- 05/07/2025
Nesta edição especial, Marcelo Mattos traz as principais notícias e uma análise aprofundada do Plano Safra 2025/26, com os valores anunciados de R$ 594 bilhões, o impacto da inflação e a divisão entre custeio, comercialização e investimento. Entenda as críticas sobre a efetividade dos recursos e o avanço de financiamentos privados, com a análise de Bruno Lucchi da CNA. Acompanhe também a previsão do tempo com a agrometeorologista Ludmila Camparotto, que detalha a situação do clima no Sul (com risco de geada), o novo padrão climático global e as expectativas para Norte e Nordeste. Relembre a história da política de crédito rural no Brasil e sua relevância para o crescimento da agricultura brasileira, e confira a discussão sobre o financiamento para a compra de maquinários agrícolas.
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Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00Hora H do Agro, oferecimento
00:02Consórcio Magi, Volkswagen,
00:05caminhões e ônibus. Meteor da
00:07Volkswagen, caminhões e ônibus,
00:09mas pode chamar de meteoro da
00:11paixão.
00:22Hora H do Agro. Olá, bem-vindos a
00:27mais um Hora H do Agro aqui na
00:29Jovem Pan. Eu sou Marcelo Matos e
00:31hoje nós estaremos juntos
00:33informando sobre as principais
00:35notícias do agro. Nessa edição
00:37nós vamos trazer um especial sobre
00:39o plano safra, a principal
00:41política de crédito rural do
00:43Brasil. Vamos também te contar
00:45como surgiu, as mudanças que
00:47sofreu e é claro também as
00:49análises do valor destinado para o
00:51governo, pelo governo nesta
00:52semana e ainda vamos informar
00:54sobre a previsão do tempo na sua
00:56região. Então fique por aqui,
00:58fique conosco no Hora H do Agro, que
01:00já está no ar. E essa semana o
01:05governo federal então anunciou os
01:07recursos destinados ao plano safra
01:09vinte e cinco, vinte e seis. No
01:11total são quinhentos e noventa e
01:13quatro bilhões de reais, sendo setenta e
01:17oito vírgula dois para agricultura
01:19familiar e quinhentos e dezesseis
01:22vírgula dois para agricultura
01:24empresarial. Como vocês podem ver aí
01:27na tela, os valores representam um
01:29aumento nominal em relação ao ciclo
01:32anterior de dois vírgula oitenta e
01:35nove por cento para agricultura
01:38familiar e um vírgula quarenta e
01:40nove por cento para a empresarial.
01:43Contudo, é importante pontuar que o
01:45valor do ajuste não acompanha
01:48inflação acumulada de quatro vírgula
01:51setenta e três no ano de dois mil e
01:53vinte e quatro. Além da divisão da
01:55destinação da verba por programas.
01:59Tem ainda também as finalidades para
02:01qual ela se destina, que mostramos
02:03agora na tela também pra você. A
02:06finalidade de custeio e comercialização
02:09esse ano foi de quatrocentos e
02:11quatorze bilhões. Essa verba se
02:13refere ao financiamento das despesas
02:16rotineiras e essenciais do ciclo
02:19produtivo e também apoio financeiro
02:21para as etapas que vêm depois da
02:23produção focadas na venda dos
02:26produtos agrícolas e também pecuários.
02:29Já a finalidade de investimento foi
02:31de cento e um vírgula cinco bilhões e
02:35é voltada para o financiamento de
02:37bens e serviços que aumentam a
02:39capacidade produtiva do produtor a
02:42médio e também longo prazo,
02:44melhorando também a infraestrutura e a
02:46tecnologia da propriedade rural. O
02:49H do Agro preparou uma reportagem
02:51para explicar a linha de crédito para
02:54agricultura familiar, a que mais teve
02:57crescimento no montante oferecido.
02:59Vamos acompanhá-la.
03:02Com o investimento recorde e foco na
03:05produção sustentável, o governo
03:07federal lançou o novo plano safra da
03:09agricultura familiar. São oitenta e
03:12nove bilhões de reais em crédito
03:14seguro e apoio direto ao produtor
03:17rural. Do total anunciado, setenta e
03:20oito bilhões serão aplicados no
03:23Pronaf, que é a principal linha de
03:26crédito para pequenos produtores. Outros
03:28seis bilhões vão para o seguro, mais e
03:32um bilhão para o garantia safra, voltado
03:35a regiões com risco climático. O
03:38presidente Lula destacou que o plano
03:41nasceu das reivindicações dos
03:44trabalhadores do campo. Segundo ele,
03:47mais da metade dos produtores tem
03:49menos de dez hectares e necessitam de
03:52apoio para continuar gerando renda.
03:55Nós temos pelo menos mais de dois
03:57milhões e meio de pessoas que tem no
04:00máximo até dez hectares. E se for a
04:03gente for continuar baixando, a gente
04:05vai ver que tem muita gente que tem
04:07dois, três hectares. E essa gente que
04:11mais necessita, que cada vez mais a
04:14gente faça inovação para encontrar um
04:17jeito de transformá-los numa pessoa mais
04:21produtiva. Mais produtiva para si, mais
04:25produtiva para sua cidade, para o seu
04:27estado e para o seu país. O crédito
04:29será liberado por bancos públicos e
04:32cooperativas, mas o juro elevado que
04:35pode chegar a quinze por cento ao ano
04:37ainda é motivo de grande preocupação no
04:41campo. Para reduzir esse impacto, o
04:44Cicred aposta em alternativas como
04:47fundos constitucionais, linhas com juros
04:50equalizados e opções atreladas ao dólar.
04:54O que nós aqui do Cicred temos como
04:58uma postura e uma condução é avaliar
05:03alternativas mais baratas. E quais
05:08alternativas, por exemplo, a gente vai
05:12proporcionar para os nossos produtores
05:14na próxima safra? Tanto os fundos
05:16constitucionais, que tem juros mais baixos
05:20quando a gente compara, né, com os atuais
05:23quinze por cento da Selic. Muito bem, as
05:27principais críticas ao plano safra
05:30vinte e cinco, vinte e seis recaem sobre a
05:32efetividade dos recursos, a queda do
05:35volume real e também o avanço de
05:37mecanismos com financiamento com menor
05:40controle público. Se trata de um
05:42retrocesso disfarçado de avanço. Para
05:46analisar justamente essas problemáticas,
05:48vamos receber o Bruno Luc, diretor técnico da
05:51Confederação da Agricultura e Pecuária do
05:53Brasil, a CNA. Seja bem-vindo a Hora H do
05:57Agro Bruno. Olá Marcel, tudo bem? Tudo
06:00bem, vamos então analisar, vi uma grande
06:03expectativa do anúncio, os valores. Bruno,
06:06considerando que o aumento nominal dos
06:08valores representa uma perda real, na
06:11verdade, de poder de compra para o
06:13produtor devido à inflação, como garantir
06:16então que os recursos sejam suficientes
06:19para cobrir os custos crescentes de
06:21insumos e a tecnologia no campo?
06:26Bem, esse vai ser um desafio que os
06:28produtores terão na próxima safra. No
06:30levantamento que a CNA fez, né? Ouvindo os
06:32produtores, a gente tem uma comissão aqui
06:35que discute política agrícola, discute o
06:36plano safra. Então, a gente escutou todos os
06:39estados brasileiros e ele fizemos reuniões
06:41regionais, né? Nas cinco principais
06:43regiões brasileiras, mais o Mato Pibo,
06:46para ouvir o que seria prioridade, né? Do
06:49produtor nessa próxima safra. Então, o
06:52volume que nós chegamos de recursos da
06:54agricultura familiar empresarial foi em
06:56torno de 590, 594 bilhões. Quando você
07:01mostra os números, né? Parece que foi
07:02atendido. Acontece que na conta que foi
07:05feita, até então, a gente considera só
07:07aqui os recursos que são financiáveis. E
07:10muito do que foi apresentado pelo
07:12governo, alguns deles no caso da
07:14agricultura familiar, são apoios
07:15importantes como compras
07:17governamentais, né? Assistência técnica,
07:20enfim, outros tipos de recursos que o
07:23governo aporta no setor, mas ouçam
07:25outras políticas públicas, não a do
07:26crédito, provavelmente dito. E no caso
07:29da agricultura empresarial, foi usado o
07:31recurso das CPRs, né? Que seriam a CPR
07:34financeira, que é uma garantia que o
07:36produtor vai fazer de pagamento e o
07:38lastro é a LCA, né? Que pode usar para
07:41CPR, pode usar para outros títulos
07:42também. Então, teoricamente, ela é uma
07:45importante fonte de financiamento, mas
07:47ela não era usada na contabilidade, no
07:49setor e nunca foi usada. Foi a primeira
07:51vez que o governo usou a CPR para
07:53demonstrar, vamos dizer assim, para fazer
07:56parte desse fund, né? Então, nós tivemos
07:58os valores muito maiores do que anunciado
08:00ano passado. Se nós formos pegar, fazer a
08:03mesma comparação do método do ano passado,
08:05que é o método tradicional, com os números
08:09reais desse ano, foi esses dados que você trouxe.
