- anteontem
Meio-dia em Brasília traz as principais informações da manhã e os debates que vão agitar o dia na capital federal e do mundo.
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NotíciasTranscrição
00:00O site mais vigilante do Brasil cresceu, ganhou prêmio, virou portal e agora está de cara
00:17nova, mantendo e fortalecendo a sua essência de vigiar o poder, seja ele qual for.
00:23O antagonista expande seu conteúdo de jornalismo independente, estreia programas e editorias,
00:28multiplica análises nacionais e internacionais com novos colunistas e aprofunda a cobertura
00:34dos fatos com um visual mais leve e prático para você se informar diariamente e refletir
00:39ainda melhor sobre o mundo real e o rumo dos acontecimentos.
00:44Quer também uma opção para o fim de semana?
00:46Toda sexta-feira, uma edição repaginada da revista Cruzoé traz dicas de cultura e crônicas
00:52irreverentes, além de artigos e reportagens especiais sobre os principais assuntos da atualidade.
00:58Vamos juntos furar as bolhas de desinformação e propaganda para expor a realidade como ela é.
01:06Nunca foi tão fácil entender o que está acontecendo.
01:09O antagonista.
01:10Jornalismo.
01:11Vigilante.
01:12Olá, muito boa tarde.
01:30Hoje é sexta-feira, dia 15 de novembro de 2024.
01:35Começa mais uma edição do seu meio-dia em Brasília.
01:38Vamos falar no programa de hoje ainda sobre as repercussões das explosões lá na Praça
01:44dos Três Poderes.
01:45Vamos falar também sobre a PEC da 6x1, 6 dias de trabalho por 1 de folga.
01:52Temos uma entrevista com o deputado Kim Kataguiri para falar sobre esse assunto.
01:55E também sobre o futuro do MDB com o prefeito reeleito de Porto Alegre, Sebastião Mello.
02:02Esse é o seu meio-dia em Brasília, que começa agora, ao vivo, diretamente aqui da capital
02:06federal.
02:07Matheus, solta a vinheta.
02:09O resumo do meio do dia para você ficar por dentro de tudo o que acontece no país.
02:16Deixa eu começar esse programa te pedindo.
02:18Deixa o seu like, assine as notificações, compartilhe o nosso conteúdo.
02:22A sua participação e o seu engajamento são extremamente importantes para todos nós.
02:27Deixa eu falar um pouco agora sobre as repercussões ainda daquelas explosões que ocorreram lá
02:34na Praça dos Três Poderes.
02:36Os integrantes do Supremo Tribunal Federal se manifestaram sobre isso, já dando aí um indicativo
02:42de que vão usar o episódio sim.
02:44Vão utilizar o tiozão do Zap, a pessoa que infelizmente faleceu nesse episódio, como
02:52uma espécie de bote expiatório, para atacar e para ser mais, para que eles tenham uma
03:00atitude mais rigorosa em relação a integrantes da direita, principalmente o ex-presidente
03:04Jair Bolsonaro.
03:05Matheus, solta por gentileza aí a manifestação do ministro Gilmar Mendes.
03:09A instituição histórica dos últimos acontecimentos nacionais demonstra que o ocorrido na noite
03:15de ontem não é um fato, infelizmente, não é um fato isolado.
03:21Muito embora o extremismo e intolerância tenham atingido o paroxismo em 8 de janeiro de 2023,
03:29a ideologia rasteira que inspirou a tentativa de golpe de Estado não surgiu subitamente.
03:35Pelo contrário, o discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação
03:41foram largamente estimulados no governo anterior.
03:47Fruto de um sectarismo infértil, o radicalismo político graçou nas eleições de 2018, em
03:55uma campanha caracterizada pela ampla utilização das redes sociais para difusão de ódio, ataques
04:01pessoais e fake news.
04:03Com o encerramento das eleições e a instalação de um novo governo em 2019, essa estratégia
04:11influenciou não apenas a comunicação oficial do Palácio, do Planalto, como também o discurso
04:17dos apoiadores, que radicalizaram o debate político mediante criminalização da oposição,
04:25desprezo à alteridade e ataques sistemáticos às instituições de controle que cerraram
04:31fileiras contra essas práticas, como a justiça eleitoral e a Suprema Corte.
04:38Símbolos e feriados nacionais foram sequestrados com objetivos eleitorais, a ponto de, em 2021,
04:46a comemoração do 7 de setembro ter sido utilizada para a realização de ameaças ao tribunal,
04:54como lembrou ontem o ministro Luiz Fux.
04:57Não foram raras as manifestações públicas organizadas e fomentadas por apoiadores do ex-presidente
05:04da República para questionamento da confiabilidade das urnas eletrônicas e da justiça eleitoral.
05:11Um movimento que escalonou progressivamente, conforme as pesquisas de opinião apontavam
05:17as chances concretas de vitória eleitoral do candidato de oposição.
05:23Em todas essas manifestações, eram explícitas as alusões a propostas de fechamento do Supremo
05:31e de intervenção das Forças Armadas para a deposição do governo eleito, estampadas
05:37em faixas, em discursos e em palavras de ordem.
05:41Nos últimos anos, foram diversos os atentados contra as instituições de Estado e os valores
05:46centrais da democracia, praticados pessoalmente por expoentes da extrema-direita ou por cidadãos,
05:53como de ontem, inspirados por essas lideranças.
05:57Tais eventos deixaram marcas indeleves na história brasileira, projetando efeitos transversais
06:04em nosso sistema político.
06:09Quem também se manifestou foi o presidente do Supremo, o Luiz Roberto Barroso.
06:14Matheus, solta por gentileza aí a fala do Luiz Roberto Barroso.
06:17O fato ocorrido.
06:20Por volta das 19h30 de quarta-feira, dia 13 de novembro de 2024, um homem que já foi
06:28identificado se aproximou com uma mochila e um extintor de incêndio da estátua da justiça
06:35em frente ao Supremo Tribunal Federal e jogou um pano na estátua.
06:42Diante da movimentação, um segurança do tribunal se aproximou para a abordagem.
06:50As imagens das câmeras de vigilância mostraram o momento em que o suspeito deixa a mochila
06:58no chão e recua e mais agentes começam a se aproximar.
07:04O homem atirou, então, o primeiro artefato em direção à estátua, que não explodiu e
07:11os agentes corajosamente começaram a cercá-lo.
07:15Ele arremessou um segundo artefato e caiu mais perto da marquise do tribunal e causou uma
07:22explosão. A equipe de segurança conseguiu evitar que o homem se aproximasse do tribunal.
