O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que, apesar das ameaças de tarifas dos Estados Unidos, o "Brasil não vai sair da mesa de negociação". Ao mesmo tempo, o governo federal estuda a criação de um pacote de apoio aos setores da economia que serão mais afetados pelas medidas protecionistas do governo Trump.
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00:00E eu quero falar também de tudo que envolve essa tensão, que é o tarifácio contra o Brasil, que deve passar a valer a partir de 1º de agosto.
00:07O ministro Fernando Haddad afirmou hoje que o governo planeja algum tipo de auxílio às empresas afetadas pelo tarifácio dos Estados Unidos contra o Brasil.
00:15Vamos entender essa ideia com a Janaína Camelo, que está de volta. Conta aí, minha amiga.
00:22Pois é, o ministro Fernando Haddad, ele falou isso inclusive durante uma entrevista coletiva à Rádio CBN, Evandro.
00:28E ele disse que vai apresentar nessa semana ainda, não disse qual o dia exatamente, mas vai apresentar ainda nessa semana o presidente Lula.
00:34Quais são as alternativas ali que a equipe econômica está estudando com relação ao auxílio financeiro àqueles empresários que vão acabar se prejudicando com essa tarifa de 50% ali colocadas em cima dos produtos brasileiros, né, que chegam aos Estados Unidos.
00:50O ministro, ele deu um exemplo do caso do Rio Grande do Sul, Evandro, quando houve as enchentes, né, ali no Rio Grande do Sul e houve um auxílio, auxílio ali direto do Tesouro, linhas de crédito, aos prejudicados, ao setor empresariado ali, que foi prejudicado pelas enchentes.
01:10A gente vai ouvir um trechinho do que o ministro Fernando Haddad disse hoje.
01:14Numa situação como essa, de agressão externa injustificável, o Ministério da Fazenda se prepara, conforme eu disse, para todos os cenários.
01:24Então, nós temos plano de contingência para qualquer decisão que venha a ser tomada pelo presidente da República.
01:32Mas eu insisto em dizer, o Brasil jamais saiu e jamais sairá da mesa de negociação, porque não há compreensão da nossa parte de que essa situação perdure para benefício mútuo, tanto dos Estados Unidos quanto do Brasil.
01:48Pode ser que nós tenhamos que recorrer a instrumentos de apoio a setores que injustamente estão sendo afetados e são setores que têm relações de décadas com os Estados Unidos.
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02:31Então o que o ministro disse, que deve haver um plano de contingência, né, que não pode chegar aí no dia 1º de agosto sem nenhuma resposta.
02:40Evandro.
02:41Agora, ô Janaína, o ministro também falou sobre as negociações.
02:45E ele, por enquanto, descarta a possibilidade de retaliação?
02:49O negócio é sentar à mesa e permanecer lá até sair uma negociação?
02:54Pois é, ele vai na mesma linha ali do vice-presidente-geral do Alckmin, né, ministro de desenvolvimento, indústria, comércio e serviços,
03:04que está em negociação com empresários, porque o governo federal, o presidente Lula, disse que não quer nenhum tipo de retaliação
03:11sem antes conversar com os empresários e negociar isso tudo com os Estados Unidos.
03:14Então, foi exatamente isso que o ministro Fernando Haddad disse, disse que o Brasil não vai sair da mesa de negociação.
03:20Ele disse que o presidente Lula, a determinação do presidente Lula é dizer que o governo federal não deu nenhuma razão
03:26para sofrer esse tipo de sanção e que o Brasil está longe de ser um problema para os Estados Unidos.
03:33A gente vai ouvir também mais um trechinho da entrevista que ele concedeu hoje.
03:36A determinação do presidente Lula é que nós não demos nenhuma razão para sofrer esse tipo de sanção,
03:45uma verdadeira sanção que nós estamos passando, e a orientação dele é o seguinte,
03:50presidente Alckmin, vice-presidente Alckmin, Ministério da Fazenda e Itamaraty,
03:54nós estamos engajados permanentemente, mandamos uma segunda carta proposta na semana passada,
04:03em acréscimo a de maio, da qual nós não obtivemos resposta até agora,
04:09mas nós vamos insistir na negociação comercial.
04:13O ministro da Fazenda também disse, Evandro, que essa medida de Donald Trump vai acabar prejudicando também
04:22os Estados Unidos, os cidadãos dos Estados Unidos com o carecimento de alimentos,
04:27como de café, de suco de frutas, por exemplo.
04:30Ele também fez crítica à família Bolsonaro nessa entrevista.
04:33ele disse o seguinte, que o Brasil está com um problema específico, abre aspas,
04:38que é o fato de que tem uma família no Brasil com algum prestígio na sociedade concorrendo contra os interesses nacionais.
04:45Fecha aspas, essas foram as declarações do ministro da Fazenda.