08:12Nós temos aí um incremento na agricultura
08:14familiar de 3%, e no caso da agricultura
08:18empresarial, você tem até um decréscimo nesse
08:20valor, em função de você ter menos recursos
08:23disponibilizados. Lógico que nós entendemos todo o desafio de ter uma Selic mais elevada,
08:29de 15% a valor muito grande. Entendemos a questão do ajuste fiscal que se faz necessário no governo. Só que o que nós ponderamos é que no resto do mundo, em países que tem agricultura forte, como o Brasil, na Europa, Estados Unidos, China, o setor agropecuário é muito mais que um setor econômico.
08:49É um setor que garante segurança alimentar e principalmente a soberania do país.
08:54Então, o plano safra robusto, ele vai muito além de ajudar o produtor rural. Ele ajuda todo o país, garantindo o alimento na mesa dos brasileiros, garantindo a segurança e o abastecimento e principalmente divisas para o interior do país.
09:09que ele gera uma renda que vai além do agro. Ele movimenta a economia do interior e faz com que a gente tenha, inclusive, indicadores sociais muito melhor nesses municípios que têm um agro muito forte.
09:20Então, investir no plano safra robusto é ter certeza que nós não teremos problema com inflação de alimentos no próximo ano.
09:28Não adianta tentar, como foi feito esse ano, buscar formas de amenizar a inflação quando o processo já está em curso.
09:36Nós temos que trabalhar de forma antecipada, estimulando a ampliação da produção rural, que seria trabalho do plano safra, o que não aconteceu.
09:44Sendo uma questão estratégica, já que você falou da CPRS, da CPRS, na verdade, com a crescente dependência de fontes privadas como a CPRS,
09:53quais são as estratégias, então, para assegurar que os pequenos e médios produtores, mais dependentes, inclusive, de apoio público e crédito, com taxas controladas,
10:03eles não fiquem desassistidos e também consigam acessar esse financiamento adequado. Bruno?
10:11Bem, para o pequeno e médio produtores, o plano safra é o principal norteador de crédito.
10:18É onde eles vão conseguir realmente buscar um financiamento adequado, de acordo com o porte desses produtores.
10:25O mercado privado hoje tem crescido muito, a gente tem visto melhorias no ambiente de negócio, que tem trazido mais investidores para o agro,
10:34e isso tem ajudado muito, vamos dizer assim, como é um mercado inicial, produtores que têm uma escala maior de produção.
10:41Então, ainda, se a gente falar dos fiagos, por exemplo, você não tem muitos fiagos voltados para produtores pequenos e médios.
10:49A CNA criou, recentemente, depois de um ano e meio para cá, um fiagro voltado para os produtores assistidos pelo CENAR, da assistência técnica.
10:58Então, é o único fiagro que existe voltado exclusivamente para pequenos produtores.
11:03E é algo que a gente está aprendendo, como vai funcionar esse fiagro, até para que o mercado, depois,
11:11a gente possa levar isso para os agentes de mercado para replicar em larga escala.
11:15Mas o fato é, com o plano safra, com taxas maiores e recursos menores, você coloca principalmente quem mais precisa,
11:24que são os pequenos e médios produtores, em dificuldade de acessar crédito.
11:27Então, o que pode acontecer?
11:29Muitos deles reduzirem o pacote tecnológico, ou seja, você vai ter um menor investimento em insumos em tecnologia,
11:36então você pode ter uma produção menor do que a esperada,
11:40e, em alguns casos, até reduzir a área de produção ou substituir por culturas mais resistentes.
11:46Porque qual que é o outro ponto que foi grave nesse plano safra?
11:49A questão do seguro rural.
11:51Não tivemos nenhum tipo de anúncio, principalmente relacionado à ampliação de recursos.
11:57E o proagro, nós estamos tendo mudanças desde o ano passado, que têm mudado o critério de enquadramento.
12:02Antes, era em torno de 325, passou para 270 e agora está em 200 mil reais de renda bruta para enquadramento.
12:13Ou seja, eu tenho diminuído o enquadramento, com isso deixado produtores de fora.
12:17Então, um produtor que não tem uma garantia, uma gestão de risco,
12:21para ir no mercado privado e buscar um crédito privado, ele vai ter mais dificuldade
12:25e, com isso, pode até não ter esse crédito na próxima safra.
12:29Você falou até em taxação do fiagro. Isso vai acontecer? Como é que vocês avaliam isso?
12:35Bem, a gente espera que não. Na reforma tributária, a gente conseguiu derrubar esses vetos.
12:41A discussão agora é a questão da tributação da LCA, a substituição do IOF.
12:47É algo que também a gente enxerga que seria muito prejudicial ao setor.
12:50Porque hoje, a LCA tem sido uma forma de conseguir ampliar essa captação de recursos para o setor,
12:58de componente do fund. Então, ela tem sido muito importante para oxigenar o fund do setor.
13:04Algumas mudanças que foram feitas no passado, por exemplo, a rentabilidade era de três meses,
13:09ampliaram para nove. Isso já deu uma desestimulada dos investidores a entrar na LCA.
13:15Tanto é que um dos pleitos que nós tínhamos era retornar os 3%,
13:17e o governo atendeu parcialmente isso a coisa de três semanas atrás,
13:22na resolução do Conselho, mudando a rentabilidade para seis meses agora.
13:26Que, de certa forma, já ajuda a você atrair mais investidores.
13:30Porém, se houver tributação, isso vai ser mais um complicador que teremos
13:34na composição do fund do setor rural.
13:37Agora, Bruno, a questão também da mudança em relação aos agrotóxicos,
13:43até agrotóxicos que não prejudiquem a natureza,
13:47como é que vocês estão avaliando também essa redução progressiva?
13:53Na verdade, é o seguinte, o uso de agrotóxicos, agroquímicos, defensivos, agrícolas,
13:58é uma ferramenta instituída por lei no Brasil e no resto do mundo.
14:02Então, você tem uma legislação para seguir, e o que nós fazemos é seguir essa norma.
14:07Usando, de acordo com as recomendações agronômicas,
14:11tendo os períodos de carência, os produtos registrados para cada tipo de cultura.
14:16Então, o incentivo a práticas, vamos dizer assim, como o uso de biológico,
14:21ela é muito bem-vinda, porque o biológico é algo que vem para complementar
14:26esses sistemas produtivos.
14:27Hoje, eu não consigo fazer uma substituição completa.
14:30Ele já tem muita efetividade, as pesquisas têm aumentado.
14:33É um caminho que o Brasil hoje é pioneiro no uso dessa tecnologia.
14:36Esse som de dupla vai aumentar bastante.
14:39Agora, o que não pode ocorrer é uma discussão ideológica,
14:42do orgânico ao convencional.
14:45São segmentos, como eu falei, no Brasil a gente consegue produzir muito bem com os dois.
14:50Tanto na agricultura orgânica, tendo as boas práticas de produção,
14:53como na agricultura convencional, tendo produtos adequados para a produção.
14:58E o que a gente tem trabalhado e recentemente foi alterado,
15:01é justamente a lei de registro desses produtos, para que você tenha um processo mais rápido.
