- 26/07/2025
No "Ações e Cotações" dessa semana recebemos Roberta Paffaro, Mestre em Agronegócio pela FGV e especialista em gestão de risco em commodities agrícolas, para analisar as cotações e o que esperar dos preços na próxima semana. Descubra as perspectivas para o setor e, principalmente, que planos de ação o produtor rural pode desenvolver para se proteger da volatilidade do mercado neste cenário desafiador.
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NotíciasTranscrição
00:00Ações e Cotações
00:03Para conversar conosco, eu recebo aqui no estúdio a Roberta Páfaro.
00:09Ela é mestre em agronegócio pela FGV, especialista em gestão de risco em commodities agrícolas.
00:15Muito obrigada, bem-vinda, Roberta.
00:17Você acompanha muito o agro, então é muito rico ter você aqui presencialmente com a gente. Obrigada.
00:23Muito obrigada, eu que agradeço o convite. Sempre um prazer estar aqui com vocês.
00:27A gente está num momento, num contexto e que tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.
00:34Você acabou de falar nos bastidores aqui uma frase que eu queria começar, então, por ela,
00:38que você falou que é um momento de incertezas e essa incerteza também é precificada.
00:44Queria que você compartilhasse um pouquinho com a gente.
00:47Então, como que você tem olhado para essa dinâmica de tarifaço?
00:53Mas, para além disso, como que a gente consegue afunilar esse assunto
00:57olhando, pelo menos nessa primeira pergunta, para soja e milho?
01:01Porque tem se falado muito de suco de laranja, carne bovina, café.
01:05Óbvio que a gente precisa manter atenção nisso,
01:08mas a gente não pode esquecer que a safra de milho está aí, né?
01:11Assim, a colheita aconteceu.
01:13A gente tem essas questões de armazenagem que também são sempre complicadas todos os anos.
01:20Isso também é uma incerteza, isso também é precificado.
01:22Então, eu queria entender um pouquinho, a princípio, como que você tem olhado hoje
01:26esse ambiente de soja e milho, comercialização, olhando para o Brasil?
01:30Quando a gente enxerga esse momento, a gente tem que avaliar o risco.
01:36Então, qual que é o risco?
01:38Como a gente precifica esse risco?
01:40Ou como a gente identifica esse risco para poder precificar melhor as nossas commodities?
01:44Então, diante do tarifácio, temos um impacto, sim, mas a gente pensa além.
01:51Então, vamos abrir novos mercados.
01:53Quando a gente olha para a China, a China, na Ásia, principalmente, é o nosso maior mercado.
01:59Para a soja, basicamente, a gente exporta 80% de toda a soja que a gente produz.
02:04Grande parte, ou a maioria, vai para a China.
02:08A gente está vendo os Estados Unidos, eles estão fazendo acordos,
02:12como fizeram recentemente com o Japão.
02:14Então, eles estão se aproximando ali da Ásia.
02:19Qual que é o risco disso para a gente?
02:21É realmente, porque os Estados Unidos, eles são os principais competidores nossos,
02:25em termos de soja e milho também.
02:28Então, como é que a gente enxerga isso?
02:31Porque hoje analisamos muito café, suco de laranja, carne bovina.
02:36Os primeiros, os produtos mais impactados,
02:39se tivermos realmente o tarifácio,
02:42que tomara que a gente consiga chegar em um acordo.
02:45Essa situação antes de melhorar um pouquinho.
02:48Mas, se não conseguirmos,
02:50hoje somos dependentes de China quando falamos de soja.
02:54Quando falamos de milho,
02:55temos a possibilidade,
02:57diante de todo esse tarifácio e impacto,
03:01de abrir mercado também para o México,
03:03como aconteceu lá atrás na guerra comercial.
03:05Então, essa conversa com o México de abrir e exportar também milho e soja para o México,
03:13principalmente milho,
03:14para eles que ainda não conseguem,
03:15não são autossuficientes ali naquela região de produção de milho.
03:19E aí, pelo que você tem acompanhado, então, de mercado,
03:23até a gente ouve muito o próprio ministro, Carlos Fávaro,
03:28há muitos meses, não só agora, diante desse tarifácio,
03:31mas ele vem falando muito dessa importância de abertura de novos mercados,
03:35o governo federal tem se valido muito desse discurso.
03:38Você vê isso acontecendo neste momento, por exemplo,
03:42e olhando, por exemplo, para México?
