- anteontem
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu cortar uma série de gastos na pasta. Ele editou uma portaria que impede despesas com compras, contratações, eventos, treinamentos, obras e melhorias no Ministério da Fazenda até o fim deste ano. A medida também suspende a emissão de passagens internacionais em classe executiva, exceto para uso do próprio ministro. A bancada do Linha de Frente, coordenada por Fernando Capez e com comentários de Carla Beni, Thulio Nassa, Rodolfo Mariz e Henrique Krigner, analisa os desdobramentos.
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NotíciasTranscrição
00:00O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu cortar finalmente uma série de gastos na pasta.
00:09Haddad editou uma portaria que impede despesas com compras, contratações, eventos, treinamentos, obras e melhorias,
00:19mas só no Ministério da Fazenda. E só até o final deste ano.
00:24A medida também interrompeu a emissão de passagens internacionais em classe executiva,
00:29salvo as utilizadas pelo próprio ministro, o que eu acho compreensível.
00:33Também foram feitas exceções para despesas já autorizadas, obras de segurança, saúde e acessibilidade.
00:41A decisão faz parte de uma estratégia para controlar despesas e ajustar as contas públicas
00:48após a derrota do governo no caso da alta de UF.
00:51Bom, Túlio Nasa, evidentemente que esses cortes terão um impacto insignificante dentro do orçamento.
00:59Mas parece que é um grito de protesto do Fernando Haddad.
01:04Já que eu não consigo fazer esse governo cortar despesas,
01:09já que eu não consigo fazer com que os outros poderes deem sua cota de sacrifício,
01:13eu vou tentar mostrar o que tem que ser feito.
01:16Eu estou interpretando dessa maneira, como um gesto desesperado de alguém,
01:20porque tudo é culpa do Haddad.
01:21Mas não é bem assim.
01:23O Haddad é o ministro da Fazenda.
01:24Você dá um canivete para ele atravessar uma floresta, fica complicado.
01:29Se o governo não dá respaldo para corte de despesas.
01:32Túlio Nasa, qual é mais ou menos o impacto disso aqui?
01:36Depois a professora Carla Beni pode também, antes do Rodolfo Maris, colaborar nesse tema.
01:41Eu queria ouvir você e depois a professora voltando para o Rodolfo Maris depois.
01:46Perfeito, Capês.
01:47Eu sempre cito aqui, você sabe disso, Otto von Bismarck,
01:50que falava que a política é a arte do possível.
01:53Um grande parlamentar que tem uma linha filosófica muito interessante em relação à arte da política.
02:01No caso aqui, o Haddad está tentando fazer o que é possível.
02:05O que é possível dentro do poder político que ele tem no governo?
02:08Ele realmente dá um sinal.
02:10Ele mostrar, ele se posicionar, que é preciso cortar despesas.
02:13Evidente que esse corte de despesas não é necessário.
02:16Ele não é aquilo que vai resolver os problemas do governo.
02:19Mas, nesse ponto, a gente tem realmente que dar os parabéns, porque é uma medida, ainda
02:23que simbólica, mas que sinaliza a necessidade do governo de fazer o mesmo em outras pastas.
02:30Olha só os números, Capês.
02:31O governo tem uma meta para economizar de R$ 90 bilhões agora.
02:35O pacote de redução de despesas versus aumento de receita que ele mandou para o Congresso Nacional tem aí uma meta de R$ 90 bilhões.
02:44Ele tentou R$ 30 bilhões cortar a despesa, R$ 20 bilhões seria o aumento do IOF para este ano,
02:51e R$ 40 bilhões a despesa de precatório que ele simplesmente deixou de lado, como se não existisse.
02:56Por quê? Porque ele não está conseguindo economizar R$ 90 bilhões.
03:00Eu não sei o número dessa economia dentro do Ministério da Fazenda com esses cortes.
03:05E é interessante, porque se isso não virou manchete, não deve ser um número relevante, não deve chegar perto de R$ 90 bilhões.
03:12Agora, aonde que poderia fazer um corte realmente substancial de despesa?
03:17É como eu falei, despesa de pessoal.