07:31Diante do cerco, esta pessoa acendeu mais um artefato, se deitou sobre ele e houve uma
07:39explosão, causando-lhe morte imediata. Depois disso, a polícia judicial fez o primeiro isolamento
07:47do local. Na sequência, a Polícia Militar e a Polícia Federal assumiram os trabalhos
07:54em parceria com a nossa equipe de segurança para averiguar outros artefatos que estavam
08:00na roupa do homem, na mochila e os que ele havia arremessado. Os trabalhos duraram toda
08:08à madrugada e o corpo foi retirado às nove horas da manhã desta quinta.
08:15É, o fato é que há uma corrente no Supremo que pressiona o Congresso Nacional a não aprovar
08:22a tal da lei da anistia. Inclusive, eu contei esse bastidor ontem aqui no Meio de Brasília.
08:28Só que o tiro pode sair pela culatra, porque a oposição já reagiu. O líder da oposição
08:34no Senado, o senador Rogério Marinho, já fala publicamente, olha, vamos separar as
08:39coisas. Uma coisa é o atentado, alguma coisa foi esse fato lá na Praça dos Três Poderes,
08:43outra coisa é o PL da anistia. Ele ainda bate nessa tecla, que aprovar é esse texto,
08:50isso sim pode garantir a pacificação do país. Matheus, coloca por gentileza aí o senador
08:55Rogério Marinho.
08:56Eu quero expressar todo o meu horror, toda a minha perplexidade e, ao mesmo tempo, repudiar
09:04veementemente o que ocorreu ontem, 13 de novembro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
09:10A explosão que ocorreu no anexo 4 da Câmara dos Deputados, num veículo, e o suicídio através
09:18de uma explosão de um artefato de um cidadão que aparentemente protestava contra a situação
09:25política que o Brasil tem hoje, ao lado de uma estátua na mesma praça. Eu não tenho
09:33dúvida de que esse é o momento em que o Brasil precisa se desarmar. O Brasil precisa se pacificar.
09:42Nós precisamos voltar a ter normalidade democrática. E isso não vai acontecer sem que haja uma
09:50reconciliação. Existe na Câmara dos Deputados um projeto que trata da amnistia. As penas que
09:58estão sendo colocadas são penas desproporcionais. A amnistia é uma ação política e cabe ao Congresso
10:05Nacional, através da ação política, se debruçar sobre esse tema. Cabe ao judiciário julgar
10:12as eventuais diferenças e querelas que são gestadas pela nossa sociedade. Nós não
10:20temos nenhuma dúvida que esse incidente, esse trágico acontecimento só reforça a necessidade
10:30de que todos nós juntos façamos o esforço necessário para que a discussão política aconteça no
10:38terreno adequado, na instituição adequada, que é o Congresso Nacional, através dos seus
10:44representantes e através da discussão da sociedade civil organizada, sem interferência
10:49de outros poderes que têm outras atribuições.
10:55Vejam aí que há praticamente um fogo cruzado. O nosso comentarista Rodolfo Borges faz uma análise
11:02dessa reflexão que o Supremo clamou durante a sessão dessa quinta-feira. Mas, Rodolfo, afinal de
11:07contas, faz sentido o Supremo falar em reflexão, sendo que o Supremo, em alguns momentos, é
11:15mais parte do problema do que solução para esse problema? Rodolfo Borges.
11:21Boa tarde, Wilson. Boa tarde para quem está nos assistindo nesse feriado. O presidente do
11:26STF, o Luiz Alberto Barroso, ao mencionar nessa quinta-feira o caso das explosões na quarta-feira
11:34noite, ele falou que o país precisa fazer uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo.
11:40Eu concordo com ele. O país precisa fazer essa reflexão. E concordo também que o grupo
11:46do ex-presidente Jair Bolsonaro tem responsabilidade pelo que está acontecendo no país há anos.
11:53Mas eu peço também para o presidente do STF e para todos os ministros do tribunal que participem
11:59dessa reflexão também. Porque o STF também tem um papel nessa crise. E ele não é só
12:06positivo como os ministros imaginam. O tio França, como ficou conhecido o autor dessas
12:13explosões em Brasília, ele podia ter os problemas pessoais dele, mas a forma como ele extravasou
12:20esses problemas foi nessa forma política. Porque isso de fato está disseminado na sociedade
12:25brasileira, um pedaço da sociedade brasileira que se importa e que presta mais atenção nesse
12:30tipo de questão. O fato é que o STF, desde 2019, ele tem uma atitude bem incisiva no combate
12:39ao que ele considera ataques à instituição. A forma como os ministros do STF têm feito
12:46esse combate, aquilo que eles classificam como ataque, ela não é a melhor possível. Isso
12:51está claro. Além de serem muito duros e são muito duros, algumas das pessoas que foram
12:58condenadas pelo vandalismo no 8 de janeiro, elas pegaram mais de 17 anos de cadeia.
13:07E é muito difícil sustentar uma condenação como essa quando o país inteiro vê uma série
13:13de políticos que tinham sido condenados e que tinham pagado multas e que tinham ressarcido
13:20o horário por conta de crimes de corrupção, estarem sendo perdoados, um atrás do outro.
13:28Desde que o presidente Lula, que no momento em que foi perdoado, não tinha direitos políticos,
13:36não poderia concorrer à presidência da República e ele recebeu esse perdão.
13:41todos os processos pelos quais ele tinha sido condenado foram cancelados, o que permitiu
13:48que ele concorresse em 1922 e que voltasse à presidência da República.
13:53Esse perdão do STF ao Lula, ele faz parte, não dá para tirar do contexto do que está acontecendo
13:58no país hoje. Ele faz parte de um sentimento de parte da população, de grande parte da população,
14:05mas que se manifesta de forma mais agressiva nessas pessoas, como o tio França, que cometem
14:13atos agressivos. Nesse contexto que as pessoas, algumas pessoas, alinhadas ao ex-presidente
14:20Jair Bolsonaro, duvidaram do processo eleitoral de 1922 e aí, claro, duvidaram sem razão
14:25da qualidade das urnas ou da contagem dos votos, porque essa não era a questão, no final das contas.
14:31a questão era, havia um dos candidatos que tinha sido condenado, estava preso e foi solto
14:37por um processo muito difícil de se explicar. Nesse contexto, dois anos depois desse perdão
14:46ali ter acontecido, o STF abre de ofício um inquérito para se proteger. É legítimo que
14:57o STF queira se proteger, é legítimo, mas existe um processo para se fazer isso. O Ministério
15:02Público tem que provocar. E desde que o inquérito das fake news foi aberto em 2019, esses protocolos,
15:10eles estão sendo ignorados pelo ministro do STF. Os processos começam e não terminam.