03:44É um momento muito delicado.
03:47A diplomacia brasileira está tentando lidar com essa situação.
03:51Por exemplo, os Estados Unidos, eles não têm uma embaixada no Brasil,
03:54então, isso dificulta ainda mais essa negociação.
03:57A gente sabe que tem um aspecto político diante disso também.
04:00Então, é um momento em que a gente tem que atravessar
04:05de uma maneira muito diplomática,
04:08sem tentar trazer nem...
04:09Alteloso.
04:10Alteloso, nem um outro ruído.
04:13Eu acabo brincando, fazendo até uma analogia,
04:16no sentido de que nós somos um trator aqui
04:18e eles lá realmente têm aquela máquina que é silenciosa no campo.
04:23Então, acho que a gente não pode fazer muito barulho aqui.
04:25A gente tem que tentar se equiparar realmente nesses tratores.
04:30Vamos ficar silenciosos e vamos tentar fazer essa negociação da melhor maneira.
04:36Temos uma safra de milho chegando.
04:39O que eu acho muito positivo e interessante é que a demanda interna por milho
04:43está aumentando, principalmente com as fábricas de etanol de milho,
04:48indústria de etanol de milho.
04:50Então, a gente tem aí uma previsão de cerca de absorver basicamente
04:5520 milhões de toneladas esse ano.
04:58Então, de acordo com a BIOV, de acordo com a Abramilho,
05:02que também estão desenvolvendo estudos nesse sentido.
05:05Então, o mercado interno pode ser mais atrativo.
05:09Lógico, em termos de precificação,
05:11quando a gente olha para fora,
05:12as commodities, de uma maneira geral, elas são precificadas em dólar.
05:17Então, tem o peso da moeda.
05:19Então, quando a gente vai fazer uma conversão para cá,
05:21quando a gente tem uma desvalorização do real,
05:23quando a gente exporta,
05:25nos tornamos mais competitivos
05:26e também revertemos mais reais por saca de soja ou de milho.
05:32Mas a gente está suscetível agora ao que vem adiante,
05:36como vão ser essas negociações
05:38e também essas negociações dos Estados Unidos com outros países
05:42que podem fornecer esse tipo de grão.
05:44Então, os grãos que temos aqui.
05:46É um quebra-cabeça, né?
05:47Com muitas peças que está difícil de encaixar.
05:50A gente espera que encontre esse caminho.
05:53Agora, falando ainda sobre soja e milho, é isso.
05:56A gente não pode esquecer que todo ano
05:58ainda tem a questão de armazenagem,
06:02que é um ponto crítico no Brasil.
06:04Sempre essa questão de vender a soja que está estocada
06:09porque o milho está chegando e precisa de espaço para guardar também.
06:13Hoje, como você está avaliando essa situação
06:16dentro desse contexto geopolítico?
06:18Ficou ainda mais grave?
06:20Quem está com essa soja guardada
06:22tende a vender por uma questão de cotação
06:26olhando para esse mercado?
06:28Ou vai vender porque o milho está chegando?
06:30Ou não vai vender porque é estratégico estocar?
06:32Queria entender um pouco como você está avaliando nesse sentido.
06:35Porque é isso.
06:36A gente está começando a safra 25, 26
06:38e junto com começos de safra
06:40sempre tem essa questão de soja e milho
06:42nos galpões aí, né?
06:44Para quem estoca.
06:46Muito bem colocado.
06:47Inclusive, a gente está com um frete altíssimo.
06:50Agora, o frete e esse frete, ele desconta,
06:52tem um desconto direto na saca final
06:55quando o produtor vai negociar.
06:57Então, para o produtor,
06:58vai ter um desconto maior nesse momento.
07:00A armazenagem é outro ponto muito significativo para a gente.
07:05Então, nesse sentido,
07:07a gente não tem espaço suficiente
07:09para armazenar as duas safras.
07:11O que sobrou ainda da soja e do milho.
07:14Agora, acompanhamos a safra dos Estados Unidos.
07:17Então, eles estão ainda com alguma previsão
07:20de algum problema climático,
07:22mas, a princípio,
07:24ela vem uma safra cheia e vem uma safra muito boa.
07:26Está avançando nesse sentido.
07:28Então, teremos uma oferta maior
07:30e teremos uma demanda que ainda é incerta
07:35diante de toda essa dificuldade.
07:37China, que é o nosso maior mercado,
07:38a China já não está consumindo tanto.