04:49Evandro.
04:49Pois é, Janaína Camila, obrigado pelas informações.
04:51Em outro momento, o ministro da Fazenda também já disse que discorda do fato de um patriota,
04:56em vez de sacrificar pela sua pátria, sacrificar a pátria por si mesmo, fazendo essa crítica também a Jair Bolsonaro.
05:03Eu quero tocar no ponto primeiro da possibilidade de auxílio para os setores que serão mais prejudicados
05:09por esse tarifácio imposto por Donald Trump e que tudo indica deverá começar no dia 1º de agosto.
05:14Se vai ser de 50%, eis o mistério, pode aumentar, pode diminuir a partir das negociações que acontecerem ao longo desta e da próxima semana.
05:24Mas várias autoridades americanas já confirmaram que sim, a partir de 1º de agosto,
05:29tarifas para vários países que foram sancionados recentemente ou pelos Estados Unidos.
05:34Você acredita que auxílio a esses setores seja a melhor opção diante de um orçamento já bastante apertado,
05:41de uma dificuldade que esse governo já está enfrentando para organizar as contas públicas, hein, Alangani?
05:46Olha, Evandro, eu sou contra. Por quê? Primeiro, como você bem colocou, a gente já tem um problema de contas públicas.
05:53Ou seja, quando a gente fala em auxílio, em subsídio, quem é que está pagando essa conta?
05:57A própria sociedade brasileira. Ou vai pagar com imposto, ou vai pagar com mais endividamento,
06:03diga-se pagar com mais taxas de juros, porque aumenta o endividamento, aumenta o risco, aumenta a taxa de juros.
06:08E tem um outro agravante. A partir do momento que você deu um subsídio, Evandro, você não tira mais.
06:15Essa é uma verdade no mundo inteiro, mas especialmente no Brasil.
06:19Você deu subsídio, você não tira.
06:21Tem um economista que eu gosto muito, que é o Gordon Tullock, que ele fala exatamente isso, né?
06:26O grande mal do subsídio, além de tudo que a gente já sabe, de afetar contas públicas, etc.,
06:31mas é a dificuldade depois de você tirar esse auxílio.
06:35Porque, com uma certa razão, o setor vai falar o seguinte, olha, a gente agora ficou dependente desse subsídio, né?
06:41Anabolizado com o subsídio. E se a gente tirar, vai ter perda de renda, de emprego.
06:47Portanto, o argumento é até verdadeiro, mas o subsídio cria uma grande distorção.
06:54Sou contra.
06:55Bruno Musa, você também concorda aqui com a Langane e entende que haveria outra forma de se articular isso,
07:00em vez de partir para uma possibilidade de auxílio a esses setores?
07:04Vamos lá, eu vou tentar ser o chato aqui também, no bom sentido, como o Alan fez.
07:09O que ele falou de subsídio funciona para a frase que eu falei na semana passada,
07:13que não existe nada mais permanente do que o imposto temporário.
07:16Para subsídio funciona exatamente igual.
07:18E tem um problema que vai mais a fundo.
07:21Quando nós criamos subsídios, ajudas, tudo isso tem alguém financiando por trás.
07:27Normalmente é o setor público que já está com recurso escasso.
07:29E tem um ponto que a gente jamais fala, ou poucas pessoas falam.
07:34Quando você ajuda alguém anabolizando, como o Alan falou, você cria ineficiências que podem permanecer ineficientes.
07:41Porque ele sabe que sempre vai ter uma ajuda de recurso público.
07:44Então o que o subsídio faz, no fundo, é tapar o sol com a peneira, fazer uma coxa de retalhos
07:50e permitir que empresas ineficientes, ou seja, que não entregam o que o consumidor demanda,
07:55continue existindo.
07:56Às custas de quem?
07:57De todos nós.
07:58Então com orçamento escasso, com dinheiro faltando,
08:02a gente direciona mais dinheiro para quem é ineficiente em muitos dos casos.
08:06Então tudo isso significa que os setores que são privilegiados
08:09estão surtindo um efeito de permanecer ineficientes.
08:14E quando esse subsídio em algum momento sai, grande parte das empresas vai quebrar.
08:18Porque o subsídio leva a alocações ineficientes do capital.
08:23Completamente distorcido a economia como um todo.
08:26É como se você estivesse recebendo incentivo por praticar algo
08:29ou produzir algo que não é demandado pela sociedade.
08:32Não faz o menor sentido.
08:34E a gente aqui discute isso, mas não discute a verdadeira causa.
08:38Do porquê estamos passando por isso.
08:40Que volta tudo o que nós falamos na parte dos BRICS.
08:42Então a gente esconde quem causou o problema
08:45usando o dinheiro de todos para solucionar um problema que eles mesmos criaram.