O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, afirmou que a medida provisória com alternativas ao IOF pode ser publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (11). Já o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ressaltou que o pacote de medidas fiscais anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve ter uma reação muito ruim no Congresso Nacional e também entre os empresários. A bancada do Linha de Frente, coordenada por Thiago Uberreich, com comentários de Rodolfo Mariz, Cinthya Nunes, Sérgio Zagarino e Rafael Paiva, analisa os desdobramentos do tema.
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00:00Mas a gente continua nesse assunto. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, afirmou que a medida provisória com alternativas ao IOF pode ser publicada no Diário Oficial da União ainda hoje ou amanhã.
00:12Já o presidente da Câmara, os deputados Hugo Mota, ressaltou que o pacote de medidas fiscais anunciado por Fernando Haddad deve ter uma reação muito ruim no Congresso Nacional e também entre os empresários. Acompanhe.
00:24O governo deve anunciar essa semana novas medidas em substituição àquilo que foi anunciado ao IOF. Eu já comuniquei à equipe econômica que as medidas que estão pré-anunciadas deverão ter uma reação muito ruim, não só dentro do Congresso como também no empresariado.
00:43É, e Maris, o interessante, ontem a gente conversou com o deputado Lupion, que é da frente do Agro no Congresso Nacional, e eu cheguei a perguntar pra ele o seguinte, e o decreto que aumenta o IOF?
00:57Por mais que esteja nessa discussão, o decreto continua valendo, ou seja, o governo continua arrecadando esses recursos.
01:02Não foi retirado ainda pelo governo. E, pelo menos à disposição do presidente da Câmara, é talvez fazer um debate amplo, mas vai saber se isso vai ser aprovado.
01:12Porque é uma medida provisória, e medida provisória pode caducar.
01:16É, nós tivemos uma intervenção na semana passada do presidente Lula falando sobre o IOF, quando questionado ali pelos jornalistas, porque ele falou por mais de 35 minutos,
01:25e a base da dinâmica dele era o IOF, e ele não falou nada sobre isso, a não ser quando foi indagado pelos jornalistas.
01:33E com essa intervenção, com essa intrometição, ele está se intrometendo no assunto onde talvez ele já deveria ter feito isso lá atrás, né?
01:41Estou falando do presidente Lula em relação ao Haddad. O Haddad, ele tem, ele não precisa, e nós discutimos isso aqui, Thiago, ao longo da semana,
01:49na bancada do Linha de Frente, sobre a prerrogativa dele em relação ao presidente do Banco Central,
01:54que ele não precisa da autorização, nem precisa questionar, nem precisa falar nada sobre o presidente do Banco Central para falar do IOF.
02:01É uma prerrogativa exclusivamente dele, com lógico, né, com algumas declarações do presidente vindo à tona.
02:07O que nós entendemos é que, de fato, o que o Mota falou tem razão.
02:11Vai ter que ser revisto alguns pontos em relação ao IOF, porque não acabou agradando a ninguém essa declaração do Haddad,
02:17o que trouxe mais discussões ainda sobre esse assunto e causou, de verdade, um mal-estar em todos ali na cúpula da política.
02:25Pois é, o Maris fala, né, sobre a relação do ministro da Fazenda com o presidente do Banco Central,
02:30e agora, com a substituição do Banco Central, as críticas ao BC, claro, que diminuíram.
02:35Mas é sempre uma questão interessante ficar de olho e, claro, o próprio BC não precisa ser consultado
02:42para uma decisão dessa de governo ou deveria, Rafael?
02:45Bom, eu acho que, dentro de uma notícia tão importante como essa,
02:51é importante que o Ministério da Fazenda, o ministro Haddad, esteja, pelo menos, ouça o que tem a dizer
02:58o presidente do Banco Central.
03:01O que me parece que essa é uma forma de dividir a responsabilidade até, né?
03:05Então, por mais que não haja a necessidade de ser ouvido, eu acho que é importante, no primeiro momento,
03:11para que ele possa ouvir o que tem a dizer o Banco Central sobre esse assunto,
03:16e também acaba sendo oportuno para dividir a... não dividir a responsabilidade,
03:23mas, de certa forma, pulverizar essa responsabilidade como ministro da Fazenda.
03:29O que me preocupa, Tiago, é que hoje me parece... hoje não, né?
03:32Desde 2023, que nós somos um barco à deriva.
03:38Parece que o governo vai tentando medidas pequenas, né?
03:42Parece que, assim, um pouquinho aqui, um pouquinho ali...
03:44Eu até participei de uma assembleia de condomínio do meu prédio e parece muito com isso.
03:50Coloco uma taxa aqui, uma taxa ali, e vão colocando, vão fazendo uma concha de retalhos.
03:54E o que falta, realmente, e aí eu concordo com o nosso colega de que...
04:00Me parece que o Fernando Haddad até tenta, mas ele não tem força para isso.
04:05Ele realmente está ilhado nesse governo.
04:08O que falta é um programa sério para o nosso país.