15:07Com um processo mais rápido de registro, naturalmente você vai ter moléculas
15:11com menor impacto no meio ambiente, menor impacto nas condições agronômicas
15:15e com resultados mais efetivos.
15:17Então, a pesquisa até então, ela foi a que norteou a agricultura brasileira ter toda essa competitividade.
15:25E nesse caso, é um instrumento de pesquisa que tem tido avanço.
15:29O próprio setor tem buscado esse consórcio com os bioinsumos,
15:34a mudança na lei, a gente acredita que vai melhorar muito, ter produtos mais eficientes.
15:39Enfim, é algo que a gente vê com bons olhos, esse avanço tecnológico.
15:43Agora, o que a gente não concorda é com discussão ideológica de uma questão que é técnica, técnica e científica.
15:51Sem dúvida, conversamos com o diretor técnico da CNA, o Bruno Luque.
15:55Muito obrigado aqui pela sua participação no Hora H do Agro aqui da Jovem Pan.
15:59Até a próxima, Bruno.
16:01Um grande abraço, muito obrigado.
16:03Muito bem, vamos dar sequência agora à Hora H do Agro,
16:06porque nós acabamos de falar justamente da importância do seguro rural,
16:10exatamente pelo risco climático.
16:12E para ajudar você, produtor, a se programar, nós vamos receber agora,
16:16vamos ver como fica a previsão do tempo, muito frio aqui em São Paulo.
16:21Esse é mais um Por Dentro do Clima.
16:27Por Dentro do Clima.
16:30Muito bem, hoje vamos conversar com a Ludmila Camparotto, agrometeorologista.
16:35Seja bem-vinda à Hora H do Agro.
16:38Quero começar contigo te perguntando como deve ficar o tempo na região sul do país.
16:44As últimas semanas foram de muita chuva e agora nós temos o frio severo.
16:49E também a certeza de geada na região.
16:52Seja bem-vinda então, Ludmila.
16:55Olá, Marcelo.
16:56Olá a todos.
16:57Bom, nós tivemos alguns dias com temperaturas bastante baixas em toda a região sul do Brasil.
17:03Mas a tendência ao longo desses próximos dias é de uma mudança no tempo.
17:08As temperaturas ainda ficam baixas, mas sem risco para ocorrência de frio intenso
17:14ou até mesmo ocorrência de geadas.
17:17E essa condição vai favorecer a retomada dos trabalhos no campo,
17:21principalmente o plantio, a finalização do plantio das culturas de inverno,
17:27como trigo e outras culturas.
17:30Além disso, favorece também a retomada dos tratos culturais,
17:35tratamentos fitossanitários, além da preparação do solo,
17:40que vai receber plantas que servirão como cobertura para o plantio das próximas safras.
17:47E a colheita também deve avançar em grande parte do Paraná, Santa Catarina,
17:53com o tempo mais aberto.
17:55Então, realmente, a gente teve muita chuva e frio.
17:58Mas, principalmente, essa primeira quinzena do mês de julho,
18:03os próximos 20 dias tendem a ser de tempo mais aberto na região,
18:06beneficiando a retomada dos trabalhos no campo por lá.
18:10Ludmila, estamos justamente passando por grandes ondas de frio também no Cone Sul,
18:15enquanto os Estados Unidos e a Europa enfrentam dias extremamente quentes, oposto.
18:21E as condições estão, de fato, atípicas?
18:24Estamos diante de um novo padrão climático?
18:29É, Marcelo, eu costumo dizer que um ano não é igual ao outro, né?
18:32O que a gente tem observado, sim, é que nos últimos anos,
18:36a gente tem tido uma mudança no padrão,
18:38tanto de retomada da estação chuvosa,
18:41que muitas vezes chega um pouquinho mais tarde à estação úmida,
18:44e as temperaturas que realmente têm se mantido no patamar mais elevado.
18:50Em um ano como nós estamos agora, com essa tendência de neutralidade climática,
18:56esses eventos extremos acabam sendo um pouco mais pronunciados, né?
19:00Então, quando a gente fala de aquecimento global, mudança climática,
19:05a gente tem tido esse padrão de temperaturas mais altas, mais constantes,
19:10mas isso não exclui a possibilidade de um frio intenso,
19:14como a gente tem observado, né, em áreas da Argentina,
19:18na região mais sul do Brasil.
19:20Então, por mais que a gente tenha uma tendência de elevação das temperaturas,
19:26esses extremos, como é o caso da geada,
19:29a gente não pode descartar que ela ainda aconteça.
19:32Então, quando a gente tem um clima, como eu mencionei,
19:36dentro de um padrão mais neutro,
19:38esses eventos climáticos mais extremos,
19:42tanto de calor quanto de frio, eles podem acontecer.
19:46Não falo que é um novo padrão, né,
19:48mas a gente tem uma tendência de sempre seguir com temperaturas mais altas
19:54e eventos extremos mais fortes,
19:56seja calor, frio ou até mesmo inundações, ou seca, né?
20:01Então, esses extremos, eles acabam sendo potencializados.
20:06Voltando aqui para o Brasil, norte e nordeste do país,
20:09o que os produtores podem, de fato, esperar nesta semana?
20:15A tendência na região, vou falar centro-norte,
20:18que segue com o tempo mais aberto,
20:19beneficiando principalmente o colheito,
20:22tanto do algodão quanto do milho, né?
20:24Muitos produtores já pedindo esse tempo um pouco mais seco,
20:28realmente, porque nós tivemos chuvas um pouco mais prolongadas esse ano, né?
20:31Então, nós teremos aí um período bem mais favorável para a retomada das colheitas.
20:36No extremo norte do Brasil, áreas ainda produtores de Roraima
20:39seguem com chuvas, beneficiando as lavouras por lá,
20:43e o nordeste que segue recebendo chuvas principalmente na faixa mais litorânea.
20:48Então, colheitas de milho podem sofrer algumas paralisações,
20:52mas principalmente desenvolvimento da cana segue com uma condição mais satisfatória.
20:58Ludmila Camparotto, muito obrigado pela sua participação e até a semana que vem.
21:03Até a próxima.
21:06Muito bem, nós vamos agora para um rápido intervalo.
21:09Eu faço convite para que você fique conosco.
21:11Daqui a pouco voltamos aqui na Hora H do Agro da Jovem Pan.
21:14Hora H do Agro
21:28Grandes conquistas começam com um bom planejamento.
21:33E aqui no consórcio Magi Volkswagen Caminhões e Únibus,
21:35a gente pensou em tudo submetida para o seu negócio,
21:38com parcelas a partir de R$ 4.160,00.
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22:08Engenharia de Dados e especialista em Excel e Power BI
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22:23Acesse agora niucursos.com.br
22:27e comece sua trilha rumo ao novo.
22:29Hora H do Agro
22:42Muito bem, já estamos de volta com o Hora H do Agro aqui na Jovem Pan News.
22:47Muito obrigado pela sua companhia e também sintonia.
22:50Porque você já parou para pensar a origem da política de crédito rural no Brasil?
22:56A Mariana Grilli está conhecendo algumas produções no norte lá do país,
23:01mas também produziu uma especial contando essa trajetória
23:05e a apuração também da Jaqueline Brás.
23:08A agricultura brasileira é hoje uma grande potência
23:12e o mundo todo sabe disso.
23:15Mas não foi sempre assim.
23:16O grande crescimento do setor ocorreu nos últimos 30 anos
23:21e para que isso fosse possível,
23:24diversas políticas de incentivo foram sendo criadas
23:28e algumas delas perduram até hoje,
23:32como é o caso do crédito rural.
23:35Desde 2002, o Brasil tem o chamado Plano Safra,
23:39mas que na época tinha outro nome.
23:42Era Plano Agrícola e Pecuário.
23:44Essa política é, desde então,
23:47um programa essencial do governo federal
23:50que tem o objetivo de direcionar recursos,
23:55direcionar o dinheiro público
23:57para viabilizar e fortalecer
24:00as atividades dos produtores rurais pelo país,
24:04sejam eles de pequeno, médio ou grande porte.
24:09Ou seja, a criação do Plano Safra,
24:11que a gente conhece hoje, faz toda a diferença
24:14para o conhecimento do agronegócio internacional.