03:19Olha só, Capês, olhando o site do próprio governo, gov.br, no primeiro quadrimestre, a despesa de pessoal foi de R$ 266 bilhões.
03:30Então, se a gente fizer uma projeção simples, essa despesa vai na casa de R$ 1 trilhão no final do ano de 2025.
03:38É daí, evidentemente, que tem a gordura.
03:41É daí que precisa cortar na carne.
03:43É aí que precisa fazer, ainda que não se faça uma reforma administrativa ampla, pode ser que não se dê tempo, mas que corte aí.
03:51Número de ministérios, cargos comissionados, empregos em estatais.
03:56O volume, o grosso, diz o ditado popular, que do couro sai a correia.
04:00Do couro sai a correia.
04:02Exatamente.
04:02Aí é que está o couro.
04:04É aí onde tem a gordura.
04:05Então, Capês, esse corte de despesa anunciado pelo Haddad, ele é positivo, tem que ser elogiado, mas ele é apenas uma cosquinha, Capês.
04:15Ele é aquela balinha, é o preço da bala do almoço, no final do almoço, que o restaurante dá de graça.
04:21Acho que ele está querendo dar um exemplo, não sei se, mas é.
04:26Não vai resolver, mas pelo menos também não vamos criticar, porque é isso que nós estamos pedindo.
04:30Carla Beni.
04:31Bom, eu acho que o que o Túlio falou foi muito bom e é uma coisa assim, mesmo que seja uma perfumaria, digamos assim, em termos de orçamento,
04:40a gente não tem uma coisa que solucione, isso não existe, bala de prata ou nada do gênero.
04:46Então, mas tudo contribui.
04:48Agora, o movimento dele de ter feito isso, eu acho que fala muito alto.
04:53Inclusive, na questão do IOF, eu acho que o Haddad, ultimamente, é o último cargo que qualquer pessoa no Brasil gostaria de ter,
05:04por causa do patim que o Capês acabou de falar.
05:07E, realmente, eu acho que esse movimento, ele é um movimento que é muito mais de um símbolo do que um próprio resultado,
05:15principalmente depois desse evento todo do IOF.
05:18Agora, já que é um símbolo, as outras pastas poderiam seguir o mesmo caminho dele.
05:23Que tal? Cortando viagens, cortando despesas desnecessárias.
05:28Eu acho que isso daí seria um bom caminho para os outros ministérios seguirem.
05:32É, mas numa orquestra em que cada um toca o seu instrumento do jeito que quer,
05:38a falta do maestro só pode dar uma música completamente fora de tom.
05:44Rod Merrick's.
05:44Ok, deixa eu me incompor aqui, Fernando Capês.
05:53Olha, é a balinha do almoço, como diz aqui o professor Túlio Nasa,
05:57mas nós precisamos enxergar que ele está sinalizando para os seus possíveis eleitores aí,
06:04ou para quem está criticando o governo, e critica, assinuamente, o Fernando Haddad,
06:08e por tantas taxas e impostos que são colocados mediante a pasta que ele é o grande cabeça.
06:16É um bilhão e meio de reais sendo cortados.
06:20Dentro desses serviços, nós temos serviços aqui que são irrelevantes aos olhos do público,
06:25como, por exemplo, a adequação de layout.
06:28Alguém sabe o que isso significa?
06:30Realização de eventos, eu acho pertinente.
06:32Então, são tantos eventos com jantares caríssimos, eu fico imaginando ali qual que é o menu desses eventos dentro dessa pasta.
06:42Aquisição de assinaturas digitais de agências de notícias.
06:46Ou seja, parou de assinar ali as notícias digitais, vai voltar para o jornalzinho impresso,
06:53segundo o que está sendo informado aqui.
06:55Você pode assistir ao Jovem Pan, não precisa gastar.
06:57É, e com certeza eles assistem.
06:59Ativação de postos de trabalho terceirizado.
07:01Ou seja, diminui os postos ali de pessoas terceirizadas.
07:07E aí a lista vai aqui, são 23 postos aqui que eu posso citar,
07:11mas fato é que houve um corte.