04:12Então, isso viria em muito boa hora, neste momento,
04:16o governo sentar com todos, apresentar um plano com começo, meio e fim.
04:22Olha, vamos aumentar este imposto, vamos diminuir essa despesa.
04:28E eu acho que isso seria importante até para nós nos unirmos dentro, né?
04:32Claro que isso é uma utopia que eu tenho.
04:35Dentro de um projeto para a gente, realmente, retomar as contas do nosso país.
04:39Aí fica aqui, ouve um pouquinho aqui, faz um pouquinho aqui, aumenta uma taxa, diminui outra.
04:44Isso acaba gerando, além de preocupação, instabilidade.
04:48Porque amanhã, a gente não sabe qual será a nova medida do governo com relação aos impostos.
04:55Ô Zagarino, essa fala do Rafael me lembrou de uma história, uma piada, na verdade,
05:00de quando o Fernando Haddad era prefeito aqui de São Paulo.
05:03Os repórteres cobriam a prefeitura.
05:04Eu estava incluído aqui como repórter da Jovem Pan ainda.
05:07A gente costumava dizer o seguinte, que Fernando Haddad é o tucano entre os petistas,
05:13ou o mais tucano dos petistas.
05:15É mais ou menos isso?
05:16Sem sombra de dúvidas, o PT é um partido de esquerda que tem várias vertentes dentro dele.
05:22Tem gente lá que é extremista, tem gente que é mais voltada a um posicionamento de centro.
05:27O Fernando Haddad, ele sempre foi uma pessoa, você pode discordar muito da questão ideológica dele,
05:32mas ele sempre foi uma pessoa sensata, ele sempre conseguiu apresentar bem as suas intenções.
05:37Quando foi prefeito de São Paulo, foi a mesma coisa.
05:41Não significa que a gente tenha que concordar com suas ações,
05:43mas que ele sempre teve uma capacidade técnica que condiz com os cargos que ele acabou assumindo.
05:50Porém, o que foi apresentado, mais uma vez, por Fernando Haddad é uma tentativa do governo,
05:57do governo, de tentar cumprir com a meta fiscal dentro do arca-bolso fiscal.
06:02Então, só para você ter uma noção do que foi feito.
06:05Quando eles acabaram com o teto de gastos e criaram o arca-bolso fiscal,
06:08eles tiraram uma medida que era simples,
06:10que era não gastar de acordo com o que tinha sido anunciado,
06:13e criaram um arca-bolso fiscal com um monte de regra complexa
06:17que existe a possibilidade, inclusive, de fazer transposição desse recurso que está lá dentro
06:22e utilização de fundos, que foi o que aconteceu com o Pé-de-Meia,
06:25que não estava previsto no orçamento e acabaram utilizando o fundo
06:28para obter esse recurso para a criação da política pública do Pé-de-Meia.
06:32Seis bilhões.
06:33Obrigado de novo, Rodolfo.
06:34Tá meu guru aqui.
06:35Tá fiado aí com os números hoje, hein?
06:36E aí, o que acontece?
06:38Quando o governo tem essa dificuldade de transparência do gasto público
06:42e tem esse Estado gastando muito,
06:46e isso inclui dizer que gasta mais do que arrecada,
06:49não há outra alternativa para o Estado se não aumentar imposto.
06:52E é por isso que o Gumota está certo.
06:53Então, tem que parabenizar o presidente da Câmara,
06:56porque ele está conseguindo equilibrar os interesses do Executivo
06:58versus os interesses do Congresso,
07:01mas principalmente o interesse do povo, que vai ser o principal prejudicado.
07:04Porque quando você aumenta o valor do IOF,
07:06que é a medida que foi apresentada pelo Fernando Haddad,
07:08que é de limitar o percentual 17,5%,
07:11ao invés daquela variável que existe,
07:13isso faz com que, na verdade,
07:15empresas do agro,
07:16empresas que se utilizam de financiamento,
07:19sejam prejudicadas.
07:20E isso, na ponta, prejudica a nossa população.
07:23Então, quando o Gumota diz,
07:24olha, ao invés de você apresentar esse tipo de medida,
07:27que é aumentar gasto,
07:29por que você não faz o dever de casa e corta gastos?
07:32É o beabá.
07:33E eu não vi a Arthur Lira, anterior presidente,
07:36com esse tipo de discurso.
07:37Então, tem que parabenizar aqui
07:39o atual presidente da Câmara, Hugo Mota,
07:41por sustentar um discurso de austeridade fiscal
07:44que navega aí em conjunto com todo o empresariado
07:48e os investidores do Brasil.
07:49É isso que a gente precisa.
07:50Um país que tenha responsabilidade fiscal.
07:53É, Cintia.
07:53E sobre o agro,
07:54o deputado do Pion, inclusive,
07:56falou que o que pode realmente acarretar com esse aumento
07:59é encarecer o financiamento.
08:01E como é que fica o produtor rural?
08:03Como é que fica a safra de grãos?
08:05Como é que fica o PIB brasileiro,
08:07já que o agro é o que carrega os números, principalmente?
