barato dessa história.
06:36Eu acho que é o grande barato dessa história.
07:06Eu acho que é o grande barato dessa história.
07:11Legenda Adriana Zanotto

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