07:14E se nós estávamos falando aqui, minutos atrás, sobre não cortar na própria pele,
07:19nós estamos vendo agora o Fernando Haddad cortando um bilhão e meio.
07:23Aí eu pergunto para os meus colegas de mesa aqui, para você que está nos assistindo,
07:27é muito mais fácil ter um corte de um bilhão e meio,
07:30ou a gente pegar esse um bilhão e meio e investir em coisas que são irrelevantes.
07:35Eu prefiro ficar com esse corte, então eu preciso, e eu prefiro, Fernando Capês, ver esse copo meio cheio.
07:41Pois é, mas acontece que não é meio cheio não, está só um pouquinho cheio, está muito vazio.
07:47E o apetite arrecadatório continua insaciável.
07:51Parece que um desenho antigo da Warner Bros, que é o Diabo da Tasmânia,
07:56vai girando e comendo tudo.
07:59Não é do seu tempo, Henrique Kringner.
08:01Então, eu queria ouvir a sua opinião, Kringner.
08:04Quer dizer, o Fernando Haddad teve a autoridade para cortar dentro do seu próprio ministério.
08:10Um corte que, pelo menos, nos anima, é um sinal.
08:15Ele não deveria ser ouvido pelo nosso presidente?
08:17Por que o presidente não determina que sejam feitos esses cortes em outras pastas?
08:23Por que o governo não chama os presidentes de outros poderes para negociar corte no orçamento do judiciário,
08:30corte nas emendas parlamentares, nos gastos do Congresso Nacional, 11 bi por ano?
08:36Por que o presidente não chama isso?
08:37Olha, 11 bi por ano...
08:39Lógico que o Congresso tem suas despesas, tem que ser mantido, o serviço do Poder Legislativo.
08:43Mas 64 de emenda parlamentar mais 11 são 75 bilhões.
08:48Então, está faltando um maestro nessa orquestra, não?
08:52Está faltando.
08:53É que o maestro está com as mãos atadas, né, Capês?
08:55Ele não consegue fazer mais articulações ou ser mais duro e enfático
09:00por conta de medo de represália, o medo até de perder apoio e ter a base governista dentro do Congresso se diminuir.
09:08Nós não podemos esquecer que quando, na primeira vez ainda, lá no comecinho do governo Lula 3,
09:14o Fernando Haddad começou a levantar a pauta sobre possíveis cortes nos orçamentos de cada uma das pautas,
09:21nós tivemos reações muito claras e opostas por parte dos ministros.
09:26O ministro Carlos Lupe disse, olha, se cortar da minha pasta, eu não fico mais junto com o governo.
09:32Ele não disse nem se eu saio da pasta.
09:35Ele disse, eu não fico mais junto com o governo.
09:37E a gente sabe do poder que Carlos Lupe tem dentro do PDT.
09:42E aí, agora, né, deu no que deu.
09:44Mas o outro ministro também, Luiz Marinho, que disse, classificou que os cortes seriam agressões.
09:50E ele disse, se eu for agredido, ou seja, se tiver corte na minha pasta,
09:53então eu também estou fora e não continuo mais em apoio ao governo.
09:58Ou seja, a ameaça não é só de vou sair daqui, vou me ausentar dessa pasta.
10:05Não, eu me oponho ao governo.
10:07Se vier tocar na minha pasta, eu me oponho ao governo e mobilizo dessa maneira também.
10:12Desse jeito, o Lula, que só conseguiu apoio dessa maneira, prometendo cargos,
10:18loteando aí os ministérios, colocando pessoas que às vezes não têm essa competência,
10:22muitas vezes não têm a competência técnica, mas sim, têm um peso político.
10:26Colocou todos ali e, de repente, agora não consegue mais tirá-los,
10:30porque precisa do apoio que eles supostamente entregam dentro do Congresso Nacional.
10:35Ou seja, é o que Maquiavel falava sobre você contratar mercenários para cumprirem a sua missão.
10:41Esses mercenários, eles...
10:43Cuidado, Maquiavel fala lá no Príncipe, né?
10:45Cuidado, porque um dia eles podem voltar-se contra você.
10:48E provavelmente o farão.
