O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criticou a atuação do governo federal na crise das tarifas, afirmando que o presidente Lula (PT) "não tem interlocução" com a gestão de Donald Trump. Tarcísio afirmou que ele próprio está negociando com empresas e autoridades americanas para tentar proteger a economia do estado e do país.
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00:00Eu quero contar pra vocês também que o governador Tarcísio de Freitas voltou a culpar o governo federal pelas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos.
00:07Camila Iunes, seja muito bem-vinda, prazer recebê-la aqui no nosso 3 em 1.
00:12Conta pra gente essa manifestação aí do governador. Boa tarde.
00:17Oi Evandro, muito boa tarde pra você, pros nossos comentaristas e pra quem nos acompanha aqui no 3 em 1.
00:23Pois é Evandro, não é a primeira vez e provavelmente não vai ser a última que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, faz críticas à condução do governo federal nessa instabilidade diplomática entre Brasil e Estados Unidos.
00:36Ele deu uma entrevista a uma rádio de Sorocaba, aqui no interior de São Paulo, onde cumpriu a agenda e foi questionado sobre essa questão do tarifácio.
00:45E ele disse que falta interlocução por parte do governo federal e que interlocução é crucial neste momento.
00:52E ele disse que não só falta esse diálogo, mas também, nas palavras do governador, provocaram até onde puderam os Estados Unidos, principalmente nas alianças feitas com China e Rússia.
01:05Lembrando que China, Rússia e Brasil fazem parte do bloco dos BRICS, que é o bloco econômico também, que tem sido alvo aí do tarifácio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
01:16Então, essa foi a crítica feita mais uma vez pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
01:21E aí, ele também disse que tem adotado medidas para tentar contornar essa situação e preservar aqui os setores mais impactados do Estado de São Paulo.
01:31Ele voltou a falar daquela linha, das linhas de crédito, né, que foram anunciadas para tentar proteger os setores.
01:37E também disse que está conversando e tentando negociar com estados norte-americanos.
01:43dizendo que não só os brasileiros vão ser afetados, mas também essa taxação é muito ruim para os norte-americanos.
01:50Então, essas foram as declarações de Tarcísio de Freitas com relação ao tarifácio.
01:55E antes de te devolver, Evandro, durante essa entrevista, ele também foi questionado sobre as eleições do ano que vem.
02:01E, novamente, falou que não pretende se candidatar ao Palácio do Planalto, que o objetivo dele é concorrer novamente aqui ao Palácio dos Bandeirantes,
02:10que tem projetos de longo prazo e que a cabeça dele está focada nisso.
02:14Que, para 2026, voltou a defender a candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível.
02:22Voltou a defendê-lo, dizendo que trabalhou com ele no Ministério, que ele nunca teve posições antidemocráticas,
02:29que nunca viu nada nesse sentido e disse não entender o porquê dele estar fora do jogo neste momento.
02:35Então, essas foram algumas declarações aí do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com relação ao tarifácio.
02:41E também falando um pouquinho sobre as eleições de 2026, Evandro.
02:45Muito obrigado pelas informações, Camila. Volte sempre. Ótimo trabalho para você aqui em São Paulo.
02:49Fábio Piperno, está faltando interlocução para o presidente Lula?
02:55Com o governo americano, claramente. A gente já falou sobre isso.
02:58Isso tem péssima relação.
03:01Eu acho que o governo brasileiro, ele se relaciona, por exemplo, muito bem com a China.
03:06Ainda bem, né? Quando o governador critica isso, é claro que faz parte também do jogo político, ok?
03:13Normal. Mas imagina, por exemplo, se o Brasil entrasse como se imaginava em dezembro do ano passado,
03:18para a nova rota da seda, né?
03:21Enfim, o Xi Jinping veio aqui ao Brasil e naquela semana muito especulou sobre isso.
03:26E o fato do Brasil não ter aderido a essa iniciativa chinesa, naquele momento foi visto como um sinal de comedimento,
03:33enfim, do governo brasileiro, e acabou surpreendendo também muitos analistas.
03:39Agora, diante desse ambiente mais tensionado, eu também não descartaria uma revisão dessa posição do Brasil.
03:49Amanhã, depois, quem sabe, né?
03:50A China está anunciando a participação em projetos muito importantes, por sinal de infraestrutura aqui.
03:55Agora, o governador Tarcísio, ele não pode esquecer que vai ser sempre, vai ser eternamente lembrada a imagem dele
04:04com o bonezinho vermelho do Maga, lá de Trump. Ele apoiou o presidente americano.
04:10Então, isso vai ser eternamente ressuscitado pelas redes sociais.
04:15E mais, quando o governador fala que o candidato será Jair Bolsonaro, eu respeito a posição de fidelidade dele
04:27e também o fato de que o anúncio dele em querer concorrer à reeleição.
04:32Até aí, perfeito.
04:33Agora, dizer que o Bolsonaro vai ser o candidato, aí também é uma peça de ficção.
04:39Fala, Gani.
04:39Eu vejo o seguinte, o governador Tarcísio faz um diagnóstico muito correto da realidade.
04:45Bom, primeiro, o próprio governo brasileiro, eu entendo assim, levou a esta situação
04:53justamente pelos posicionamentos geopolíticos.
04:57Ok, você tem o direito de ter o posicionamento geopolítico que você quiser.
05:01Mas, no mundo real, você vai assumir as consequências desse posicionamento geopolítico.
05:08Vamos lembrar que as tarifas colocadas para o Brasil, inicialmente, eram de 10%.