24:18Porém, antes disso, antes dessa criação,
24:21já existiam iniciativas como o Sistema Nacional de Crédito Rural,
24:27conhecido como SNCR,
24:30criado lá em 1965.
24:33O Luiz Guedes, ex-ministro da Agricultura,
24:35nos anos 2005 e 2006,
24:39conta como essa política foi essencial
24:41para o crescimento e a consolidação da agropecuária no Brasil.
24:45O atual mecanismo,
24:49o sistema de crédito rural que está em vigor no Brasil,
24:52ele foi criado em 1965.
24:56Uma lei,
24:57o Sistema Nacional de Crédito Rural,
25:00SNCR.
25:04E aprovada a lei,
25:07poucos anos depois,
25:08ainda em 1969, 70,
25:11o crédito à agricultura brasileira começou a crescer
25:14de uma forma extraordinária,
25:17muito rapidamente,
25:19ao longo da década de 70.
25:22Não só o crédito rural era abundante,
25:26como o crédito rural era altamente subsidiado.
25:29Eu até defendo o ponto de vista
25:31que a moderna agricultura brasileira,
25:35que nós vemos hoje,
25:36inegavelmente,
25:37muito pungente,
25:38altamente produtiva
25:40e com impactos no mundo todo,
25:45talvez,
25:46sem dúvida alguma,
25:48a agricultura que mais cresceu no mundo
25:50nas últimas décadas,
25:53todo esse processo de transformação,
25:56ele aconteceu,
25:57como eu disse,
25:57do meu ponto de vista,
26:00em virtude de políticas públicas,
26:05entre as quais eu destaco o crédito rural.
26:07Não apenas o crédito rural,
26:09mas, sobretudo,
26:10o crédito rural
26:11e um crédito rural altamente subsidiado.
26:14Para ter ideia do que significou
26:16esse crédito rural na década de 70,
26:20quando nós fazemos,
26:21aliás,
26:22eu fiz esse estudo em 1980,
26:24eu comparei o volume de crédito rural
26:26com o valor da produção agropecuária.
26:29e o percentual do crédito rural
26:33era altíssimo,
26:3540,
26:3560,
26:3670%,
26:37e no ano de 1975,
26:41o montante de crédito rural
26:43foi superior ao valor da produção agropecuária.
26:46O crédito para a produção,
26:49para a compra de sementes,
26:51fertilizantes,
26:52calcário,
26:53fungicida,
26:54insecticida,
26:55não é?
26:56Esse é o crédito de custeio.
27:00Depois nós temos o crédito de investimento,
27:03que é basicamente o crédito
27:04para a compra de máquinas,
27:06equipamentos,
27:07no caso da pecuária,
27:08instalações agropecuárias,
27:10e o crédito de comercialização,
27:13que hoje em dia não é muito importante,
27:15mas que no passado ele foi.
27:17É o crédito que você fornece ao produtor
27:20para que ele possa reter a produção
27:24aguardando um momento melhor de preço para vender.
27:28Esse chamado crédito de comercialização.
27:31Isso foi muito importante na década de 70,
27:33na década de 80,
27:34na década de 90 ainda.
27:36Então, quando você soma
27:38o valor do crédito para custeio,
27:41investimento e comercialização,
27:43a totalidade do crédito para o setor agropecuário,
27:47na década de 70,
27:48houve um ano 75,
27:49que ele superou o valor da produção agrícola.
27:53Essa soma.
27:53Então, o crédito rural,
27:55ele se expandiu muito
27:57ao longo dos últimos 50 anos,
28:00não é?
28:01E tem sido um crédito
28:03em parte significativa,
28:07subsidiado,
28:08ou seja,
28:08com taxa de juros
28:10inferiores às taxas de juros básicas da economia.
28:15Na década de 70, por exemplo,
28:17nós tivemos vários anos
28:19em que a taxa de juros era zero.
28:22Mesmo com inflação,
28:24às vezes,
28:25de 20, 30,
28:26até 40% naquela década.
28:29Foi a maneira que o governo encontrou
28:31para estimular os produtores
28:33a incorporarem ao processo produtivo
28:36sementes melhoradas,
28:39abrobação,
28:40calcário,
28:41o uso de fungicidas,
28:43inseticidas,
28:43e a compra de máquinas e equipamentos.
28:45ou seja,
28:48incorporar tecnologia à produção.
28:50Quando você incorpora tecnologia,
28:53na realidade,
28:53você está incorporando custos ao processo produtivo.
28:57É a tecnologia que vai proporcionar
28:59um aumento da produtividade
29:01através do uso,
29:03como eu disse há pouco,
29:03de fertilizantes,
29:05fungicidas e inseticidas
29:07e um aumento da produtividade
29:08do trabalho
29:09através do uso de máquinas
29:11e equipamentos agrícolas,
29:14catores,
29:14plantadeiras,
29:15coletadeiras, etc.
29:17Então,
29:18esses recursos
29:21foram utilizados
29:23pelos produtores rurais
29:24e há que se reconhecer
29:26de forma bastante competente.
29:29E isso é que deu
29:30um grande impulso
29:32para a agricultura brasileira
29:33nesses últimos 50 anos.
29:36Lá no começo,
29:37como eu disse há pouco,
29:38o crédito era relativamente
29:39mais abundante,
29:41os recursos
29:42tinham
29:44um valor
29:45que o Tesouro Nacional
29:46assumia,
29:47o seguro da produção,
29:48o seguro,
29:49o seguro,
29:49melhor dizendo,
29:50os juros subsidiados
29:52para o processo produtivo
29:54e isso proporcionou
29:56esse deslanche
29:57da agricultura brasileira.
29:58Houve,
29:59apenas para concluir,
30:01outras políticas públicas
30:02muito importantes.
30:04A política de garantia
30:05de preços mínimos,
30:07chamada PGPM,
30:08política de garantia
30:09de preços mínimos,
30:11que foi muito importante
30:12nessas décadas
30:13a que eu referi.
30:15A política de investimento
30:17em pesquisa agropecuária,
30:19em 1973,
30:21foi transformado
30:23o antigo departamento
30:24de pesquisa agropecuária
30:26em uma empresa pública,
30:28a Embrapa,
30:28Empresa Brasileira
30:29de Pesquisa Agropecuária,
30:31faz 52 anos
30:34e essa transformação
30:37de um departamento
30:38em uma empresa pública
30:40criou condições
30:41para que aumentasse
30:44significativamente
30:45o volume de recursos
30:46em pesquisa agropecuária.
30:47Se você somar
30:49ao longo desses 50 anos,
30:51são centenas
30:52de bilhões de reais,
30:53é só você ver
30:54o orçamento
30:55da Embrapa hoje
30:56e verificar
30:57o que aconteceu
30:58ao longo desse período
30:59e os resultados
31:00estão aí à vista.
31:01Há outras políticas
31:03agrícolas
31:04complementares
31:05a essas,
31:06como de assistência técnica,
31:08em menor escala
31:09o seguro rural,
31:11um investimento
31:12em melhoria
31:13dos esquemas
31:14de escoamento
31:15da produção
31:16que ainda é insatisfatória,
31:18é um problema
31:18ainda hoje,
31:20mas melhorou muito
31:21em relação ao passado.
31:22Então,
31:23esse conjunto
31:24é que proporcionou
31:25as condições
31:26para essa expansão
31:28extraordinária
31:29da produção agropecuária
31:31através da incorporação
31:33de tecnologia
31:35e entre esses instrumentos
31:37eu destaco
31:38particularmente
31:38o crédito rural.
31:40Nós vimos aí
31:41que o ex-ministro
31:42falou um pouco
31:42sobre como
31:44o plano safra
31:44atual se destina,
31:46dividido em diferentes
31:48disponibilidades
31:49de crédito,
31:50tanto para
31:50custeio e comercialização,
31:53quanto a disponibilidade
31:54de crédito
31:55para investimento.