10:50É isso que nós estamos vendo aqui no Brasil.
10:52É, mas é crise de autoridade, né?
10:54O músico não pode brigar com o maestro.
10:57Sai da orquestra, horas.
10:59Mas parece que o maestro está mais concentrado em brigar com o Donald Trump,
11:03em ficar fazendo malcriação lá para os Estados Unidos,
11:06em vez de administrar as questões aqui.
11:08Carla Bene.
11:09Quero te ouvir sobre essa questão, sobre o desacerto na economia.
11:16Ou seja, como poderia, na verdade, um governo coeso nesse momento,
11:22levar a um resultado mais animador do ponto de vista fiscal?
11:27O quanto que esta desorganização de comando...
11:32Você vê que uma hora o ministro fala uma coisa,
11:34o outro se não foi avisado, desmente, começa a bater boca.
11:37Como isso atrapalha uma visão uniforme, organizacional, direcional de uma economia?
11:45Ou seja, nós temos um líder, um comandante,
11:49que está viajando muito pelo mundo, discutindo temas de geopolítica,
11:52até temas importantes, a guerra no Oriente Médio,
11:56a questão da guerra da Ucrânia com a Rússia.
11:59Até o jornal The Economy, o jornal britânico, falou,
12:01Lula, cuida dos assuntos aí do Brasil.
12:04Você não vai conseguir resolver esses problemas maiores.
12:05O que que essa desorganização está atrapalhando uma condução da economia?
12:11A condução nossa da economia, ela está muito fragilizada,
12:15porque a gente tinha um processo que era o presidencialismo de coalizão,
12:20e ele funcionava com a base parlamentar, a base aliada.
12:23E essa base aliada, ela foi desmontada já.
12:27Já veio sendo desmontada, como a gente já falou,
12:29no governo Dilma, no Temer,
12:31e no governo Bolsonaro, em 2019, em dezembro,
12:34foram aprovadas emendas secretas.
12:37Então, cada vez que um chefe de executivo tem uma ameaça
12:41de ter impeachment em cima dele, por exemplo,
12:45ele vai cedendo, ele vai cedendo.
12:47Então, a governabilidade que ela está em xeque.
12:50Então, quando a gente discute questões fiscais, monetárias,
12:54ou como a gente vai pensar a condução do Brasil no longo prazo,
12:59a gente tem que realmente continuar pensando
13:02como que a gente vai manter a governabilidade do país.
13:06E essa situação que está agora, ela tende a piorar.
13:09Porque pela primeira vez agora, recentemente,
13:12você teve um convite para alguém, eu esqueci o nome,
13:14qual foi o parlamentar que foi convidado para ser ministro
13:17e não aceitou?
13:19Quer dizer, nunca na história a gente teve uma situação dessa.
13:22Ou seja, ser ministro ou não,
13:24que é o que a gente está discutindo aqui,
13:26passou a ter menos peso,
13:28porque se você é um parlamentar e já tem as suas emendas garantidas,
13:32quer dizer, quando que a gente pode imaginar
13:33você receber um convite para ter um ministério
13:36e você diz não, muito obrigado,
13:38quer dizer, mal, diz que você não quer.
13:40Então, você tem uma perda de poder dos ministros,
13:43fortemente sinalizada,
13:46e um aumento de poder dos parlamentares.
13:49Então, exatamente o caso.
13:51Foi uma coisa interessante isso daí.
13:54Eu não sei qual, não sei qual era o partido dele.
13:58Eu sei que isso foi um feito novo aqui no Brasil, né?
14:01Desde quando que você recebe um convite desse e diz não?
14:03Carla, só para a coisa de informação,
14:05o deputado Pedro Lucas, do União Brasil,
14:09foi convidado para assumir qual ministério?
14:14Recusou?
14:14Foi convidado para assumir o Ministério das Comunicações
14:18e disse,
14:19muito obrigado, deixa eu ficar aqui que é mais seguro.
14:21Isso, então, isso é algo inédito.
14:24A gente nunca viu isso no Brasil.
14:26Então, a gente tem uma...
14:27A estrutura ministerial, ela se desidrata nisso.