15:15até o Elon Musk, o dono do Chile, bilionário, dono da Tesla, CEO da Tesla, entrou num processo
15:23do STF porque pôs em questão, não cumpriu ordem de bloquear perfil no X. Então, o STF,
15:31ele precisa também olhar para dentro e ver se esses procedimentos todos estão fazendo
15:37o bem à democracia que eles imaginam e alegam estar fazendo, ou se isso faz parte também
15:43do mal que eles dizem estar combatendo ao condenar, ao fazer discurso e ao atropelar processos
15:53que deveriam ser feitos de uma forma e que desde 2019 estão sendo feitos de outra.
16:01Então, gente, essa disputa de narrativas, quem está certo, quem está errado, quem instrumentou,
16:06quem não instrumentou, é justamente a capa dela, da revista Cruzoé. Matheus, coloca na tela
16:10por gentileza aí, a capa da Cruzoé dessa semana, enquanto eu, opa, dou aquela viradinha
16:15rápida aqui na canopla do meu microfone, porque é o seguinte, a capa da Cruzoé fala justamente
16:20sobre esse episódio da quarta-feira à noite, madrugada de quinta-feira, narrativa bomba,
16:25explosões em Brasília são instrumentalizadas por políticos e também pelo Supremo Tribunal
16:30Federal. Mas a edição dessa semana não tem só a narrativa bomba, a gente também fala
16:35da PEC do 6x1, falamos também sobre a dificuldade do governo federal em corta-gastos e tem artigos
16:42maravilhosos que vão deixar o seu final de semana muito mais interessante, com uma leitura
16:49gostosa e com uma leitura que vale a pena você depender parte do seu tempo, aproveitando
16:55esse feriado prolongado da Proclamação da República.
16:59Matheus, solta a vinheta para a gente falar sobre a PEC do 6x1.
17:05Então, como vocês já sabem, inclusive nós falamos no programa de ontem, a deputada
17:15federal Erika Hilton, ela protocolou a tal da PEC, ela protocolou não, ela conseguiu o
17:21número mínimo de assinaturas para a tal da PEC do 6x1. Eu conversei na quarta-feira
17:25com o deputado Kim Kataguiri e ele faz uma análise bem interessante sobre esse episódio.
17:30Para ele, para Kim Kataguiri, a esquerda vai demorar a protocolar essa proposta, vai
17:37alongar esse processo, vai estender esse caso o máximo possível, porque a esquerda precisa
17:42de uma narrativa para chamar de sua, para conseguir voltar a ter viabilidade, voltar a ter importância
17:50no embate público no Brasil.
17:51Matheus, solta por gentileza aí a entrevista com o deputado Kim Kataguiri.
18:00E vamos falar sobre a PEC do fim do 6x1, que enfim, já está começando a ser apelidada
18:08de PEC da preguiça, rapaz.
18:09Seguinte, deixa eu chamar aqui para o Meio Jim Brasil o deputado Kim Kataguiri, do União
18:15Brasil de São Paulo.
18:16Deputado, colocando mais uma vez a bola no chão, que é a nossa função aqui em O Antagonista.
18:23Qual é a chance dessa PEC, de fato, avançar na atual legislatura, sendo que hoje você tem
18:31no Congresso, não só na Câmara, quanto no Senado, você tem um Congresso de perfil mais
18:37de centro-direita?
18:39Olha, eu acho que a chance é muito pequena, primeiro porque existe um entendimento geral
18:45de que a escala 6x1, óbvio, ninguém gosta, ninguém quer obrigar a trabalhar, ninguém
18:52a trabalhar nessa escala, mas é óbvio que essa PEC é puro oportunismo e populismo que
18:58não resolve o problema.
19:00E o primeiro elemento dessa farsa é que se de fato a deputada Erika Hilton quisesse reduzir
19:05a carga horária de trabalho, bastaria ela ter apresentado um projeto de lei.
19:09A Constituição, ela não proíbe que você diminua a carga horária, ela proíbe que
19:13você estenda, ou seja, se você quisesse aumentar o número de horas trabalhadas por
19:18semana, aí sim você precisaria de uma proposta de emenda à Constituição.
19:22Agora, se você quer reduzir, bastaria apresentar um projeto de lei, só que num projeto de lei
19:26você não precisa fazer campanha para coletar 171 assinaturas, o avanço da coleta de assinaturas
19:31não é veiculado pela imprensa, ou seja, o grande objetivo é capitalizar politicamente
19:37em cima de uma pauta que não vai solucionar o problema.
19:41Nós já tivemos, 10 anos atrás, uma experiência exatamente como essa, que essa PEC está propondo
19:47agora, que foi a PEC das empregadas domésticas que visava garantir direitos trabalhistas para
19:53as empregadas domésticas.
19:54O que aconteceu na prática, 10 anos depois, nenhum direito foi garantido para as empregadas
20:00domésticas, pelo contrário, a informalidade aumentou.
20:03Porque o que a gente tem no Brasil?
20:05A gente tem uma realidade em que o empregador, ele paga muito e o trabalhador recebe pouco.
20:11Boa parte fica com o governo.
20:12A folha de pagamento é uma das mais tributadas e é um dos tributos mais burros que existem
20:17no mundo desenvolvido.
20:18Ele foca a tributação na renda do patrimônio.
20:21O Brasil foca no trabalho e no consumo, que penaliza justamente o trabalhador e justamente
20:25os mais pobres.
20:26Então, qual que é a frente racional, razoável para você atacar o problema?
20:31Eu tenho defendido a aprovação de três PECs e a solução não é simples, não é
20:35com uma única PEC que a gente vai resolver o problema de produtividade, de gerar mais
20:39riqueza e, portanto, a gente poder ter pessoas gerando mais riqueza, mas ao mesmo tempo tendo
20:43mais tempo livre.
20:46Três PECs que tratam dessa questão.
20:48A primeira, para mim, essa é de minha autoria e é uma das principais lutas, tanto no
20:52meu mandato anterior que eu consegui coletar 171 assinaturas na reforma administrativa
20:56agora, estou mais uma vez coletando nesse segundo mandato, que é para PEC e antiprivilégio,
21:01cortar as férias de 60 dias de elite do funcionalismo público, judiciário, ministério
21:07público, super salários que a gente tem e a gente tem notícia de 100 mil reais sendo
21:13sacados todos os meses, muito acima o dobro, mais do que o dobro do teto constitucional
21:17pela elite do funcionalismo público, privilégios de políticos, dos quais todos eles eu tenho
21:23moral para falar, porque abri mão e apresentei já projetos desde o primeiro mandato para
21:27que os meus colegas abrissem mão também, fossem obrigados e não precisasse ser um
21:31gesto, um exemplo, mas sim uma obrigação.