31:56A ex-ministra
31:57da Agricultura,
31:59Tereza Cristina,
32:00atual senadora
32:01da República
32:02e vice-presidente
32:03da Frente Parlamentar
32:04da Agropecuária,
32:05nos explica
32:06como funcionam
32:07os mecanismos
32:08de subsídio
32:09e algumas
32:10das principais mudanças
32:12que o plano safra
32:13passou nos últimos anos.
32:14O plano safra
32:16sempre foi importante,
32:18por quê?
32:19Porque nós,
32:21há muitos anos
32:21que o Brasil
32:22tem um problema
32:24grave,
32:25estruturante,
32:26estrutural
32:27de juros.
32:29Se a gente
32:30tivesse juros
32:31baixos,
32:32se a gente
32:33tivesse uma economia
32:34estabilizada,
32:35talvez a gente
32:35não precisasse
32:36de plano safra.
32:38Podíamos ter
32:38ações
32:41que você
32:43pudesse
32:44induzir
32:45mais ou menos
32:46determinadas
32:47cadeias de produção
32:48do nosso setor.
32:51Então,
32:51queremos estimular
32:52o plantio de arroz.
32:53Então,
32:54nós vamos
32:54fazer uma linha
32:55específica
32:57para estimular
32:58o plantio de arroz,
33:00de feijão,
33:01de soja,
33:02enfim,
33:02seja lá o que for.
33:03mas como nós
33:04temos dois
33:05problemas
33:06que
33:08travam,
33:10vamos dizer,
33:10o mercado,
33:11o livre mercado
33:12de crédito,
33:13para tomada
33:15de crédito,
33:16então sempre
33:16foi necessário
33:18você ter
33:19um plano
33:20safra,
33:21dito plano safra.
33:23E cada vez
33:24que você tem
33:25aí a economia
33:27com juros
33:30mais altos,
33:31quando você tem
33:32esse momento
33:33na economia,
33:34o plano safra
33:35ele fica
33:35mais importante.
33:36Por quê?
33:37O plano safra
33:38do Brasil,
33:39ele basicamente,
33:40além dele dar
33:41as linhas
33:42daquilo que ele
33:43quer que se produza,
33:44mas ele também
33:45ele entra
33:46a parte de crédito
33:48é para subvencionar
33:49os juros.
33:50Por quê?
33:52Os juros
33:52de 12%,
33:5310%,
33:5415%,
33:56enfim,
33:56são juros
33:57que não cabem
33:58no bolso
33:59do agricultor,
34:00porque o agricultor
34:01ele trabalha
34:02com uma indústria
34:02a céu aberto
34:03e ele tem,
34:04aí ele sofre
34:05todo tipo
34:06de risco
34:06climático
34:07de pragas
34:09e doenças
34:09e então
34:10ele precisa
34:11ter
34:12alguma garantia
34:14de que
34:15ele vai ter
34:16linhas de crédito
34:18apropriadas
34:19para,
34:20principalmente
34:21para o custeio.
34:24Ao longo do tempo
34:25o que aconteceu?
34:26A agricultura
34:27brasileira
34:27foi ficando
34:29cada vez maior,
34:30cada vez mais robusta
34:31e
34:32esse plano
34:34safra
34:34ele foi
34:34ficando
34:35cada vez menor,
34:36ele atende
34:36cada vez menos
34:38a nossa
34:39agricultura,
34:40por quê?
34:43Ela ficou
34:44tão grande
34:44que o que o governo
34:46consegue dar
34:47de recursos
34:47para essa subvenção
34:48não consegue
34:49atender a todos.
34:51Então,
34:51de uns anos
34:52para cá,
34:52o que é que
34:53vem acontecendo?
34:55E eu tive
34:56essa oportunidade
34:57quando estive
34:57no Ministério
34:58da Agricultura
34:59com todas
35:00as dificuldades
35:01que todo
35:02ministro
35:02da Agricultura
35:03tem,
35:03que é
35:04arrumar
35:05recursos
35:06suficientes
35:07para poder
35:08fazer um
35:09plano safra
35:09de excelência.
35:13Hoje,
35:13o plano safra,
35:15esse número
35:16não é um número
35:16que eu tenho
35:17ele aqui
35:18refinado,
35:19mas é um plano safra
35:21que tem,
35:22aí,
35:22atende
35:23vinte e poucos
35:24por cento
35:25do que é necessário
35:26para se fazer
35:29toda a agricultura.
35:32Ainda mais
35:33quando você coloca
35:34tudo,
35:34soja,
35:35milho,
35:35arroz,
35:35feijão,
35:36pequena agricultura,
35:38hortaliças,
35:39café,
35:40cana-de-açúcar,
35:41se você colocar
35:41tudo isso,
35:42então é menor ainda
35:43o percentual
35:44que o plano safra
35:45consegue atender.
35:47Mas ele atende,
35:48ele atende com
35:49o dinheiro
35:50do orçamento,
35:51do Tesouro Nacional,
35:54que esse é um número
35:55que eu não consegui
35:55saber ainda,
35:57né,
35:57do plano safra
35:58que foi colocado ontem.
36:00Quanto,
36:01quanto por cento
36:03nós temos
36:04para equalizar
36:06os juros
36:07de mercado?
36:09Então,
36:09hoje,
36:09a Selic
36:10é quinze por cento.
36:12Os juros de mercado
36:13hoje,
36:14eles estão aí
36:14em torno de dezoito,
36:15isso se o agricultor
36:16é bom,
36:17se ele é um,
36:17se ele é um agricultor
36:19que o banco
36:19dá uma nota
36:20para ele
36:21triple A,
36:22se não
36:22chega a vinte por cento,
36:24né?
36:24Se ele tem garantia,
36:25aí tem uma série
36:26de de de variáveis,
36:29né,
36:29para compor aí
36:30essa taxa de juros
36:31que ele vai pegar
36:32no mercado livre.
36:34Mas vamos dizer
36:34que fosse quinze por cento.
36:36Então,
36:37hoje nós estamos
36:38falando aí
36:38em juros
36:39que foram
36:40de oito
36:41a doze por cento.
36:44Quatorze.
36:45Quatorze por cento.
36:46Então,
36:47você equalizar
36:48essa diferença
36:50é que vai
36:51muito,
36:52é que você
36:53tem que tomar
36:53muitos recursos
36:55aí,
36:55muitos bilhões
36:56para você
36:57equalizar,
36:59para ficar
36:59dentro de uma taxa
37:00de juros
37:01razoável
37:02para o produtor.
37:03Que seria aí
37:04em torno de seis,
37:06a taxa ideal
37:07seria em torno
37:08de inflação
37:09de cinco,
37:09quatro e meio,
37:11a taxa ideal
37:11seria de seis,
37:12no máximo
37:13a oito por cento.
37:14O José Eustáquio Vieira,
37:16pesquisador
37:17do Instituto
37:18de Pesquisa
37:19Econômica
37:20Aplicada,
37:20o IPEA,
37:22analisa
37:22como o Plano Safra
37:23está diretamente
37:24ligado
37:25com toda
37:26a economia
37:26brasileira
37:27e explica
37:28de onde
37:28vem o dinheiro
37:29para a implementação
37:31dessa política
37:32de crédito.
37:33Quando a gente
37:33vai elaborar
37:34um plano
37:35agrícola,
37:36nós temos
37:37que elaborar
37:38com taxas
37:38de juros
37:39que sejam
37:40menores
37:41ou relativamente
37:43ao valor
37:43da taxa
37:44Selic.
37:45O que acontece?
37:47De todo
37:47recurso
37:48que o governo
37:49colocou
37:50disponibilizado,
37:52a gente tem
37:53que fazer
37:53também
37:54uma avaliação.
37:56Uma coisa
37:57é o que o governo
37:58anuncia
37:59de recursos
38:01que são
38:01disponibilizados
38:02à política.
38:03Outra coisa
38:04é o que o governo
38:05coloca de aporte
38:07de recursos
38:08nessa política.
38:09Então,
38:10o Plano Safra
38:10é anunciado
38:11como sendo
38:12o maior
38:13Plano Safra
38:14de todos
38:14os tempos.
38:15Se você
38:16somar
38:16os recursos
38:17da agricultura
38:18familiar
38:19e da agricultura
38:20empresarial,
38:21isso dá
38:22em torno
38:22de 600
38:23bilhões
38:24de reais.