08:11É o carro-chefe hoje, né,
08:13das negociações do nosso Brasil.
08:16E aí, o que a gente percebe
08:17é que essas medidas me parecem bem...
08:19Eu acho que até, na verdade,
08:20fazer um registro que poucas vezes em que eu participei aqui,
08:24em todas as vezes que eu participei de Linha de Frente,
08:25poucas vezes essa mesa esteve tão alinhada nas suas posições.
08:29Porque, basicamente, todos estamos aqui dentro síncronos, né,
08:33no que acreditamos em relação a esses...
08:36Pelo menos até a temática desse começo de programa aqui.
08:41Mas, de fato, o que a gente vê
08:43é que não se faz uma lição de casa
08:46e apenas dá a impressão que vai se fazendo um balão de ensaio.
08:49Eu vou pegar, então, esse setor aqui
08:51e vou dar uma espremida.
08:52Se esse setor não se rebelar o suficiente,
08:55a gente deixa passar.
08:57Se não der certo, a gente diz,
08:58olha, não é bem isso, o pacote foi mal interpretado,
09:00a gente vê outro setor para buscar.
09:03Mas, de fato, talvez agora o tiro saia de novo pela culatra.
09:07Porque, ao a gente colocar,
09:08ao que o governo estabeleça novos índices aí
09:12de ajustes de novos impostos
09:15sobre setores, inclusive, de operações que eram isentas,
09:19nós estamos realmente trazendo algo
09:21que vai, inevitavelmente, chegar aonde?
09:24No bolso de quem consome o produto,
09:26porque não tem como, né?
09:28Se repassam todos os gastos que vão se acumulando.
09:32E para quem ouve,
09:33quem não entende, eu também não sou economista,
09:35mas dá a impressão, quando a gente diz,
09:36ah, mas era 15% e passou uma alíquota para 17,5%,
09:41para quem pagava o 22%,
09:43não deu diferença, melhorou.
09:45Mas e para quem pagava o 15%?
09:47Esses 2,5% vão fazer muita diferença.
09:50Vai prejudicar de novo quem?
09:52Seu ministro não é quem mora na cobertura.
09:54Vai prejudicar quem está morando no térreo.
09:57É, e Maris, você que,
10:01apesar de publicitário,
10:02pelo visto é um bom economista, né?
10:03Porque tem os números na ponta da língua, né?
10:05O que a gente...
10:08Não se deixa enganar.
10:08Não se deixa enganar, mas de qualquer forma,
10:11não é só o dono da cobertura que vai pagar a conta.
10:14Também paga, mas os outros, que são,
10:17claro, pessoas que precisam de mais recursos,
10:20essas pessoas também vão pagar.
10:21Todos nós aqui.
10:22Com certeza.
10:23Essa eu acho que é a maior falácia da narrativa
10:26que é contada aí nas declarações
10:28desses políticos atuais, desse governo.
10:30Porque falar que o rico está pagando menos imposto
10:33e que o pobre vai deixar de pagar
10:34é uma coisa muito irresponsável de se dizer.
10:38Nós aqui, né, que temos a classe média,
10:41uma classe de uma vida normal,
10:43nós pagamos os nossos tributos
10:45e quando são retirados tributos de outras pessoas
10:48de uma classe econômica inferior,
10:50quem paga esses tributos somos nós.
10:52Por exemplo, o Lula veio agora com 80 kilowatts de energia
10:56que vai isentar aí cerca de 60 milhões de pessoas.
10:58Esse custo vai para o bolso de alguém.
11:01E quem é esse alguém?
11:02Somos nós.
11:03Nós, no plural, de verdade.
11:05Somos todos nós, cidadãos brasileiros,
11:07que iremos pagar por essa nova política
11:10que está tentando ser implantada no país.
11:12E quando a gente fala de IOF,
11:13parece que não chega na gente, né?
11:16Mas a equipe econômica decidiu aumentar esse imposto
11:19para empresas, operações de câmbios
11:21e planos de seguros usados como investimento
11:23para cumprir a regra fiscal.
11:25Olha só, eles pretendem arrecadar
11:27nessa, nessa, nessa, nessa,
11:30nessa, toda essa, essa responsabilidade.
11:33Eles tentam argumentar nesse plano,
11:34essa é a palavra que havia me fugido,
11:36me desculpem,
11:37de 61 bilhões.
11:3920 bilhões só agora,
11:41de junho até dezembro de 2025.
11:44E outros 41 bilhões em 2026.
11:48Aí eu pergunto,
11:48nós temos 50 milhões,
11:5050 bilhões de reais
11:52que vão para as emendas parlamentares.
11:55Nós temos outros mais bilhões de dinheiros
11:57que vão para outras coisas no nosso país
11:59que não tem fundamento.
12:00Como é que a gente consegue brigar aqui pelo IOF
12:03e só falar em taxação, em taxação, em taxação,
12:06taxa atrás de taxa,
12:07e a gente não consegue ver uma política pública