21:33Então, cortar custo na carne que daria já uma economia anual de 15 bilhões de reais,
21:39diferente da deputada Erika Hilton, eu faço estudos de impacto dos meus projetos para saber
21:43qual que é o impacto da realidade. Então, primeiro, tirar o peso dos privilégios da elite
21:48do funcionalismo público das costas do trabalhador e do empregador.
21:51O segundo ponto fundamental, desoneração da folha de pagamento para todos os setores,
21:55uma PEC da deputada Anny Ortiz, que busca justamente dar esse fôlego para o empregador
22:00conseguir pagar mais diretamente o salário para o empregado e não ficar boa parte do dinheiro
22:05com o governo. E uma terceira PEC do deputado Maurício Marcon, que compatibiliza o nosso
22:11mercado de trabalho, o nosso modelo de relações trabalhistas, com o modelo americano e o modelo
22:15europeu, que é o pagamento por hora trabalhada. Então, o trabalhador vai poder escolher se ele
22:21trabalha sob o regime CLT ou sob o regime de hora trabalhada.
22:25Então, aí que é o ponto, não é, deputado? Me parece que essa discussão de você colocar
22:30de cima para baixo essa questão do fim das seis horas, dos seis dias, melhor dizendo,
22:35de trabalho para um de folga. Me parece que o ponto nevrálgico dessa PEC é o fato de ela não ter
22:43observado essas peculiaridades do mercado de trabalho brasileiro. Porque me parece que esse texto,
22:50olha, vamos acabar com o regime de seis por um e ponto, acabou. Só que não foi observar lá na ponta.
22:55O custo que o empresário tem para empregar uma pessoa não observou também. Se, de fato,
23:01o trabalhador toparia, por exemplo, participar de um regime desse com a possibilidade de redução
23:08de salário e também a gente tem uma carga tributária que ela engessa várias empresas de
23:14você conseguir ampliar o universo, o número de trabalhadoras. Inclusive, eu falava aqui no meio
23:20dia, em edições anteriores, que a gente precisa também, deputado, tirar essa versão de que o
23:27empresário é malvadão, que o empresário é uma espécie de MGR, malvado geral da república.
23:34O que tem muito empresário que quer reduzir a carga horária, tem muito empresário que quer
23:38reduzir as horas trabalhadas daquele funcionário. Só que ele não consegue por uma questão realmente
23:44trabalhista, não consegue por uma questão de imposto. Então, também eu tenho observado nas redes,
23:48e também alguns empresários falam, que me observam o seguinte, Wilson, o problema não é a PEC.
23:53A PEC até que tem o seu mérito de você tentar diminuir essa carga de trabalho. A questão é,
23:58como é que a gente vai conciliar isso numa folha de pagamento que ela é extremamente onerosa?
24:02E me parece que a PEC do Marcon, e também essas medidas que o senhor citou aqui no programa,
24:07elas caminham nessa direção, e talvez elas sejam até mais efetivas do que uma PEC proibindo
24:11uma questão trabalhista.
24:12Claro, mesmo porque não existe paralelo, né? A própria deputada admite que não fez um estudo de
24:17impacto econômico, ela também não fez um estudo de direito comparado, né? Não existe país no mundo,
24:22nem em desenvolvimento, nem desenvolvido, que tenha constitucionalizado proibição de escala de trabalho
24:29seis por um, justamente porque não funciona, justamente porque não tem sentido, né?
24:34Porque na prática, se a PEC for aprovada, o que vai acontecer? Exatamente a mesma coisa que aconteceu
24:40com a PEC das domésticas. Não teve desoneração da folha de pagamento, não teve diminuição de imposto,
24:45não teve corte de privilégio, não teve corte na carne, na máquina pública.
24:49Na prática, você aumentou o trabalhador que tá na PJ, né? E aí não existe nenhuma limitação de
24:56regime de trabalho, de horas de trabalho, de dias de trabalho, ou nem formalidade, em que igualmente
25:00também não existe nenhum tipo de garantia de horas trabalhadas ou de dias trabalhados, né?
25:06Então, a maior parte, tanto a nossa folha, né? Onera demais, né? Paga muito pouco pro
25:12trabalhador e onera demais o empresário, que a maior parte dos trabalhadores do Brasil hoje, né? Mais de
25:19cinquenta milhões, ou são informais, ou estão trabalhando sob regime de PJ. E isso é uma questão
25:26que afeta principalmente micro, pequenos e médios empresários. Por quê? Porque os grandes, e eu faço
25:33um enfrentamento na Câmara dos Deputados, toda a votação de orçamento em relação a isso, grandes
25:38empresários no Brasil, há exceções, mas a regra é possuírem privilégios tributários, né? A gente
25:44tem aí, né? Na ordem de quinhentos bilhões de reais de privilégios tributários, sendo a maior
25:50parte deles concedidos para empresários amigos do governo. Então, no Brasil, a gente tem uma inversão
25:56em que o pequeno empregador, o setor principalmente de serviços, que é o que mais emprega no nosso
26:02país, né? Os pequenos empresários, os médios e tal, sustentam, né? Privilégios para uma elite
26:07pública e para uma elite privada, né? Ao mesmo tempo, a gente tem uma carga tributária, e hoje
26:12cedo, eu estava assistindo a uma apresentação aqui da consultoria da casa, mostrando que a gente
26:18tem o dobro de carga tributária do que o México, né? Por exemplo, que é um país em desenvolvimento,
26:24né? Os nossos impostos são muito mais altos, não é nem comparando com países desenvolvidos,
26:29comparando com países em desenvolvimento, com os nossos pares. E esse é o debate que tem que ser
26:34feito, do quanto tanto o empreendedor, o empresário, como o empregado trabalham por ano para pagar
26:42privilégios da elite política, da elite do judiciário, do Ministério Público, do Poder Executivo,
26:48do Poder Legislativo e também uma elite privada que consegue esses privilégios de benefícios,
26:53seja tributários, seja empréstimos subsidiados, por meio do governo, né?
