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  • 16/05/2025
No Visão Crítica, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues relembra a criação da Embrapa e seu papel na transformação do agro brasileiro. Segundo ele, o Brasil precisava garantir soberania alimentar e investiu pesado em ciência e inovação, formando uma elite técnica no campo.

Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/zqAwLUFBpck

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Transcrição
00:00É interessante a questão da Embrapa, que o conceito da Embrapa foi um conceito que é diferente de uma universidade.
00:08Uma universidade você tem no mesmo instituto a diversidade.
00:12A diversidade e independência de pesquisa.
00:16Eles focaram em centros, é o centro do algodão, é o centro do milho, é o centro da soja, é o centro da...
00:22Cada um deles só pensando naquilo.
00:25Mas não é só pensando naquilo do ponto de vista agronômico.
00:28Ele tinha sociólogo, ele tinha economista, ele tinha comunicador.
00:32A pesquisa em si não adianta nada, se ela não for aplicada.
00:37Então, esse conceito da forma como organizar, ela chegou a ter quase em torno de mil PHDs na década de 70.
00:45Vamos pensar o que é a universidade.
00:48Mil PHDs basicamente formados, quase todos nos Estados Unidos, que davam mais oportunidade,
00:52mas dos grandes centros de pesquisa agrícola, e que elas trouxeram e conseguiram fazer essa transformação.
00:59E chegar ao campo.
01:00Não era uma pesquisa empírica que se perde.
01:03A universidade faz muito isso.
01:04Ela não consegue transformar a pesquisa, a pesquisa científica em tecnologia.
01:11A Embrapa estava focada na tecnologia, mas uma tecnologia que fosse aplicada.
01:14Por isso ela precisava de economista, porque não adiantava desenvolver uma semente bonita,
01:19mas que não era econômica.
01:22Ou não adiantava fazer isso se não conseguia comunicar isso ao campo,
01:25que não é fácil o agricultor adaptar isso.
01:27Então, houve uma visão assim de...
01:30O professor Pastore foi muito importante.
01:34O Celso Pastore.
01:35Ele liderou o Zé Pastore.
01:37Ele foi muito importante nisso.
01:38E, na verdade, o conceito da Embrapa...
01:42Só esclareça para o grande público.
01:44O Afonso Celso Pastore ou o Zé Pastore?
01:46Zé Pastore.
01:46Zé Pastore.
01:47Que é a economia e sociologia.
01:49O sociólogo Zé Pastore.
01:53Você pega nos anais, nas histórias, ele foi um pouco idealizador da forma de organização,
01:59de fazer a universidade em Embrapa.
02:02Acho que ele teve um papel fundamental.
02:04Mas eu acho que isso aqui, que na verdade transformou, a indústria nunca teve isso.
02:08É verdade.
02:08Porque a indústria, o problema da indústria é que você cria um produto e ele não é um bem público.
02:14Ele é um bem privado.
02:16E lá, a Embrapa, foi criando produtos bens públicos.
02:19Aquelas sementes, aquilo...
02:20Ela não tinha um espírito comercial, ela tinha um espírito público.
02:23Então, foi criando produtos públicos para a sociedade.
02:27Quer dizer, isso teve...
02:28Isso foi o...
02:29Eu acho que tudo que o Estado podia ter feito sem Embrapa, eu acho que ela teria se frustrado.
02:34Por favor.
02:35Acho que tem um tema que o Lula colocou que é muito importante.
02:38Quando a Embrapa foi criada, em 1973, nós importávamos 30% da comida consumida no Brasil.
02:46É verdade.
02:47Os governos da época falaram, não é possível fazer esse tamanho, importar comida, é um absurdo.
02:51Então, precisa revolucionar isso aí.
02:53Vamos fazer...
02:53Precisa pesquisa, precisa ciência.
02:55Precisa dominar os errados.
02:56Criou-se a Embrapa.
02:58Três homens.
02:59Sidney Lima, Pastore e Eliseu Alves, que vinha nos Estados Unidos, onde se fez o doutorado nos Estados Unidos.
03:06Criaram a Embrapa no final do governo Médici, mas o Sidney acabou brigando com o governo, brigou com o Delfim, saiu do governo.
03:13E aí, a Embrapa ficou parada.
03:15Em 1974, entrou o Geisel e o Paulinelli virou o ministro e tocou a Embrapa para frente com todo mundo nessa fã.
03:22Mas o que eu acho fundamental aqui, para a gente lembrar, é o seguinte.
03:24Quando Cirne, Pastore e Eliseu Alves montaram a Embrapa, tinha um ideal, um ideal patriótico, nacionalista.
03:37Não é possível esse país importar comida.
03:39Nós temos que ter um país autosuficiente.
03:41Era um entusiasmo, um projeto idealista.