05:13A gente estava no piso mínimo.
05:14E, de repente, em menos de 3, 4 meses, essas tarifas passaram para quanto?
05:2050%, né?
05:22Alguma coisa aconteceu.
05:24E tem aí, obviamente, a cúpula do BRICS no meio do caminho, entre outras declarações.
05:30Agora, em relação à condução da negociação, também muito ruim.
05:35Quer dizer, será que não poderia ter um convite, né?
05:38Ou seja, convidar o Donald...
05:40Pelo menos tentar convidar o Donald Trump para uma conversa tete-a-tete ali, né?
05:45Cara a cara, entre os dois presidências, para tentar uma pacificação?
05:50Mas não foi o caminho escolhido.
05:52Pelo contrário, utilizou o caminho do palanque político, porque era interessante, eleitoralmente, para ele.
05:59Mas não para o país.
06:01Com bravatas, com provocações com o seu oponente, Jair Bolsonaro.
06:07Mas nada de bom para o país.
06:10Ao contrário do que faz o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.
06:14Esse, sim, acerta no tom.
06:15Por que você está olhando com essa cara para o Gani, Piper?
06:18Não, porque quando o Gani fala com o Bravatas, o seu oponente, Bolsonaro, isso faz parte do jogo político interno.
06:24Ora, mas agora, se o presidente Trump...
06:27Mas a gente está numa situação diplomática complicada.
06:30Mas então, por conta disso, não podemos...
06:33Enfim, por conta disso, vamos ter que renunciar aos...
06:38Defender os interesses do Brasil.
06:41Então, mas eu acho que isso...
06:42Vamos voltar um pouquinho mais no tempo.
06:46Será que os interesses do Brasil, em algum momento, foram colocados de verdade na mesa?
06:51Para para pensar.
06:52O Trump foi eleito e o Lula sequer o visitou.
06:54O Milley foi eleito, sequer o visitou.
06:57Independente da tua ideologia, você vai visitar um chefe de Estado,
07:01que é justamente aquele que é o presidente da maior economia do mundo.
07:05Goste você dos Estados Unidos ou não, ela é a maior potência mundial.
07:08E ele sequer fez uma visita prévia a todo esse evento, né?
07:13Quando ele...
07:13Quando o Trump ganhou.
07:15Então, parece que a ideologia sempre foi colocada acima dos interesses nacionais.
07:20O Bolsonaro não foi convidado nem para posse.
07:22Foi o presidente Bolsonaro.
07:24Bolsonaro, olha só que descortesia com o governo brasileiro.
07:27Tudo bem, mas ele poderia ir.
07:28Ou ele poderia estar presente.
07:30Ou ele poderia manter o mínimo de relacionamento.
07:33Ou ele poderia ter visitado o Milley e não ido lá com uma plaquinha Cristina Livre.
07:38Ou receber o Maduro, como recebeu aqui, acho que em duas ocasiões.
07:42Enfim, então acho que, de novo, goste ou não, cada um mantém a sua própria ideologia.
07:47Mas que, por mínimo de diplomacia do bem do país, a gente tem que buscar os caminhos.
07:51Então, me parece que tudo isso que a gente está discutindo é antes.
07:55Agora que chegou o problema, tarde demais, né?
07:58E aqui, só rapidinho.
08:00Você quer um exemplo?
08:01E aqui não estou entrando no aspecto moral dele.
08:03Estou falando da habilidade diplomática que ele tem, o Putin.
08:06O Putin consegue ser benquisto pelo Benjamin Netanyahu, pelo mundo árabe, pela Turquia, pela Angela Merkel e, em certo sentido, pelo próprio Trump.
08:18E tem aquela cara de poucos amigos.
08:20Exatamente.
08:21Bom, mas agora tem a Europa inteira armando o inimigo dele para jogar bomba lá.
08:26É, sim.
08:27Zé Maria Trindade, diga.
08:30E pela Dilma também, né?
08:31Olha, eu, nessa situação, eu estou, eu estou meio, assim, eu não sei nem definir se é uma preocupação com as empresas.
08:52Eu vi com muito cuidado aqui, por exemplo, um grupo empresarial brasileiro do JBS, que chegou nos Estados Unidos e comprou, assim, as principais empresas de produção e manufatura de proteínas, né?
09:06Que é a JBS.
09:08E montou lá um poder muito grande.
09:11O deputado Vanderlei Macris, que não é mais deputado, mas muito atuante aqui, foi lá nos Estados Unidos, veio a JBS, porque naquele momento ele era da CPI, né?
09:24E queria saber como é que era o movimento, ficou impressionado.
09:27A JBS comprou as maiores empresas de proteínas dos Estados Unidos.
09:33E fez uma cadeia, né?
09:35Comprando carne in natura e processando nos Estados Unidos, nessas grandes empresas.
09:39E aí? E agora?
09:42Né? Como é que é? Onde ele vai buscar a carne pra processar?
09:45E no caso do café? E as empresas norte-americanas? E as daqui?
09:48Tem todo mundo calado, quer dizer, as empresas lá caladas e as empresas aqui procurando o Geraldo Alckmin e pronto.
09:55Quer dizer, esse pessoal é que deveria estar gritando, porque serão os maiores prejudicados.
10:03Uma exportação, embora pareça, a gente fala muito aqui, pauta de exportação, Brasil e Estados Unidos,
10:08mas ela é empresa a empresa, né?
10:10Eu fico imaginando como estão essas empresas e a projeção de futuro delas, né?