26:59Agora, deputado, me parece que também é muito cômodo, tanto para o PT, quanto para o PSOL,
27:03quanto para alguns partidos de esquerda que saíram aí das urnas machucados por conta das eleições
27:11municipais. Me parece muito cômodo para esses partidos encampar uma PEC que tem um viés populista e que,
27:18nesse momento, serve apenas para que esses partidos dominem as narrativas e as redes sociais
27:21num espaço em que eles estavam praticamente sendo alijados. O senhor concorda com esse
27:26razo assim, deputado?
27:28Concordo plenamente. Eles perceberam, né? A esquerda percebeu que as suas pautas
27:32identitárias, né? Ah, do machismo estrutural, do racismo estrutural, ah, da LGBTfobia, do banheiro
27:39trans, da linguagem neutra. Eles perceberam que o trabalhador, né? Está de saco cheio disso,
27:44né? O trabalhador que se preocupa com as suas próprias condições de trabalho, que se preocupa
27:49com o seu salário, que se preocupa com a sua família, né? A esquerda passou a eleição inteira
27:53e os últimos anos todos apontando o dedo na cara desse trabalhador dizendo que ele era fascista
27:58porque ele não se preocupava com esses temas identitários, comportamentais. Dizendo que ele
28:02não tem consciência de classe, que ele é um pobre de direita, né? Que ele fica votando na direita
28:06porque é burro, que ele não é intelectualizado, que ele não tem estudo, né? Então, as elites
28:12intelectuais, né? Intelectuais, artísticas, né? Principais patrocinadoras dessa esquerda
28:18identitária, né? Essa elite que tem o nojo do pobre que tem a independência de pensamento
28:26que vota na direita, né? O negro que vota na direita, a mulher que vota na direita,
28:31pobre que vota na direita e que todas essas pessoas querem e que toda a esquerda, a elite
28:35da esquerda quer prender, né? Essas pessoas como se elas fossem obrigadas a pensar de determinada
28:41maneira por questão de tal sexo, de tal cor ou de tal classe social, né? Foi derrotada
28:47fragorosamente nessas eleições municipais e também agora nas eleições americanas.
28:51Então, acho que a esquerda começa a entender que precisa voltar para questões materiais,
28:56para questões de trabalho, né? Que é a origem sindical, trabalhista, né? Do PT e que nunca foi
29:03muito a vocação do PSOL, mas que o PSOL está começando a tomar protagonismo desse debate.
29:09Agora, eles não tratam dessas questões materiais, dessas questões econômicas com sobriedade,
29:14com seriedade, sendo sincero com o seu eleitor. Não, eles enganam os eleitores, eles enganam
29:18as pessoas, como eu coloquei para você. Vamos supor que a deputada Erika Hilton de fato
29:23acreditasse que isso é uma boa proposta, você proibir na legislação essa escala e de cima
29:29para baixo você de fato resolveria esse problema. Ela teria apresentado um projeto de lei, não
29:33precisaria de PEC para fazer esse circo todo, né? Não precisaria ter coleta de assinaturas.
29:38Uma pessoa protocolando lá, faz pedido de urgência, vota em plenário, acabou, vai
29:41para o Senado, acabou. Não precisa de 308 votos em dois turnos nas duas casas, né?
29:46Esse auê todo é justamente para não passar, para manter esse debate vivo até as próximas
29:51eleições, para aumentar a votação do PSOL. É disso que se trata, oportunismo eleitoral
29:55puro e simples.
29:57Deputado Federal, Kim Katakiri, muito obrigado pela sua atenção, obrigado pela entrevista
30:02e espero contar aqui com outras participações no meio-dia em Brasília. Grande abraço, querido.
30:05E vamos falar agora sobre eleições 2024. Nessa semana eu conversei com o prefeito reeleito
30:19de Porto Alegre, Sebastião Melo. Nessa conversa a gente aborda o futuro da Prefeitura de Porto
30:25Alegre e também o futuro do MDB. O Sebastião Melo faz parte daquela ala do partido que defende
30:30uma candidatura própria para se contrapor à polarização Jair Bolsonaro e Lula.
30:36Matheus, solta a entrevista, por gentileza.
30:44E nessa edição do meio-dia em Brasília, nós falamos com o prefeito reeleito de Porto
30:49Alegre, Sebastião Melo, do MDB. Prefeito, seja muito bem-vindo ao meio-dia em Brasília.
30:54Olha, meio-dia em Brasília. É interessante. Aqui um pouco mais.
31:05Só para a gente, só para que você que nos entenda, você é o espectador, é bom lembrar
31:09que essa entrevista foi gravada ao longo dessa semana, no início da tarde.
31:12Então, por isso que é a brincadeira do prefeito reeleito de Porto Alegre.
31:16Prefeito, eu queria que o senhor primeiro fizesse uma avaliação sobre esse primeiro mandato
31:22e expectativa para o segundo. O senhor teve como grande desafio comandar Porto Alegre
31:28justamente no momento em que a capital gaúcha enfrentou a maior crise climática
31:33em aproximadamente 100 anos. Qual o desafio a partir de agora, passada essa fase?
31:39Correto. Olha, eu penso assim, nós assumimos também a prefeitura no meio de uma grande crise humanitária
31:50que era o Covid. E nós, juntos aqui, porque um prefeito nunca faz nada sozinho, nós lideramos
31:57uma retomada da cidade, especialmente com um eixo muito forte do desenvolvimento econômico,
32:03vacinamos, vacinamos, vacinamos e reabrimos a cidade. E a cidade vinha avançando muito,
32:11seja na inovação, na proteção social, no desenvolvimento econômico. Bom, e aí vieram as cheias.
32:20E as cheias não vieram só afetar no Porto Alegre, afetou o Rio Grande do Sul, praticamente
32:26o seu, boa parte do seu território e afetou a região metropolitana. Bom, então, os desafios,
32:33que estão postos pós-releição, são muitos, né? São muitas. O prefeito não tem uma única pauta,
32:40nem duas ou três pautas, tem dezenas. Nós estamos enfrentando já, desde que antes da eleição,
32:48a questão das obras emergenciais da proteção de cheias, porque isso é fundamental para dar segurança
32:55a cidade, né? A cidade é composta de pessoas que moram nela, de pessoas que investem nela,
33:01de negócios que acontecem. Então, esse, para mim, é o desafio, assim, que está posto já antes da eleição
33:08e que agora a gente tem que avançar e avançar. Por que obras emergenciais?