14:31E é aqui que está a problemática,
14:33porque quando a gente pensa em projetos de longo prazo,
14:36nós precisamos dessas estruturas ministeriais fortes.
14:39Então, a gente está desidratando isso.
14:41O presidencialismo de coalizão está completamente desidratado,
14:46porque você não tem mais base aliada.
14:49As emendas estão saindo.
14:50E o que o governo está ganhando?
14:52Pedrada.
14:53Então, é quase como se ele pudesse pisar no acelerador.
14:57Ele podia, literalmente, começar a vetar as emendas.
15:01Olha que interessante.
15:02Ele já põe fogo no parquinho de uma vez.
15:04Pois é.
15:05É nesse caso, só que ele estaria acelerando ainda mais
15:08em direção ao abismo, né?
15:09Ficar tentando dar marcha ré.
15:11Mas até agora, está dando marcha ré no crescimento econômico.
15:15Meu querido Túlio Nasa,
15:17por que você achou no comentário da professora Carla Beni
15:19e da fala um pouquinho agressiva do Henrique Kriegner?
15:24Gusta, Educa?
15:26Olha, Capês, eu achei a fala da professora muito boa,
15:30muito esclarecedora.
15:31Eu vou complementar com novos fatos
15:36que eu acho que só corroboram e, infelizmente,
15:40nos trazem um pessimismo ainda maior.
15:41Recentemente, nós entrevistamos aqui na Jovem Pan
15:45o famoso, polêmico e controverso Eduardo Cunha,
15:50que foi um dos pais dessa história das emendas parlamentares.
15:54Divergimos muito com ele sobre esse tema das emendas.
15:57Ele acha que é uma proporção boa, o que existe hoje.
16:01E, no final de tanto perguntar,
16:03ele acabou revelando o que ele pensa,
16:06que, na verdade, nós vivemos um parlamentarismo escondido
16:10na Constituição de 88, que a Constituição de 88
16:12teria sido cunhada para um modelo parlamentarista
16:16que não prevaleceu no final,
16:18mas muito do que tem nela tem regras de parlamentarismo.
16:22Isso provoca, realmente, uma desarmonia entre os poderes.
16:26Porque o Executivo deveria, realmente, governar o orçamento
16:30e os parlamentares deveriam criar leis e fiscalizar o cumprimento.
16:34Mas, diante da fragilidade dos presidentes da República,
16:38em especial no governo da Dilma,
16:40é que essa história das emendas, e elas são obrigatórias,
16:43nem adianta o governo não querer também liberar,
16:46ele não libera por uma questão de fluxo,
16:49mas não por uma questão jurídica.
16:51Então, desde a Dilma,
16:53vem sucedendo governos fracos em relação ao parlamento.
16:58Isso vem provocando um agigantamento do parlamento
17:00na questão dessas emendas.
17:02Então, o próprio Eduardo Cunha diz,
17:04olha, nós vivemos hoje um parlamentarismo.
17:06Isso é muito ruim para a democracia,
17:08isso é muito ruim, infelizmente, por um cenário próximo.
17:12Porque como recuar com essas emendas?
17:14Se o governo precisa, se o Executivo precisa da base do Centrão
17:18para ele poder fazer maioria no Congresso.
17:20O que o Centrão quer?
17:21O Centrão quer cargos e quer emendas parlamentares.
17:25Então, é uma equação muito difícil de ser rompida.
17:28Agora, é interessante observar que nós temos aí,
17:31nesse jogo de xadrez,
17:32uma discussão no Supremo Tribunal Federal sobre o IOF,
17:36que pode não se limitar apenas ao IOF.
17:38Olha só, por que é que o Congresso está brigando tanto
17:42para derrubar o IOF?
17:45Que é a questão de 20 bilhões que o governo pode cobrar a mais
17:48e que o Congresso já fez a parte dele para a população,
17:51para a torcida, ele já jogou para a torcida.
17:53Ele falou, eu sou contra o aumento de imposto.
17:55Por que o Congresso está brigando tanto ali?
17:58Será que a moeda de troca do Congresso,
18:00essa audiência de conciliação, esse acordo,
18:03o que o Congresso quer, na verdade?