38:25Mas,
38:25na verdade,
38:27para você
38:27ter uma ideia,
38:29o recurso
38:30discricionário
38:32que o governo
38:32tem
38:33neste ano
38:34é de 230
38:35bilhões
38:36de reais.
38:37Então,
38:37esses 600
38:38bilhões
38:39não expressam
38:40o que realmente
38:41o governo
38:41está disponibilizando.
38:42Então,
38:43o governo
38:44vai disponibilizar
38:45algo aí
38:46em torno
38:46de 15
38:47a 20
38:48bilhões
38:48de subvenção.
38:50Essa é a grande
38:51realidade,
38:51é um valor
38:52muito menor.
38:53Então,
38:54desses 600
38:55bilhões
38:57de reais,
38:5880%
38:59são recursos
39:01livres.
39:02Isso,
39:02o agricultor
39:04vai na agência
39:05do Banco do Brasil,
39:06da Caixa Econômica
39:07ou de alguma
39:08outra instituição
39:09e vai captar
39:10a taxas livres
39:11do mercado,
39:12ou seja,
39:13a taxas em que
39:14a taxa Selic
39:15vai balizar
39:16este empréstimo.
39:18Agora,
39:19quando os juros
39:19são controlados,
39:21e aí
39:21é a política
39:22que o governo
39:23define
39:24algumas linhas
39:25de crédito
39:25com taxas
39:26subsidiadas,
39:27o governo
39:28vai pagar
39:29a diferença
39:30para a instituição
39:31financeira
39:31entre o que
39:32o agricultor
39:33está tomando
39:33e o que a instituição
39:35está,
39:35vamos dizer,
39:36perdendo
39:37neste empréstimo
39:38e que é
39:39vinte por cento
39:40apenas
39:41de todo
39:42este montante
39:43dos recursos.
39:44Então,
39:45eu acho que
39:46quando o governo,
39:47e aí eu não estou falando
39:48governo A,
39:49B ou C,
39:50ele deveria ser
39:51mais claro
39:52com a sociedade
39:53qual é o aporte
39:55de recursos
39:55que o governo
39:56está injetando
39:58dentro da economia
39:59agrícola,
40:00ao invés de falar
40:01que está disponibilizando
40:03seiscentos bilhões
40:04quando,
40:04na verdade,
40:05este não é
40:06um valor
40:06real.
40:08Agora que nós
40:09já sabemos
40:09como funciona
40:11o Plano Safra,
40:12de onde vem
40:13a verba,
40:14falta saber
40:15para onde ela vai
40:16na prática,
40:17como que ela chega
40:18até os produtores
40:19rurais.
40:20E mais,
40:21falta saber
40:22se todo esse
40:23montante
40:24é realmente
40:24usado anualmente.
40:26Para isso,
40:27nada melhor
40:28do que ouvir
40:29alguém que já
40:30ocupou a cadeira
40:31do Ministério
40:32da Agricultura.
40:33Por isso,
40:34nós vamos ouvir
40:35novamente
40:36a senadora
40:37e ex-ministra
40:37Tereza Cristina
40:39que nos fala
40:40se o recurso
40:41realmente
40:41chega
40:42ou não chega
40:43lá na ponta
40:45para os produtores.
40:46Ele chega.
40:47Às vezes,
40:47o que acontece
40:48é que falta
40:49no meio do caminho
40:50porque quando esse dinheiro,
40:52quando o Plano Safra
40:54ele é
40:54colocado em prática,
40:57ele vai para os bancos
40:58e os bancos
40:59têm uma pedida.
41:01Entendeu?
41:01olha,
41:02eu preciso,
41:03eu quero
41:0320 bilhões,
41:06eu preciso 10,
41:06de acordo
41:08com o tamanho
41:08de cada carteira
41:10agrícola
41:10de cada uma
41:11dessas instituições.
41:13Então,
41:13o Banco do Brasil
41:14sempre foi
41:15o que mais
41:16teve esse recurso
41:17equalizado,
41:18porque
41:18ele pega
41:20todas as linhas
41:21que o Plano Safra
41:22quer executar,
41:24para a soja,
41:26enfim,
41:26custeio,
41:27vamos falar em duas coisas,
41:28custeio e investimento.
41:30E aí,
41:30ele faz
41:31lá dentro,
41:32dentro dos seus clientes,
41:33ele vai fazendo
41:34esse balanceamento.
41:35Agora,
41:36esse dinheiro
41:37não é suficiente,
41:38então,
41:38onde é que o dinheiro
41:39do Plano Safra
41:40acaba indo?
41:41Ele vai.
41:42Na minha época,
41:42era um único ministério,
41:44então,
41:44ele ia para a agricultura
41:45familiar,
41:47ele ia para o médio agricultor
41:50e para o grande agricultor
41:52que tem um limite.
41:53esse limite,
41:54se não me engano,
41:54subiu para 3 milhões e meio,
41:56antes era 2 milhões e meio
41:57por CPF.
41:59Então,
42:00aí o banco faz,
42:01vamos dizer,
42:02essa distribuição,
42:03todos os bancos,
42:04os bancos de crédito cooperativo,
42:07o Banco do Brasil,
42:09o Santander,
42:10o Bradesco,
42:11os bancos privados,
42:12eles emprestam,
42:13costumam emprestar
42:14mais dinheiro
42:15do crédito livre.
42:17E foi no meu,
42:18durante o meu tempo,
42:19no Ministério da Agricultura,
42:21que eu,
42:23coloquei,
42:24fizemos aquela medida,
42:26aquela,
42:26aquela,
42:27o projeto de lei
42:29do agro,
42:31né,
42:31dos financiamentos,
42:33para quê?
42:34Os fiagros,
42:35os crás,
42:37os fiagros foi depois,
42:39mas foi,
42:40saiu daquela época.
42:41Já existiam os CPRs,
42:43a gente modelizou o CPR,
42:45porque o CPR é uma maneira
42:47do agricultor grande,
42:48principalmente,
42:49poder pegar o crédito
42:51e comprar semente,
42:54fertilizantes,
42:55enfim,
42:55defensivos agrícolas
42:56e poder plantar.
42:58Então,
42:58nós criamos
42:59essas outras alternativas
43:01de crédito,
43:02mas isso é um crédito livre,
43:04esse não é o crédito
43:05do plano Safra,
43:07né?
43:07Qual foi a minha,
43:08a minha,
43:09a minha fala
43:11sobre o plano Safra?
43:12É que misturaram tudo,
43:13puseram um crédito livre
43:14com o crédito do governo
43:15e aí ninguém sabe
43:16o que é nada,
43:17entendeu?
43:18Eu quero saber exatamente
43:19o que é de crédito
43:21livre do mercado
43:23e o que é crédito
43:25que veio
43:25do orçamento
43:27da União,
43:28né?
43:29Então,
43:30eu não acho
43:31que isso
43:32é ruim,
43:33isso é muito bom.
43:35Agora,
43:35o que precisa
43:36é a gente
43:38saber
43:38exatamente
43:39se esse dinheiro
43:40depois tem que ter
43:41o acompanhamento,
43:43que é isso que você
43:43me perguntou.
43:44como é que o Ministério
43:45sabe?
43:46Porque ele pode
43:47acompanhar.
43:48Quando eu falei
43:48que o dinheiro
43:49não estava chegando,
43:50que só chegou
43:5070% ou 80%,
43:53é porque às vezes
43:54existe um negócio,
43:55uma palavra que eles
43:56falam empoçamento.
43:58Às vezes um banco
43:59pega o recurso
44:00e ele não dá conta
44:02de emprestar
44:04para os seus clientes
44:06e ele fica com
44:06esse dinheiro empoçado
44:08em vez dele devolver
44:09o dinheiro
44:10para que ele seja
44:11remanejado
44:12para os bancos
44:13que estão precisando
44:14que emprestaram mais,
44:16porque isso é uma coisa
44:17dinâmica.