33:13Porque um projeto futuro, a gente até já contratou um belíssimo profissional, ele vai ter que,
33:20a partir das cheias de maio, dizer o seguinte, qual é a altura dos ZICs, porque os ZICs que nasceram
33:26da altura que estão aqui e também está provado que teve erro de concepção de projetos e de execução de projetos,
33:33eles nasceram de uma enchente em 41, que foi 4,27. Nós tivemos chuva, a chuva deu 5,37.
33:40Então, nós temos que refazer o sistema velho, porque tu não pode esperar,
33:44obras futurísticas demoram, demoram. Tu tem DICs rompidos, nós estamos refazendo o DIC.
33:50Tem DICs que extravasou, nós temos que resolver esse DIC, altear ele um pouco mais, reforçar.
33:55Isso vale para os portões, isso vale para as comportas, isso vale para as casas de bomba.
34:00Agora, e a cidade também, ela tem 70 quilômetros de extensão de Guaíba,
34:05parte dessa extensão que é banhada pelo Guaíba, essa proteção de cheia existe,
34:11mesmo que ela tenha se mostrado insuficiente.
34:14Mas a metade da cidade, que é especialmente centro-sul, extremo-sul,
34:19ela não tem nenhuma proteção de cheias e vários desses bairros que estão localizados
34:24nessas regiões também foram atingidos.
34:25Então, o sistema que nós contratamos, ele tem que refazer o sistema antigo
34:30e ele tem que apontar um sistema para onde não tem sistema de proteção de cheias.
34:34Então, esse é um dos desafios da cidade.
34:36É o único? Não, não, não, não. Tem muitos desafios.
34:39Então, um governo que se reelege, ele tem que avaliar primeiro o que deu certo.
34:47Bom, sempre dá para avançar.
34:50O que não deu certo? O que deu mais ou menos certo?
34:52Para isso, nós concebemos já há quase duas semanas o escritório de transição.
34:58As pessoas falam, mas por que escritório de transição?
35:01Não é o mesmo governo, é um novo governo, tem composição de forças diferentes.
35:06E ali também nós temos que ter a capacidade de fazer uma análise crítica.
35:09É o que nós estamos fazendo todos os dias.
35:11Tem reuniões com setores de fora, com secretários atuais, com autarquias, com departamentos.
35:18Ou seja, nós estamos fazendo ali um grande debate e eu sou o maior prorrogador dos debates.
35:23Olha, bota na tela aí. Isso aqui não deu certo nesse primeiro governo.
35:27Isso aqui foi mais ou menos. Isso aqui foi bem.
35:30Isso aqui não foi bem.
35:31Então, nós expressamos um prazo até o final do mês, nessa oitiva.
35:36E aí, a partir daí, nós temos que compor o governo.
35:40É isso que eu ia perguntar, prefeito.
35:42A sua atitude é um tanto quanto pioneira,
35:46porque você estabelecer um escritório de transição é algo muito típico.
35:51Quando você tem um governo X e aí você passa para um governo Y.
35:54Quer dizer, o senhor, na verdade, fez uma ação de transição dentro do próprio governo.
35:59E aí, desculpe eu ter lhe cortado, prefeito.
36:02Eu queria entender que esse escritório de transição,
36:07a partir dessa avaliação sobre o que foi feito até agora,
36:10o que vai ser feito em Porto Alegre,
36:12pode fomentar, por exemplo, mudanças ali no secretariado, no primeiro, no segundo escalão?
36:16Isso já está pensado? Já tem mais ou menos uma linha?
36:19De como é que vai ocorrer isso a partir de janeiro de 25?
36:22Correto.
36:24Então, esse escritório tem dois pilares.
36:28O pilar é de possíveis mudanças para melhorar as entregas,
36:33porque para fazer alguma mudança legislativa,
36:36do ponto de vista de arranjos da gestão,
36:39ele só tem um sentido se for para melhorar a gestão.
36:41Então, isso tem uma coordenação técnica.
36:45E tem assentos políticos, mas tem uma coordenação técnica,
36:48e nós estamos ouvindo todo mundo.
36:49Bom, nós também temos uma transição política.
36:53Essa transição política, ela já está conversando,
36:56ela está conversando com os partidos, com os vereadores.
36:59Por quê?
37:01Porque vamos combinar,
37:03uma gestão, seja ela federal, estadual, municipal,
37:07se você não compor na política, você não governa.
37:10Então, nós compusemos um governo no primeiro mandato,
37:13eu sigo um pouco dessa lógica agora,
37:15é na técnica e na política.
37:18Bom, um secretário é um agente político,
37:20tem que juntar com ele os melhores técnicos,
37:22de fora, de dentro, para poder fazer uma boa gestão.
37:25Ou, às vezes, um técnico está na cabeça de uma gestão,
37:27mas tem um político que está ao lado.
37:29Então, essa engenharia,
37:33ela também já começou,
37:34começando, mas não definimos quem fica, quem sai.
37:38Nós somos 11 partidos nesta coligação,
37:41sendo que 9 fizeram vereadores.
37:43Então, quando você tem um projeto,
37:46tem que ter a capacidade de unir na eleição
37:49e não desunir também no governo.
37:52Então, e para não desunir no governo,
37:55tem que ter critérios,
37:57que todo mundo aceite esses critérios.
38:00Quer dizer, pode ser um critério que não agrade todo mundo,
38:04mas ele tem que ser aceito,
38:05porque, a partir dali,
38:06a composição do governo tem que fluir.
38:09Então, a gente vai trabalhando com a técnica,
38:11com a política, com a política, com a técnica.
38:14Como nós estamos no governo,
38:16eu também não tenho obrigação de chegar no dia 31 de dezembro.
38:20Aliás, quando eu fui eleito prefeito,
38:23que eu não era prefeito ainda,
38:26eu mantive alguns secretários por alguns meses,
38:29em alguns departamentos,
38:31que eu não tinha encontrado ainda
38:33o gestor adequado para aquela função,
38:37e eu preferi manter o que estava no anterior,
38:40até que a gente pudesse construir,
38:42porque é mais razoável que você faça isso.
38:45Da mesma forma, pode acontecer.
38:47Se nós chegarmos à conclusão
38:48de acertar o governo 100% no dia 31 de dezembro,
38:51tudo certo.
38:53Mas eu já sou prefeito.
38:54Se isso não acontecer,
38:55não significa que nós vamos ter
38:56nenhum prejuízo de gestão para a cidade,
38:58de fazer algumas trocas que possam ficar restantes
39:01nos primeiros meses,
39:03em janeiro, limite de fevereiro.
39:04Então, acho que isso está muito bem conversado
39:08e não tem outro caminho.
39:09É muito diálogo e muita construção.