18:04O Congresso quer manter as emendas.
18:07Existe uma outra ação no Supremo Tribunal Federal
18:09que discute as emendas.
18:11E que ora o Supremo libera as emendas,
18:13ora suspende.
18:14Ora libera, ora suspende.
18:17Então, realmente, essa política de troca-troca,
18:19esse presidencialismo de coalizão,
18:21ou esse semi-parlamentarismo,
18:23ele tem causado um desastre na nossa República.
18:28É preciso retençar um pouco esse modelo.
18:31Só não sei como, professora.
18:33É, pois é.
18:34E o contribuinte fala, né?
18:35Só no nosso bolso.
18:37Queria ouvi-lhe você, meu querido Rodolfo Maris.
18:39Meu querido, hoje, eu sou privilegiado, né?
18:42De estar nessa mesa com essas pessoas
18:45que estão falando tão bem sobre economia.
18:46De um jeito até que lúdico, né?
18:48E, às vezes, eu tenho essa dificuldade
18:50de entender sobre economia.
18:51E eu creio que a nossa audiência também,
18:54tendo em vista o número de pessoas
18:55que estão nos assistindo nesse momento.
18:57O preço tão bom na rua?
18:58Tá tudo barato?
18:59Não, a gente já sabe que não tá nada bom.
19:02E o professor trouxe aqui um reflexo sobre o IOF.
19:05Olha só, a falácia que estava sendo cometido
19:07por uma narrativa,
19:08que era apenas de 12 bilhões, né?
19:10Agora o senhor trouxe aqui, professor,
19:12que era cerca de 20 bilhões.
19:14Ou seja, B de bola, é isso.
19:16Tô falando de 20 bilhões.
19:17E nós estamos nos acostumando
19:19a falar bilhões.
19:21É 5 bilhões, é bilhões...
19:22Você tem noção do que é 1 bilhão?
19:242 bilhões?
19:253 bilhões?
19:26É muito dinheiro.
19:29Mas é muito dinheiro mesmo.
19:31E aí essa moeda de troca,
19:33essas emendas parlamentares,
19:35esses gastos exacerbados pelo governo,
19:38não estão mais na casa dos 2 milhões.
19:40Antigamente, você falava em 300 mil,
19:41você falava em muito dinheiro.
19:421 milhão de reais.
19:43Agora não.
19:44Agora vamos dar um tapa na cara da sociedade,
19:46já que a sociedade está pouco se lixando
19:48para a economia.
19:50Vamos no papo de bilhão.
19:51Agora é tudo bilhão.
19:521 bilhão aqui, 2 bilhões ali,
19:543 bilhões aqui.
19:56Gente, dá pra sustentar
19:58vários e vários países
20:02com essas emendas parlamentares
20:04que estão aqui.
20:051 bilhão e meio
20:07corresponde ao PIB
20:09de muitas e muitas cidades
20:11no nosso país.
20:14Nós perdemos a noção
20:15economicamente do nosso país?
20:17O Brasil está aderível economicamente?
20:20Quem vai nos salvar?
20:21Será que o Haddad
20:22sinalizou já cortando
20:241 bilhão e meio da sua pasta?
20:26Falando, olha aqui,
20:26eu não compactuo
20:27com essa gastrança toda,
20:30eu estou aqui equilibrando pratos,
20:32eu estou só tentando servir
20:33o meu país da melhor forma possível,
20:35estou tentando puxar daqui,
20:36fazer ali para tentar salvar
20:37a nossa economia.
20:38Será que é isso?
20:39Será que o Haddad vai vestir
20:41a capa de super-herói agora?
20:43Porque se ele corta
20:44na própria pele,
20:45o que está pensando
20:46o Poder Executivo
20:47nesse momento?
20:49Fica essa dúvida.
20:51Pois é, mas pode cortar
20:53na própria pele
20:53porque vai doendo
20:54a nossa carne.
20:55Porque nós temos quase
20:56mais de 80%
20:58do PIB em dívida pública
21:01e 1 trilhão de reais
21:02de juros
21:03que estamos pagando por ano.
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