44:18Então,
44:18se eu tenho
44:19100 clientes
44:20e o outro tem
44:20120 e dos meus
44:22100 só 80 pegaram,
44:24eu tenho 20 sobrando
44:25que eu posso passar
44:26para outro banco
44:27fazer o direcionamento
44:30desses recursos.
44:31E aí o agricultor
44:33também não consegue pegar.
44:35Então,
44:36é isso que a gente
44:37precisa ter,
44:38um acompanhamento
44:40acompanhamento muito
44:42de perto
44:43para que esse dinheiro,
44:44já que ele não atende
44:46a todos,
44:47que ele consiga chegar
44:49100% até a ponta,
44:51até o produtor,
44:52que é ele que precisa
44:53desse dinheiro,
44:54afinal,
44:55para plantar.
44:55Os juros precisam
44:57ser mais baixos,
44:59o valor precisa ser maior,
45:01o recurso tem que chegar
45:03ao produtor.
45:04Mas o que pode ser feito
45:06efetivamente
45:07para que essas mudanças
45:08ocorram?
45:10A resposta de todas
45:11as fontes é unânime.
45:13Aumentar o investimento
45:15em seguro rural.
45:17Só assim o produtor
45:19se sentirá mais precavido,
45:21mais protegido
45:23e aí com as safras
45:24mais protegidas,
45:26isso pode render,
45:27inclusive,
45:28mais investimentos,
45:29mais retorno
45:30e fazer com que o plano safra
45:32realmente seja a política
45:34saudável
45:35para a qual foi criada.
45:37eu venho defendendo
45:39há algumas décadas
45:41a importância
45:42do seguro
45:42para a agricultura,
45:44mas ele é relativamente
45:45pequeno.
45:46A porcentagem
45:47da produção
45:47que é coberta
45:48com seguro
45:49no Brasil
45:50tem sido
45:51muito inferior
45:53a 10%
45:55da produção.
45:565,
45:576,
45:588,
45:58no máximo
45:5910
45:59e,
46:01na minha opinião,
46:02o seguro rural
46:04seria uma maneira
46:06para que o governo
46:07pudesse ampliar
46:09os recursos
46:10para o financiamento
46:12da agricultura.
46:13Então,
46:13se no Brasil
46:14a gente aumentar
46:15a área
46:17e o número
46:18de produtores
46:19segurados,
46:19nós temos condições
46:20de diminuir
46:22o custo
46:23do seguro
46:23agrícola
46:24e assim expandir
46:25ainda mais.
46:26E outro ponto,
46:28o que acontece
46:28no Brasil
46:29hoje
46:29é que
46:30quem usa
46:32seguro rural
46:33são aqueles produtores
46:34que estão
46:34nas áreas
46:34de maior risco.
46:36O que aumenta
46:38ainda mais
46:38o custo.
46:40Entendeu?
46:41Como os produtores
46:42acham que o custo
46:43é elevado,
46:44os produtores
46:44preferem correr
46:45o risco.
46:46Eu vi isso
46:47várias vezes,
46:48porque,
46:49inclusive,
46:50dirigiu uma das
46:51companhias de seguro
46:52agrícola do Brasil,
46:53vinculada ao Banco
46:54do Brasil,
46:55e eu vi
46:56várias vezes
46:57produtores
46:58dizendo que
46:58eu prefiro
46:59correr o risco.
46:59e alguns desses
47:00correram o risco
47:02e, infelizmente,
47:04tiveram seca,
47:05tiveram problemas,
47:06perdas elevadas.
47:08Eles dizem,
47:08eu vou correr o risco
47:09porque o seguro
47:10está muito caro.
47:11Relativamente
47:12é caro.
47:13Mas nós teríamos
47:14condições
47:14de baixar
47:15o preço
47:16do seguro
47:16agrícola.
47:17E, a meu ver,
47:19esse é um desafio
47:20que nós
47:21não soubemos
47:22ainda
47:23encontrar
47:24mecanismos
47:25para superá-lo.
47:27Na minha
47:29avaliação,
47:31o que acontece
47:31é o seguinte,
47:33a minha avaliação
47:34poderia ficar,
47:34como eu disse
47:35há pouco,
47:36ficaria,
47:37digamos,
47:37custos menores
47:38para o Tesouro
47:39Nacional.
47:40Porque toda vez
47:41que acontece
47:41uma crise
47:42na agricultura,
47:44há uma seca
47:44no Rio Grande do Sul,
47:45no Paraná,
47:46no Mato Grosso do Sul,
47:48enfim,
47:48ou um problema
47:49de mercado,
47:50caem os preços,
47:51o que acontece?
47:52Os produtores
47:53rurais se organizam,
47:55os seus representantes
47:56no Congresso Nacional
47:58se articulam
47:59e o governo
48:00acaba fazendo
48:01prorrogações,
48:03renegociações
48:04do crédito rural.
48:06E isso tem um custo
48:07elevado
48:08para o Tesouro Nacional.
48:10Tudo isso
48:10está contabilizado.
48:12E,
48:13em alguns anos,
48:14esses custos
48:15são na ordem
48:16de bilhões de reais.
48:18Essas prorrogações
48:20e renegociações
48:21oneram
48:21o Tesouro Nacional.
48:23E o Tesouro Nacional,
48:24por exemplo,
48:25que você não está colocando
48:26em torno de um bilhão
48:27de reais
48:27de seguro abrículo.
48:29Na minha opinião,
48:30eu devia colocar
48:30dez bilhões.
48:33Está certo?
48:34Mas poderia crescer
48:35lentamente,
48:36mas eu acho
48:37que se colocasse,
48:38por exemplo,
48:38cinco bilhões
48:39imediatamente,
48:41ficaria mais barato
48:42do que o risco
48:43que corre
48:44de algum problema
48:46e o governo
48:47sempre acaba
48:49refinanciando
48:50e prorrogando.
48:51Se você controlar,
48:52tiver,
48:53o seguro,
48:54implantado
48:55com um fundo
48:57de catástrofe,
48:58enfim,
48:59ele bem,
49:00ele com bastante
49:02solidez
49:03e bem incorporado
49:05e todo mundo
49:06fazendo o seguro,
49:08porque hoje
49:08o que acontece?
49:10Só faz seguro
49:10quem tem problema.
49:11O Rio Grande do Sul,
49:13todo mundo lá
49:13faz seguro.
49:14Agora,
49:15as empresas de seguro
49:16não vão subir.
49:17Eles não são
49:18empresas de,
49:20como é que chama?
49:23De benéritas,
49:25como é que eram?
49:26Eles não estão,
49:26eles estão aí
49:27para ganhar dinheiro,
49:28né?
49:28E eles ganham dinheiro
49:29como?
49:30Todo mundo fazendo seguro
49:32e eles tendo dinheiro
49:33para pagar
49:34aqueles que têm
49:35algum tipo
49:36de sinistralidade.
49:38Então,
49:38esse é o problema.
49:39Então,
49:40enquanto a gente não tiver
49:41isso muito bem estabelecido,
49:43nós vamos viver
49:44esse dilema.
49:44nós vamos depender
49:46da inflação,
49:47da política fiscal
49:49do governo
49:50de plantão.
49:53Enfim,
49:53então você nunca
49:54vai ter uma agricultura
49:56que tenha segurança
49:57e estabilidade
49:58para o agricultor.
49:59Então,
49:59eu acho que o agricultor
50:00a gente tem que
50:01todo dia agradecer a ele,
50:02porque ele é um corajoso.
50:04Ele tem uma indústria
50:05a céu aberto,
50:06que ele corre
50:07todo tipo
50:07de risco
50:09climático,
50:10de praga,
50:11de preço.
50:12Vai subir o diesel.
50:14ele não tem controle
50:15sobre nada,
50:16nem sobre o preço
50:17do produto
50:17que ele vai vender.
50:18Porque quem faz o preço
50:20é a Bolsa de Chicago,
50:22é o mercado internacional,
50:24é o mercado,
50:24se for feijão,
50:26é o mercado interno.
50:27Então,
50:27ele não tem controle nenhum.
50:29Então,
50:29ele vive
50:30numa corda bamba.