39:11Diálogo e construção, construção e diálogo,
39:13é o que nós estamos fazendo aqui.
39:16Agora, prefeito,
39:17eu quero aproveitar também para,
39:19como o senhor fala de diálogo,
39:21o senhor foi um crítico do governo federal
39:24ao longo da tragédia climática em Porto Alegre.
39:28E o senhor tem defendido publicamente
39:30que o MDB, que hoje faz parte do governo federal,
39:32lance uma candidatura própria para a presidência da República.
39:36Quer dizer,
39:38a partir de que princípio
39:40o senhor tem defendido
39:41essa questão da candidatura própria do MDB?
39:44Você acredita que o MDB tem nomes
39:46para fazer frente, por exemplo,
39:47a uma disputa contra o atual presidente Lula?
39:50Eu tenho me posicionado.
39:55Eu não tenho...
39:56Acho que uma coisa é crítica,
39:58outra coisa é posicionamento.
40:00Eu sou um prefeito que me posiciona
40:02em relação aos temas regionais,
40:04aos temas locais, aos temas federais,
40:06mas eu tenho uma relação muito boa
40:07com o governo e seus ministros aqui,
40:10começando pelo ministro da Reconstrução.
40:11Aliás, a primeira visita que eu fiz em Brasília,
40:14agora, quando eu estive lá,
40:15a primeira visita que eu fiz foi o ministro Pimenta,
40:17depois visitei vários outros ministérios.
40:19Isso não impede de eu ter posicionamento
40:22sobre temas que diz respeito
40:24não só à reconstrução,
40:26mas também à reconstrução.
40:27Por exemplo, eu vejo que a questão...
40:29Nós estamos hoje com 3.400 estadias solidárias.
40:33O que é uma estadia solidária?
40:34A prefeitura está bancando mil reais por mês
40:37para aquelas famílias que perderam as suas casas,
40:40que não têm para onde voltar,
40:42e estão aguardando uma compra assistida,
40:44a minha casa, a minha vida.
40:46Bom, e a burrocracia é difícil,
40:48então, para comprar casa não é fácil.
40:49Então, eu pressiono para que aconteça
40:52nas casas mais rapidamente.
40:55Segundo, as obras de proteção de cheia
40:58que envolvem muito dinheiro,
40:59mas começando só pelas obras emergenciais,
41:02eu estou falando de mais de meio milhão de reais.
41:04E por mais que a gente tenha lutado muito,
41:07até agora, a gente não conseguiu escrever
41:08esse valor para a proteção de cheia
41:12só das obras emergenciais.
41:13Então, me posiciono, vou à Brasília,
41:16tento construir, então, acho que critico uma coisa
41:18e posiciono até outra.
41:20Quanto à candidatura, o natural num partido político,
41:24aliás, a gente só ganha campeonato
41:29sem jogar futebol.
41:30O time que não joga não ganha.
41:31O MDB nasceu em 66, eu entrei nele em 78,
41:36portanto, numa fase lá, bem jovem.
41:41E nós já tivemos, o doutor Ulisses foi nosso candidato,
41:44depois o Cuerça foi candidato,
41:45e em determinado momento o MDB fez um caminho,
41:49meio de desistir da eleição presidencial
41:52e participar dos governos.
41:54E já teve bancada muitos maiores,
41:58cada estado, às vezes, tem o MDB,
42:00tem o MDB do Gugândia, do Paraná,
42:02ou de Santa Catarina, ou do Nordeste.
42:04Então, isso, bom.
42:05Então, acho que o MDB,
42:06que saiu fortalecido das eleições municipais,
42:10tem um grande líder, que é o Baleia,
42:12que eu gosto muito, entre outros.
42:14O que eu tenho defendido é o seguinte,
42:15a primeira é a conversada de casa.
42:17Sempre a conversada de casa.
42:18Qual é o nosso caminho?
42:19Bom, eu tenho o meu posicionamento,
42:21mas o meu posicionamento é um de milhares de MDBistas,
42:25eu não sou melhor nem pior do que ninguém.
42:27Eu acho que o MDB deveria analisar
42:30a possibilidade de ter uma captura-prova,
42:33porque é quadros, a gente, né, eleição,
42:37a gente já viu eleição ganha, perdida,
42:39antes do tempo, o nome se constrói.
42:40Lembra do Collor, por exemplo,
42:42saiu com 2%, 5%, não foi presidente do Brasil?
42:45Então, também não é o fato,
42:46não tem um candidato que tem 40%.
42:47Eu, quando fui prefeito de Porto Alegre,
42:49eu tinha 14% da cotação inicial,
42:53cheguei com 30%, 31% no primeiro turno,
42:55fui prefeito eleito em 2013.
42:58Então, isso é um processo em construção.
43:00Bom, se o PMDB não tiver uma candidatura própria,
43:03mas ele tem que discutir internamente isso,
43:05porque é um partido democrático,
43:06não é um partido de cacique, não,
43:08respeita quem pensa diferente,
43:10bom, qual é o caminho?
43:11O caminho que eu defendo,
43:12se não tem candidatura própria,
43:15é que nós pudéssemos ajudar
43:16a construir uma aliança de centro-direito.
43:18Bom, isso é a minha posição,
43:20mas eu sei que eu posso ter muitos aliados
43:23nessa posição,
43:24mas eu também sei muito
43:25que muitas pessoas entendem
43:27que o MDB tem que ter outro caminho.
43:29Agora, eu aprendi desde cedo,
43:31e sou um sessentão intensamente,
43:35de que política a gente tem que discutir,
43:38não pode tomar decisão por vídeo,
43:41tomar decisão pronta.
43:43Eu venho de uma luta política
43:45que eu, às vezes, ficava discutindo
43:47a noite inteira, às vezes,
43:48as reuniões ia até às três da manhã.
43:49Então, eu sou dessa velha política,
43:51essa velha política, eu gosto dela,
43:53quer discutir política, não.
43:54Agora, então, eu acho que a eleição municipal
43:57é uma coisa,
43:59a Federa outra, para mim,
44:00por mais que os partidos de centro
44:03tenham saído mais fortalecidos,
44:06a eleição nacional tem uma outra lógica,
44:08não,
44:08e também não está posto,
44:11para mim, clareza em nada,
44:12mas eu tenho que preocupar
44:13com a minha cidade agora.
44:15Eu tenho opinião, posição,
44:18mas eu vou dedicar 100% do meu tempo
44:20a ser prefeito de Porto Alegre.
44:22E quando for chamado
44:23ou provocado dentro do meu partido,
44:26eu vou dar a minha opinião,
44:27agora eu vou cuidar da cidade.