07:40A China já chegou no limite do que ela poderia comprar.
07:43Então, aí a importância de também buscarmos outros mercados.
07:47De novo, o preço não é tão importante.
07:50A gestão, a gestão de custos,
07:54a margem é o mais importante.
07:57Então, vamos olhar para a margem,
07:58vamos entender como é que a gente pode negociar.
08:01Negociar futuro, negociar no mercado futuro,
08:04fazer um barter,
08:06principalmente agora na aquisição de fertilizantes,
08:08avaliar essa moeda de troca,
08:10de acordo com quando a gente faz essa análise
08:12entre o grão e o fertilizante,
08:14até porque o fertilizante, vindo de fora...
08:17Também está nesse momento crítico de valor, né?
08:20Exato, custo em dólar.
08:22Então, a gente pode receber mais reais por saca
08:25quando a gente tem uma desvalorização do real,
08:27mas, ao mesmo tempo, o nosso custo é em dólar.
08:29Então, o momento é de cautela
08:32e o momento é de gestão de riscos.
08:36Então, avalie esse risco.
08:37O importante, isso não só para o produtor,
08:40mas toda a cadeia do agro.
08:42Digo para a indústria também avaliar.
08:44Então, para quem está comprando o milho, por exemplo,
08:46para o etanol de milho,
08:47para quem está comprando o milho,
08:49justamente como ração para a indústria,
08:52porque, senão, a gente vai ver amanhã
08:53e é algo que a gente não pensa,
08:55mas se não tem essa gestão de riscos lá,
08:57identificar e o que pode fazer,
08:59as ferramentas que podem ser utilizadas,
09:02isso quem paga lá na frente é a gente também.
09:04Porque, por exemplo, se o milho não é,
09:07desde a base, desde a produção,
09:10dentro da indústria, transformado em ração,
09:13isso vai aumentar o custo, por exemplo,
09:14de um próprio frango quando a gente for comprar.
09:18Porque o frango, basicamente,
09:19o custo dele é 60% o milho.
09:22Então, a gente acaba pagando mais caro também.
09:25E essa incerteza, ela traz um momento de necessidade,
09:30de revisão de custos,
09:32entender o que deve pagar ou não,
09:34até porque os juros estão muito altos,
09:36o crédito já não está tão disponível.
09:38Então, como é que a gente pode fazer uma administração
09:42para que os médios produtores,
09:45as cooperativas médias,
09:46para que elas possam passar por esse momento
09:48de incerteza, garantindo a margem.
09:52E você está falando dessa questão de gestão de risco
09:55que a gente vê que, obviamente, é super importante,
09:57sempre foi, está cada vez mais importante
10:00pela complexidade que o agronegócio tem se tornado,
10:03olhando para mecanismos financeiros,
10:05para essa questão geopolítica,
10:07pela própria capacidade do produtor rural
10:09de ampliar a sua produção e as suas culturas,
10:13faz soja, faz milho,
10:15depois ele vai fazer sorgo,
10:17ele vai colocar outras culturas ali dentro desse Tetris.
10:22O que você aconselha para o produtor rural?
10:26Porque você falou, por exemplo, de cooperativas médias
10:29ou de quem está comprando para esse produtor rural,
10:33que muitas vezes fornece para cooperativas
10:37ou que, enfim, fornece de forma pulverizada,
10:40ele vende um pouco para um,
10:41vende um pouco para outro,
10:42às vezes já faz barter,
10:44vai pensar em estocar.
10:46O que você daria de dicas
10:48em relação a essa gestão de risco?
10:52Quais que seriam, pelo menos,
10:53as três primeiras lições de casa,
10:56para a gente ajudar o produtor que nos assiste?
10:59Olha, eu vou te contar algo.
11:00Quando eu era pequena,
11:02o meu avô, ele tinha um sítio
11:05e muitas vezes ele falava assim,
11:06Roberta, vai buscar os ovos.
11:09Eu era pequena e ia buscar os ovos.
11:11E ele falava,
11:11mas não coloque todos os ovos numa cesta só.
11:16E na época, você começa a pensar,
11:19por que não?
11:20Porque se eu cair, todos os ovos vão quebrar.
11:23Se eu tropeçar.
11:24Então, essa é a dica.
11:26Acho que é o primeiro ponto.
11:27Não coloque todos os ovos numa cesta.
11:31Diversificação.
11:32Diversifique.