50:31Mas assim mesmo,
50:33a nossa agricultura
50:34ficou tão eficiente,
50:37tão profissional,
50:38que hoje
50:39é a atividade
50:40que tem puxado
50:42a economia brasileira,
50:43tem que carregar
50:44a economia.
50:45Importante,
50:46então,
50:46entender esse histórico
50:48e também como
50:49essa política foi
50:50e ainda é relevante,
50:52evidentemente,
50:52para o agro brasileiro,
50:54mas, claro,
50:54precisa de ajustes
50:56para se adequar justamente
50:57à nova realidade
50:59do setor.
51:00E falando
51:01em realidade
51:02do setor,
51:03os maquinários
51:04agrícolas
51:04são essenciais
51:06para manter,
51:06claro,
51:07a produtividade
51:07do agronegócio.
51:09O Plano Safra
51:10tem uma verba
51:11direcionada
51:12para o produtor
51:12investir nessa tecnologia.
51:15Mas será
51:15que é suficiente?
51:17A Camila Yunis
51:18ouviu especialistas
51:19em busca justamente
51:20destas respostas.
51:22Vamos acompanhá-la.
51:24A Safra 2526
51:26tem grande importância
51:27em diferentes setores
51:28do agronegócio
51:29e para os equipamentos
51:31agrícolas
51:32não é diferente.
51:33Para este ano,
51:34o governo federal
51:34ampliou de 50 mil
51:36para 100 mil
51:37o limite
51:38para compra
51:38de maquinários
51:39e equipamentos
51:40menores,
51:41com manutenção
51:42da taxa de juros
51:43de 2,5%.
51:45De forma geral,
51:46para as principais
51:47linhas de financiamento
51:48de máquinas,
51:49os juros variam
51:50entre 10 e 14%,
51:52total considerado
51:54elevado,
51:55mas ainda assim,
51:56mais barato
51:57do que é encontrado
51:58no mercado,
51:59de 20 a 22%.
52:01O Sindicato
52:02das Indústrias
52:03de Máquinas
52:04e Implementos
52:04Agrícolas
52:05no Rio Grande do Sul
52:06disse reconhecer
52:07o valor robusto
52:08de 516 bilhões
52:10de reais do plano.
52:11No entanto,
52:12afirma que o setor
52:13de máquinas agrícolas
52:14será diretamente
52:16impactado
52:16pela redução
52:17de 2 bilhões
52:19e 800 milhões
52:20na linha
52:21do Moderfrota.
52:22O programa
52:23de modernização
52:24da frota
52:25de tratores agrícolas,
52:26implementos
52:27e colheitadeiras
52:27foi criado
52:28em 1990
52:30pelo governo brasileiro,
52:32com o principal
52:32objetivo
52:33de ajudar
52:34a aumentar
52:35a produtividade
52:35no campo.
52:36O sindicato
52:37diz que,
52:38abre aspas,
52:39a linha
52:40que já era
52:40considerada
52:41insuficiente
52:42para atender
52:43a demanda
52:44ao longo
52:44de 12 meses
52:45sofreu
52:46um novo corte,
52:47acentuando
52:48a dificuldade
52:48de acesso
52:49ao crédito
52:50para a aquisição
52:51de tecnologia
52:52e renovação
52:53de equipamentos.
52:54Em relação
52:55ao ciclo anterior,
52:56o volume total
52:57de investimentos
52:58caiu mais de
52:595 bilhões
52:59de reais,
53:00o que representa
53:01um retrocesso
53:02para o setor
53:03industrial
53:03e para a
53:04competitividade
53:05da agricultura
53:06brasileira.
53:07Fecha aspas.
53:08O coordenador
53:09de agro
53:10da FGV,
53:11Guilherme Bastos,
53:12explica como funciona
53:13o Plano Safra.
53:14Existem várias
53:16linhas dentro
53:17do Plano Safra.
53:18O Plano Safra
53:19atende
53:20custeio,
53:21investimento
53:22e comercialização
53:24e comercialização
53:24e essas linhas
53:27são todas
53:28oferecidas
53:29ano após ano.
53:30Então,
53:30ele abarta
53:32todas essas
53:33modalidades
53:34e essas linhas
53:36de financiamento.
53:37O presidente
53:38da Câmara Setorial
53:39de Máquinas
53:40e Implementos Agrícolas
53:41da Abimac,
53:42Pedro Estevam Bastos,
53:44conta quais são
53:45as diferenças
53:46do Plano Safra
53:47empresarial
53:48e familiar.
53:49A gente vê
53:50uma diferença
53:50grande
53:51entre o familiar
53:52e o empresarial.
53:56Nitidamente,
53:57o governo optou
53:58por ter segurança
53:58alimentar
53:59e combater
54:00a inflação
54:02de alimentos.
54:02O Plano Safra
54:03do familiar
54:04veio bem,
54:06os juros
54:06praticamente não mudaram,
54:08ele aumentou
54:10até o acesso
54:10para a mecanização
54:12de máquinas agrícolas.
54:13Quanto ao Plano
54:13de Safra
54:14empresarial,
54:16ele basicamente
54:17deixou
54:19os valores
54:20mais ou menos
54:21iguais,
54:22ou seja,
54:22não aumentou pouco,
54:23especificamente
54:25em máquinas agrícolas
54:25e gastroarmazenagem,
54:28ele deixou
54:29quase o mesmo valor,
54:30no caso específico
54:31mais ainda
54:31de máquinas agrícolas,
54:33que é o Modern Frota
54:34e Modern Frota Programa,
54:35ele deixou basicamente
54:35igual e aumentou
54:37o juros em 2%.
54:38Pedro Estevam Bastos
54:39também detalha
54:40como é o processo
54:41de aquisição
54:42de maquinário
54:43utilizando o programa.
54:44O plano,
54:45ele contempla
54:48a indústria nacional,
54:49para você vender
54:50máquinas pelo plano
54:51Safra,
54:51seja a máquina,
54:52seja o silo,
54:53seja a irrigação,
54:55você tem que ter
54:55o conteúdo local
54:56e as máquinas
54:57tem que estar cadastradas
54:58o BNDES,
54:58o BNDES faz
54:59esse controle
55:00de conteúdo local,
55:01então é uma
55:02política pública
55:03já antiga,
55:03acho que desde 2000,
55:05que isso protege
55:06bastante a indústria nacional.
55:07O coordenador de agro
55:08da FGV,
55:09Guilherme Bastos,
55:10diz que a alta
55:11dos juros
55:12segue dificultando
55:13os investimentos.
55:14Essa taxa
55:15de dois dígitos,
55:17ela é muito,
55:21até é uma
55:22sinalização
55:22muito ruim
55:24para o setor
55:25como um todo
55:26para continuar
55:26fazendo esses investimentos,
55:28sabendo que são investimentos
55:30de longo prazo,
55:31de oito a dez anos,
55:34onde isso realmente
55:35não cabe muito,
55:37inclusive no retorno
55:39dessa atividade produtiva,
55:41é um financiamento
55:43com essa ordem
55:45de taxa de juros.
55:46Segundo o governo federal,
55:48o novo ciclo
55:48do plano safra
55:49traz medidas
55:50para facilitar
55:51a renegociação
55:52de dívidas,
55:53oferecendo aos produtores
55:55que enfrentaram
55:56dificuldades
55:56em safra anteriores,
55:58mais flexibilidade
55:59para reorganizar passivos
56:01e retomar
56:02o fluxo produtivo.
56:03E o nosso programa
56:05fica por aqui,
56:06mas continue conectado
56:08nas nossas redes sociais
56:09e também ligado
56:10na programação
56:11da Jovem Pan News.
56:13Muito obrigado
56:14pela sua companhia
56:15e até a próxima.
56:16Um grande abraço
56:17em todos.
56:17Hora H do Agro
56:31Hora H do Agro
56:34Oferecimento
56:35Consórcio Magi
56:37Volkswagen Caminhões e Ônibus
56:39Meteor da Volkswagen Caminhões e Ônibus
56:42Mas pode chamar de Meteoro da Paixão
56:44A opinião dos nossos comentaristas
56:47não reflete necessariamente
56:49a opinião do Grupo Jovem Pan
56:51de Comunicação.
56:56Realização Jovem Pan News
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