03:46Isso contaminou, contagiou todo mundo, os mil pesquisadores, funcionários.
03:50Então, a Embrapa surgiu do bordo do entusiasmo pelo crescimento no Brasil.
03:54Isso que o Luan está dizendo é exatamente isso.
03:56As pessoas foram lá para o centro de soja, lá, o centro de trigo, o centro de cacau,
04:01e montaram uma coisa com patriotismo, pensando em abastecer o Brasil.
04:07Ele está certo em garantir a população, a sofrer a população.
04:10E com a segunda visão, que é exportar.
04:14E conseguimos as duas coisas.
04:16E se engatou naquele slogan que o Delfim cunhou, né?
04:19Exportar é o que importa.
04:20Porque, no fundo, a Revolução Agrícola, a agricultura, ela tinha naquele momento,
04:27nos anos 70, dentro do modelo do milagre brasileiro, a agricultura tinha vários papéis naquele momento.
04:36Ele tinha que produzir.
04:37Alimento barato para o trabalhador.
04:39Isso segurava o salário.
04:41A cesta básica.
04:42Ela tinha que gerar divisas por processo de substituição de importações.
04:47Ela tinha que ser mercado para a indústria nascente.
04:50E ela tinha que gerar matérias-primas para a indústria, como algodão, essas coisas.
04:54Então, essa era uma visão e que conseguiu.
04:57Quer dizer, ela conseguiu cumprir esse papel.
05:02E sustentou.
05:03Não foi um caminho tranquilo.
05:08Não, foi difícil.
05:08Ele foi conturbado, muito conturbado.
05:13E eu acho que é interessante, porque a gente sempre fala da agricultura e do agronegócio,
05:18mas é importante a gente diferenciar a agricultura brasileira do agronegócio.
05:23Nós temos 5 milhões de propriedades agrícolas, no último censo.
05:29Esse mundo do agronegócio deve ser o quê?
05:31300, 400 mil propriedades.
05:33Um milhão.
05:34Seja um milhão.
05:35No mercado, um milhão.
05:36Um milhão.
05:36Tem 4 milhões de pessoas e agricultores no Brasil, que tem quase 20 milhões de pessoas,
05:42que vivem ainda os anos 50.
05:45Sim.
05:46E a maior parte da renda deles ainda deriva de outras atividades que não é agricultura.
05:50É a Bolsa Família, programas de apoio, que felizmente existem, senão eles iriam para a cidade.
05:57Ou algum tipo de trabalho no campo.
06:00Mas esse lado, o milhão, é muito moderno.
06:05É muito moderno, competitivo, eficiente, tocado por empresários que estão ligados no mundo,
06:13não fazem negócio aqui, estão ligados no mundo, estão na última tecnologia.
06:17E espero que não se perca esse ímpeto de tecnologia.
06:23Talvez o ano passado, o ano passado foi um ano difícil, não é?
06:27O ano passado foi um pouco...
06:28Seca, geada.
06:29Seca, de viagem e aumento de custos com a guerra.
06:31Eu só queria acrescentar, antes de passar para vocês, é uma só uma...
06:36Esses quatro pontos, se eu não me engano, que o professor Francisco Lund identificou,
06:40eu acho que, não sei se seria um quinto, a questão geopolítica, de ocupação territorial,
06:43porque era um vazio, e não era de hoje, basta lembrar a dificuldade na guerra do Paraguai
06:51de chegar por terra, lembrar a retirada da laguna lá do Viscontonei, a dificuldade para
06:56chegar ao Paraguai.
06:58E isso nós estamos falando na segunda metade do século XIX.
07:01E pela primeira vez, uma economia, e isso que é uma coisa sui generis, tão distante
07:07do litoral, tão dinâmica economicamente e vinculada à economia internacional.
07:13Então, é um caso realmente de estudo.
07:16E aí, quando o senhor lembrou, o professor Roberto Rodrigues, essa saga, que é uma saga
07:20que precisa ser contada, porque é uma saga de quem se deslocou muitas vezes sem nada,
07:25que vendeu a sua terra, geralmente porque a família cresceu, não era suficiente para aquela
07:30família substia ali no Rio Grande do Sul, no Paraná, Santa Catarina, e vai com a cara
07:34e com a coragem para o Mato Grosso, antigamente era um só Mato Grosso, depois virou Mato Grosso
07:38do Sul, Goiás, Tocantins, e segue a vida, é uma coisa assim.
07:43Mato Piba, hoje.
07:44Sim, sim, Mato Piba, sim, lembrar, claro.
07:47Quem imaginaria que aquela região oeste da Bahia, além do São Francisco, onde é Luiz
07:52Eduardo Magalhães, se desenvolvesse daquela forma.
07:54O antigo Mimoso do Oeste.
07:55Sim, e aquela parte antes era pertencer a Pernambuco, só depois da rebelião de 1800
08:00em 2017, passou para bem isso, o professor Luna, que é nosso grande especialista,
08:05veio no Peio do Lembro.

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