11:33Identifique os riscos e diversifique.
11:35O meu maior risco agora é o risco cambial?
11:38Então, eu vou fazer uma trava no risco cambial.
11:41Vou fazer uma...
11:42Eu tenho uma dívida.
11:44Eu tenho agora...
11:45Eu acabei de vender o milho à vista.
11:48Eu tenho uma dívida?
11:50Seria melhor eu quitar essa dívida
11:51por conta dos juros?
11:53E aí eu posso fazer um barter
11:55que eu vou conseguir o fertilizante?
11:57Porque a gente já está olhando
11:57para a próxima safra.
11:59A gente já começa agora
12:00a fazer esse planejamento.
12:01Sem dúvida.
12:01E a gente vê que, por exemplo,
12:02no Mato Grosso mesmo,
12:04eles também estão atrasados
12:05com relação à compra de fertilizantes.
12:08Então, como é que a gente consegue
12:10planejar isso?
12:11E essa incerteza,
12:12esse fertilizante que vem de fora,
12:14porque a gente importa basicamente 80%,
12:16ele é precificado também em dólar.
12:18E vem de regiões que estão em conflitos, né?
12:20Exatamente.
12:21A gente vem trazendo isso no programa aqui também.
12:23Rússia, Ucrânia, Irã.
12:24Esse, na verdade,
12:26essa recessão geopolítica.
12:27Vamos falar que essa recessão geopolítica
12:29tem várias implicações.
12:31As taxas podem implicar também
12:33no comércio internacional
12:35e afetar o crescimento da economia global.
12:38E quando você afeta
12:39o crescimento da economia global,
12:41reflexo qual que é?
12:43Uma demanda mais baixa de alimentos.
12:46Porque uma demanda
12:46não vai ter o fluxo que tem.
12:48Então, no momento,
12:49quando você pediu três pontos,
12:52diversificação.
12:53Primeiro, identificar os riscos.
12:55Quais são os meus riscos?
12:57O meu risco é o climático.
12:59O meu risco é a tarifa do Trump
13:02que pode deixar o meu produto
13:04menos competitivo
13:05diante de outros países,
13:06até porque se ele fizer
13:07algumas outras negociações,
13:09a gente pode ter algum impacto nisso também,
13:11que não estamos falando em milho e soja,
13:13mas existe a possibilidade.
13:15Como vimos com o Japão,
13:16que ele acabou de falar
13:17que o Japão vai comprar
13:18mais grãos dos Estados Unidos.
13:21Sim, sim.
13:22Então, primeiro passo
13:24é realmente identificar os riscos.
13:28Qual que é o meu risco maior?
13:30O quanto custa para eu produzir
13:32ali uma saca de soja?
13:35Vamos avaliar esses custos.
13:36Precificar esses custos.
13:37Precificar esses custos.
13:38Olhar para isso.
13:40Identificar esses riscos.
13:42Se proteger.
13:43Então, qual que é o maior risco?
13:45O meu maior risco é o cambial?
13:46O meu maior risco é o climático?
13:48O que eu posso fazer com isso?
13:50O meu maior risco ainda não tem condição
13:51de eu utilizar nenhuma tecnologia
13:53que vai me ajudar com relação a isso?
13:55Tudo bem.
13:56Olha, então, esse risco
13:57eu tenho que deixar em aberto,
13:59mas qual que é a outra possibilidade?
14:01Então, identificou esses riscos?
14:04E não é aquela.
14:05Seja proativo, não reativo.
14:07Então, vá até lá.
14:09Identifique.
14:10Busque um consultor.
14:11Busque alguém que possa te ajudar
14:14realmente nesse sentido
14:15a identificar
14:16e fazer um planejamento estratégico
14:18para isso.
14:19Quem conseguir fazer isso
14:20realmente vai passar
14:21por esse momento de incerteza
14:23garantindo as margens
14:24e garantindo
14:25a própria...
14:27o próprio manutenção
14:30e, enfim...
14:31Sustentabilidade do negócio.
14:32Sustentabilidade do negócio.
14:33E, de novo,
14:34não tem almoço grátis.
14:36É algo que se fala muito, né?
14:37Não tem almoço grátis.
14:39Então, tudo tem um custo.
14:40Então, vamos avaliar
14:42qual custo é importante
14:43agora para a gente.
14:45Esse custo que amanhã
14:46pode virar um benefício
14:47e mantê-lo no mercado.
Recomendado
10:36
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