No programa Visão Crítica, especialistas discutiram como o Brasil se tornou potência agrícola mesmo sem realizar uma ampla reforma agrária. O debate abordou o papel do Estado, políticas públicas, avanço tecnológico e o impacto da concentração de terras na produção rural.
Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/zqAwLUFBpck
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04:33Explique para nós, sinteticamente, como é que foi o início do programa do Proalco
04:38na metade dos anos 70 no Brasil.
04:40Eu tive uma participação bem modesta, mas alguns líderes, como o Lamartine Navarro,
04:51a própria família Biage, Luiz Lacerda Biage, e outros importantes usineiros também.
04:58Cícero Junqueira.
04:59Cícero, estou esquecendo do grande Cícero Junqueira, da usina,
05:04que depois virou, hoje é Dubinho, esqueci o nome da... Vale do Rosário.
05:09Vale do Rosário.
05:09Vale do Rosário.
05:10Então, obrigado, professor, bem lembrado, o grande Cícero.
05:14Então, viabilizou, em função também da crise do petróleo,
05:18viabilizou este programa que foi fundamental para a expansão do setor, né, Canavieiro?
05:24Foi fundamental, inúmeras usinas e destilarias de álcool.
05:30O problema é que houve na partida, e aí nós ajudamos, nós que eu digo,
05:35Zanini, Dedini, eu fui diretor de projetos especiais da Zanini, né?
05:39E nós chegamos à conclusão que os agricultores, os donos de fazenda,
05:45que sabem plantar cana e sabem a parte agrícola, tinham problema da parte industrial.
05:53E também um volume de investimento, né, ministro Rodrigues, muito alto.
05:58E nós fizemos alguns projetos que eram joint ventures.
06:03Quer dizer, a Zanini e outros produtores de equipamentos entravam com os equipamentos e ficavam sócios da usina, do empreendimento.
06:12Isso viabilizou alguns projetos, não todos, mas deu um arranque bom, né?
06:17E nesse processo, o professor Luna e mesmo o doutor Roberto Olímpico estava falando da questão da renda no campo, né?
06:28Permitiu que a agricultura acelerasse o processo de mobilidade social.
06:33Eu vou dar um exemplo aqui, real.
06:35Eu fui sócio de duas usinas, com os Biagi e com a Zanini, e um dos sócios meus era um líder de Boia, naquele tempo, de Boia Frias.
06:48Ele foi contratando, contratando, e tinha uma empresa de mão de obra.
06:52E com isso, Pedro, aqui faço até uma homenagem, ele já é falecido,
06:56Pedro Estadiotti, um menino pobre, pobre de Marré-de-Si, foi acumulando, foi acumulando, foi do nosso sócio no Mato Grosso do Sul, em Rio Brilhante.
07:07Depois foi tanto desenvolvimento que virou Nova Alvorada do Sul, né?
07:11Então, a agricultura e no bojo do próprio Proalco permitiu um movimento de mobilidade social no campo.
07:18se fizeram fortunas de pessoas de origem muito humilde que, na agricultura, não é, doutor Roberto?
07:26Fizeram fortunas.
07:27Também o movimento, com a abertura do Cerrado, etc., e a Embrapa é fundamental,
07:33inúmeros agricultores do Sul migraram para o Cerrado, etc.
07:41E aí, expansão da produtividade e também fortunas se fizeram, não são poucas.
07:50Claro, de dimensão média, de não, mas alguns impérios, inclusive, né?
07:56Então, a agricultura possibilitou, agora, o papel, eu lembro da fazenda que eu herdei do meu avô,
08:03uma parte pequena tinha uma mancha boa de terra, o resto era um, vamos dizer, um areião.
08:09E foi viabilizado por uma variedade desenvolvida pela Embrapa, a SP-7143,
08:16que, praticamente, exagerando para os nossos telespectadores entender,
08:20é, praticamente, você pode plantar cana na areia de praia, se jogar água.
08:24Estou exagerando, né?
08:25Mas, então, viabilizou N empreendimentos com terras até mais fracas, entendeu?
08:31Então, a Embrapa, não é, doutor Rodrigues, foi fundamental.