44:29Eu sou municipalista,
44:30estou vendo a reconstrução da cidade,
44:33e não posso, de jeito nenhum,
44:34descuidar da cidade, não.
44:35É, e o MDB tem essa característica,
44:39não é, prefeito?
44:40Essa característica municipalista,
44:42isso desde a época de Ulisses Guimarães,
44:44sempre foi um partido que se consolidou muito
44:47ali na assistência direta do cidadão,
44:50ali na ponta, ali nas cidades.
44:53Prefeito de Porto Alegre,
44:55prefeito reeleito,
44:55Baixomelo,
44:56parabéns pela reeleição
44:58e obrigado pela entrevista aqui no Meio Dia em Brasília.
45:00Grande abraço.
45:01Grande abraço para ti.
45:02Saúde e paz, tá?
45:04Tchau, tchau.
45:05E hoje é sexta-feira,
45:11vocês já sabem,
45:12toda sexta-feira tem elas,
45:14as dicas de cultura com ele,
45:16com José Inácio Pilar.
45:18Meu caro,
45:18seja bem-vindo ao Meio Dia em Brasília,
45:20e agora eu deixo o palco com você,
45:22as dicas do José Inácio Pilar.
45:24Boa tarde, Wilson,
45:25boa tarde a todos que estão nos assistindo,
45:27que estão aqui no nosso chat,
45:29mandando mensagens.
45:30Boa tarde a todos vocês.
45:32Bom,
45:32estamos num fim de semana prolongado,
45:34com o feriado,
45:35hoje é feriado,
45:36dia da Proclamação da República,
45:38então precisamos relaxar.
45:41E para isso,
45:41eu trago a dica de um filme clássico,
45:44que está no Prime Video da Amazon,
45:47o streaming mais barato que existe no mercado.
45:50É um clássico com Charles Bronson,
45:52que se chama apenas
45:54O Trem do Inferno.
45:57se passa em 1976,
45:59quer dizer,
45:59o filme é de 1976,
46:01ele é ambientado no Templo do Velho Oeste,
46:03e é o seguinte,
46:04é um trem que está percorrendo
46:07as montonhas rochosas americanas,
46:09Rocky Mountains,
46:11só que lá dentro começam a morrer pessoas.
46:14E então,
46:15o nosso querido Charles Bronson,
46:17que faz um personagem de um investigador,
46:19que ninguém sabe o que é investigador,
46:21no começo pelo menos,
46:22e tem que descobrir
46:24o que é que está acontecendo
46:25e o que é que está por trás desta trama.
46:28Por que essas pessoas estão sendo mortas?
46:30Existe algo maior sendo tecido
46:33pelos maléficos seres
46:36que estão matando essas pessoas?
46:38Certamente que tem.
46:39Bom, e aí entra num famoso filme de Faroeste,
46:42muito legal,
46:42mas o legal é o seguinte,
46:44ele se passa quase todo dentro do trem.
46:47Então tem aquelas cenas de perseguição
46:49no telhado,
46:50tem luta,
46:51um vai para um bagão,
46:52tem que ir para o outro,
46:53tudo isso no meio do frio,
46:54porque é no inverno.
46:56Então é um filme que eu assisti
46:58e recomendo muito.
46:59Aí você fala,
47:00poxa Inácio,
47:01mas esse é um feriado prolongado,
47:03eu preciso de mais atrações.
47:06Eu tenho a melhor de todas.
47:07A melhor de todas as atrações para você
47:10é a edição que acabou de sair
47:12do Café Antagonista,
47:14onde eu revelo para você
47:15uma história bastante insólita
47:17de que um filme
47:18do Steven Spielberg
47:20teria utilizado esqueletos reais
47:22de seres humanos de verdade
47:24em cenas de terror.
47:26Será?
47:27Assista no Café Antagonista
47:29dessa semana e descubra.
47:30E também um dossiê,
47:32um especial sobre
47:33quem é Virgínia Fonseca,
47:36a digital influencer
47:37mais rica do Brasil
47:38e que faz sucesso
47:40também na televisão aberta.
47:42Descubra
47:42Virgínia Fonseca
47:44e por que ela ficou famosa
47:45no nosso Café Antagonista.
47:47Além das dicas,
47:48aí sim,
47:49de séries do streaming,
47:50filmes no cinema
47:51e no streaming,
47:52inclusive a estreia
47:53do Gladiador 2,
47:55que tem o Denzel Washington
47:57fazendo um dos seus possíveis
47:59últimos papéis,
48:00porque ele já começou
48:01a flertar com a aposentadoria.
48:02e, claro,
48:04a nossa dica de livro,
48:06que também é
48:07de um imperador romano.
48:08Como assim sim?
48:09Um imperador romano
48:10escreveu um livro
48:11que existe até hoje
48:12e está nas nossas dicas
48:14do Café Antagonista,
48:15assim como o nosso dilema
48:17do café pelando.
48:18Tudo isso
48:19para você se divertir
48:20nessa sexta-feira de feriado,
48:22no sábado,
48:22no domingo,
48:23na segunda,
48:24enfim,
48:24quando você quiser,
48:25porque o bom do Café Antagonista
48:27é que são dicas e informações,
48:30curiosidades que não envelhecem.
48:31Pode reparar,
48:32assiste uma edição
48:33de 10, 30 dias atrás
48:36que você vai ver
48:36que ela continua
48:37super, super atual.
48:39Bom, Wilson,
48:40o meu muito obrigado
48:41a todos,
48:42a você especialmente.
48:43Tenham todos
48:44um ótimo final de semana.
48:46Tchau.
48:58Está aí o nosso grande
48:59José Inácio Pilar.
49:01E olha,
49:02eu quero terminar
49:03esse programa
49:03te agradecendo muito
49:04pela companhia,
49:05pela sua participação
49:07e pela sua presença diária.
49:09Esse é o seu
49:09Meio Dia em Brasília.
49:10Segunda-feira
49:11nós voltamos ao vivo
49:13aqui da Capitão Federal
49:14num formato diferente,
49:16mas eu vou deixar
49:17que vocês descubram
49:18na próxima segunda-feira.
49:19Muito obrigado
49:20pela atenção,
49:20fiquem com Deus,
49:22aproveite o feriado,
49:23aproveite o final de semana,
49:24dê um abraço
49:24naquela pessoa que você ama,
49:26fique com Deus
49:27e até a semana que vem.
49:28Tchau, tchau.
49:29Tchau, tchau.
49:58Tchau.
50:00Tchau.